Effectiveness
of the Braden Scale in skin care of critically ill patients -
Systematic Literature Review
Eficácia
da Escala de Braden nos cuidados com a pele do paciente crítico - Revisão
Sistematizada da Literatura
Ariane
Pereira Ribeiro.
Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem
Profa.
Dra. Isabel Cruz.
Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br
Abstract:
A pressure ulcer (PU) is a problem that often affects patients in the
Intensive Care Unit, so questions on the study, the effectiveness of the
development of a care plan with the patient's skin critic, from Braden Scale
scores seeking to prevent the incidence of PU in this unit. Objective:
To identify the scientific production of nursing, using the PICO strategy, the
best available evidence for the customer care.
Methodology: This is a computerized
literature search the following electronic databases: Medline, Lilacs and
SciELO about the theme, performed through review of ten articles published in
the period 2007 to 2012. Results: Based on the
statements of most of the evidence evaluated by this study, one might say that
the use of the Braden Scale as a protocol for prevention and aid in developing
a better plan of care with the patient's skin critical in risk of developing
pressure ulcers, is relevant. Conclusion:
We recommend that the predictive knowledge on this scale is expanded so that
it can be used in the practice of professional nurse seeking to assist you in
developing skin care plans specific risk factors and the critical needs of
each patient.
Key-words:
risk
assessment, scale, skin care,
incidence, pressure ulcer, patient care, Intensive care units, patient,
Nursing.
Resumo: A
úlcera por pressão (UP) é um problema que acomete frequentemente os
pacientes da Unidade de Terapia Intensiva, portanto questiona-se
no estudo, a eficácia da elaboração de um plano de cuidados, com a pele do
paciente crítico, a partir dos escores da Escala de Braden buscando prevenir
a incidência de UP nesta unidade.
Objetivo: identificar, na
produção científica de Enfermagem, utilizando a estratégia PICO, a melhor
evidência disponível para o
cuidado do cliente.
Metodologia: Trata-se
de uma pesquisa bibliográfica computadorizada nas seguintes bases eletrônicas:
Medline, Scielo e Lilacs acerca da temática, realizada
através de análise crítica de dez artigos publicados no período de
Palavras-chave:
medição de risco, incidência, úlcera por pressão, assistência ao
paciente, Unidade de Terapia Intensiva, cuidados de Enfermagem.
Situação-problema:
Comumente, os pacientes das unidades de
cuidados intensivos possuem risco elevado para o desenvolvimento de úlceras
por pressão (UP) devido às complicações relacionadas à instabilidade
hemodinâmica, a restrição de movimentos por períodos extensos, a nutrição
inadequada, o uso de sedativos que diminuem a percepção sensorial e
prejudicam a mobilidade, assim como, uso de diversos tipos de dispositivos
como cateteres, drenos, sondas e imobilizadores.
Para os administradores de instituições
de saúde e gerentes de Enfermagem, as UP representam um grave problema em
termos de sofrimento pessoal e, econômico, e um desafio à equipe
interdisciplinar, uma vez que consomem exorbitantes recursos do sistema de saúde
e horas de assistência de Enfermagem (1). As lesões na pele tem
sido um fator de discussão na Enfermagem, principalmente no meio hospitalar.
Com isso, muita mudança tem ocorrido na prevenção e no tratamento de
feridas, assim como o uso de instrumentos preditivos de risco para as mesmas (2).
Questão
clínica:
Qual a eficácia da elaboração dos planos
de cuidados com a pele do paciente crítico através da utilização dos
escores da Escala de Braden, visando prevenir a incidência de úlceras por
pressão?
PICO
Quadro
1 -
Estratégia PICO:
Acrônimo |
Definição |
Descrição |
P |
Paciente
ou diagnóstico de enfermagem |
Paciente
de alta complexidade em risco de desenvolvimento de úlcera por pressão.
|
I |
Prescrição |
Cuidados
com a pele do paciente (prescrição de Enfermagem) através de avaliação
e medição do risco de desenvolvimento de úlceras por pressão
utilizando a escala preditiva de Braden. |
C |
Controle
ou comparação |
*NA |
O |
Resultado |
Diminuição/prevenção
da incidência da integridade da pele prejudicada (diagnóstico de
Enfermagem) – úlceras por pressão. |
*
Não se aplica.
Objetivo
Identificar na produção científica de Enfermagem, utilizando a
estratégia PICO, a melhor evidência disponível para o
cuidado do cliente.
Metodologia
Pesquisa bibliográfica computadorizada
compreendida no período de
Foram utilizados os seguintes termos de
busca controlados, extraídos do Mesh (Medical Subject Headings): risk
assessment, scale, skin care, incidence, pressure ulcer, patient
care; Intensive care units, patient, Nursing; e do Decs (Descritores em Ciência
da Saúde): medição de risco, incidência, úlcera por pressão, assistência
ao paciente, Unidade de Terapia Intensiva e Cuidados de Enfermagem.
Para combinação dos descritores foram
utilizados os componentes da estratégia PICO:
(P) AND (I) AND (C) AND (O). Os
descritores foram cruzados aos pares, utilizando-se o operador booleano AND.
Para localizar o maior número de artigos, realizou-se o cruzamento do
primeiro descritor com o segundo, do primeiro com o terceiro e do primeiro com
o quarto.
Algumas
combinações utilizadas na busca foram:
Risk assessment AND incidence AND Intensive Care Units; Scale AND pressure
ulcer AND patients; Skin care AND patient care AND nursing; Risk assessment
AND incidence; Scale AND pressure ulcer; Skin care AND patient care; Medição
de risco AND incidência AND Unidade de Terapia Intensiva; Úlceras por pressão
AND assistência ao paciente; cuidados de Enfermagem AND assistência ao
paciente AND Unidade de Terapia Intensiva.
A
pré-seleção dos artigos foi realizada a partir de na leitura interpretativa
do "abstract" de cada artigo encontrado nas buscas.
Os artigos pré-selecionados foram lidos e analisados,
sendo separados aqueles que apresentavam evidências pertinentes ao tema.
Dentre
os artigos encontrados, fora incluídos aqueles que atenderam aos seguintes
critérios de seleção: artigos
sobre seres humanos, escritos nas línguas portuguesa ou inglesa, que
estivessem disponíveis eletronicamente no formato de texto completo; publicação
em periódicos de Enfermagem onde se se deveria obter um mínimo de (06) seis
artigos estrangeiros e (04) quatro nacionais, além de um artigo obrigatório
do Online
Brazilian Journal of Nursing (OBJN).
Após
leitura interpretativa, foram incluídos na amostra final, onze artigos que
mais se enquadravam ao tema abordado pela PICO. Foram excluídos da pesquisa
os estudos que não preencheram os critérios de inclusão, previamente
determinados, bem como artigos de populações não humanas.
