Journal of Specialized Nursing Care

 Prevention of pression ulcers in bedridden patients – nursing preventive care – Sistematic Literature Review

 Prevenção de úlcera por pressão em pacientes restritos ao leito - cuidados de enfermagem – Revisão Sistematizada da Literatura

 Franciny Paravidini Alves.  Enfermeira. Aluna do Curso de Pós graduação em Enfermagem UTI  Adulto / Idoso – Universidade Federal Fluminense (UFF) mimiparavidini@yahoo.com.br  Isabel Cruz. Doutoura em Enfermagem. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br 

 

Abstract Pressure ulcers (PU) are a secular concern of medical team who takes care of bedridden patients. Its treatment and prevention are particular challenging to nursing team as they keep the closest contact with patients. The early diagnosis (by nurses) of the risk patients and risk factors that affect them individually are fundamental to prevent the development of PU. Hence, it was planned to develop this study through a systematic review of the medical literature in databases such as PubMed and MedLine, Scielo and Lilacs, in order to acquire subsides to be used by nursing team in a preventive, systematic and individualized care to bedridden patients with risk to develop PU. Starting from the acquired data, risk factors for PUs were raised and an assistance plan was proposed aiming to improve the patient quality of life by prevention and orientation that could reduce the existing lesions. Therefore, it was concluded that there is a need to build an assistance plan for PU prevention via a dynamic evaluation (daily or each other day), due to the long-term staying of these patients in the hospital or in a wheelchair. It was realized that, we can reduce the incidence and re-incidence of ulcer development by using this knowledge. Moreover, it impacts the hospital in lower costs with material and professionals, reducing caring time and infection risks to the patients. Future researches and development of new products and techniques related to the importance of caring should be carried out in depth and enhanced, in order to identify all factors that contribute to the prophylaxis (treatment) of skin injuries aiming to bring better conditions to patient health, the main subject of our study and dedication.
Key words: Pressure ulcer, hospital patients, preventive nursing care

 

Resumo:  As úlceras por pressão (UP) são uma preocupação secular dos profissionais que prestam assistência a clientes acamados. Sua prevenção e tratamento é um desafio para a equipe de enfermagem, uma vez que esta é que mantém o maior contato com o paciente. A identificação precoce (pelo profissional de enfermagem) dos pacientes de risco e dos fatores que os afetam individualmente é fundamental para a prevenção da UP. Portanto, planejou-se o desenvolvimento deste estudo através de uma revisão sistemática da literatura médica em bancos de dados como PubMed e do Medline, Scielo e Lilacs, para obter subsídios a serem utilizados, pela equipe de enfermagem, para cuidados preventivos, sistemáticos e individualizados em pacientes hospitalizados com risco de desenvolvimento de UPs. A partir dos dados, foram levantados os fatores de risco para UPs e foi proposto um plano assistencial destinado a melhoria da qualidade de vida dos pacientes por meio da prevenção e através de orientações que possibilitem uma involução das UPs pré-existentes. Sendo assim, conclui-se que há a necessidade da elaboração de um plano assistencial para a prevenção de UPs numa avaliação dinâmica (a cada um ou dois dias), devido ao longo tempo de permanência destes clientes no leito ou em cadeiras de rodas. Verifica-se que, com a utilização deste instrumento, obtém-se uma diminuição da incidência e reincidência na formação das úlceras. Alem disso, representa para a unidade, menor custo com materiais e funcionários, reduzindo o tempo de cuidado e os riscos de infecções para o cliente. Futuras pesquisas e desenvolvimento de produtos e técnicas relacionadas à importância do cuidar devem ser realizadas, aprofundadas e aperfeiçoadas, no sentido de identificar todos os fatores que contribuem para a profilaxia das lesões cutâneas com o objetivo final de trazer melhores condições de saúde para o cliente, principal objeto de nosso estudo e dedicação.
Palavras-chave: úlcera por pressão, paciente hospitalizado, cuidados preventivos de enfermagem.

 

Introdução

Situação-problema:

            Com o envelhecimento da população mundial, surge um maior número de clientes em idade avançada e por conseguinte, o aparecimento de doenças outrora nem abordadas ou descritas. Sendo assim, pode-se perceber no dia-a-dia de trabalho, que as Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) apresentam um maior número de leitos ocupados por pessoas com esse perfil: idade avançada, comorbidades associadas e tempo de hospitalização aumentado.  Além desses, ainda existe outra classe de clientes adultos, cuja permanência no leito, ou em cadeira de rodas também constitui fator de preocupação para a equipe de saúde e para a unidade hospitalar. Portanto, o desenvolvimento de úlceras de pressão (UPs), que sempre foi um problema a ser enfrentado pela equipe médica, começa a tomar proporções muito importantes para os profissionais de saúde, especialmente para a equipe de enfermagem (principal agente nos cuidados propriamente ditos) e pela unidade de saúde.

