Journal of Specialized Nursing Care

SHIPPING INSURANCE AND EFFECTIVENESS IN PREVENTING ACCIDENTAL EXTBATION: SYSTEMATIC LITERATURE REVIEW

TRANSPORTE SEGURO E EFICÁCIA NA PREVENÇÃO DA EXTUBAÇÃO ACIDENTAL: REVISÃO SISTEMATIZADA DA LITERATURA

Tatiana Alves de Moraes. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos da Universidade Federal Fluminense (UFF). tatysamary@hotmail.com.
Isabel Cristina Fonseca da Cruz
. Doutora em Enfermagem. Professora titular da UFF.
 isabelcruz@uol.com.br.

Abstract:This article focuses on the accidental or unplanned extubation associated with the transport of critically ill patients. Nurses should develop strategies to make an effective transportation qualification aimed at nursing care and patient safety. This is a computerized literature search, conducted in electronic databases in order to answer the clinical question flaming: On account of high complexity, which is the effectiveness of a safe transportation of patients to prevent accidental extubation? These met the inclusion criteria for this study, we analyzed ten articles. Some articles dealt with the accidental extubation as an adverse event associated with nursing care at four moments where the incidence of accidental extubation was higher, others have made membership of accidental extubation with levels of sedation, physical restraint and level of consciousness. One article dealt with the anxieties and concerns of the nurse specialist to perform a patient transport and how to deal with these feelings. Only two articles have focused on the safe transport of critically ill patients in order to avoid not only the accidental extubation, but also other adverse events that jeopardize patient safety. The implementation of pre-transport protocols will minimize the risk of adverse events during transport of critically ill patients, because this tool provides grants to assist in the provision of nursing care through major approaches that resemble some of the nursing care essential, and that get overlooked because of the stress experienced by the transport. You can offer a skilled nursing care and the patient-centered care through initiatives aimed at developing research-based evidence, in order to achieve the best intervention and providing better results.

Key-words: Respiration, Artificial, Transportation of patients and Nursing Care.

 

Resumo:Este artigo enfoca a extubação acidental ou não planejada associada ao transporte do paciente crítico. O enfermeiro deve desenvolver estratégias para realizar um transporte eficaz visando a qualicação da assistência de enfermagem e a segurança do paciente. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica computadorizada, realizada em bases eletrônicas de dados com o objetivo de responder a seguinte questão clínica flamejante: No cliente de alta complexidade, qual é a eficácia de um transporte de pacientes seguro para prevenir a extubação acidental? Por atenderem aos critérios de inclusão para este estudo, foram analisados dez artigos. Alguns artigos trataram da extubação acidental como um evento adverso associado aos cuidados de enfermagem em quatro momentos onde a incidência da extubação acidental era maior, outros fizeram associação da extubação acidental com níveis de sedação, contenção física e nível de consciência. Um artigo tratou dos anseios e preocupações do enfermeiro especialista ao realizar um transporte de paciente e como lidar com estes sentimentos. Apenas dois artigos enfocaram o transporte seguro de pacientes críticos com o objetivo de evitar não só a extubação acidental, mas também outros eventos adversos que colocam em risco a segurança do paciente. A implementação de protocolos pré-transporte minimizam os riscos de eventos adversos durante o transporte do paciente crítico, pois esta ferramenta oferece subsídios que auxiliam na prestação do cuidado de enfermagem através de condutas importantes que lembram a equipe de enfermagem alguns cuidados essenciais, e que as vezes são esquecidos por conta do stress vivenciado pelo transporte. É possível oferecer uma assistência de enfermagem qualificada e com o cuidado centrado no paciente através de iniciativas voltadas para o desenvolvimento de pesquisas baseadas em evidências, com o objetivo de realizar a melhor intervenção e oferecer melhores resultados.

Palavras-Chave: Ventilação mecânica, transporte de pacientes e assistência de enfermagem.

INTRODUÇÃO

            Este artigo trata do tema extubação acidental relacionada ao transporte de pacientes críticos. Transportar um paciente crítico é um cuidado de enfermagem que deve ser feito com muita responsabilidade e qualificação profissional para que não haja nenhum risco a segurança do paciente.