Os
resultados estão apresentados no quadro de forma que as unidades de interesse
para o estudo pudessem ser agrupadas e melhor visualizadas em: autor (es),
data e país; objetivo; força da evidência; tipo de estudo e instrumento;
principais achados e conclusões do autor (es).
Vale
ressaltar que a análise se deu a partir de subdivisão por autores, onde se
buscou evidências a partir do objeto de estudo proposto (Quadro 2).
Tabela
1: Força
da evidência.
Tipo |
Força
da evidência |
I |
Evidência
forte a partir de pelo menos uma revisão sistemática de ensaios clínicos
randomizados, bem delineados. |
II |
Evidência
forte a partir de pelo menos um ensaio clínico controlado, randomizado,
bem delineado. |
III |
Evidência
a partir de um ensaio clínico bem delineado, sem randomização, de
estudos de apenas um grupo do tipo antes e depois, de coorte, de séries
temporais, ou de estudos caso-controle. |
IV |
Evidência
a partir de estudos não experimentais por mais de um centro ou grupo de
pesquisa. |
V |
Opiniões
de autoridades respeitadas, baseadas em evidência clínica, estudos
descritivos ou relatórios de comitês de especialistas. |
Fonte:
Força de evidência, segundo Cruz (3).
Combinação
dos componentes da estratégia PICO:
O
presente problema clínico que surge frequentemente na prática assistencial
de Enfermagem é composto e, organizado utilizando a estratégia PICO.
PICO representa um acrônimo para Paciente, Intervenção/prescrição
de Enfermagem, Comparação e
“Outcomes”
(desfecho/resultado/diagnóstico de Enfermagem).
Os
pacientes de alta complexidade (P), em sua grande maioria, possuem uma
probabilidade aumentada de desenvolvimento de úlceras por pressão (UP)
devido a fatores diversos comuns neste setor, como a mobilidade prejudicada, o
uso de vasopressores, as doenças crônicas entre outros que são citados nos
artigos científicos selecionados. Sendo este um problema rotineiro e específico
de Enfermagem, este estudo avaliou, nas evidências científicas atuais, se a
prescrição dos cuidados realizados com a pele do paciente crítico através
da escala preditiva de Braden (I) contribui para redução ou prevenção da
ocorrência das UP, que lesam a integridade da pele destes pacientes gerando
maiores complicações (O). A comparação (C) seria a não utilização desta
estratégia.
Resultados:
Síntese
das evidências científicas:
Tabela
2: Publicações localizadas nas bases virtuais. Niterói, 2012.
Autores,
data & país. |
Objetivo
da pesquisa |
Força
de Evi
- dên cia |
Tipo
de estudo e instrumen -tos |
Principais
achados |
Conclusão
dos autores |
Cox
J.,
2011;
EUA. |
Determinar
quais os fatores de risco, derivados da EB e da literatura empírica, são
os melhores preditores de UP em pacientes críticos adultos. |
III* |
Estudo
retrospectivo, descritivo correlacional. O
cenário foi uma unidade de terapia intensiva com 12 leitos de um
hospital-escola. Os dados foram extraídos do sistema eletrônico de
informação e documentação existente no hospital. Foi
utilizado o software SPSS, versão 16.0 para Windows, para análise de
dados. |
Foram
incluídos na amostra, 347 pacientes, com média de idade de 69 anos.
Houve desenvolvimento de uma
UP em 65 (18,7%) pacientes, destas úlceras, a maioria (35%) estava no
estágio II, na região do sacro (58%). As pontuações na EB foram
14,28 para toda a amostra de paciente, 12,73 para os pacientes nos quais
a UP foi desenvolvida, e 14,63 para os pacientes que se mantiveram
livres de úlcera. De acordo com as pontuações na EB 94% da amostra
foram identificadas como risco para desenvolver UP, porém a taxa de
ocorrência real foi de 18,7%. Quando
a EB foi utilizada, o risco de UP foi superestimado, como indicado pela
baixa especificidade e valor preditivo positivo baixo. O desenvolvimento de uma UP |
A
autora concluiu que a identificação precisa dos fatores de risco é um
pré-requisito para determinação de estratégias adequadas para
prevenir UP. A continuação da investigação
sobre os fatores de risco para UP em pacientes críticos é necessária,
não só para diminuir a prevalência de UP, mas também para ajudar os
cuidadores a identificar e implementar estratégias de risco adequadas,
baseadas em evidências, para prevenir as úlceras. Os resultados demonstram as
causas multifatoriais de UP em pacientes críticos. Apesar de que a pontuação em dois fatores de risco na subescala
de Braden foram preditores de UP, outros fatores de risco que não são
medidos pela Escala, incluindo idade, tempo de internação em UTI,
administração de norepinefrina, e doenças cardiovasculares, também
foram preditores significativos na análise. |
Racco
M.; Phillips B.;
2010; EUA. |
Formular
um protocolo, baseado em evidências, para gerenciar a umidade e
minimizar a ocorrência de UP, promovendo assim, a melhora da
integridade da pele em pacientes de alto risco. |
III |
Os
pesquisadores observaram o problema na unidade e realizaram uma revisão
de literatura. Decidiram criar um protocolo próprio, baseado nos
achados científicos, nomeado como “Protocolo de Alto Risco para ÚP”,
sendo implementado em pacientes que possuíam pontuação de 12 ou menos
na EB na admissão ou em qualquer ponto da permanência. Foram coletados
dados de março a novembro de 2009 através da verificação da pontuação
da EB durante a internação e após alta. |
Entre
17 pacientes com alto risco de UP que permaneceram na UTI por |
Os
autores concluíram que as intervenções coletivas para redução da
pressão sacral, reduzindo a fricção e cisalhamento, e desviando para
longe a umidade da pele do paciente, conforme descrito no protocolo,
teve um impacto positivo na prevenção de UP ou para prevenir a
deterioração da pele já comprometida em pacientes de alto risco. Com
os resultados positivos os planos para o futuro incluem a expansão do
uso deste protocolo a outras unidades de cuidados de doentes críticos. |
Kottner
J., Balzer K.,
2010; Berlim, Alemanha. |
Discutir
sobre a utilidade e benefício de escalas de risco de UP na prática clínica. |
I |
Revisão
sistemática de literatura. Os autores, com base em pesquisas científicas,
fizeram um levantamento e discutiram sobre a real utilidade das escalas
de risco. |
A
sensibilidade e especificidade de um teste devem ser elevadas para serem
úteis na prática clínica, entretanto alguns estudos reuniram
sensibilidade e estimativas da especificidade dos instrumentos mais
investigados e concluiu-se que a EB mostra ótima validação e tem o
melhor equilíbrio entre sensibilidade (57,1%) e especificidade (67,5%)
em comparação com as escalas de Norton e Waterlow. Porém estes
valores, baixos, sugerem que os escores da EB prevêem muito mal o
paciente que irá desenvolver UP e o que não irá. Apesar disso, estes
mesmos estudos, concluem ainda que a EB seja um bom preditor de
risco de UP. Duas análises descobriram que há pouca evidência
empírica sobre a confiabilidade entre avaliadores nas EB e Waterlow.