            A UP é uma lesão localizada na pele provocada pela interrupção do fornecimento de sangue para a área, geralmente provocada por pressão, cisilhamento, fricção, ou uma combinação dos três (1) Acrescenta-se ainda, que a pele, o músculo e até o osso sofrem um processo destrutivo pela oclusão da circulação sanguínea ocasionada pela pressão demorada(2).   A pele é o maior órgão do nosso organismo, tendo em média, no adulto, uma área total de 2m2, e pesando aproximadamente 2,7 Kg,  recebe 1/3 do volume de sangue circulante; é ativa, sendo suas funções vitais para manutenção dos mecanismos de defesa contra doenças. É o revestimento do corpo, formando uma barreira protetora contra o meio externo, ao mesmo tempo em que mantém a homeostase. Secreta e excreta água e produtos metabolizados, participa da regulação da temperatura corporal, contém terminações nervosas sensitivas, participando do feedback sensorial para equilíbrio, proteção contra ferimentos, defesa contra organismos patogênicos, sendo, portanto, indispensável à vida humana. A pele representa a primeira linha de defesa do organismo, e se sua manutenção for saudável e íntegra constituirá uma das barreiras contra as lesões (L.A. 01)

            Sendo assim, esse estudo propõe identificar os fatores de risco e os cuidados preventivos a serem tomados, de forma que uma avaliação minuciosa da necessidade do cliente e a confecção de uma prescrição de enfermagem adequada venha a suprir as necessidades dos clientes no que tange ao risco do desenvolvimento de UPs em clientes restritos ao leito. Com isso, se almeja um melhor controle preventivo de forma que se consiga diminuir índice de lesões cutâneas, diminuindo os riscos para a saúde do cliente, assim como, tempo de internação, gastos desnecessários para a instituição e melhoria da qualidade do atendimento e da qualidade de vida dos clientes acamados.

 

Perguntas da pesquisa:

Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de UPs? Como o profissional enfermeiro pode atuar de forma a reverter e prevenir esse quadro? Quais medidas a serem tomadas têm apoio na literatura?

 

Objetivo:

            Identificar a produção científica de enfermagem, determinando as melhores evidências no que tange a prevenção e o cuidado no tratamento de clientes restritos ao leito quanto a formação de úlceras por pressão.

Metodologia

            Através de um estudo bibliográfico, por meio de pesquisa computadorizada no período de Janeiro a Abril de 2010, utilizando as palavras-chaves úlcera pors pressão, restritos ao leito e cuidados de enfermagem nas bases de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, PubMed e do Medline, Scielo, BDENF e  Lilacs. Foram selecionados os textos mais pertinentes sobre o assunto escolhido pela leitura do resumo e os de mais clara e objetivas informações, realizando uma análise crítica, complementando e confrontando os dados de diferentes autores sobre o mesmo assunto, sendo quatro (04) artigos na língua portuguesa e seis (06) artigos na língua estrangeira – relacionados em referência bibliográfica e assinalados no texto pelo número da referência; além de mais seis (06) artigos considerados como leituras adicionais devido às implicações para uma melhor entendimento, algumas delas porém sem acesso ao artigo na sua íntegra – relacionados após as referências bibliográficas e assinalados no texto como L.A. Assim, foram levantados os fatores de riscos para úlcera por pressão e estruturou-se um plano assistencial destinado a melhoria da qualidade de vida dos clientes por meio da prevenção e através de orientações que evitem a formação de úlceras por pressão e possibilitem uma involução das úlceras pré- existentes.

Fisiopatologia

Etiologia e Classificação

            A pressão persistente exercida sobre uma mesma superfície cutânea é o principal fator para uma úlcera por pressão. E para o seu desenvolvimento é necessário que a força aplicada à pele seja perpendicular, ocasionando oclusão do fluxo sanguíneo. As localizações mais freqüentes são: região sacral, trocanteres, calcâneos e proeminências ósseas(3). Em clientes graves, também estão em risco as regiões do corpo submetidas a pressões externas exercidas por equipamentos, tais como: tubos endotraqueais, e nasogástricos, oxímetros de pulso, meias elásticas.(L.A. 02)

            As lesões são classificadas de acordo com a profundidade do tecido atingido e, pode se dar da seguinte forma(2):

Estágio I - Classifica-se por uma área com eritema, que não empalidece a pressão, edema e congestão, havendo queixa do cliente quanto ao desconforto, ocorre a vasodilatação, ocasionando uma elevação da temperatura da pele e uma vermelhidão que escurece tornando-se cianótico e na seqüência azul acinzentado devido a obstrução dos capilares.

Estágio II - Fase em que ocorre o rompimento da pele (epiderme e derme). Podendo ocasionar uma depressão superficial, podendo desenvolver uma necrose inicial.

Estágio III - Acomete os tecidos subcutâneos ocasionando uma depressão profunda, nesta fase ocorre um avanço da necrose tendo presença de secreção e podendo desenvolver uma infecção.

Estágio IV - Caracteriza-se por atingir os tecidos subjacentes podendo comprometer o tecido muscular e ósseo.

            Deve-se focar a prevenção dessas lesões, bem como, a realização de um processo destinado à involução das lesões já existentes. Para que isto ocorra os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro deverá avaliar os clientes quanto à mobilidade a percepção sensorial, bem como a perfusão, utilizando-se a escala de Braden (tabela 01). Esta avaliação deverá ser realizada constantemente, através deste e da e família e os fatores de risco, os quais propiciarão um exame sistematizado, sendo que, quando a pontuação da escala for inferior a 16 pontos considera-se um risco para o cliente(4).

Percepção sensorial

1

Completamente limitado

2

Muito limitado

3

Levemente limitado

4

Nenhuma limitação

Umidade

1

Constantemente úmido

2

Muito úmido

3  

Ocasionalmente úmido

4

Raramente úmido

Grau de atividade física

1

Acamado

2

Restrito a cadeira

3

Caminha ocasionalmente

4

Caminha frequentemente

Mobilidade

1

Completamente imobilizado

2

Muito limitado

3

Levemente limitado

4

Nenhuma limitação

Nutrição

1

Muito pobre

2

Provavelmente inadequada

3

Adequada

4

Excelente

Fricção e Cisalhamento

1

Problema

2

Potencial para o problema

3

Nenhum problema aparente

4

-

Tabela 01 -  Escala de Braden                                                                                            Fonte:Fernandes 2000

 

 

Resultados

Tabela 02 – Publicações localizadas segundo o tema: “Prevenção de úlcera por pressão em pacientes restritos ao leito - cuidados de enfermagem – Revisão Sistematizada da Literatura” mencionadas nas bases de dados. Niterói, 2010.

