Journal of Specialized Nursing Care

 GERENCIAMENTO DE ENFERMAGEM NA PREVENÇÃO DA HIPERVOLEMIA EM PACIENTES DE ALTA COMPLEXIDADE: uma revisão sistematizada de literatura  

MANAGEMENT OF NURSING IN THE PREVENTION OF PATIENTS AT HIGH HYPERVOLEMIA COMPLEXITY: a systematic review of literature

 

Ana Cristina Nunes P. de oliveira. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos da Universidade Federal Fluminense (UFF). ana.cris66@yahoo.com.br
Isabel Cristina Fonseca da Cruz.
Doutora em Enfermagem. Professora Titular da UFF.
isabelcruz@uol.com.br

 Resumo: Pesquisa científica do tipo revisão sistemática de literatura utilizando-se do método de análise qualitativa de informações, nos últimos 05 anos, a pesquisa na BVS contribuiu com o achado de 10 artigos, sendo 04 artigos em língua vernácula e 06 em idioma inglês. Para abordar o tema as complicações ocasionadas pelo excesso de líquidos circulantes no organismo. O objetivo geral abordou a relevância da Estratégia PICO como uma aliada da enfermeira na fundamentação dos diagnósticos sobre a hipervolemia e o objetivo específico foi levantar a fisiopatologia do excesso de volume de líquidos circulantes a partir da utilização da Estratégia PICO e classificá-los segundo os domínios da Taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA).

Descritores: Cuidados de Enfermagem, Avaliação e Diagnóstico.

 Abstract: Scientific research on the type systematic literature review using the method of qualitative analysis of information in the last 05 years, research in VHL helped with the finding of 10 articles, and 04 articles in the vernacular and 06 in English language. To address the issue the complications caused by excess fluid circulating in the body. The overall goal addressed the relevance of the PICO strategy as an ally in the grounds of the nursing diagnoses of hypervolemia and specific objective was to raise the pathophysiology of excess fluid volume from the current use of the PICO strategy and classify them according to areas of Taxonomy of North American Nursing Diagnosis Association (NANDA).

Descriptors: Nursing Care, Assessment and Diagnosis.

1.- Introdução

As complicações ocasionadas pelo excesso de líquidos circulantes no organismo é o tema a que se dedica esta revisão sistematizada. Tal como o equilíbrio das circulações arterial e venosa, a circulação de líquidos é um processo dinâmico e crucial para uma vida que, para existir, necessita se renovar a cada ciclo cardíaco e coexistir em harmonia.

Algumas características que os transtornos clínicos ou traumáticos podem provocar é a invisibilidade dos agravos que decorrem da circulação desequilibrada de líquidos orgânicos.

Tanto a diminuição quanto o aumento dos líquidos circulantes no organismo, são conhecidos como volemia. Quando a volemia encontra-se diminuída diz-se hipovolemia; quando aumentada diz-se hipervolemia – essas são as denominações utilizadas por médicos (as) e enfermeiros (as), para abordar uma das faces mais emblemáticas do binômio saúde-doença. 

Desde o século XVII a sociedade se rendeu à representação social do sangue, a partir da descoberta de que a circulação sanguínea, não fluía e refluía a partir dos movimentos respiratórios como se acreditava à época.

A publicação sobre as teorias, envolvendo a circulação sanguínea, trouxe ao conhecimento comum, que o coração – um músculo com performance de uma bomba propulsora, era o responsável, por fazer o sangue circular por todo o organismo.

Assim sendo, a sociedade se apropriou destes conhecimentos de tal ordem que o coração, ficou num plano, em que o sangue se tornou a evidência, e dizer que “o fulano tem sangue quente; ciclano tem sangue frio...; o sangue subiu à cabeça,” são representações empíricas, que revelam a importância que o sangue ocupa no inconsciente coletivo.

Contudo, além da circulação sanguínea, o coração também apresenta afinidade com a circulação de líquidos orgânicos. Pois para que efetive a ação de propulsionar o sangue por todo sistema, depende da volemia, para fazer circular eletrólitos como: sódio, potássio e cálcio, dentre outros íons envolvidos no desempenho cardíaco.

Consciente então da importância da circulação de líquidos, a enfermeira intensivista, sabe que quando um paciente apresenta distúrbio volêmico, concomitantemente está desenvolvendo algum desequilíbrio hidroeletrolítico.