Num ensaio controlado realizou-se a comparação de duas estratégias
de diagnóstico para a prevenção de UP: um grupo de pacientes que
receberam medidas preventivas quando valores da EB foram inferiores a
17, e a prevenção de outro grupo foi iniciada quando um eritema
apareceu. Independentemente dos resultados do estudo, o objetivo
principal de escalas de risco é de prever quem irá desenvolver UPs
para fins de planejamento de estratégias eficazes de prevenção. A documentação
contínua de valores da escala de risco de UP é usada como prova de que
uma avaliação do risco de UP, como um primeiro passo necessário no
processo de prevenção, foi realizada. |
Os
autores concluíram que a evidência empírica de apoio à validade dos
escores da escala de risco UP são pontuações fracas e contêm
quantidades variáveis em
erros de medição. Não pode ser demonstrado um impacto clínico
devido à aplicação destas escalas. Estas questões devem ser
seriamente levadas em conta sempre que esses instrumentos são aplicados
na prática clínica. Não há razão para usar escalas de
risco UP como um indicador de qualidade de processos assistenciais. |
Tescher
AN
, Branda
ME , Byrne
TJ , Naessens
JM; 2012 EUA. |
Melhorar
a identificação dos fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras
de pressão e aumentar a intervenções específicas e estratégias de
prevenção. |
III* |
Estudo
de coorte retrospectivo, de dados de prontuário eletrônico de um de
janeiro de |
Dos
quatrocentos pacientes da amostra final, 16 (3,3%) desenvolveram uma úlcera
por pressão durante a hospitalização. No
estudo, a Escala de Braden por si só, foi altamente preditiva para o
desenvolvimento de úlceras de pressão, como o foram todos os subscores
individuais. A
subescala fricção / cisalhamento foi a que teve o maior poder
preditivo entre os escores da Escala de Braden. |
Os
autores concluíram que o escore total da Escala de Braden é preditiva
para desenvolver úlceras por pressão, mas não ajuda o profissional de
saúde a desenvolver um plano de prevenção individualizado. Em
contraste, o uso da subescala pode melhorar os programas de prevenção
e utilização dos recursos, concentrando-se o cuidado nos fatores de
risco específicos para o cada paciente. |
Alderden
J, Whitney JD, |
Descrever
as características dos pacientes e fatores de risco associados com a
evolução da UP. |
III* |
Um
estudo retrospectivo foi utilizado para coletar dados sobre 87 pacientes
que adquiriram UP em hospitais, desenvolvendo-se a partir de maio de Todas
as UP foram identificadas por uma enfermeira especialista em feridas. Foi
realizada análise bivariada e regressão logística multivariada. Os
dados foram analisados utilizando SPSS 16.0 (SPSS Inc., Chicago,
Illinois). |
A
menor média do escore de Braden foi de 9,9. Dos
81 pacientes incluídos no estudo, foram verificadas 111 UP, sendo que 51
úlceras foram curadas (45,9%), enquanto 60 úlceras estavam presentes
na alta ou morte (54,1%). Uma revisão de odds ratio mostrou que as
chances de um paciente não apresentar melhora da UP aumentou quando o
paciente recebeu uma infusão de vasopressor, quando possuíam lesões
na medula espinhal e quando tinham 40 anos ou mais. A
maioria (89%) era paciente de UTI em uso de ventilação mecânica
(84%), com infusão de vasopressor (37%) e insuficiência renal (32%). Descontrole
em dados de exames laboratoriais também estavam presentes em pacientes
com UP. Hipotensão confere risco de desenvolvimento de UP. As
condições de transporte também podem afetar o risco de UP, pois
muitas vezes envolve o uso de superfícies duras, tais como macas, que
resultam em aumento da pressão. Além disso, os pacientes de
trauma estão em risco para a hipotermia, necessitando a utilização de
dispositivos de aquecimento aumentam o consumo metabólico do tecido
aquecido, o que pode aumentar o risco de UP. Os
pacientes |
Os
autores concluíram que a identificação das características e fatores
de risco associados ao desenvolvimento de UP adquiridas no hospital
permitirá que os enfermeiros reconheçam pacientes em risco e tomem
medidas intensas precoces de prevenção. |
Tschannen
D, Bates O, Talsma A, Guo Y, 2012, EUA. |
Examinar
a relação entre as características do paciente e as características
de saúde com o desenvolvimento de UPs. |
III* |
Estudo
de coorte. Os dados eletrônicos de 3.225 pacientes cirúrgicos
internados em um hospital Centro-Oeste, a partir de novembro de |
O
tempo total de operação e número total de procedimentos cirúrgicos
foram preditores significativos de UP.