Autor, Data e País

Objetivo da pesquisa

Tamanho da amostra

Tipo do estudo & instrumento

Principais achados

Conclusões dos autores

Anselmi ML, Peduzzi M, Junior IF1, 2009, Brasil

(1)

Estimar a incidência cumulativa (ICup)e a densidade de incidência de UP (DIup) e descrever a ocorrência  de ações de enfermagem em 2 hospitais da Bahia antes (fase 1) e durante (fase 2) intervenção educativa

Fase 01: 35 + 14 pacientes

Fase 02: 40 + 40 pacientes

Coorte prospectivo com pacientes internados em unidades médico-cirúrgicas de 2 hospitais da Bahia

Diagnósticos principais encontrados: Acidente Vascular Cerebral e Insuficiência Cardíaca Congestiva. Fator de risco mais frequente foi a mobilidade física prejudicada. Percentual elevado de pacientes com incontinência urinária e/ou fecal e IMC inadequado. Valores de ICup nos hosp 1 e 2 reduziram da fase 1 para fase 2 de 31,4% è 13,6% e de 21,4% è 15,0%

 

Concluímos que a intervenção educativa, por si só, não foi suficiente para mudar as incidências de UP. Embora o bom desempenho profissional exija educação permanente dos trabalhadores inseridos em serviços de saúde, deve-se tentar mudar fatores em hospitais que apresentam condições adversas, como mudanças na estrutura física, nas condições de trabalho, no gerenciamento de enfermagem e na gestão em saúde.

Bacarin TA, Sacco ICN, Hennig EM, 2009, EUA

(2)

Investigar e comparar a influência de história prévia de úlceras em membro inferior nas variações de pressão plantar de pacientes com neuropatia diabética

20 pacientes-controle (CG); 17 pacientes diabéticos sem úlceras  (DN) e 10 pacientes com história de úlcera no último ano (DNU).

Estudo clínico – experimental.

Aferidos dados antopométricos; resposta de questionário de 15 perguntas, estabelecidos pontos de referência no pé e os pctes foram submetidos à marcha habitual, onde 20 passos foram monitorados por um aparelho de Rx (Pedar-X) de onde os dados foram obtidos

A velocidade no caminhar não foi diferente nos grupos do estudo. O pico de pressão nas regiões do pé foi diferente entre os grupos, com valores mais altos de pressão no pé para os grupos de DNU, seguidos dos DN e por último dos CG. As regiões foram: face lateral, meio da face plantar e calcanhar

Os paciente portadores de neuropatia diabética apresentam alterações na distribuição de pontos de pressão na face plantar dos pé e o calcanhar. O estado neuropático pode não explicar esse achado, já que os dois grupos DN e DNU estavam em um mesmo estágio da doença de acordo com os sinais de sintomas (resposta do questionário). Outros estudos devem ser feitos para investigar a presença de sinais preditivos para a formação dessas lesões como mobilidade das articulações, deformidades do pé e déficts vasculares.

 

Medeiros ABF, Lopes CHAF, Jorge MSB 2009, Brasil

(3)

Identificar as produções bibliográficas sobre ações de prevenção e tratamento realizados por enfermeiros publicados de 1999 a 2004, descrevendo o conheciemento produzido na temática.

30 artigos

 

Levantamento bibliográfico descritivo de periódicos de enfermagem indexados na Lilacs e MedLine de 1999 a 2004

Quanto ao tratamento das úlceras, foram encontrados diversos tipos de tratamento, custos, produtos e curativos. Em relação aos cuidados de enfermagem verificou-se a discussão a respeito da importância das escalas preditivas para prevenção das UPs. O enfermeiro possui ações determinantes na prevenção e tratamento das UPs. Foram destacados e relacionados fatores de risco e condutas no artigo.

Foi observado que os trabalhos revelaram a importância do enfermeiro realizar e implementar as medidas de prevenção das UPs. Os artigos abordaram temas como custo-benefício, tipos do tratamento, medidas preventivas, intervenções de enfermagem, escalas de predição de risco como a de Braden, desenvolvimento de protocolos para o acompanhamento dos pacientes na prevenção e tratamento que demonstram a preocupação de enfermeiro em adquirir novos conhecimentos. Ainda é difícil o acesso irrestrito à esses produtos e à essas técnicas, fazendo-se necessária a socialização desses recursos.

Lobo A, 2008, Europa

(4)

Estabelecer uma relação científica entre os diversos fatores de risco para as UP; requerem uma abordagem multidisciplinar  - quais dados são significantes na prática clínica.

95 idosos, com escala de Braden ≤ 17 pontos pertencentes a 5 instituições localizadas em Porto e Braga

Estudo descritivo  - dados concretos como composição corporal, dados laboratoriais, estado nutricional e comorbidades associadas

Dados internacionais estimam incidência de UPs de 1,7%, afetando 12% da população acamada. Nos hospitais pesquisados esses índices foram de 2,47%, 3,1%, 7,1%, 3,9%. De 193 pacientes com úlceras, foram encontradas 439 UPs onde predominou o estágio II. As localizações mais frequentes foram trocanter, região sacra e em terceiro, calcâneo.

Pode-se concluir: idosos internados têm excesso de peso;  mulheres apresentam qualidade de vida inferior aos homens; idade e peso tem relação linear com nível de dependência: total (29,2%) e parcial (60%).

 Tweed C, Tweed M, 2008,  Nova Zelândia

(5)

Pesquisar o conhecimento  sobre UPS de enfermeiras que trabalham em terapia intensiva e o impacto de um programa educacional no nível de conhecimento.

