MANAGEMENT
OF NURSING IN THE PREVENTION OF PATIENTS AT HIGH HYPERVOLEMIA COMPLEXITY: a
systematic review of literature
Ana
Cristina Nunes P. de oliveira.
Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados
Intensivos da Universidade Federal Fluminense (UFF). ana.cris66@yahoo.com.br
Isabel Cristina Fonseca da Cruz. Doutora em Enfermagem. Professora Titular
da UFF. isabelcruz@uol.com.br
Descritores:
Cuidados de Enfermagem, Avaliação e Diagnóstico.
Descriptors:
Nursing Care, Assessment and Diagnosis.
1.-
Introdução
As
complicações ocasionadas pelo excesso de líquidos circulantes no organismo
é o tema a que se dedica esta
revisão sistematizada. Tal como o equilíbrio das circulações arterial e
venosa, a circulação de líquidos é um processo dinâmico e crucial para
uma vida que, para existir, necessita se renovar a cada ciclo cardíaco e
coexistir em harmonia.
Algumas
características que os transtornos clínicos ou traumáticos podem provocar
é a invisibilidade dos agravos que decorrem da circulação desequilibrada de
líquidos orgânicos.
Tanto
a diminuição quanto o aumento dos líquidos circulantes no organismo, são
conhecidos como volemia. Quando a volemia encontra-se diminuída diz-se
hipovolemia; quando aumentada diz-se hipervolemia – essas são as denominações
utilizadas por médicos (as) e enfermeiros (as), para abordar uma das faces
mais emblemáticas do binômio saúde-doença.
Desde
o século XVII a sociedade se rendeu à representação social do sangue, a
partir da descoberta de que a circulação sanguínea, não fluía e refluía
a partir dos movimentos respiratórios como se acreditava à época.
A
publicação sobre as teorias, envolvendo a circulação sanguínea, trouxe ao
conhecimento comum, que o coração – um músculo com performance de uma
bomba propulsora, era o responsável, por fazer o sangue circular por todo o
organismo.
Assim
sendo, a sociedade se apropriou destes conhecimentos de tal ordem que o coração,
ficou num plano, em que o sangue se tornou a evidência, e dizer que “o fulano tem sangue quente; ciclano tem sangue frio...; o sangue
subiu à cabeça,” são representações empíricas, que revelam a
importância que o sangue ocupa no inconsciente coletivo.
Contudo,
além da circulação sanguínea, o coração também apresenta afinidade com
a circulação de líquidos orgânicos. Pois para que efetive a ação de
propulsionar o sangue por todo sistema, depende da volemia, para fazer
circular eletrólitos como: sódio, potássio e cálcio, dentre outros íons
envolvidos no desempenho cardíaco.
Consciente
então da importância da circulação de líquidos, a enfermeira intensivista,
sabe que quando um paciente apresenta distúrbio volêmico, concomitantemente
está desenvolvendo algum desequilíbrio hidroeletrolítico.
E
nesse caso, estar atualizada sobre como agir no transcorrer da assistência,
para afastar ou minimizar os possíveis inconvenientes da hipervolemia - o
foco deste estudo torna-se primordial para a qualidade da assistência
prestada, ao paciente na unidade de tratamentos intensivos (UTI), muito em função
desses distúrbios, apresentarem origem ambígua, insurgindo-se de forma endógena,
em consequência da ação dos processos patológicos ou dos processos exógenos
que podem ser gerenciados.
Assim,
interceder utilizando-se de uma Sistematização de Assistência em Enfermagem
(SAE) como a Estratégia PICO, que auxilie na percepção do transtorno
hipervolêmico aperfeiçoa a contribuição da enfermeira intensivista, numa
assistência, que se almeja de qualidade para qualquer paciente, em especial
os que se encontram em tratamento de alta complexidade.
Uma
SAE pode ser considerada como um instrumento ou uma tecnologia e, tratando-se
da Estratégia PICO, acredita-se que sua ideologia seja funcionar como ponte
que liga os diagnósticos de enfermagem e demais intervenções, às melhores
evidências disponibilizadas, na literatura científica disponível; a
partir de uma pergunta encaminhada à população foco de estudos,
utilizando-se do acrônimo PICO:
ACRÔNIMO |
DEFINIÇÃO |
DESCRIÇÃO |
P |
Paciente
ou diagnóstico de enfermagem |
Excesso de líquidos no cliente; |
I |
Prescrição |
Gerenciamento hidroeletrolítico; |
C |
Controle
ou Comparação |
Monitorização/controle
do volume administrado e excretado; |
O |
Resultado |
Estabilidade
do volume hidroeletrolítico/adequação hidroeletrolítica. |
Fonte:
transformado em Jan. (2013).