Para cada 30 minutos de cirurgia com mais de 4 horas de duração,
o risco de uma UP foi aumentado em aproximadamente 33%. Além
disso, as cirurgias adicionais podem resultar em mais episódios de
aumento da pressão sobre os vasos capilares. Este
aumento pode em parte estar relacionado com a quantidade de tempo que um
paciente esta completamente imóvel e incapaz de aliviar a pressão
sobre proeminências ósseas. O uso de vasopressores, também foi um
preditor significativo, de UP. Os pacientes que recebem vasopressores têm
geralmente um estado instável hemodinamicamente, comprometendo a perfusão
do tecido podendo levar as UPs. A
pontuação de Braden na admissão foi um preditor significativo
independente de úlceras de pressão. Até o momento, poucos
estudos em pacientes cirúrgicos incluíram investigação da
pontuação Braden na admissão como um possível preditor de úlceras
de pressão, os nossos resultados confirmam que a pontuação é útil
na identificação de pacientes de alto risco. Relataram que uma pontuação
de Braden na admissão pode ser um indicativo de um alto risco de úlceras
de pressão em pacientes cirúrgicos. Nossos resultados confirmam
que os pacientes com escores mais baixos de IMC, como observado por
outros, também estavam em maior risco de úlceras de pressão do
que os pacientes com maior pontuação. Descobrimos
também que as UP ocorrem com mais freqüência em pacientes com maior
risco de mortalidade do que em pacientes com riscos menores. Os
pacientes em nosso estudo com um histórico de diabetes apresentaram
risco significativamente maior de úlceras de pressão do que os
pacientes sem diabetes. Este dado está de acordo com as pesquisas
anteriores e também pode estar relacionada à má perfusão. Os
nossos resultados sugerem que a pontuação Braden na admissão é
indicativa de risco de úlceras de pressão. |
Os
autores concluíram que compreender os fatores de risco do paciente e do
processo relacionado, pode auxiliar os enfermeiros e da equipe cirúrgica
a determinar quais os pacientes cirúrgicos estão em maior risco do que
normal para úlceras de pressão. A identificação precoce e o
reconhecimento de fatores de risco de um paciente permitem aos
enfermeiros em seus cuidados para implementar estratégias de prevenção
o quanto mais cedo possível, para ajudar a prevenir e diminuir o
desenvolvimento de UP. Pontuações
na Escala de Braden na admissão podem ser usadas para identificar
pacientes em risco aumentado de úlceras de pressão. Para outros
fatores de alto risco, tais como baixo índice de massa corporal e
longos procedimentos operatórios, intervenções clínicas adequadas
para gerir estas condições pode ajudar a prevenir úlceras de pressão. |
Gomes
L.S.F., Bastos R.A.M., Matozinhos P.F., Temponi R.H., Meléndez V.G.;
2011; Belo Horizonte; Brasil. |
Analisar
os fatores de risco para o desenvolvimento de UP em pacientes adultos
internados em CTIs |
III |
Estudo
seccional analítico, no qual foram avaliados 140 pacientes, internados
em 22 CTIs, utilizando-se a EB. Instrumentos: programa Epi Info 6.0 para
sorteio e cálculo do tamanho amostral. Coleta de dados realizada através
de 11 enfermeiras treinadas para realização de exame clínico,
identificação, estadiamento e localização da UP e a aplicação da
Escala de Braden. |
Observou
- se que a EB é instrumento válido de predição de risco para o
desenvolvimento de UP em pacientes adultos hospitalizados. Encontrou-se
associação entre idade (>60 anos) e baixos escores médios da
escala (13,0), ou seja, os idosos encontravam-se em risco para o
desenvolvimento dessas úlceras, uma vez que, para pessoas acima de 60
anos de idade, considera-se em risco aqueles que apresentam pontuação
igual ou menor que 17. Todas as pessoas com tempo total de internação
em CTIs, superior há mais de 15 dias apresentavam algum risco, de leve
a elevado, para desenvolver UP. A categorização da pontuação da EB
se mostrou fortemente associada à presença de UP, sendo mais intensa
no grupo de pacientes com valores nas categorias Risco alto e Risco
Elevado, e ainda maior quando o período de internação foi no CTI. Nos
pacientes que apresentavam risco nas categorias: percepção sensorial (completamente
limitado), umidade (constantemente
e muito úmida),
atividade (acamado),
mobilidade (completamente
imobilizado), nutrição (adequado)
e fricção e cisalhamento (problema);
foram identificados maior número de UP. Estes resultados e de outras
pesquisas nacionais revelam que a utilização sistemática da EB
traduz-se em estratégia importante no cuidado de pacientes em terapia
intensiva. |
Pôde-se
concluir que pontuações de risco na escala de Braden ajustados pelo
tempo de internação foi fator associado ao desenvolvimento de úlcera
por pressão. |
Costa
G.I, Caliri L.H.M.,2011
Cuiabá, MT, Brasil. |
Avaliar
a validade preditiva dos escores da escala de Braden em pacientes de um
Centro de Terapia Intensiva e descrever as medidas
preventivas implementadas pela equipe de enfermagem |
III |
Estudo
prospectivo descritivo. Os dados foram coletados por meio de consulta ao
prontuário, formulários de Sistematização da Assistência de
Enfermagem e exame físico do paciente. Para avaliação de risco, foi
aplicada a EB em 23 pacientes. Os
dados coletados foram transferidos para uma planilha do Excel para análise
pelos programas Epi Info e SPSS versão 10.0. |
O
resultado dos testes de validade preditiva apontou os escores 14, 13 e
12 como os mais eficientes na predição de risco para UP. Os testes
mostraram diferença estatisticamente significativa apenas para a medida
preventiva de mudança de posição, sendo esse um fator de proteção
para evitar a UP. Os painéis europeus e americanos desenvolveram
conjuntamente diretrizes baseadas em evidências cientificas, para
prevenção e tratamento de UP, e recomendaram a utilização de
dispositivos redutores de pressão e mudança de posição rotineira com
horários padronizados a cada duas horas para pacientes acamados e a
cada uma hora para pacientes Constatou-se
correlação entre tipo de colchão e a mudança de decúbito quando
relacionada com as sub-escalas de mobilidade e percepção. A mudança
de posição é um pilar nos protocolos de prevenção de UP, sendo
recomendada a cada duas horas. A mudança de decúbito e a hidratação
da pele de pacientes em risco para UP dependem exclusivamente da prescrição
do enfermeiro e implementação da equipe de enfermagem. |
Concluímos
que a EB é um instrumento de fácil utilização e eficiente para
predizer o risco de desenvolvimento de UP em pacientes em estado
crítico, com uma adequada sensibilidade e especificidade
e que realmente pode auxiliar o enfermeiro no processo de decisão sobre
as intervenções. Faz-se
necessário descrever as medidas preventivas utilizadas, para que
realmente os resultados possam ser comparados. |
Rogenski
BMN, Kurcgant P;
2012; São Paulo, Brasil |
Verificar
a prevalência de úlcera por pressão nas unidades de internação de
pacientes adultos do Hospital Universitário da Universidade de
São Paulo (HU-USP) e verificar a concordância entre observadores na
avaliação de risco, por meio da Escala de Braden. |
III* |
Estudo
prospectivo exploratório com abordagem quantitativa. Os dados foram
coletados por seis colaboradoras treinadas que realizaram exame físico
e avaliação de risco em 87 pacientes,
avaliação esta considerada “padrão ouro”. Os dados das avaliações
feitas pelas enfermeiras, nos mesmos pacientes, foram coletados dos
prontuários. |
A
grande maioria das doenças associadas nos pacientes com UP compromete o
sistema cardiovascular ou respiratório. Os 17 pacientes apresentaram um
total de 33 úlceras, variando de uma a cinco lesões por paciente. Das