E nesse caso, estar atualizada sobre como agir no transcorrer da assistência, para afastar ou minimizar os possíveis inconvenientes da hipervolemia - o foco deste estudo torna-se primordial para a qualidade da assistência prestada, ao paciente na unidade de tratamentos intensivos (UTI), muito em função desses distúrbios, apresentarem origem ambígua, insurgindo-se de forma endógena, em consequência da ação dos processos patológicos ou dos processos exógenos que podem ser gerenciados.

Assim, interceder utilizando-se de uma Sistematização de Assistência em Enfermagem (SAE) como a Estratégia PICO, que auxilie na percepção do transtorno hipervolêmico aperfeiçoa a contribuição da enfermeira intensivista, numa assistência, que se almeja de qualidade para qualquer paciente, em especial os que se encontram em tratamento de alta complexidade.

 1.2 – Objeto de Estudos; Pergunta da Pesquisa e Objetivos:

 Buscando aprofundar os conhecimentos acerca dos processos que envolvem a hipervolemia, como um dos agravos preveníveis, pela enfermeira intensivista, configuram-se como objeto de estudos as publicações sobre a utilização das diversas SAEs e da Estratégia PICO - uma Sistematização utilizada pela enfermagem originária da Prática Baseada em Evidências (PBE).

Uma SAE pode ser considerada como um instrumento ou uma tecnologia e, tratando-se da Estratégia PICO, acredita-se que sua ideologia seja funcionar como ponte que liga os diagnósticos de enfermagem e demais intervenções, às melhores evidências disponibilizadas, na literatura científica disponível; a partir de uma pergunta encaminhada à população foco de estudos, utilizando-se do acrônimo PICO:

 Quadro 1:                                    Estratégia PICO

ACRÔNIMO

   DEFINIÇÃO

                      DESCRIÇÃO

P

Paciente ou diagnóstico de enfermagem

 

            Excesso de líquidos no cliente;

I

Prescrição

            Gerenciamento hidroeletrolítico; 

C

Controle ou Comparação

Monitorização/controle do volume administrado e excretado;

O

Resultado

Estabilidade do volume hidroeletrolítico/adequação hidroeletrolítica.

Fonte: transformado em Jan. (2013).

 Assim tem-se a pergunta problema: (P) No cliente de alta complexidade, (I) em tratamento da saúde na UTI, (C) como a Estratégia PICO pode nortear as ações do (a) enfermeiro (a), (O) no tratamento não medicamentoso do excesso do volume de líquidos circulantes no organismo? Visando atender responsivamente a esta questão elaborou-se os objetivos:

 Objetivo Geral:  

·         Abordar a relevância da Estratégia PICO como uma aliada da enfermeira na fundamentação dos diagnósticos sobre a hipervolemia;  

Objetivo Específico:  

·         Levantar a fisiopatologia do excesso de volume de líquidos circulantes a partir da utilização da Estratégia PICO e classificá-los segundo os domínios da Taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA).  

A visão holística do (a) enfermeiro (a) sempre fez parte das ações cuidativas em qualquer cenário de tratamento à saúde, em especial na UTI. Nesse sentido, instrumentos como a Especialização de Enfermagem em Cuidados Intensivos e o estímulo à utilização da Estratégia PICO, além de estreitar a relação profissional-cliente, credibiliza o (a) profissional de enfermagem, junto aos demais da equipe multidisciplinar de saúde, pois fornece conhecimentos oriundos das evidências científicas, além de propiciar à adoção de uma linguagem padronizada; acena com mais autonomia para o profissional na tomada de decisões; estimula nele o senso crítico e amplia sua liderança junto à equipe a que representa.

Assim sendo, a enfermeira que no transcorrer do seu trabalho, utiliza-se de uma SAE, estará agindo em concordância com Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) que através da portaria nº. 358/2009, outorga ao (a) enfermeiro (a) o direito e o dever de aplicar o processo de enfermagem, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos ou privados, em que ocorra o cuidado profissional de enfermagem1.  

1.3 – Contribuição  

Com a elaboração deste estudo, espera-se que o mesmo se torne mais um instrumento de pesquisa, e assim vir a contribuir para engrandecer os conhecimentos de qualquer interessado pelo tema em questão, seja estudante da graduação ou da pós-graduação; profissionais de enfermagem ou de outras áreas focadas na assistência baseada em evidências.