·
Abordar
a relevância da Estratégia PICO como uma aliada da enfermeira na fundamentação
dos diagnósticos sobre a hipervolemia;
Objetivo
Específico:
·
Levantar
a fisiopatologia do excesso de volume de líquidos circulantes a partir da
utilização da Estratégia PICO e classificá-los segundo os domínios da
Taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA).
A
visão holística do (a) enfermeiro (a) sempre fez parte das ações
cuidativas em qualquer cenário de tratamento à saúde, em especial na UTI.
Nesse sentido, instrumentos como a Especialização de Enfermagem em Cuidados
Intensivos e o estímulo à utilização da Estratégia PICO, além de
estreitar a relação profissional-cliente, credibiliza o (a) profissional de
enfermagem, junto aos demais da equipe multidisciplinar de saúde, pois
fornece conhecimentos oriundos das evidências científicas, além de
propiciar à adoção de uma linguagem padronizada; acena com mais autonomia
para o profissional na tomada de decisões; estimula nele o senso crítico e
amplia sua liderança junto à equipe a que representa.
Assim
sendo, a enfermeira que no transcorrer do seu trabalho, utiliza-se de uma SAE,
estará agindo em concordância com
Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) que através da portaria nº. 358/2009,
outorga ao (a) enfermeiro (a) o direito e o dever de aplicar o processo de
enfermagem, de modo deliberado e sistemático, em todos os ambientes, públicos
ou privados, em que ocorra o cuidado profissional de enfermagem1.
1.3
– Contribuição
Com
a elaboração deste estudo, espera-se que o mesmo se torne mais um
instrumento de pesquisa, e assim vir a contribuir para engrandecer os
conhecimentos de qualquer interessado pelo tema em questão, seja estudante da
graduação ou da pós-graduação; profissionais de enfermagem ou de outras
áreas focadas na assistência baseada em evidências.
Nesta oportunidade, ressalta-se que a construção desta revisão sistematizada de literatura, somente pôde ganhar fundamentação científica, graças aos ensinamentos advindos da academia ao longo do Curso de Especialização de Enfermagem em Cuidados Intensivos, que objetivando mesclar conhecimentos científicos aos cuidados de enfermagem, alça a enfermagem – parceira e companheira da sociedade, ao patamar de profissão com bases fincadas na tecnologia e na ciência para atender com acurácia as necessidades do ser humano.
2.-
Metodologia
Trata-se
de pesquisa científica do tipo revisão sistemática de literatura utilizando-se do método de análise qualitativa de informações.
A pesquisa científica implica em
coleta de dados ou de informações oriundas de variadas fontes pesquisadas
por outros estudiosos, que podem advir de achados científicos provenientes
tanto da documentação direta como da documentação indireta3.
A
abordagem qualitativa subentende que os sujeitos da pesquisa, assim como a dinâmica
em que se dão as relações sociais, perpassam por hábitos, valores e crenças,
não mensuráveis em equações médias e estatísticas4.
2.2-
Material e temporalidade
A
construção da metodologia, baseou-se em informações técnico-científicas,
recolhidas em livros didáticos e em artigos periódicos de cunho científico
escritos e virtuais provenientes da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS)5
no espaço compreendido entre os anos 2000 e 2007.
A
fase de análise qualitativa de informações, contará exclusivamente com as
informações científicas provenientes das publicações da BVS no espaço
temporal entre os anos de 2007 a 2012 a partir dos Descritores em Ciências da
Saúde (DeCS)6: Cuidados
de enfermagem; Avaliação e Diagnóstico e do trabalho de . Dispostas no
quadro nº. 01
Quadro 2: Descritores
DESCRITORES |
DEFINIÇÃO/BVS |
Cuidados
de enfermagem; Avaliação;
Diagnóstico; |
Cuidados
prestados ao paciente pela equipe
de enfermagem. Diagnóstico
da Situação; Métodos de Avaliação Técnicas de Avaliação; Avaliação
de Impacto; Medição de Impacto. Determinação
da natureza
de uma doença
ou estado,
ou a diferenciação entre elas. A avaliação
pode ser feita através de exame
físico,
exames laboratoriais, ou similares. É possível usar softwares para
melhorar o processo de tomada de decisão. |
Fonte: DeCS/BVS
(2012).