62 enfermeiras que trabalham num CTI de 12 leitos de hospital  terciário da Nova Zelândia

Estudo analítico - Aulas por especialista para pequenos grupos, durante 2 semanas – três horas com 112 slides. Avaliados por prova escrita em 3 momentos:  antes da realização do programa, 2 semanas após as aulas e 20 semanas de pois

A média de acertos nas provas aumentou do pré-treinamento em relação à 2º aferição (84% è 89%) e depois retorna a 85% de acertos, sem significância estatística em relação ao primeiro.

Foram consideradas notas altas de algumas enfermeiras (mas não de todas);  o bom resultado pode ter um viés, pois trata-se de um grupo diferenciado, pois trabalham especificamente em terapia intensiva. Foi percebido que apesar do conhecimento ser grande, não há uma correlação com a prática clínica, já que não foram avaliadas em campo de trabalho. Conclui-se que devem ser realizados treinamentos regulares para a equipe

Chacon JMF, Blanes L, Hochman B, Ferreira LM, 2009, Brasil

(6)

Identificar a prevalência de UPs entre a população idosa vivendo em instituições de longa permanência na zona oeste de São Paulo.

365 idosos maiores de 60anos

Estudo analítico, investigação em  30 instituições da zona oeste de São Paulo. Os dados foram coletados em um único dia em cada instituição e randomizados na escolha. Feitos em dois momentos: Maio e Agosto de 2007

Foram encontradas UPs com prevalência de 12.7% (Maio) e 9.2% (Agosto). Média de 10.95%.Incontinência urinária e fecal foram ressaltadas. Comorbidades mais comuns em ordem de prevalência: Hipertensão, doenças cardiorrespiratórias, neurológicas, diabetes e neoplasias. Maior parte das lesões em estágio II.

 

O autor ressalta o impacto que os resultados têm na população brasileira que tem um percentual de idosos elevado – daqui a 20 anos corresponderão a 13% (30 milhões). Portanto, ele ressalta a importância do desenvolvimento de protocolos e escalas de risco, além de um envolvimento multidisciplinar para combater esse problema e reduzir o impacto social e econômico.

Manojlovich M, Antonakos CL and Ronis DL ; EUA, 2009

(7)

Determinar a relação entre eventos em pacientes  e comunicação enfermeira – médicos e características do ambiente prático.

02 hospitais universitários (Michigan e Detroit) e 01 hospital urbano (St John Health System) –  866 enfermeiras

Estudo analítico – foram aplicados 3 métodos analíticos, avaliando a população de estudo em forma de questionário, assim como a comunicação entre a equipe. Os eventos em pacientes foram úlceras de pressão (estágio II ou maior), pneumonia associada à ventilação mecânica e infecções relacionados com catéteres.

Foi estabelecido o perfil do profissional de enfermagem: mulher, branca, média de idade 39, média de 13 anos de experiência, dentre os quais 8 em UTIs. Pode-se perceber que à medida que a relação médico-enfermeira aumenta, o nível de eventos UPs em pacientes diminui. Foram feitas as relações entre comunicação médico-enfermeira, índice de satisfação no ambiente de trabalho e com a equipe e estabelecidas essas relações com o surgimento dos eventos citados nos pacientes.

 

O autor critica a participação de apenas 25 setores hospitalares no estudo, além do fato dos hospitais estarem em uma mesma localização geográfica. Mesmo assim, pode-se estabelecer uma relação entre comunicação entre a equipe e UPs.  O interesse do estudo continua com a resposta da pergunta: Como podemos prevenir os efeitos adversos em pacientes críticos?

Martins DA, Soares FFR, 2008, Brasil

(8)

Avaliar o conhecimento da equipe de enfermagem de um hospital no interior de Minas Gerais sobre  tratamento e medidas de prevenção de UPs e identificar as dificuldades dessa  equipe, sobre como  atuar frente a um paciente susceptível às UPs.

15 profissionais – técnicos de enfermagem

Pesquisa transversal de caráter descritivo – a população de estudo foi avaliada e estudada  em forma de questionário.

Os achados nos questionários da população de estudo foram os seguintes: medida mais comum (100%) foi mudança de decúbito; também uso do colchão “caixa de ovo” (80%), hidratação da pele com óleo (60%), utilização de coxim (40%), manutenção do paciente seco e higiene adequada (33,3%), alimentação (20%),  realização de massagem.(20%) e utilização de filme PVC (13,3%). Foram citados também os tratamentos: gaze, filme de PVC, hidrocolóide, hidrogel, carvão ativado, solução fisiológica, alginato, colagenase e outros. 33,3% seguiam a prescrição médica, porém a prescrição do enfermeiro não foi citada nenhuma vez.

O tratamento das diversas lesões deve ser prescrito pelo Enfermeiro, preferencialmente pelo especialista na área. Os técnicos e auxiliares de enfermagem devem realizar o procedimento de curativo: limpeza, cobertura, desbridamento autolítico e químico, prescrito e supervisionado pelo Enfermeiro. Estudos têm mostrado que a úlcera de pressão não é de responsabilidade única da enfermagem, pois a sua ocorrência envolve fatores multicausais. Sendo assim, para a prevenção e o tratamento da úlcera de pressão é necessário uma abordagem multidisciplinar para uma visão sistêmica do problema. de uma educação continuada com os auxiliares e técnicos de enfermagem da instituição como estratégia incorporar os novos conhecimentos, tecnologias e alternativas disponíveis para utilização em suas práticas e que seja clarificada a responsabilidade e a atuação de cada profissional frente ao cuidado de feridas.