Nesta oportunidade, ressalta-se que a construção desta revisão sistematizada de literatura, somente pôde ganhar fundamentação científica, graças aos ensinamentos advindos da academia ao longo do Curso de Especialização de Enfermagem em Cuidados Intensivos, que objetivando mesclar conhecimentos científicos aos cuidados de enfermagem, alça a enfermagem – parceira e companheira da sociedade, ao patamar de profissão com bases fincadas na tecnologia e na ciência para atender com acurácia as necessidades do ser humano.

2.- Metodologia

 Muito mais que uma disciplina considera-se a Metodologia da Pesquisa Científica, como um veículo de introdução ao mundo dos procedimentos sistemáticos e racionais, capazes de fornecer ao discente e ao profissional, as bases lógicas do pensamento crítico e investigativo2.

 2.1 - Tipo de Estudo  

Trata-se de pesquisa científica do tipo revisão sistemática de literatura utilizando-se do método de análise qualitativa de informações. A pesquisa científica implica em coleta de dados ou de informações oriundas de variadas fontes pesquisadas por outros estudiosos, que podem advir de achados científicos provenientes tanto da documentação direta como da documentação indireta3.

A abordagem qualitativa subentende que os sujeitos da pesquisa, assim como a dinâmica em que se dão as relações sociais, perpassam por hábitos, valores e crenças, não mensuráveis em equações médias e estatísticas4.  

2.2- Material e temporalidade  

A construção da metodologia, baseou-se em informações técnico-científicas, recolhidas em livros didáticos e em artigos periódicos de cunho científico escritos e virtuais provenientes da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS)5 no espaço compreendido entre os anos 2000 e 2007.

A fase de análise qualitativa de informações, contará exclusivamente com as informações científicas provenientes das publicações da BVS no espaço temporal entre os anos de 2007 a 2012 a partir dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS)6: Cuidados de enfermagem; Avaliação e Diagnóstico e do trabalho de . Dispostas no quadro nº. 01

       

       Quadro 2:                                    Descritores

               DESCRITORES

            DEFINIÇÃO/BVS

 

Cuidados de enfermagem;

 

 

Avaliação;

 

 

 

Diagnóstico;

 

 

Cuidados prestados ao paciente pela equipe de enfermagem.

 

Diagnóstico da Situação; Métodos de Avaliação Técnicas de Avaliação; Avaliação de Impacto; Medição de Impacto.

Determinação da natureza de uma doença ou estado, ou a diferenciação entre elas. A avaliação pode ser feita através de exame físico, exames laboratoriais, ou similares. É possível usar softwares para melhorar o processo de tomada de decisão.

       Fonte: DeCS/BVS (2012).

2.3 – Critérios de Inclusão e exclusão de artigos  

Os critérios de inclusão privilegiaram artigos com textos completos; que estivessem disponíveis na íntegra em língua vernácula e inglesa; que apresentassem conotação com o tema da pesquisa, e que se encontrassem dentro do espaço temporal estipulado.  

Os critérios de exclusão foram: artigos repetidos; que não estivessem disponíveis na íntegra para consulta; que não contemplassem a temática do estudo e que ultrapassassem o espaço temporal de cinco (05) anos.

Vale ressaltar que ambos os critérios, só puderam ser construídos, a partir da técnica da pré-leitura. Essa técnica de leitura é um recurso que se utiliza para selecionar dos documentos bibliográficos dados para subsidiar o trabalho7.

Durante a busca sistematizada, inicialmente despendeu-se leitura exploratória sobre os títulos, buscando neles alguma relevância com os propósitos do estudo, e posteriormente aprofundou-se a leitura, junto aos resumos dos artigos, cujos títulos denotassem a presença de algum descritor em saúde ou algum eixo conotativo com o estudo.

Assim sendo, a pré-seleção, culminou com o achado de 10 (dez) artigos científicos, destes 04 (quatro) provieram de autoria brasileira e 06 (seis) de autoria estrangeira.  