33 úlceras observadas, 13 estavam localizadas no calcâneo; 9 na região
sacra, 3 no glúteo, 3 no maléolo e 5 em outras regiões do corpo, como
cotovelo, lateral do pé, braço, entre outros. Em relação à EB,
verificou-se escore médio de 12, com variação de Em
relação à concordância interobservadores na aplicação clínica da
EB, para cada um dos subescores e para o escore total da escala,
observou-se nos subescores percepção sensorial, atividade, mobilidade,
e fricção/ cisalhamento e alto grau de concordância entre os
observadores. |
Concluiu-se
que a prevalência de UP no HU mostrou-se elevada (19,5%), sobretudo na
UTI. Em relação à concordância interavaliadores se
verificou que no escore total da escala não houve diferença
estatisticamente significante na pontuação média entre os
observadores. Acredita-se que o treinamento sistematizado
dos enfermeiros, para a aplicação clínica da Escala de Braden é
importante, para que a avaliação torne-se mais fidedigna, evitando-se
assim, gastos desnecessários com a prevenção em pacientes livres de
risco. Estudos
de prevalência de UP possibilitam verificar a extensão do problema nas
unidades de saúde e, consequentemente, fornecem subsídios para a
construção de estratégias e programas de prevenção com maior
resolutividade, tendo como base o perfil dos pacientes e os principais
fatores predisponentes para o desenvolvimento das UP. |
Bavaresco
T, Medeiros R.H., Lucena A.F.,
dezembro de 2011; Porto Alegre (RS); Brasil. |
Implantar
a Escala de Braden como instrumento de predição de risco para úlcera
por pressão e analisar os resultados do seu uso em uma unidade de
terapia intensiva. |
III* |
Estudo
prospectivo, longitudinal. Os
dados foram coletados através de instrumento que contendo a EB,
analisados pela estatística descritiva simples. |
A
identificação do risco para UP, com a aplicação da EB, constatou-se
o predomínio de pacientes na UTI em risco para este agravo, uma vez que
a média dos escores foi de 11,35 na primeira avaliação, que é abaixo
do ponto considerado para estabelecer o risco. Os escores obtidos pela
aplicação da EB podem auxiliar o enfermeiro na identificação dos
pacientes com maior chance para desenvolver UP e, consequentemente,
adotar medidas de prevenção ao desenvolvimento de lesão. O
aparecimento de UP ainda ocorre com poucos dias de internação, o que
justifica a implantação de medidas preventivas a partir da admissão
do paciente na UTI. Considera-se fundamental a adoção de protocolos
assistenciais e instrumentos preditivos de risco que levem em conta a
magnitude dos fatores etiológicos apresentados por cada paciente e sua
inter-relação com a UP. O estudo demonstra que após treinamento e
supervisão constante, os enfermeiros demonstraram uma eficiência de
82,6% no uso correto da EB e na prescrição de intervenções de
enfermagem preventivas. Ressalta-se ainda a importância da avaliação
de cada subescala que compõe a EB e a prescrição de ações específicas
para cada uma. |
Os
autores concluíram que a utilização da EB nesta UTI, demonstrou-se viável,
bem como possibilitou conhecer as características dos pacientes em
risco e os que desenvolveram a UP. Estes dados também conferiram base
à importante adoção da EB como instrumento preceptivo de risco, a
partir disto, a implantação de ações preventivas para evitar a UP,
desde o momento da internação até a alta do paciente na unidade. Para
que haja fidedignidade dos dados é necessário que os enfermeiros
estejam motivados, capacitados e conscientes da importância do uso
desta ferramenta no cuidado, bem como dos benefícios advindos deste
processo. |
Faustino
A M, Caliri M H L. 2010, Niterói, RJ, Brasil. |
Identificar
a incidência e a prevalência de UPs em pacientes hospitalizados com
fratura de fêmur e quadril e verificar os fatores associados. |
III* |
Estudo
descritivo analítico de delineamento prospectivo desenvolvido em
hospital universitário no estado de São Paulo. Dados foram coletados
de 30 pacientes durante três momentos da internação. |
Na
avaliação do risco para UPP utilizando a Escala de Braden,
encontrou-se que a maior parte dos pacientes se encontrava nas
categorias de risco nos três momentos de avaliação propostos. Na
avaliação das condições da pele, na admissão, 28 pacientes
apresentaram a pele íntegra e dois apresentavam UPP. No 1º DPO / 5º
DI, dos 28 pacientes admitidos sem UPP, cinco apresentavam UPP. E na
alta, outros três novos pacientes apresentaram UPP, totalizando oito
casos novos de pacientes com UPP e um total de 10 pacientes com UPP.
Assim, o índice de incidência foi 26,66% e de prevalência de 33,33%. Em
relação à região de maior freqüência da UPP, identificou-se a região
sacral (46,15%), seguida do calcâneo (23,07%). |
Os
resultados da avaliação dos
pacientes com fratura de fêmur ou quadril, considerando variáveis sócio-demográficas
e clínicas, mostraram que a escala de Braden permitiu identificar os
pacientes que apresentavam
risco para o desenvolvimento de UPP, em menor ou maior grau, nos
diferentes momentos da internação principalmente no que se refere à
imobilidade e dependência física para o autocuidado. |
Fonte:
PubMed e
no Portal de Revistas de Enfermagem.
*Força
de evidência, segundo Cruz (3).
Nas evidências científicas analisadas
neste estudo, verificou-se que houve um predomínio quanto à recomendação
da implementação da Escala de Braden (EB) na prática clínica de cuidados
aos pacientes críticos. Uma minoria apontou algumas críticas e reprovou a
implantação, sugerindo que algumas melhorias devem ser realizadas.
Um estudo realizado por uma enfermeira
americana afirmou que as pontuações da EB, identificaram que 94% da amostra
estariam em risco para desenvolver úlceras por pressão (UP), porém a taxa
de ocorrência na realidade foi de apenas 18,7%, superestimando tal ocorrência.
A EB levou a uma identificação de sucesso dos pacientes de risco, mas não
seria eficiente mobilizar toda uma equipe para implementar estratégias de
prevenção de UP levando há um aumento dos custos dos cuidados e do tempo
dos cuidadores (4). Este estudo acredita que é necessária a
continuidade na investigação e identificação precisa dos fatores de risco
das úlceras para que possa auxiliar a equipe a identificar e implementar
estratégias mais adequadas para a prevenção destes agravos. Neste estudo,
foram preditores para o desenvolvimento de UP: a idade, o tempo de internação
em UTI, a administração de norepinefrina e as doenças cardiovasculares –
itens não incluídos na EB (4).
Outro estudo americano identificou a ocorrência
freqüente de UP
Um estudo alemão discutiu a utilidade das
escalas preditoras de risco de UP na prática clínica. Afirmou-se que a
escala possui baixa sensibilidade e especificidade comprometendo assim sua
eficácia. Ao analisar evidências científicas, os autores consideraram que a
utilização destas escalas não apresentava relevância na diminuição da
ocorrência das UP. A validade dos escores das escalas são pontuações
fracas e contêm erros de medição. Não verificaram impacto clínico na
aplicação e, portanto não recomendam sua utilização como indicador de
qualidade de processos assistenciais (6). Apesar das críticas
citadas, ressaltou-se que estas escalas, apresentam como benefício, atuar
como um “lembrete” aos enfermeiros sobre o possível desenvolvimento das
UP, aumentando assim o conhecimento dos profissionais sobre os fatores que
contribuem para o risco de desenvolvimento. As UP são razões crescentes de ações
judiciais para os profissionais de Enfermagem e a documentação legal
abrangente é de extrema importância para ser usada como prova de que uma
avaliação do risco, como primeiro passo para um processo de prevenção, foi
realizada (6).