            A extubação não planejada ou acidental é definida como a remoção voluntária de um tubo endotraqueal pelo próprio paciente ou remoção acidental de um tubo endotraqueal durante a assistência de enfermagem ou transporte de paciente1.

            Os pacientes em unidades críticas geralmente requerem entubação endotraqueal ou traqueal
com ventilação mecânica. Imprevistos como as extubações são considerados como um indicador de
qualidade da assistência aos pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI
)
e pode resultar em graves complicações, incluindo a hipóxia, insuficiência respiratória e falência e trauma de vias aéreas superiores2.

            Dentre os fatores mais citados na literatura para a extubação não planejada, destacam-se a contenção física, o nível de sedação e atividade, e o status mental do paciente no período da extubação3.

            Alguns estudos ainda revelam que a monitorização ineficaz e agitação do paciente durante o transporte pode resultar na extubação não planejada4,5,6,7.

            O cuidado de Enfermagem qualificado e centrado no paciente oferece segurança e confiança tanto para o paciente quanto para a sua família. Além de contribuir para uma recuperação mais rápida do cliente, evita os gastos com o alto custo das internações em unidades de terapia intensiva (UTI).

            Neste estudo, a extubação não planejada está focada na extubação acidental associada ao transporte de pacientes críticos, considerando medidas preventivas para um transporte seguro e eficaz.

            Estudos demonstram que o desenvolvimento de uma ferramenta para o transporte intra-hospitalar  minimiza o risco associado ao transporte do paciente crítico. Pois ela fornece a enfermeira da Unidade de Cuidados Intensivos (UTI), uma documentação integrada incorporando a avaliação do paciente e as orientações para realização do transporte8.

            Utilizou-se então, a estratégia conhecida pela sigla PICO9 (Patient ou population, Intervention ou Indicator, Comparison ou Control e Outcome) para a construção da pergunta clínica flamejante que orienta essa pesquisa.

            Através da letra P foi alocado o paciente em questão e a sua condição clínica (Paciente adulto criticamente enfermo, em uso de dispositivo acoplado a ventilação mecânica); Na letra I foi alocada o tipo de intervenção de enfermagem a ser buscada (Medidas preventivas para a extubação acidental durante o transporte de pacientes); E na letra O, o desfecho esperado (Redução da ocorrência da extubação acidental durante o transporte de pacientes após medidas preventivas adotadas nas literaturas analisadas.

            O quadro 1 apresenta esquematicamente o uso dessa estratégia.

 

Quadro 1

ACRÔNIMO

DEFINIÇÃO

DESCRIÇÃO

P

Paciente ou diagnóstico de enfermagem

Paciente adulto criticamente enfermo, em uso de dispositivo ventilatório acoplado a ventilação mecânica.

I

Prescrição

Medidas preventivas para a extubação acidental durante o transporte de pacientes.

C

Controle ou comparação

NA*

O

Resultado

Redução da ocorrência da extubação acidental durante o transporte de pacientes após medidas preventivas adotadas nas literaturas analisadas.

*Na - Não se aplica

 

PERGUNTA DA PESQUISA EM DESTAQUE

No cliente de alta complexidade, qual é a eficácia de um transporte de pacientes seguro para prevenir a extubação acidental?

OBJETIVO DO ESTUDO

            Identificar a produção científica de enfermagem, utilizando a estratégia PICO para determinar melhor evidência disponível para o cuidado do cliente/família em relação a prevenção da extubação acidental durante o transporte do paciente crítico.

           

METODOLOGIA

 

            Trata-se de uma pesquisa bibliográfica computadorizada, realizada nas seguintes bases eletrônicas: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), Online Brazilian Journal of Nursing (OBJN), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e nos periódicos: American Journal of Critical Care (AJCC), Intensive and Critical Care Nursing (ICCN) e Critical Care Nurse (CCN). A partir da estratégia PICO8, foram utilizadas as seguintes combinações de descritores: (P) Ventilação Mecânica/Respiration, Artificial AND (I) Transporte de pacientes/Transportation of patients AND (C) Assistência de Enfermagem/Nursing Care AND (O) Redução de Danos/ Harm Reduction.