2.4 – Dinâmica de utilização dos DEcS  

No intuito de encontrar na literatura vigente artigos que pudessem contribuir fornecendo a melhor evidência científica, iniciou-se a busca sistematizada por artigos na língua vernácula, a partir da seguinte dinâmica de descritores: Avaliação e Cuidados de enfermagem , a BVS contribuiu com o achado de 2603 artigos com textos completos; ao solicitar pelo assunto principal: Determinação de necessidades de cuidados, surgiram 158 artigos com textos completos, reforçando a escolha por artigos em língua vernácula, a contribuição foi de 08 (oito) textos, dos quais 01 (um) artigo em língua vernácula correspondeu  aos propósitos do estudo.

Prosseguindo as buscas, utilizou-se o conectivo and, ficando assim a composição: Avaliação and Cuidados de enfermagem. Surgindo 4635 artigos com textos completos; clicando-se na opção assunto principal: Determinação de necessidades de cuidados, surgiram 322 artigos; solicitando-se pelo idioma em língua vernácula a contribuição foi de 15 textos, sendo que somente 01 (um) apresentou relevância com o sujeito da pesquisa.

Invertendo-se as posições dos descritores para Cuidados de enfermagem e Avaliação, surgiram 2234 artigos com textos completos, solicitando-se pelo idioma em português a contribuição foi de 23 artigos e de 111 em língua inglesa, sendo que somente um artigo em língua vernácula foi selecionado, por abordar a temática do estudo.

O segundo cruzamento foi entre os descritores: Cuidados de enfermagem e Diagnóstico. Nesse sentido a contribuição foi de 15 artigos; clicando no assunto principal: Diagnóstico de enfermagem, surgiu um artigo não disponível para consulta.

Utilizando Cuidados de enfermagem and Diagnóstico, a contribuição foi de 399 artigos; buscando pelo assunto principal: Diagnóstico de enfermagem, a contribuição foi de 103 artigos, sendo que ao reafirmar a escolha pelo idioma em português, a contribuição foi de um artigo com texto completo que atendeu aos propósitos do estudo.

Assim foram capturados os 04 (quatro) textos em língua vernácula, cujas informações orientarão o desenvolvimento das categorias de análise de informações.

A escolha dos textos estrangeiros se deu a partir da leitura dos títulos dos artigos disponíveis e da identificação de pelo menos um dos descritores, sem utilizar neste caso, do recurso de cruzamento entre descritores.

De posse do material, impetrou-se a leitura interpretativa e minuciosa sobre cada artigo, reforçando a ideia de selecionar aqueles que correspondiam aos propósitos da pesquisa e classifica-los conforme a força das evidências  segundo a Estratégia PICO:  

Quadro 3:                      Diferentes Graus de Evidência

GRAUS

   CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO DAS EVIDÊNCIAS

        I

 

        II

 

        III

 

 

          IV

 

           V

Evidência forte proveniente de pelo menos uma revisão Sistemática de ensaios clínicos randomizados;

 Evidência forte, proveniente de pelo menos, um ensaio clínico controlado randomizado bem delineado;

Evidência proveniente de um ensaio clínico bem delineado sem randomização de estudos de apenas um grupo, do tipo antes e depois, de coorte, de séries temporais, ou de estudos caso-controle;

Evidência a partir dos estudos não-experimentais por mais de um grupo de pesquisa;

Opiniões de autoridades respeitadas, baseadas em evidência clínica, estudos descritivos ou relatórios de comitês de especialidades.

Fonte: transformado de Miquelam, B. e Cruz (2013).

No quadro 04 (quatro) abaixo, encontram-se dispostos por ano de publicação, os resultados da busca virtual já classificado com as melhores evidências disponíveis na BVS.  

Quadro 4:                        Evidências disponíveis e pertinentes

 

Autor (es), data e país

Objetivo da pesquisa

Força da evidência

Tipo de estudo e instrumentos

Principais achados

Conclusões

ROMAN, M; THIMOTHEE, S; VIDAL, JE. 2008,   EUA.

 

 Interpretar os achados da gasometria arterial e identificar os parâmetros existentes e as formas de compensação do organismo;

      5A

Revisão bibliográfica

Evidenciou-se que os dados mais a serem avaliados em uma gasometria arterial são: pH, PCO2 e HCO3. Seus valores determinam acidose ou alcalose no organismo, cabendo ao sistema renal e respiratório trabalhar para garantir a homeostase orgânica;

A gasometria arterial é de grande importância para o cuidado do paciente, pois mensura o equilíbrio ácido-base e o nível de oxigenação sanguínea.