Rodrigues MM, Souza MS, Silva JL, 2008, Brasil

(9)

Descrever a sistematização da assistência da enfermagem na prevenção das UPs

 

Realizada a triagem das obras foram obtidos: 25 artigos, 6 dissertações, 14 livros para embasamento teórico, 3 arquivos de outras categorias (2 Guidelines e 1 manual).

Levantamento bibliográfico descritivo de periódicos de enfermagem no período de Agosto a Setembro de 2008 em ambiente virtual na Biblioteca Virtual de Saúde e livros em bibliotecas físicas de 02 universidades

Atualmente, as LTP são classificadas por estágios, de I a IV, pela profundidade de comprometimento da pele e outros tecidos. O sistema de estagiamento é utilizado desde 1989 e foi desenvolvido pela NPUAP (National Pressure Ulcer Advisory Panel)  As ações de prevenção visam impedir que o estímulo desencadeante agrida o indivíduo causando doença. O valor da prevenção, como meio de atenuar as morbidades e reduzir a mortalidade, é indiscutível, e deve ser realizada e estimulada pelo enfermeiro, ao elaborar um plano de assistência ao cliente.

 

O desenvolvimento de UPs está diretamente ligado à qualidade da assistência recebida pelo cliente, embora essa são seja a única causa das UPs. O autor ressalta a sistematização da assistência de enfermagem como forma de tornar essa assistência verdadeiramente eficaz., possibilitando ao cliente aquilo que é a essência da profissão: cuidar do outro quando este não é capaz de fazê-lo ou necessita de auxílio como supervisão / orientação. Ressalta-se a importância do enfermeiro estar constantemente atualizado sobre o assunto, pois é o profissional mais apropriado para lidar com o problema .

Telve HAG, Campos RWGR, Munhoz RP, Werneck LC; 2008, Brasil

(10)

Reportar duas situações clínicas diferentes de pacientes com acometimento neurológico que possuíam fatores predisponentes para o desenvolvimento de UPs, mas que tiveram desfechos diferentes entre si.

02 casos clínicos

Descrição de caso-clínico

Caso 01 – 19 anos, masculino, hipertensão intracraniana pós meningite bacteriana, submetido à neurocirurgia, evoluiu com quadro clínico vegetativo. Depois de 2 semanas, desenvolveu UPs região sacral e transtrocanteriana; lesões infectadas, evoluiu para sepse e morreu após 90dias de admissão hospitalar

Caso 02 – 58anos, masculino, admitido com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) de evolução de 4 anos. Infecção de vias aéreas, evoluiu para suporte ventilatório invasivo hospitalar, depois domiciliar (home care) . Apesar da quadriplegia, e atrofia muscular grave, mantinha algum grau cognitivo e de comunicação. Embora restrito ao leito por longo período, nunca desenvolveu UPs

O autor cita que o professor Charcot descreveu no século 19 o fenômeno do evento neurológico funcionar como evento precipitador da formação de UPs, criando a expressão “decubitus ominosus”. A discussão e conclusão feitas pelo autor se referem a sensibilidade cutânea do paciente do caso 02 ter sido preservada, o que pode facilitar as medidas preventivas para formação das UPs. Outros fatores podem explicar isso também, baseando-se em teorias como a do “late-return phenomenon” e da expressão de laminina 1 pela pele dos pacientes portadores de ELA.

 

 

    Discussão

            As UPs possuem prevalência de 3 a 17%, em clientes hospitalizados  podendo aumentar em casas de repouso. As UP na maioria das vezes são superficiais, mas quando não cuidadas podem se agravar. Devemos ressaltar que as úlceras mais graves ocorrem com maior freqüência em indivíduos restritos a cadeira de rodas ou idosos, sendo que destes cerca de 30 a 50% apresentam mais de uma lesão. Através desta observação, preocupa-nos os clientes acamados, principalmente à equipe de enfermagem, que tem uma maior responsabilidade sobre o cliente nesse sentido (5) Cuidado especial deve ser dado para aqueles clientes que devido à falta de profissionais não podem ser assistidos diariamente e, na maioria das vezes, o indivíduo e a família recebem poucas orientações sobre os fatores de risco e estes só procuram a unidade quando os primeiros sinais começam a aparecer na pele ou quando a lesão já existe.(6)  Para a prevenção das lesões, pode-se utilizar filme transparente ou hidrocolóide como coadjuvante de proteção . Todas as intervenções e resultados devem ser avaliados e registrados(7).

            O aparecimento de úlceras por pressão em um cliente, não só determina conseqüências de ordem orgânica, como principalmente um quadro depressivo e de baixa na auto-estima (L.A. 03)

            Notou-se uma alta incidência de UP e a necessidade de uma atenção direcionada a estes clientes, sendo esta desenvolvida através de um plano assistencial destinado aos mesmos, assim possibilitando um menor tempo acamado, aumentando a auto-estima, proporcionando o auto-cuidado e melhorando a qualidade de vida( 1, 4) .

Avaliação do Paciente

            A identificação precoce dos clientes de risco e dos fatores que os afetam individualmente é fundamental para a prevenção da UP. Desde o momento da admissão, o enfermeiro deve ter em mente que as condições clínicas de um cliente podem sofrer grandes variações e, portanto a avaliação do risco deve ser rotineira e sistemática. Os estudos demonstraram que não há uma freqüência ideal para reavaliação e portanto, os intervalos devem ser determinados pelas condições individuais de cada cliente; se está restrito ao leito ou há limitações de mobilidade. (8)   O registro em prontuário deve ser completo e disponibilizado a toda a equipe para assegurar a continuidade do cuidado, fornecer subsídios para o plano assistencial e implementar as medidas de prevenção(8)

Cuidados Específicos

            Para a promoção de conforto e melhoria do estado geral do cliente, o controle da incontinência e higiene e os aspectos nutricionais são aspectos essenciais do cuidado de enfermagem(8).  