2.3
– Critérios de Inclusão e exclusão de artigos
Os
critérios de inclusão privilegiaram artigos com textos completos; que
estivessem disponíveis na íntegra em língua vernácula e inglesa; que
apresentassem conotação com o tema da pesquisa, e que se encontrassem dentro
do espaço temporal estipulado.
Os
critérios de exclusão foram: artigos repetidos; que não estivessem disponíveis
na íntegra para consulta; que não contemplassem a temática do estudo e que
ultrapassassem o espaço temporal de cinco (05) anos.
Vale
ressaltar que ambos os critérios, só puderam ser construídos, a partir da técnica
da pré-leitura. Essa técnica de leitura é um recurso que se utiliza para
selecionar dos documentos bibliográficos dados para subsidiar o trabalho7.
Durante
a busca sistematizada, inicialmente despendeu-se leitura exploratória sobre
os títulos, buscando neles alguma relevância com os propósitos do estudo, e
posteriormente aprofundou-se a leitura, junto aos resumos dos artigos, cujos títulos
denotassem a presença de algum descritor em saúde ou algum eixo conotativo
com o estudo.
Assim
sendo, a pré-seleção, culminou com o achado de 10 (dez) artigos científicos,
destes 04 (quatro) provieram de autoria brasileira e 06 (seis) de autoria
estrangeira.
2.4
– Dinâmica de utilização dos DEcS
No
intuito de encontrar na literatura vigente artigos que pudessem contribuir
fornecendo a melhor evidência científica, iniciou-se a busca sistematizada
por artigos na língua vernácula, a partir da seguinte dinâmica de
descritores: Avaliação e Cuidados
de enfermagem , a BVS contribuiu com o achado de 2603 artigos com
textos completos; ao solicitar pelo assunto principal: Determinação de
necessidades de cuidados, surgiram 158 artigos com textos completos, reforçando
a escolha por artigos em língua vernácula, a contribuição foi de 08 (oito)
textos, dos quais 01 (um) artigo em língua vernácula correspondeu
aos propósitos do estudo.
Prosseguindo
as buscas, utilizou-se o conectivo and, ficando assim a composição: Avaliação
and Cuidados de enfermagem. Surgindo 4635 artigos com textos
completos; clicando-se na opção assunto principal: Determinação de
necessidades de cuidados, surgiram 322 artigos; solicitando-se pelo idioma em
língua vernácula a contribuição foi de 15 textos, sendo que somente 01
(um) apresentou relevância com o sujeito da pesquisa.
Invertendo-se
as posições dos descritores para Cuidados
de enfermagem e Avaliação, surgiram 2234 artigos com textos
completos, solicitando-se pelo idioma em português a contribuição foi de 23
artigos e de 111 em língua inglesa, sendo que somente um artigo em língua
vernácula foi selecionado, por abordar a temática do estudo.
O
segundo cruzamento foi entre os descritores: Cuidados
de enfermagem e Diagnóstico. Nesse sentido a contribuição foi de 15
artigos; clicando no assunto principal: Diagnóstico de enfermagem, surgiu um
artigo não disponível para consulta.
Utilizando
Cuidados de enfermagem and Diagnóstico,
a contribuição foi de 399 artigos; buscando pelo assunto principal: Diagnóstico
de enfermagem, a contribuição foi de 103 artigos, sendo que ao reafirmar a
escolha pelo idioma em português, a contribuição foi de um artigo com texto
completo que atendeu aos propósitos do estudo.
Assim
foram capturados os 04 (quatro) textos em língua vernácula, cujas informações
orientarão o desenvolvimento das categorias de análise de informações.
A
escolha dos textos estrangeiros se deu a partir da leitura dos títulos dos
artigos disponíveis e da identificação de pelo menos um dos descritores,
sem utilizar neste caso, do recurso de cruzamento entre descritores.
De
posse do material, impetrou-se a leitura interpretativa e
minuciosa sobre cada artigo, reforçando a ideia de selecionar aqueles que
correspondiam aos propósitos da pesquisa e classifica-los conforme a força
das evidências segundo a Estratégia
PICO:
Quadro
3: Diferentes
Graus de Evidência
GRAUS
|
CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO DAS EVIDÊNCIAS |
I
II
III
IV
V |
Evidência
forte proveniente de pelo menos uma revisão Sistemática de ensaios clínicos
randomizados; Evidência
forte, proveniente de pelo menos, um ensaio clínico controlado
randomizado bem delineado; Evidência
proveniente de um ensaio clínico bem delineado sem randomização de
estudos de apenas um grupo, do tipo antes e depois, de coorte, de séries
temporais, ou de estudos caso-controle; Evidência
a partir dos estudos não-experimentais por mais de um grupo de
pesquisa; Opiniões
de autoridades respeitadas, baseadas em evidência clínica, estudos
descritivos ou relatórios de comitês de especialidades. |
Fonte:
transformado de Miquelam, B. e Cruz (2013).