            A pré-seleção dos artigos foi efetuada a partir da leitura interpretativa do "abstract" de cada artigo recuperado nas buscas. Identificou-se 20 artigos, e foram selecionados 10 artigos para análise sendo (04) quatro em língua portuguesa e (6) seis em língua inglesa. Que foram analisados através da elaboração de um resumo para cada artigo contendo nome, tempo, local virtual, objetivo da pesquisa, força da evidência, tipos de estudo, principais achados e conclusões dos autores.

            Os critérios utilizados para a inclusão dos estudos nesta revisão foram os seguintes: Paciente adulto e criticamente enfermo, artigos científicos publicados no período de 2006 a 2010. Tratando-se de estudos publicados por enfermeiros em periódicos de Enfermagem.

 

RESULTADOS

Quadro 2

Nome, tempo e local virtual

 

Objetivo da pesquisa

Força da Evidência*

Tipo de estudo

Principais achados

Conclusões do(s) autor(es)

Castellões TMFW, Silva LD, 2006. Brasil11

Analisar os artigos científicos publicados acerca da extubação em adultos e identificar quais associavam a extubação acidental ao cuidado de enfermagem.

Força I

Revisão sistemática de literatura

Os artigos estudados citam as taxas de extubações acidentais e auto-extubações mas não propõem metas para a prevenção desses eventos adversos.

De um total de dezesseis artigos analisados somente cinco apresentavam a relação da extubação acidental pelo paciente e/ou pela equipe de saúde. Em todos os artigos as extubações provocadas pelo paciente são sempre as mais freqüentes, oscilando entre 78% a 91,7% do total das extubações acidentais.

Castellões TMFW, Silva LD, 2007.    Brasil 12

 

Apresentar a experiência de se trabalhar prevenindo a extubação

acidental através de um guia para a enfermagem considerando os quatro

momentos de maior incidência da extubação acidental.

Força III

NA**

A implementacão de um guia de prevenção da extubação acidental.

 

Apesar das poucas produções científicas voltadas para esta temática, ainda é possível oferecer uma ferramenta que possa auxiliar uma

assistência qualificada e embasada em conceitos que objetivem a segurança

do paciente.

Castellões TMFW, Silva LD, 2009. Brasil13

Apresentar os resultados parciais da incidência da extubação acidental associada ao cuidado de enfermagem.

Força III

Estudo observacional retrospectivo.

Antes da implementação do guia de prevenção para a extubação acidental a taxa foi de 8,33%  extubações acidentais ocasionadas pela equipe de enfermagem, reduzindo para 2,85% eventos.

Os atuais resultados não permitem estabelecer uma relação de associação entre o protocolo e a incidência da extubação, pois há que se considerar outros aspectos.

Santos AC, 2010. Brasil14

Identificar a produção científica de enfermagem, utilizando a estratégia PICO para determinar melhor evidência disponível para o cuidado do cliente/família em relação a prevenção da extubação acidental associada ao cuidado de enfermagem em quatro momentos.

Força I

Revisão sistemática de literatura

A implantação de medidas preventivas para extubações acidentais ocasionadas pela equipe de enfermagem.

Medidas preventivas durante os quatro momentos do cuidado de enfermagem  onde é maior incidência da extubação acidental são capazes de promover a redução da ocorrência e os agravos deste evento adverso.

Curry K, Cobb S, Kutash M and Diggs C.2008.

USA15

Determinar as características de pacientes e enfermeiros e os fatores de risco que levam às extubações.

Força III

Estudo retrospectivo exploratório

Um protocolo de sedação  e uma equipe bem treinada deve estar disponível para garantir que a extubação não planejada seja evitada.

Os níveis de sedação e a utilização de dispositivos de retenção estão associados com extubações não planejadas e a necessidade de reintubação.

Chang LY, Wang KWK, and Chao YF. 2008.

Taiwan16

 

Avaliar o efeito da contenção física na extubação não planejada em pacientes adultos em cuidados intensivos.

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Ler foneticamente

 

Dicionário - Ver dicionário detalhado

 

Força III

Estudo retrospectivo, caso-controle.

Avaliação do nível de consciência dos pacientes através da GCS – Escala de Coma de Glasgow e do risco da aplicação de contenção física minimizam os riscos da extubação não planejada.