            Sobre a incontinência urinária, deve-se ressaltar o problema da persistente umidade da pele, que aumenta o risco de maceração, fricção e forças de cisalhamento. O aspecto fundamental da assistência de enfermagem é o manejo efetivo da incontinência, para manutenção da integridade da pele, da dignidade e do conforto pessoal. O controle deve ser individualizado e não em intervalos de rotina preestabelecidos; usando água morna e sabonete neutro; evitando a força e fricção sobre a pele; usando loção hidratante; reduzindo a exposição ao frio; massageando proeminências ósseas; utilizando materiais absorventes para controlar a umidade resultante da incontinência; perspiração ou drenagem de feridas evitando a irritação e o ressecamento.

            A relação entre estado nutricional e UP é complexa, visto que esta inclui altura, peso atual, hábitos alimentares, perdas ou alterações recentes. Em se tratando de risco nutricional, o acompanhamento de um nutricionista é recomendado já que pode ser necessário uma terapia nutricional mais agressiva com introdução de dieta enteral e/ou  parenteral.(8)

            Esta avaliação deverá ser realizada constantemente, através da equipe assistencial e da família e os fatores de risco, os quais propiciarão um exame sistematizado, sendo que, quando a pontuação da escala de Bradem (tabela 01) for inferior a 16 pontos considera-se um risco para o cliente. E os fatores de risco principalmente identificados podem ser definidos da seguinte forma(L.A.01): imobilidade, comprometimento da percepção sensorial e/ou cognição, diminuição da perfusão capilar, aumento da umidade, considerações gerontológicas (pele torna-se menos espessa e o colágeno dérmico e a elasticidade permanecem diminuídas), doenças sistêmicas de base como diabetes mellitus, fraturas, doenças neurológicas, trauma medular e doença cardíaca isquêmica.

            Além destes fatores, existem outros que ainda são hipotéticos, pois não foram confirmados cientificamente e podem ser acrescentados, tais como: edema (diminuição da circulação local), stress, fumo (interferência na síntese do colágeno) e aumento da temperatura da pele (circulação periférica diminuída)(2).

Considerações Gerais

            Todos os clientes são dependentes de outras pessoas (total ou parcialmente). Diversos fatores associados, junto ao longo tempo de permanência no leito ou em cadeira de rodas, podem aumentar o risco de lesões, devido ao aumento da pressão local e/ou diminuição de nutrientes. A partir do exposto pode-se entender a importância de se elaborar um plano de treinamento para a equipe(5) e um plano assistencial para o cliente . Em nossa realidade, ele trabalharia a prevenção de lesões, bem como a involução das pré- existentes, visando a princípio a melhoria da qualidade de vida destes clientes. A prevenção é mais fácil que o tratamento da úlcera já estabelecida. Além disso pode ocorrer um prolongamento no tempo de internação do cliente, devido à insuficiência de profissionais para atendimento domiciliar.

            Partindo deste ponto, relata-se que para a instituição de saúde a presença deste tipo de lesão significa um aumento nos custos, com leito, material e trabalho dos profissionais de saúde envolvidos (principalmente na equipe de enfermagem), aumenta o período de internação em media 5 vezes, e o risco para aparecimento de infecções hospitalares e ainda caso seja comprovado como causa principal a negligência da equipe de saúde em tomar as providências necessárias no sentido preventivo ao aparecimento de escaras, o cliente pode acionar as justiça civil, contra a instituição e profissionais responsáveis, sendo que este pode ser acusado de lesões corporais de natureza culposa ao tratamento.

            A elaboração de um plano assistencial é importante devido à alta incidência de úlceras por pressão em clientes restritos ao leito. Tendo em mente que a prevenção, além de ser mais viável economicamente, ela tende a melhorar a qualidade de vida bem como aumentar a auto-estima e não desenvolver o risco de contrair outras infecções. Desta forma, deve-se seguir um plano assistencial baseado nos fatores de risco e em fatos que trazem maior conforto ao cliente(7, 9)

 Sugestões para a prática da enfermeira:

Plano Assistencial

            Comparando-se as diversas fontes bibliográficas pesquisadas, pode-se perceber assuntos em comum a partir dos quais, pode-se montar um plano assintencial de enfermagem de qualidade, com base nos tópicos abordados pelos autores, ressaltando-se e organizando alguns tópicos, os quais são expostos abaixo.

            Da mesma forma que diversas patologias são preveníveis, estas lesões podem ser, em mais de 90% dos casos eliminando-se as causas principais, como medidas de alívio e melhor distribuição da pressão corporal, como: (6)

Reduzir a pressão e realizar proteção de proeminências ósseas: através de mudanças freqüentes de decúbito e com o uso de produtos que reduzam a pressão na pele.

Incentivar o paciente a se movimentar e realizar exercícios: deve-se introduzir exercícios passivos de acordo com a capacidade de cada cliente. Na medida do tempo estes se tornam ativos, fazendo com que a circulação seja aumentada junto à recuperação do tônus muscular; o exercício e o reposicionamento.

Promover a integridade cutânea: deve ser mantida limpa, hidratada e seca. Deve-se observar a coloração da pele, vascularização, integridade, textura e hidratação. Clientes com incontinência devem utilizar métodos de controle para umidade de uso externo, não esquecendo a reeducação dos esfíncteres.