No
quadro 04 (quatro) abaixo, encontram-se dispostos por ano de publicação, os
resultados da busca virtual já classificado com as melhores evidências
disponíveis na BVS.
Quadro
4:
Evidências disponíveis e pertinentes
Autor
(es), data e país |
Objetivo
da pesquisa |
Força
da evidência |
Tipo
de estudo e instrumentos |
Principais
achados |
Conclusões |
ROMAN,
M; THIMOTHEE, S; VIDAL, JE. 2008, EUA. |
Interpretar
os achados da gasometria arterial e identificar os parâmetros
existentes e as formas de compensação do organismo; |
5A |
Revisão
bibliográfica |
Evidenciou-se
que os dados mais a serem avaliados em uma gasometria arterial são: pH,
PCO2 e HCO3. Seus valores determinam acidose ou
alcalose no organismo, cabendo ao sistema renal e respiratório
trabalhar para garantir a homeostase orgânica; |
A
gasometria arterial é de grande importância para o cuidado do
paciente, pois mensura o equilíbrio ácido-base e o nível de oxigenação
sanguínea. |
ROLIM,
ILTP. 2008 Fortaleza-Br(1) |
Analisar
a indicação e a aplicabilidade das intervenções propostas pela NIC
para o diagnóstico “Volume de Líquido Excessivo” |
1A. |
Revisão
sistemática |
Devido
a amplitude que envolve a o diagnóstico em questão, torna-se necessárias
realizações de outras investigação
sobre a referida classificação. |
O
estudo mostrou a relevância do uso das intervenções propostas pela
taxonomia NIC. |
TRUPPEL,
TC. et al.2009 Br. |
Reestruturar
a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) em uma UTI,
baseando-se na classificação internacional para a prática de
enfermagem (CIPE); |
3A |
Pesquisa
metodológica |
Determinação
das prescrições e construção de normas, rotinas e procedimentos.
Caracterizou-se a prática da enfermagem em UTI, assim como a
complexidade do cuidado ao paciente crítico; |
Compreende-se
a SAE como um instrumento que valoriza
a prática da Enfermagem
intensivista. |
Sumnall
R. 2007.
USA |
O
objetivo deste estudo é avaliar o uso
de fluido e diuréticos nas intervenções em pacientes com
insuficiência renal aguda. |
B1 |
Revisão
de literatura |
Rever
a eficácia do gerenciamento de fluidos e diuréticos na IRA |
Identificar
abordagens para o desenvolvimento da prática futura do gerenciamento de
fluidos e diuréticos na IRA. |
JONES,
MB, 2010, EUA. |
Revisar
os conceitos do equilíbrio ácido-básico e as suas causas mais comuns
de desequilíbrio, evidenciando a acidose metabólica. |
3ª. |
Ensaio
clínico sem randomização; |
Identificou-se
três principais tipos de acidoses:
cetoacidose diabética; acidose lática e acidose causada por
desidratação em gastroenterite aguda. |
Conhecer
sobre o desequilíbrio ácido-básico, e identificar sua origem, são ações
que previne atos iatrogênicos nas UTIs. |
MURPHY,
F.; BYRNE, G.; EUA; 2010. |
Familiarizar
estudantes e enfermeiros sobre a doença renal crônica (DRC) e seu
impacto na assistência; |
1B |
Revisão
Bibliográfica |
É
primordial que todos os profissionais de enfermagem, conheçam a
fisiopatologia da DRC para atuar no seu controle e minimização de
danos; |
Existem
03 tipos de lesão renal, classificadas em: pré-renal, renal ou
intraintrínseca e insuficiência renal. Outro fator relevante, é
reconhecer que a DRC é irreversível,
sendo a prevenção de primordial importância. |
Travers
B,
et al. Irlanda; 2007 |
Avaliar
o efeito clínico da restrição hídrica em pacientes internados no
hospital com insuficiência cardíaca classe IV (IC). |
3B |
Este
é um único-cego randomizado controlado |
restrição
de fluido não é uma terapia baseada em evidências embora
ocasionalmente é aplicado no tratamento da insuficiência cardíaca. |
Estes
resultados sugerem que FR não é de qualquer benefício clínico em
pacientes com IC descompensada aguda e essa hipótese deve ser testado
em um estudo maior randomizado e controlado |