Em
um outro estudo americano, obteve-se um resultado diferente do artigo
anterior. Realizou-se um estudo de
coorte, onde se analisaram dados do prontuário eletrônico de 12.566
pacientes internados
Os
autores de outro estudo americano tiveram como objetivo descrever as características
dos pacientes e os fatores de risco associados à evolução das UP.
Verificou-se que o uso de vasopressor aumentou quase cinco vezes a chance do
paciente não apresentar melhora das UP. A lesão de medula espinhal aumentou
quinze vezes este risco. A idade superior a quarenta anos, aumentou sete vezes
a chance de ausência de cicatrização. O perfil destes pacientes era: alta
gravidade da doença, o uso de ventilação mecânica, infusão de vasopressor
e insuficiência renal. A diminuição de hemoglobina e albumina; e aumento de
glicose e creatinina, nos exames laboratoriais, também estavam presentes nos
pacientes com UP. A hipotensão, sobrepeso ou obesidade, utilização de
dispositivos de aumento de temperatura da pele e as condições em que os
pacientes foram transportados no pré-hospitalar, também foram fatores
contribuintes para o desenvolvimento das UP (8). Neste estudo, as
UP ocorreram em locais considerados de baixo risco como: parte de trás do pé,
perna, nádegas, braços, mão, pênis, pescoço e língua. Isso demonstra a
importância da avaliação global da pele do paciente, principalmente em
terapia intensiva, onde os dispositivos podem aumentar a pressão sobre o
tecido. O uso de vasopressor também foi um fator associado às UP. Os
enfermeiros deverão então, assegurar que estes pacientes recebam uma
intervenção de prevenção mais intensa. Diferente de outros artigos, neste
estudo houve desenvolvimento de UP em pacientes jovens. A identificação
destes fatores de risco permite que os enfermeiros reconheçam os pacientes de
risco e adotem medidas de prevenção precocemente (8).
Outro
estudo americano realizado recentemente teve o objetivo de examinar a relação
entre as características do paciente e de sua saúde para o desenvolvimento
das UP. Realizou-se um estudo de coorte onde se analisou registro médico
eletrônico de 3225 pacientes cirúrgicos. Nos achados estava presente, a relação
entre tempo de cirurgia e a ocorrência de UP, sendo considerado um preditor
significativo para o desenvolvimento. O uso de vasopressor também foi um
preditor significativo, bem como a pontuação da EB na admissão do paciente.
Os resultados do estudo confirmam que a pontuação da EB é útil na
identificação de pacientes de alto risco. Os pacientes com baixo peso, com
risco elevado de mortalidade e com histórico de diabetes também apresentam
maior risco para o desenvolvimento das UP. Portanto, gerir estar condições
pode ajudar a prevenir as UP (9).
Um
estudo mineiro do ano de 2011 também analisou fatores de risco para o
desenvolvimento das UP em cento e quarenta pacientes adultos internados em
vinte e duas UTIs, utilizando a EB. Verificou-se que o instrumento é válido
para predição de risco. Encontrou-se associação entre idade superior a
sessenta anos e baixos escores na EB. O tempo de internação superior a
quinze dias também foi um indicativo. Os pacientes com risco nas categorias:
percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e fricção
e cisalhamento apresentaram maior número de UP. A utilização sistemática
da EB é importante no cuidado dos pacientes de terapia intensiva, mas o
aspecto nutricional da escala é limitado, tendo em vista que avalia somente a
ingestão e não o estado nutricional (10).
Outro estudo brasileiro buscou avaliar a
validade preditiva dos escores da EB em pacientes de UTI e descreveu-se
medidas preventivas a serem implementadas pela equipe de Enfermagem, através
de um estudo prospectivo descritivo em consulta ao prontuário, formulários
de SAE e exame físico dos pacientes. Avaliou-se o risco através da EB, em
vinte e três pacientes. Os resultados apontaram que os escores 14, 13 e 12 são
os mais eficientes na predição de risco para UP. A EB é um instrumento de fácil
utilização e eficiente para predizer o risco de desenvolvimento de UP (11).
Com relação às medidas preventivas, se verificou que o uso de colchão de
ar não evitou a ocorrência de UP e a mudança de posição apresentou
resultado, como fator de proteção. As superfícies especiais são
fundamentais para prevenção, mas não substituem a necessidade de
reposicionamentos regulares e adequados, sendo recomendado a cada duas horas.
A mudança de decúbito e a hidratação da pele, dos pacientes em risco de
desenvolver UP, dependem exclusivamente da prescrição do enfermeiro e
implementação da equipe (11).
Um estudo paulista prospectivo exploratório
teve como objetivo verificar a prevalência das UP em unidades de internação
e verificar a concordância entre observadores na avaliação de risco através
da EB. Os dados foram coletados através de exame físico e do prontuário dos
pacientes. Os achados indicaram que a maioria das doenças associadas aos
pacientes com UP comprometia o sistema respiratório e cardiovascular. Os
fatores que mais contribuíram para o desenvolvimento da UP foram fricção/cisalhamento,
falta de atividade e falta de mobilidade (1). Foi encontrado alto
grau de concordância na pratica clínica da EB entre os observadores, não
havendo diferença estatisticamente significante na pontuação média, porém
sugere-se que o treinamento sistematizado dos enfermeiros é importante para
que se evitem gastos desnecessários com pacientes livres de riscos (1).
Um
estudo mineiro prospectivo longitudinal utilizou a EB como um dos instrumentos
para coleta de dados. O objetivo era de implantar a EB como um instrumento de
predição e então analisar os resultados de seu uso
Outro estudo brasileiro
descritivo e analítico de delineamento prospectivo realizado em hospital
universitário no estado de São Paulo, onde um dos instrumentos utilizados na
coleta de dados foram os escores da Escala de Braden, teve o objetivo de
identificar a incidência e a prevalência de UP em pacientes hospitalizados
com fratura de fêmur e quadril e verificar os fatores associados. A Escala de
Braden constitui-se em uma importante ferramenta preditiva para o
desenvolvimento de UPP, a qual deve ser aplicada na avaliação que antecede a
alta hospitalar (12). Sugeriu-se ainda que a aplicação da Escala
de Braden no momento da entrevista de admissão bem como no decorrer da
internação hospitalar seja uma estratégia preventiva eficaz, uma vez que
permite a identificação e avaliação do risco para UPP ao longo do período
em que o paciente está sendo assistido pela equipe de Enfermagem.