ROLIM, ILTP. 2008

Fortaleza-Br(1)

Analisar a indicação e a aplicabilidade das intervenções propostas pela NIC para o diagnóstico “Volume de Líquido Excessivo”

      1A.

Revisão sistemática

 

Devido a amplitude que envolve a o diagnóstico em questão, torna-se necessárias  realizações de outras  investigação sobre a referida classificação.

O estudo mostrou a relevância do uso das intervenções propostas pela taxonomia NIC.

TRUPPEL, TC. et al.2009 Br.

 

 Reestruturar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma UTI, baseando-se na classificação internacional para a prática de enfermagem (CIPE);

 

    3A

Pesquisa metodológica

 

Determinação das prescrições e construção de normas, rotinas e procedimentos. Caracterizou-se a prática da enfermagem em UTI, assim como a complexidade do cuidado ao paciente crítico;

Compreende-se a SAE como um instrumento que  valoriza a  prática da Enfermagem intensivista.

Sumnall R.

2007. USA

O objetivo deste estudo é avaliar o uso   de fluido e diuréticos nas intervenções em pacientes com insuficiência renal aguda.

B1

Revisão de literatura

Rever a eficácia do gerenciamento de fluidos e diuréticos na IRA

Identificar abordagens para o desenvolvimento da prática futura do gerenciamento de fluidos e diuréticos na IRA.

JONES, MB, 2010,   EUA.

Revisar os conceitos do equilíbrio ácido-básico e as suas causas mais comuns de desequilíbrio, evidenciando a acidose metabólica.

3ª.

 

 Ensaio clínico sem randomização;

Identificou-se três principais tipos de acidoses:  cetoacidose diabética; acidose lática e acidose causada por desidratação em gastroenterite aguda.

Conhecer sobre o desequilíbrio ácido-básico, e identificar sua origem, são ações que previne atos iatrogênicos nas UTIs.

 MURPHY, F.; BYRNE, G.; EUA; 2010.

 

Familiarizar estudantes e enfermeiros sobre a doença renal crônica (DRC) e seu impacto na assistência;

       1B

Revisão Bibliográfica

 É primordial que todos os profissionais de enfermagem, conheçam a fisiopatologia da DRC para atuar no seu controle e minimização de danos;

Existem 03 tipos de lesão renal, classificadas em: pré-renal, renal ou intraintrínseca e insuficiência renal. Outro fator relevante, é reconhecer que a DRC é irreversível,  sendo a prevenção de primordial importância.

Travers B, et al. Irlanda;

2007

Avaliar o efeito clínico da restrição hídrica em pacientes internados no hospital com insuficiência cardíaca classe IV (IC).

  3B

Este é um único-cego randomizado controlado

restrição de fluido não é uma terapia baseada em evidências embora ocasionalmente é aplicado no tratamento da insuficiência cardíaca.

 Estes resultados sugerem que FR não é de qualquer benefício clínico em pacientes com IC descompensada aguda e essa hipótese deve ser testado em um estudo maior randomizado e controlado

Lee JW; 2010;

Korea

 

Para fornecer os melhores cuidados, os prestadores de cuidados de saúde devem estar familiarizados com os princípios e práticas de fluidos e eletrólitos fisiologia e fisiopatologia.

4D

Evidência a partir dos estudos não experimentais por mais de um grupo de pesquisa

Distúrbios em fluidos e eletrólitos estão entre os problemas clínicos mais comuns encontradas na unidade de terapia intensiva (UTI).

Deficiências de íons divalentes tais como hipocalcemia, hipomagnesemia e hipofosfatemia deve ser identificada e corrigida, uma vez que estão associados com o aumento de eventos adversos entre os pacientes criticamente enfermos.


MIQUELAM, B.; CRUZ, North America, feb. 2011.BR

 

 

Identificar  na produção científica de enfermagem, a partir da Estratégia PICO para localizar a melhor evidência disponível para o Gerenciamento Hidroeletrolítico no cliente com IRA em UTI.

 

Pesquisa bibliográfica computadorizada, compreendida no período de 2006 a 2010, nos índices dos periódicos.