Lee
JW; 2010; Korea |
Para
fornecer os melhores cuidados, os prestadores de cuidados de saúde
devem estar familiarizados com os princípios e práticas de fluidos e
eletrólitos fisiologia e fisiopatologia. |
4D |
Evidência
a partir dos estudos não experimentais por mais de um grupo de pesquisa |
Distúrbios
em fluidos e eletrólitos estão entre os problemas clínicos mais
comuns encontradas na unidade de terapia intensiva (UTI). |
Deficiências
de íons divalentes tais como hipocalcemia, hipomagnesemia e
hipofosfatemia deve ser identificada e corrigida, uma vez que estão
associados com o aumento de eventos adversos entre os pacientes
criticamente enfermos. |
MIQUELAM,
B.; CRUZ, North America, feb. 2011.BR |
Identificar
na produção científica de enfermagem, a partir da Estratégia
PICO para localizar a melhor evidência disponível para o Gerenciamento
Hidroeletrolítico no cliente com IRA em UTI. |
|
Pesquisa
bibliográfica computadorizada, compreendida no período de 2006 a 2010,
nos índices dos periódicos. |
A
monitorização diária da função renal pela equipe de enfermagem é
um cuidado importante para evitar as complicações da IRA e a
respectiva mortalidade. |
A
busca por intervenções de enfermagem adequadas ao cliente com alteração
hidroeletrolítica, do mesmo modo que a educação permanente da equipe
de enfermagem são ações que podem aumentar a qualidade dos cuidados
de enfermagem ao paciente de alta complexidade. |
ALITI,
GB.; et al.2011 BR. |
Identificar
sinais e sintomas de pacientes portadores de insuficiência cardíaca (IC)
descompensada visando aferir os diagnósticos de enfermagem (DE) prioritários; |
3B |
Estudo
transversal sobre dados coletados por enfermeiras treinadas em IC; |
A
contribuição dos sinais e sintomas compilados constituiu-se num
conjunto de pistas utilizáveis para os DE, |
O
débito cardíaco diminuído e o Volume de líquidos em excesso foram os
diagnósticos prioritários na população estudada. |
Fonte: Transformada da BVS (2012).
3.0
– O paradigma da Sistematização
Dentre
outras funções, a rotina de trabalho da enfermeira intensivista, perpassa
por prevenir as ocorrências deletérias envolvendo o excesso de líquidos orgânicos,
como mais um agravo à saúde do paciente em estado crítico. Isso porque na
UTI, algumas injúrias agudas como hemorragias ou crônicas, como os processos
infecciosos tendem a provocar desequilíbrio hidroeletrolítico.
Assim
sendo, antever esses distúrbios, é ganhar dianteira junto à essas complicações,
originando a necessidade de se buscar por um instrumento como a Estratégia
PICO - uma sistematização originária da Prática Baseada em Evidências (PBE),
que visa estabelecer a ligação entre os diagnósticos de enfermagem e as
melhores evidências disponibilizadas na literatura científica. Assim sendo,
os resultados da revisão sistematizada acima, apontaram que 50% (cinco)
artigos disponíveis em língua inglesa, focaram a fisiopatologia envolvida
nos distúrbios hidroeletrolíticos dos pacientes em estado crítico de saúde;
1% (um) artigo abordou a compilação eletrônica dos dados provenientes da
estadia dos pacientes de uma UTI como forma de através da informatização de
dados, minimizar ou coibir futuros atos iatrogênicos.
Por
outro lado, 40% (quatro) artigos disponíveis em língua vernácula, abordaram
o uso de uma SAE, para nortear desde o diagnóstico de enfermagem às demais
intervenções pertinentes aos pacientes portadores de desequilíbrio
hidroeletrolítico. Dentre os 04 (quatro) artigos nacionais, 01 (um) citou a
Estratégia PICO como um recurso à busca sistematizada pela melhor evidência
disponível. Assim sendo a Estratégia PICO demonstrou que a UTI, é um cenário
de cuidados, em que o tratamento do paciente perpassa pela administração de
soluções e fármacos intravenosos.