Um baixo nível de consciência e a presença de infecção nosocomial na Unidade de Terapia Intensiva intensificam o risco de extubação não planejada, mesmo quando às limitações físicas são usadas.

Ksouri H,  Balanant PY, Tadié JM, Heraud G, Abboud I, Lerolle N, Novara A,  Fagon JY,  and Faisy C, 2010. França17

Avaliar a viabilidade da sistematização de conferências de morbidade e mortalidade em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para a melhoria da qualidade do cuidado e
segurança do paciente.

Força IV

Estudo observacional prospectivo.

Três recomendações foram formuladas: 1- reescrever um procedimento padronizado para o tratamento da sepse em pacientes neutropênicos; 2- padronizar a prescrição diária de configurações de ventilação mecânica; 3-  redefinir a função de cada enfermeira durante a gestão de paradas cardíacas e / ou respiratórias.

A sistematização de conferências de morbidade e mortalidade durante o trabalho é viável e útil, pois além do valor educativo para toda a equipe multidisciplinar, avalia a qualidade do cuidado, a segurança do paciente.

Gustafsson M, Wennerholm S and Fridlund B. 2010.  Suécia18

Explorar e descrever a causa dos anseios e preocupações dos enfermeiros especialistas e como lidar com estas situações críticas durante o transporte inter-hospitalar de pacientes criticamente enfermos.

Força III

Estudo exploratório de abordagem qualitativa.

Reforçar os recursos internos e externos, incentivar a comunicação, compartilhar informações e experiências entre os colegas, trabalho em equipe e curso de formação nacional com instruções e orientações claras que devem ser fornecidas para garantir a segurança do paciente.

Preocupados com uma assistência de enfermagem qualificada os enfermeiros especialistas descrevem que  para lidar com seus anseios e preocupações eles confiam em recursos internos e externos.

Day D. 2010. USA19

Oferecer recomendações para a prática clínica segura durante o transporte intra-hospitalar.

Força I

Revisão Sistemática da Literatura

Segundo a AHRQ (Agência de investigação de saúde e qualidade), uma lista de questões deve se considerar: Alerta vermelho quando se considera o transporte de pacientes;
Decisões de Transporte;
Equipamentos adequados para o transporte intra-hospitalar; Avaliação da deterioração respiratória súbita em pacientes entubados; e
Monitorização durante o transporte.

 

Os resultados positivos obtidos durante o transporte têm sido atribuídos à preparação, reanimação e as metas de transporte que compreendem: Continuidade da gestão com o mesmo padrão de atendimento e acompanhamento da UTI, estabilidade da condição do paciente, evitando complicações iatrogênicas e um estudo de qualidade e / ou uma intervenção eficaz. As informações apresentadas neste artigo devem ajudar aos enfermeiros da UTI a minimizarem os riscos do transporte.

 

Jarden RJ and Quirke S. 2010. Nova Zelândia8

Descrever o desenvolvimen-to de uma ferramenta para o transporte intra-hospitalar de pacientes criticamente enfermos.

Força I

Revisão Sistemática da Literatura

Elaboração de uma ferramenta que serve como um guia para a enfermeira durante a fase pré-transporte.

O desenvolvimento de uma ferramenta para o transporte intra-hospitalar  minimiza o risco associado ao transporte do
paciente crítico. Pois ela fornece a enfermeira da Unidade de Cuidados Intensivos (UTI), uma documentação integrada incorporando a avaliação do paciente e as orientações para realização do transporte.

*Força da evidência10                                                                                          

**NA – Não se aplica

 

DISCUSSÃO

            Implicações para a enfermeira especialista quanto ao (P) novas informações sobre (I) e (C) com ênfase nos (O) com base nas evidências encontradas e a força delas.

            A extubação não planejada ou acidental é definida como a remoção voluntária de um tubo endotraqueal pelo próprio paciente ou remoção acidental de um tubo endotraqueal durante a assistência de enfermagem ou transporte de paciente1. Os pacientes em unidades críticas geralmente requerem entubação endotraqueal ou traqueal com ventilação mecânica. Imprevistos como as extubações são considerados como um indicador de qualidade da assistência aos pacientes em unidades de terapia intensiva (UTI) e pode resultar em graves complicações, incluindo a hipóxia, insuficiência respiratória e falência e trauma de vias aéreas superiores2.