A monitorização diária da função renal pela equipe de enfermagem é um cuidado importante para evitar as complicações da IRA e a respectiva mortalidade.

A busca por intervenções de enfermagem adequadas ao cliente com alteração hidroeletrolítica, do mesmo modo que a educação permanente da equipe de enfermagem são ações que podem aumentar a qualidade dos cuidados de enfermagem ao paciente de alta complexidade.

ALITI, GB.;  et al.2011 BR.

Identificar sinais e sintomas de pacientes portadores de insuficiência cardíaca (IC) descompensada visando aferir os diagnósticos de enfermagem (DE) prioritários;

        3B

Estudo transversal sobre dados coletados por enfermeiras treinadas em IC;

A contribuição dos sinais e sintomas compilados constituiu-se num conjunto de pistas utilizáveis para os DE,

O débito cardíaco diminuído e o Volume de líquidos em excesso foram os diagnósticos prioritários na população estudada.

              

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: Transformada da BVS (2012).     

3.0 – O paradigma da Sistematização  

Dentre outras funções, a rotina de trabalho da enfermeira intensivista, perpassa por prevenir as ocorrências deletérias envolvendo o excesso de líquidos orgânicos, como mais um agravo à saúde do paciente em estado crítico. Isso porque na UTI, algumas injúrias agudas como hemorragias ou crônicas, como os processos infecciosos tendem a provocar desequilíbrio hidroeletrolítico.

Assim sendo, antever esses distúrbios, é ganhar dianteira junto à essas complicações, originando a necessidade de se buscar por um instrumento como a Estratégia PICO - uma sistematização originária da Prática Baseada em Evidências (PBE), que visa estabelecer a ligação entre os diagnósticos de enfermagem e as melhores evidências disponibilizadas na literatura científica. Assim sendo, os resultados da revisão sistematizada acima, apontaram que 50% (cinco) artigos disponíveis em língua inglesa, focaram a fisiopatologia envolvida nos distúrbios hidroeletrolíticos dos pacientes em estado crítico de saúde; 1% (um) artigo abordou a compilação eletrônica dos dados provenientes da estadia dos pacientes de uma UTI como forma de através da informatização de dados, minimizar ou coibir futuros atos iatrogênicos.

Por outro lado, 40% (quatro) artigos disponíveis em língua vernácula, abordaram o uso de uma SAE, para nortear desde o diagnóstico de enfermagem às demais intervenções pertinentes aos pacientes portadores de desequilíbrio hidroeletrolítico. Dentre os 04 (quatro) artigos nacionais, 01 (um) citou a Estratégia PICO como um recurso à busca sistematizada pela melhor evidência disponível. Assim sendo a Estratégia PICO demonstrou que a UTI, é um cenário de cuidados, em que o tratamento do paciente perpassa pela administração de soluções e fármacos intravenosos.

Assim, sendo consideram-se que os diluentes, as medicações líquidas para uso intravenoso, a nutrição parenteral ou a dieta enteral, precisam ser computados no cálculo do total de fluidos infundidos como um dos cuidados de enfermagem mais abrangente à esse paciente.

Assim sendo percebe-se que independente da SAE utilizada, elas se complementam, nos objetivos a que se propõem, e a Estratégia PICO por considerar a força das evidências científicas, surge como a SAE que mais embasa os diagnósticos e as ações preventivas de enfermagem no gerenciamento da hipervolemia. 

3.1 Complicações da hipervolemia  

Como inicialmente falado, o tratamento do paciente em estado crítico de saúde na unidade de tratamentos intensivos (UTI) perpassa pela administração de soluções e fármacos intravenosos. Entretanto a reposição exagerada de fluidos intravenosos pode estar ancorada a uma série de complicações as gêneses desses distúrbios advêm de origem ambígua, a partir dos processos internos relacionados às complicações patologias como Sepsis, a Insuficiência renal aguda (IRA).

3.2 A relação entre terapia e excesso de líquidos  

O tratamento do paciente em estado crítico de saúde na unidade de tratamentos intensivos (UTI) perpassa pela administração de soluções e fármacos intravenosos. Entretanto a reposição exagerada de fluidos intravenosos pode estar ancorada a uma série de complicações.

Assim, sendo consideram-se que diluentes,medicações líquidas para uso intravenoso, nutrição parenteral ou dieta enteral, precisam ser computados no cálculo do total de fluidos infundidos.