Discussão
A atuação da enfermeira na Unidade de
Terapia Intensiva deve buscar um atendimento ao paciente, em risco de
desenvolvimento de UP, a partir de uma perspectiva humanista voltada para a
qualidade de vida, tendo como foco a prevenção das UP através da realização
de uma prática reflexiva que reúne cada detalhe, pista e sinal clínico
associada a uma base de conhecimentos técnicos científicos.
Buscar uma identificação precisa de
fatores de risco para UP e a implementação de estratégias de prevenção,
baseadas em evidências, pode levar a redução tanto na ocorrência das UP
quanto nos custos dos cuidados de saúde (3).
Por isso, utilizar instrumentos ou escala
de avaliação de risco de UP facilitam a identificação de fatores
predisponentes ou de risco para seu desenvolvimento e favorecem o planejamento
de Enfermagem em medidas preventivas para evitar o surgimento dessas lesões (1).
A escala mais citada atualmente é a Escala
de Braden que vem sendo utilizada principalmente nos EUA, onde foi publicada
em 1987 pela enfermeira americana Bárbara Braden. Esse instrumento foi
adaptado e validado para a cultura brasileira em 1999
e tem sido aplicada, desde então, em várias
instituições brasileiras de saúde.
A EB consiste de seis subescalas: percepção sensorial, umidade,
atividade, mobilidade, nutrição e fricção e cisalhamento. O escore total
pode variar de
Dessa forma, o interesse sobre a eficácia
da utilização desta estratégia, especificamente na unidade de terapia
intensiva, tornou-se evidente, já que cotidianamente a enfermeira
intensivista encontra como problemática um
predomínio de pacientes desta unidade, em risco para desenvolvimento de UP.
Tomando por base que quanto maior o agravo do paciente maior também o risco
da UP se desenvolver (2).
As UP geram preocupações diversas ao
enfermeiro, seja com o risco de complicações com o paciente ou com o maior
gasto de recursos da instituição tanto humano quanto material e também com ações
judiciais que tem ocorrido de maneira crescente com os profissionais de
Enfermagem devido a esta complicação.
Nos estudos atuais, alguns
fatores preditivos, para esta complicação na pele dos pacientes críticos,
foram apontados e por isso merecem atenção na prática clínica de
Enfermagem e na elaboração do plano de cuidados destes pacientes. Os mais
mencionados foram: a
idade, o tempo de internação em UTI, a administração de norepinefrina, as
doenças cardiovasculares, o uso de vasopressor, a lesão de medula espinhal,
a alta gravidade da doença, o uso de ventilação mecânica, presença de
insuficiência renal, a diminuição de hemoglobina e albumina, o aumento de
glicose e creatinina, nos exames laboratoriais, a hipotensão, obesidade e
também o baixo peso, o estado nutricional do paciente, a utilização de
dispositivos de aumento de temperatura da pele, histórico de diabetes, as
condições em que os pacientes foram transportados no pré-hospitalar. Os
pacientes com risco nas categorias da EB: percepção sensorial, umidade,
atividade, mobilidade, nutrição e fricção e cisalhamento apresentaram
maior número de UP bem como a pontuação da EB na admissão do paciente.
Sendo o enfermeiro o profissional responsável
pela Sistematização da Assistência de Enfermagem, que inclui uma prescrição
de cuidados específicos, deverá gerir estas condições, buscando prevenir
à ocorrência das úlceras bem como reduzir a sua incidência.
Os estudos apontaram que a ferramenta,
apesar de não ter sido criada especificamente para esta unidade, também é
eficiente na UTI e recomendam a sua utilização para auxílio na elaboração
do plano de cuidados com a pele do paciente, desde a sua admissão na unidade.
As recomendações quanto à freqüência
de avaliações em UTI, apontam que esta deve ocorrer desde a admissão,
novamente em 48 horas e, depois, a cada dia.
Portanto, a avaliação de risco deve ser
rotineira, e a equipe de Enfermagem tem a responsabilidade de programar
medidas preventivas, no intuito de diminuir o impacto desse agravo.
Além
disso, a documentação legal e abrangente é uma prova de que uma avaliação
de risco de UP, como um primeiro passo no processo de prevenção, foi
realizado minimizando a ocorrências de processos judiciais de Enfermagem,
trazendo assim mais um respaldo para o profissional enfermeiro.
Com
relação aos cuidados implementados, os estudos apontaram que o uso de colchão
de ar não evitou a ocorrência de UP e a mudança de posição apresentou
resultado, como fator de proteção. A partir deste achado recomenda-se que a
mobilização terapêutica é uma prescrição de Enfermagem que deve fazer
parte da rotina diária de cuidados com a pele do paciente crítico, exceto em
casos de imobilidade por prescrição médica.
Ressaltou-se
também, que a equipe deverá ser
treinada de maneira sistematizada para que a avaliação torne-se fidedigna e
evite gastos desnecessários. Após
treinamento e supervisão constante, os enfermeiros analisados demonstram
eficiência no uso correto da EB e na prescrição de intervenções de
Enfermagem preventivas de acordo com o escore.
A busca constante de novas estratégias
para levar ao melhor atendimento possível ao paciente crítico, ocorrerá
através de capacitação constante da equipe de Enfermagem, sendo este
processo responsabilidade do enfermeiro.
Este profissional deverá apresentar e
estimular, constantemente a sua equipe, a busca de novos conhecimentos e
estratégias, baseadas em evidências científicas, para que o cuidado de
Enfermagem prestado seja avaliado, aprimorado, modificado e apresente
resultados de excelência.
Resposta
Baseada
Pode-se afirmar com base nas afirmações
da grande maioria das evidências avaliadas pelo presente estudo, que a
maioria das UP seria evitada se houvesse maior conhecimento por parte dos
profissionais sobre as escalas de avaliação de risco e das principais
características dos pacientes mais vulneráveis ao seu desenvolvimento.
Sendo assim, utilização dos escores da
Escala de Braden como protocolo de prevenção e auxílio na elaboração de
um melhor plano de cuidados com a pele do paciente crítico, em risco de
desenvolvimento de úlceras por pressão é evidente.
O
uso da Escala de Braden, como fator preditivo de úlceras por pressão, é um
instrumento eficaz na prática clínica dos cuidados de Enfermagem em Unidades
de Terapia Intensiva, pois identificar e reconhecer os fatores de risco de lesão
da pele do paciente, permitirá que os enfermeiros implementem estratégias de
prevenção e realizem cuidados com a pele do paciente precocemente
concentrando o cuidado em fatores de risco específicos a cada paciente,
ajudando assim a diminuir a incidência de desenvolvimento das UP desde o
momento da internação até a alta do paciente na unidade.
Conclusões
Por meio deste estudo, pôde-se concluir
que pontuações de risco na escala de Braden ajustadas pelos fatores de risco
da internação em UTI, foi fator associado ao desenvolvimento de úlcera por
pressão.