            Em três estudos realizados por Castellões11-13 o primeiro destacou apenas cinco artigos que apresentavam a relação da extubação acidental pelo paciente e/ou pela equipe de saúde. Os artigos estudados citam as taxas de extubações acidentais e auto-extubações mas não propõem metas para a prevenção desses eventos adversos11. O segundo12 relata a experiência do emprego de um guia preventivo da extubação acidental que ocorre associada ao cuidado de enfermagem para os quatro momentos de maior incidência que são: banho no leito, transporte, troca de fixação e mudança de decúbito e enfoca que a implementação desse guia favorece a construção de indicadores de qualidade na terapia intensiva associados à equipe de enfermagem, embora registra-se uma pequena produção científica referente aos cuidados com os eventos adversos do cuidado de enfermagem, ainda é possível oferecer uma ferramenta que possa auxiliar uma assistência qualificada e embasada em conceitos que objetivem a segurança do paciente. E o terceiro13 relata sobre a incidência da extubação após a implementação de um guia preventivo para extubação acidental. Neste estudo, as taxas de extubação acidental antes da implementação do guia foi de 8,33%  extubações acidentais ocasionadas pela equipe de enfermagem, reduzindo para 2,85% eventos. Mesmo com esses resultados positivos a autora ressalta que eles não permitem estabelecer uma relação de associação entre o protocolo e a incidência da extubação, pois há que se considerar outros aspectos. Apesar disso, reconhecer a importância da implementação de um guia preventivo para a extubação acidental nos momentos do cuidado de enfermagem em que a extubação tem maior incidência, fortalece a qualidade do cuidado prestado ao paciente, e durante a nossa prática diária fornece subsídios para um cuidado mais qualificado.

            Um outro estudo14 identificou a produção científica de enfermagem, utilizando a estratégia PICO para determinar melhor evidência disponível para o cuidado do cliente/família em relação a prevenção da extubação acidental associada ao cuidado de enfermagem em quatro momentos: banho no leito, mudança de decúbito, troca da fixação e transporte. E ressalta que medidas preventivas durante os quatro momentos do cuidado de enfermagem de maior incidência da extubação acidental são capazes de promover a redução da ocorrência e os agravos deste evento adverso.

            Em um estudo americano15 o alerta é que os níveis de sedação e a utilização de dispositivos de retenção estão associados com extubações não planejadas e a necessidade de reintubação. Propõe-se o desenvolvimento de um protocolo de sedação para melhor monitoramento das medicações e reforça a importância de uma equipe treinada e disponível para os eventos adversos na unidade de terapia intensiva. Daí a importância da equipe multidisciplinar no cuidado ao paciente, é relevante a discussão sobre a criação de protocolos de sedação para garantir um melhor controle do paciente e o treinamento da equipe de enfermagem para lhe dar com esses eventos adversos .

            Identificou-se16 também que um baixo nível de consciência e a presença de infecção nosocomial na Unidade de Terapia Intensiva intensificam o risco de extubação não planejada, mesmo quando às limitações físicas são usadas. E estabelece que para minimizar o risco de extubação não planejada, o enfermeiro deve avaliar o nível de consciência dos pacientes através da GCS – Escala de Coma de Glasgow e avaliar o risco da aplicação de contenção física. Já que os pacientes são mais propensos a ter uma extubação não planejada quando estão fisicamente contidos.

            Em um outro estudo17 foram elaboradas três recomendações para a melhoria do sitema de conferências: reescrever um procedimento padronizado para o tratamento da sepse em pacientes neutropênicos, padronizar a prescrição diária de configurações de ventilação mecânica, especificando o tipo de respirador utilizado, e  redefinir a função de cada enfermeira durante a gestão de paradas cardíacas e / ou respiratórias. Estas recomendações foram implementadas rapidamente, e não houve eventos adversos desde a sua implantação. Acredita-se que a sistematização de conferências de morbidade e mortalidade durante o trabalho é viável e útil, pois além do valor educativo para toda a equipe multidisciplinar, avalia a qualidade do cuidado, a segurança do paciente, as relações interpessoais, interdepartamentais e a comunicação da equipe.