Assim,
sendo consideram-se que os diluentes, as medicações líquidas para uso
intravenoso, a nutrição parenteral ou a dieta enteral, precisam ser
computados no cálculo do total de fluidos infundidos como um dos cuidados de
enfermagem mais abrangente à esse paciente.
Assim
sendo percebe-se que independente da SAE utilizada, elas se complementam, nos
objetivos a que se propõem, e a Estratégia PICO por considerar a força das
evidências científicas, surge como a SAE que mais embasa os diagnósticos e
as ações preventivas de enfermagem no gerenciamento da hipervolemia.
3.1
Complicações da hipervolemia
Como inicialmente falado, o tratamento do paciente em estado crítico de saúde na unidade de tratamentos intensivos (UTI) perpassa pela administração de soluções e fármacos intravenosos. Entretanto a reposição exagerada de fluidos intravenosos pode estar ancorada a uma série de complicações as gêneses desses distúrbios advêm de origem ambígua, a partir dos processos internos relacionados às complicações patologias como Sepsis, a Insuficiência renal aguda (IRA).
3.2
A relação entre terapia e excesso de líquidos
O
tratamento do paciente em estado crítico de saúde na unidade de tratamentos
intensivos (UTI) perpassa pela administração de soluções e fármacos
intravenosos. Entretanto a reposição exagerada de fluidos intravenosos pode
estar ancorada a uma série de complicações.
Assim,
sendo consideram-se que diluentes,medicações líquidas para uso intravenoso,
nutrição parenteral ou dieta enteral, precisam ser computados no cálculo do
total de fluidos infundidos.
Podendo-se
intuir que se devidamente monitorado esse volume, a prescrição médica de
infusão de líquidos, pode ser adequada em relação ao volume de fármacos
administrados, no objetivo de se manter o controle sobre o total de líquidos.
No
decorrer do trabalho na UTI, o profissional de saúde, constantemente
depara-se com algumas características que os transtornos clínicos ou traumáticos
podem provocar: o desequilíbrio da circulação de líquidos orgânicos.
Tanto
a diminuição quanto o aumento dos líquidos circulantes no organismo, são
conhecidos como volemia. Quando a volemia encontra-se diminuída diz-se
hipovolemia; quando aumentada diz-se hipervolemia – essas são as denominações
utilizadas por médicos (as) e enfermeiros (as), para abordar uma das faces
mais emblemáticas do binômio: saúde doença.
Desde
o século XVII a sociedade se rendeu à representação social do sangue, a
partir da descoberta de que a circulação sanguínea, não fluía e refluía
a partir dos movimentos respiratórios como se acreditava à época.
A
publicação sobre as teorias, envolvendo a circulação sanguínea, trouxe ao
conhecimento comum, que o coração – um músculo com o desempenho de uma
bomba propulsora, responsável, por fazer o sangue circular por todo o
organismo.
Assim
sendo, a sociedade se apropriou destes conhecimentos de tal ordem que o coração,
ficou num plano, em que o sangue se tornou a evidência, e dizer que “o
fulano tem sangue quente; ciclano tem sangue frio...; o sangue subiu à cabeça,”
são representações empíricas, que revelam a importância que o sangue
ocupa no inconsciente coletivo.
Contudo, além da circulação sanguínea, o coração também apresenta afinidade com a circulação de líquidos orgânicos. Pois para que efetive a ação de propulsionar o sangue por todo sistema, depende da volemia, para fazer circular eletrólitos como: sódio, potássio e cálcio, dentre outros íons envolvidos no desempenho cardíaco.
CONCLUSÃO
Sistematizar
o cuidado implica em utilizar uma metodologia de trabalho embasada
cientificamente. Isto resulta na consolidação da profissão e visibilidade
para as ações desempenhadas pelo enfermeiro, bem como oferece subsídios
para o desenvolvimento do conhecimento técnico-científico. Estes sustentam e
caracterizam a enfermagem enquanto disciplina e ciência, cujos conhecimentos
são próprios e específicos.
Deste
modo, conclui-se que a busca de intervenções de enfermagem adequada ao
cliente com alteração hidroeletrolítica, do mesmo modo que a educação
permanente da equipe de enfermagem são ações que podem aumentar a qualidade
do cuidado de enfermagem ao paciente de alta complexidade.
Este
artigo, por conter dados atuais baseados em evidências científicas, auxilia
o enfermeiro a exercer suas funções com maior eficácia, responsabilidade e
segurança para o paciente e seu familiar e comunidade.
Referências
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