Salienta-se a eficácia da utilização
desta escala na prática clínica como instrumento bastante útil de predição
para o desenvolvimento de úlcera por pressão ou sua recidiva, pois permite
conhecer o risco individual de cada paciente levando a elaborar precocemente
planos de cuidados de enfermagem preventivos e condizentes com este risco,
atendendo assim a necessidade específica
de cada caso.
Referências
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Anexo
1 – Escala de Braden:
ESCALA
DE BRADEN PARA AVALIAÇÃO DO RISCO DE ÚLCERAS DE PRESSÃO
Nome
do doente: _________________________________________________________________
Nome
do avaliador: _______________________________ Setor: __________________________
Leito:
___________Idade: _________
|
Data
da avaliação:
|
|
|
|
|
|
|||
Percepção
sensorial: Capacidade
de reação significativa ao desconforto. |
1.
Completamente limitada: Não
reage a estímulos dolorosos (não geme, não se retrai nem se agarra a
nada) devido a um nível reduzido de consciência ou à sedação, OU
capacidade limitada de sentir a dor na maior parte do seu corpo. |
2.
Muito limitada: Reage
unicamente a estímulos dolorosos. Não
consegue comunicar o desconforto, exceto através de gemidos ou inquietação, OU
tem uma limitação sensorial que lhe reduz a capacidade de sentir dor ou
desconforto em mais de metade do corpo. |
3.
Ligeiramente limitada: Obedece
a instruções verbais, mas nem sempre consegue comunicar o desconforto ou
a necessidade de ser mudado de posição. OU
tem alguma limitação sensorial que lhe reduz a capacidade de sentir dor
ou desconforto em uma ou duas extremidades. |
4.
Nenhuma limitação: Obedece
a instruções verbais. Não
apresenta déficit sensorial que possa limitar a capacidade de sentir ou
exprimir dor ou Desconforto |
|
|
|
|
|
Umidade: Nível
de exposição da pele à umidade |
1.
Pele constantemente úmida: A
pele mantém-se sempre úmida devido à sudorese, urina, etc. É detectada
umidade sempre que o doente é deslocado ou virado. |
2.
Pele muito úmida: A
pele está frequentemente, mas nem sempre, úmida. Os lençóis têm de
ser mudados pelo menos uma vez por turno |
3.
Pele ocasionalmente úmida: A
pele está por vezes úmida, exigindo uma muda adicional de lençóis
aproximadamente uma vez por dia. |
4.
Pele raramente úmida: A
pele está geralmente seca; os lençóis só têm de ser mudados nos
intervalos habituais. |
|
|
|
|
|
Atividade: Nível
de atividade física. |
1.
Acamado: O
doente está confinado à cama. |
2.
Sentado: Capacidade
de marcha gravemente limitada ou inexistente. Não pode fazer carga e/ou
tem de ser ajudado a sentar-se na cadeira normal ou de rodas. |
3.
Anda ocasionalmente: Por
vezes caminha durante o dia, mas apenas curtas distâncias, com ou sem
ajuda. Passa a maior parte dos turnos deitado ou sentado. |
4.
Anda frequentemente: Anda
fora do quarto pelo menos duas vezes por dia, e dentro do quarto pelo
menos de duas em duas horas durante o período em que está acordado. |
|
|
|
|
|
Mobilidade: Capacidade
de alterar e controlar a posição do corpo. |
Completamente
imobilizado: Não
faz qualquer movimento com o corpo ou extremidades sem ajuda. |
Muito
limitada: Ocasionalmente
muda ligeiramente a posição do corpo ou das extremidades, mas não é
capaz de fazer mudanças freqüentes ou significativas sozinho. |
Ligeiramente
limitado: Faz
pequenas e freqüentes alterações de posição do corpo e das
extremidades sem ajuda. |
Nenhuma
limitação: Faz
grandes ou freqüentes alterações de posição do corpo sem ajuda.
|
|
|
|
|
|
Nutrição: Alimentação habitual |
1.
Muito pobre: Nunca
come uma refeição completa. Raramente come mais de 1/3 da comida que lhe
é oferecida. Come diariamente duas refeições, ou menos, de proteínas
(carne ou lacticínios). Ingere poucos líquidos. Não toma um suplemento
dietético líquido OU
está em jejum e/ou a dieta líquida ou a soros durante mais de cinco
dias. |
2.
Provavelmente inadequada: Raramente
come uma refeição completa e geralmente come apenas cerca de 1/2 da
comida que lhe é oferecida. A ingestão de proteínas consiste unicamente
em três refeições diárias de carne ou lacticínios. Ocasionalmente
toma um suplemento dietético OU
recebe menos do que a quantidade ideal de líquidos ou alimentos por
sonda. |
3.
Adequada: Come
mais de metade da maior parte das refeições. Faz quatro refeições diárias
de proteínas (carne, peixe, lacticínios). Por vezes recusa uma refeição,
mas toma geralmente um suplemento caso lhe seja oferecido, OU
é alimentado por sonda ou num regime de nutrição parenteral total
satisfazendo provavelmente a maior parte das necessidades nutricionais. |
4.
Excelente: Come
a maior parte das refeições na íntegra. Nunca recusa uma refeição.
Faz geralmente um total de quatro ou mais refeições (carne, peixe,
lacticínios). Come ocasionalmente entre as refeições. Não requer
suplementos. |
|
|
|
|
|
Fricção
e forças de deslizamento |
1.
Problema: Requer
uma ajuda moderada a máxima para se movimentar. É impossível levantar o
doente completamente sem deslizar contra os lençóis. Descai
frequentemente na cama ou cadeira, exigindo um reposicionamento constante
com ajuda máxima. Espasticidade, contraturas ou agitação levam a fricção
quase constante. |
2.
Problema potencial: Movimenta-se
com alguma dificuldade ou requer uma ajuda mínima. É provável que,
durante uma movimentação, a pele deslize de alguma forma contra os lençóis,
cadeira, apoios ou outros dispositivos. A maior parte do tempo mantém uma
posição relativamente boa na cama ou na cadeira, mas ocasionalmente
descai. |
3.
Nenhum problema: Move-se
na cama e na cadeira sem ajuda e tem força muscular suficiente para se
levantar completamente durante uma mudança de posição. Mantém
uma correta posição na cama ou cadeira. |
|
|
|
|
|
|
Nota:
Quanto mais baixa for à pontuação, maior será o potencial para desenvolver
uma úlcera de pressão.
Pontuação
total:
©
Copyright Bárbara Braden and Nancy Bergstrom, 1986; Validada para Portugal por
Margato, C.; Miguéns, C.; Ferreira, P.; Gouveia, J.; Furtado, K. (2001).
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