            Um estudo bem atualizado18 destacou as preocupações dos enfermeiros especialistas em realizar um transporte seguro e uma assistência qualificada e como lidar com estes sentimentos. E ressaltou a importância de reforçar os recursos internos e externos, bem como, incentivar a comunicação, compartilhar informações e experiências entre os colegas, trabalho em equipe e curso de formação nacional com instruções e orientações claras que devem ser fornecidas para garantir a segurança do paciente.

            Destaca-se19 recomendações para a prática clínica segura durante o transporte intra-hospitalar e oferece uma lista de questões que devem ser consideradas ao planejar o transporte de pacientes: Alerta vermelho quando se considera o transporte de pacientes, decisões de transporte, equipamentos adequados para o transporte intra-hospitalar, avaliação da deterioração respiratória súbita em pacientes entubados e monitorização durante o transporte.

            Enfim, uma revisão da literatura8 enfoca o desenvolvimento de uma ferramenta para auxiliar a enfermeira da Unidade de Cuidados Intensivos (UTI) no pré-transporte e minimizar os riscos de eventos adversos durante o transporte intra-hospitalar. A Preparação pré-transporte é abordada através de uma lista de verificação, um formulário de avaliação do paciente, lista de destino, gráfico de observação, seções para documentação das complicações durante o transporte e um lembrete para a verificação do equipamento e oxigênio. O resultado dessa ferramenta minimiza os riscos associados ao transporte, oferece segurança ao paciente e assistência de enfermagem qualificada.

            Baseando-se nessa discussão podemos observar que muito se fala na criação e na importância dos protocolos para a prevenção da extubação acidental. Cabe ao enfermeiro a implementação desses protocolos de medidas preventivas para a extubação acidental, e não somente trabalhar em cima da formulação desses protocolos como também testá-los e fazer seus devidos ajustes de acordo com as dificuldades ou falhas encontradas, trabalhando incansávelmente na busca pela qualidade e cuidado centrado no paciente.

 

CONCLUSÃO

            Através dessa busca na literatura científica não foi identificado nenhum estudo específico de enfermeiros associando a extubação acidental ao transporte de pacientes críticos, porém, foi reconhecida a preocupação dos enfermeiros com a extubação acidental e suas complicações em vários momentos do cuidado de enfermagem.

            A contribuíção desse estudo para a redução da ocorrência da extubação acidental durante o transporte esta no sentido de levar reflexões e conhecimento sobre a importância do cuidado bem planejado e de uma equipe de enfermagem treinada para uma assistência qualificada. A criação de intervenções de enfermagem e a formulação de estratégias para prevenção da extubação acidental durante o cuidado de enfermagem contribui não só para a excelência do cuidado prestado, mas também, para a diminuíção dos gastos com reintubações e com o aumento do tempo de estadias nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI).

         A implementação de protocolos pré-transporte minimizam os riscos de eventos adversos durante o transporte do paciente crítico, pois esta ferramenta oferece subsídios que auxiliam na prestação do cuidado de enfermagem através de condutas importantes que lembram a equipe de enfermagem alguns cuidados essenciais, e que as vezes são esquecidos por conta do stress vivenciado pelo transporte. A Preparação pré-transporte é abordada através de uma lista de verificação, um formulário de avaliação do paciente, lista de destino, gráfico de observação, seções para documentação das complicações durante o transporte e um lembrete para a verificação do equipamento e oxigênio.

            Embora o desenvolvimento desses protocolos tenham sido eficaz, mais estudos são necessários pois está temática envolve vários outros contextos que precisam ser explorados como: treinamento da equipe de enfermagem, carga horária de trabalho, dimensionamento de pessoal, escala de coma de Glasgow e nível de sedação. É possível oferecer uma assistência de enfermagem qualificada e com o cuidado centrado no paciente através de iniativas voltadas para o desenvolvimento de pesquisas baseadas em evidências, com o objetivo de realizar a melhor intervenção e oferecer melhores resultados.

 

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