Higiene corporal adequada: Deve ser realizada evitando o uso de sabão comum, soluções irritantes e água quente para evitar ressecamento. Deve-se usar sabão neutro ou sabonete líquido específico. A pele deve ser limpa e removidos todos os resíduos de soluções e completamente seca.(10)

Limpeza e cuidados com o leito: A cama deve ser limpa e seca, com roupas de tecido não irritantes, lisos, não engomados e sempre esticados evitando dobras. Coberturas plásticas ou protetores de cama não devem ter seu uso aceito, protegem a cama, porém podem causar sudorese, levando a maceração da pele do cliente. O uso do colchão próprio, como colchão de espuma, ar estático, ar dinâmico, gel ou água, redistribui o peso corporal, reduzindo a pressão à medida que o cliente afunda no fluído, propiciando uma superfície adicional que auxilia na sustentação do corpo, além de reduzir o peso corporal por unidade de área

Aumentar a ingestão hídrica e nutrição adequada: Manutenção do adequado fluxo de urina estimulada a ingestão hídrica de 2,5 litros diários, incentivados e esvaziamento da bexiga com freqüência para que haja um acumulo mínimo de resíduos. A dieta deve ser rigorosamente controlada diminuindo a quantidade e  melhorando a qualidade. A dieta deve ser equilibrada, rica em proteínas, vitaminas

Atenção à percepção sensorial: clientes portadores de lesões medulares devem ter uma atenção redobrada, pois perdem a sensibilidade tátil e térmica, sendo então mais vulneráveis aos processos de escarificações. As massagens de conforto através de manipulação manual sistêmica dos tecidos corporais com propósitos terapêuticos, devem ser efetuadas na pele íntegra limpa e em todas as zonas de pressão após o posicionamento do cliente, por um período de no mínimo dez minutos. Devem ser utilizados ácidos graxos essenciais que promovem a hidratação ou amido de milho que reduz a fricção, promovendo mais conforto e estimulando a circulação local. Essa medida também produz relaxamento, porém deve ser evitada nas áreas de saliência óssea ou em hiperemia (7)

Reduzir o atrito e força de cisalhamento: O travesseiro ou almofadas são equipamentos usados no reposicionamento e proporcionam alinhamento corporal correto, aliviando a pressão em diversos pontos do corpo principalmente sobre proeminências ósseas. É utilizado na técnica de ponte, que consiste no posicionamento de travesseiro apoiado em dois ou mais pontos do corpo, permitindo que haja espaço entre as proeminências ósseas e o colchão (10). A posição semi-reclinada deve ser evitada e o cliente deve ser protegido contra o escorregar na cama utilizando-se uma prancha para os pés a qual deve ser bem acolchoada e conter uma proteção extra nos calcâneos. O lençol deve permanecer sempre esticado. O cliente ao ser movimentado no leito não pode ser arrastado e sim levantado ao longo da superfície.

Prevenir a recorrência: realizar orientações aos familiares e ao individuo acamado. As intervenções ativas e preventivas, sendo essenciais para a uma avaliação freqüente  continua.

Plano de ensino do paciente: sugerimos também a confecção de um plano de ensino do cliente, o qual deve incluir estratégias para reduzir o risco de novas infecções e métodos para detectar, inspecionar e minimizar as áreas de pressão sendo o reconhecimento e a intervenção precoce.

            Outros cuidados preventivos são os exercícios ativos e passivos, que são essenciais, pois aumentam o tônus muscular da pele, ativa a circulação, aumenta a demanda de oxigênio, reduz a isquemia tissular e a elevação dos membros inferiores promove o retorno venoso, diminui a congestão e melhora a perfusão tissular. Além disso, a equipe e os familiares devem estar atentos a presença de pregas no lençol, pressão causadas pelos tubos de soro e de sonda, que podem contribuir para o aumento da pressão e conseqüentemente reduzir a circulação (L.A. 01)

            Sendo assim, a enfermeira especialista em cuidados de pacientes críticos deve estar sempre atenta ao cliente, criando desta forma um plano assistencial adequado e voltado para as reais necessidades na fase do tratamento em que o cliente se encontra, estando a curto ou longo prazo restrito ao leito.  A enfermeira especialista deve monitorizar e exigir o cumprimento dos cuidados necessários e não medir esforços para implementar os procedimentos preventivos prescritos, inclusive cobrando à equipe de enfermagem que coloque o plano assistencial previamente prescrito em prática.

 

Conclusão

            A predominância para ocorrência de úlcera por pressão é para clientes acamados, sendo a faixa etária predominante entre 71-90 anos. O tempo de permanência no leito e a patologia de base são fatores determinantes, visto o estado geral do cliente ser muito importante, ou seja, a presença de doenças pré existentes, como sequelas de um AVC, por exemplo, antes desta internação.

            Assim, há necessidade de elaboração de um plano assistencial(9) para a prevenção de úlceras por pressão, o qual se deve fazer o levantamento dos fatores de risco e sistematização, devido a sua grande importância na prevenção do desenvolvimento de úlceras, bem como no tratamento das existentes, evitando a reincidência, pois possibilita aos clientes e a equipe a avaliação do risco do desenvolvimento de úlceras.  Entretanto, essa avaliação é dinâmica, ela deve ser feita freqüentemente (a cada um ou dois dias), devido ao longo tempo de permanência destes clientes no leito ou em cadeiras de rodas.

            Verifica-se que, com a utilização deste instrumento obtém-se uma diminuição da incidência e reincidência na formação de úlceras, ocasionando uma melhor qualidade de vida para o cliente, aumentando a auto-estima, o auto-cuidado e a autoconfiança. Alem disso, para a unidade representa menor custo com materiais e funcionários, reduzindo o tempo de cuidado e os riscos de infecções para o cliente.