Podendo-se intuir que se devidamente monitorado esse volume, a prescrição médica de infusão de líquidos, pode ser adequada em relação ao volume de fármacos administrados, no objetivo de se manter o controle sobre o total de líquidos.  

No decorrer do trabalho na UTI, o profissional de saúde, constantemente depara-se com algumas características que os transtornos clínicos ou traumáticos podem provocar: o desequilíbrio da circulação de líquidos orgânicos.

Tanto a diminuição quanto o aumento dos líquidos circulantes no organismo, são conhecidos como volemia. Quando a volemia encontra-se diminuída diz-se hipovolemia; quando aumentada diz-se hipervolemia – essas são as denominações utilizadas por médicos (as) e enfermeiros (as), para abordar uma das faces mais emblemáticas do binômio: saúde doença. 

Desde o século XVII a sociedade se rendeu à representação social do sangue, a partir da descoberta de que a circulação sanguínea, não fluía e refluía a partir dos movimentos respiratórios como se acreditava à época.

A publicação sobre as teorias, envolvendo a circulação sanguínea, trouxe ao conhecimento comum, que o coração – um músculo com o desempenho de uma bomba propulsora, responsável, por fazer o sangue circular por todo o organismo.

Assim sendo, a sociedade se apropriou destes conhecimentos de tal ordem que o coração, ficou num plano, em que o sangue se tornou a evidência, e dizer que “o fulano tem sangue quente; ciclano tem sangue frio...; o sangue subiu à cabeça,” são representações empíricas, que revelam a importância que o sangue ocupa no inconsciente coletivo.

Contudo, além da circulação sanguínea, o coração também apresenta afinidade com a circulação de líquidos orgânicos. Pois para que efetive a ação de propulsionar o sangue por todo sistema, depende da volemia, para fazer circular eletrólitos como: sódio, potássio e cálcio, dentre outros íons envolvidos no desempenho cardíaco.

CONCLUSÃO

Sistematizar o cuidado implica em utilizar uma metodologia de trabalho embasada cientificamente. Isto resulta na consolidação da profissão e visibilidade para as ações desempenhadas pelo enfermeiro, bem como oferece subsídios para o desenvolvimento do conhecimento técnico-científico. Estes sustentam e caracterizam a enfermagem enquanto disciplina e ciência, cujos conhecimentos são próprios e específicos.

Deste modo, conclui-se que a busca de intervenções de enfermagem adequada ao cliente com alteração hidroeletrolítica, do mesmo modo que a educação permanente da equipe de enfermagem são ações que podem aumentar a qualidade do cuidado de enfermagem ao paciente de alta complexidade.

Este artigo, por conter dados atuais baseados em evidências científicas, auxilia o enfermeiro a exercer suas funções com maior eficácia, responsabilidade e segurança para o paciente e seu familiar e comunidade.

Referências

1-BRASIL, Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) portaria nº. 358/2009. Brasil. Conselho Federal de 3-. Acesso em fevereiro, 2012.  

2- CHAVES, MA. Projeto de Pesquisa: guia prático para monografia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak, 2007  

3-GIL, AC. Como elaborar projeto de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.  

4-MINAYO, MCSS. et al. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 11ª. ed. Petropolis: Vozes; 2000.  

5-BIREME. Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/regional/index.php. Acesso em: fevereiro de 2013.  

6-DESCRITORES EM CIÊNCIAS DA SAUDE (DEcS). Disponível em: http://decs.bvs.br/cgi-bin/wxis1660.exe/decsserver/. Acesso em janeiro, 2013.  

7-CERVO, AL. BERVIAN, PA. Metodologia Científica. 5 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005  

8- Roman M, Thimothee S,Vidal JE.Arterial blood gases. Medsurg Nurs [periódico na internet]. 2008 Aug [acesso em 2013-02]; 17(4):268-9.                     Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18807864

9- Rolim ILTP. Análise das intervenções da NIC indicadas para diagnóstico de enfermagem "volume de líquido excessivo" em unidade de terapia intensiva [monografia na internet].Fortaleza:2008 [acesso em 2013 fev ]. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br:8080/ri/bitstream/123456789/2095/1/2008_tese_iltprolim.pdf.

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