            Tendo-se por base os cuidados citados no estudo, deve-se entender o papel fundamental do profissional de enfermagem no que tange a melhorar a qualidade de vida do cliente restrito ao leito. O enfermeiro deve cuidar para que tanto os cuidados já bastante difundidos no meio da equipe de saúde quanto os menos conhecidos e os recentemente descitos sejam cumpridos. O cliente deve ser submetido à mudança de decúbito regularmente, o posicionamento adequado para evitar o cisalhamento da pele, a higiene corporal adequada e um completo suporte nutricional entre outros.

            Assim sendo, se o profissional de enfermagem especializado no atendimento ao cliente crítico possui treinamento e formação adequados se preocupará na elaboração de uma plano de cuidados, uma vez que sabe da importância da prescrição de enfermagem para a amelhoria da qualidade do atendmento ao cliente. Demonstrando a importância destes procedimentos para toda a equipe, é possível despertar nas pessoas a importância da realização correta das técnicas e dos cuidados de prevenção prescritos pelo profissional e que foram ressaltados nesse estudo.

            Futuras pesquisas e desenvolvimento de produtos e técnicas relacionadas à importância do cuidar devem ser realizadas, aprofundadas e aperfeiçoadas, no sentido de identificar todos os fatores que contribuem para a profilaxia das lesões cutâneas com o objetivo final de trazer melhores condições de saúde para o cliente, principal objeto de nosso estudo e dedicação.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. Anselmi, Maria Luiza; Peduzzi, Marina; França Junior, Ivan. Incidência de úlcera por pressão e ações de enfermagem . Acta Paul. Enferm; 22(3):257-264, Maio-Jun. 2009.

2. Bacarin, Tatiana Almeida; Sacco, Isabel C. N; Hennig, Ewald M. Plantar pressure distribution patterns during gait in diabetic neuropathy patients with a history of foot ulcers. Clinics; 64 (2):113-120, 2009.

3. Medeiros, Adriana Bessa Fernandes; Lopes, Consuelo Helena Aires de Freitas; Jorge, Maria Salete Bessa. Análise da prevenção e tratamento das úlceras de pressão propostos por enfermeiros. Rev.Esc. Enferm. USP; 43(1)223-8 2009.

4. Lobo, Alexandrina(org). Factores de riesgo en el desarrollo de úlceras de presión y sus implicaciones en la calidad de vida; Rev. Bras. Geriatr. Gerontol; 11 (3):405-418, Set.-Dez 2008.

5. Tweed, Carol and Tweed, Mike. Intensive Care Nurses’ Knowledge of Pressure Ulcers: Development of an Assessment Tool and Effect of an Educational Program. American Journal of Critical Care, 17:338-346; 2008.

6. Chacon, Julieta Maria Ferreira; Blanes, Leila; Hochman, Bernardo; Ferreira, Lydia Masako. Prevalência de úlcera por pressão em instituições de longa permanência para idosos em São Paulo. São Paulo Med Journal; 127 (4):211-215, Jul 2009.

7. Manojlovich, Milisa;  Antonakos,  Cathy L. and Ronis, David L. Intensive Care Unit s, Communication Between Nurses and Physicians and Patients’ Outcomes. American Journal of Critical Care,18: 21-30 2009

8. Martins, Dulce Aparecida; Soares, Fabiana Fernandes Rego. Conhecimento sobre prevenção e tratamento de úlceras de pressão entre trabalhadores de enfermagem em um hospital de Minas Gerais. Cogitare enferm; 13 (1):83-87, Jan-Mar. 2008.

9. Rodrigues, Michele Mendes; Souza, Michele de Souza e; Silva, Jorge Lima. Sistematização da assistência de enfermagem na prevenção da lesão tecidual por pressão. Cogitare enferm; 13(4):566-576, Out-Dez 2008.

10.Telve, Hélio Afonso Ghizoni; Campos, Ricardo William Genaro Rodrigues de; Munhoz, Renato Puppi; Werneck, Lineu César. Pressure ulcers and Charcot's definitions: report on two cases. São Paulo Med Journal; 126 (4):223-224, July 2008.

LEITURAS ADICIONAIS

L.A.01 –  Barros, Silvana Kelie Souza A; Anami, Elza Hiromi T; Moraes, Marisa Pires de.    A elaboração de um protocolo para prevenção de úlcera de pressão por enfermeiros de um hospital de Minas Gerais. Nursing (São Paulo); 6 (63):29-32, Ago 2003.

L.A.02 – Jiménez, César Eduardo. Curación avanzada de heridas . Rev. Colomb. Cir;                23 (3):146-155, Jul.-Sept 2008.

L.A.03 – Bernal Bellon, Anna Ceneth; Nieto Torres, Maria Clara. Ulceras por presion en niños: evaluación del riesgo en la Unidad de Cuidado Intensivo Pediátrico. Aquichan;     4 (1):10-17, Oct 2004.

L.A.04 – Rogenski NMB, Santos VLCG. Estudo sobre a incidência de úlceras por pressão em um hospital universitário.Rev Latino-Am Enfermagem; 13(4):474-80; Jul-Ag  2005 .

L.A. 05 – Costa, Márcio Paulino; Sturtz, Gustavo; da Costa, Fabio Paganini Pereira; Ferreira, Marcus Castro; Filho, Tarcísio E P Barros. Epidemiologia e Tratamento das Úlceras de Pressão: Experiência de 77 casos. Acta Ortop Bras.; 13(3)  2005.

L.A. 06 – Lenz, Cynthia de Moraes Cardoso Portillo; Cuz. A Utilização das Escalas de Avaliação de Risco para Úlcera por Pressão na Admissão do Cliente de Alta Complexidade na UTI como um dos Instrumentos no Cuidar da Enfermagem – Revisão Sistematizada da Literatura. Journal of Specialized Nursing Care, Vol 2, Nº 1, 2009.





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