Journal of Specialized Nursing Care

Effectiveness of the Braden Scale in skin care of critically ill patients - Systematic Literature Review

 

Eficácia da Escala de Braden nos cuidados com a pele do paciente crítico - Revisão Sistematizada da Literatura

Ariane Pereira Ribeiro. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos. Universidade Federal Fluminense (UFF). ariane.ribeiro15@hotmail.com.br

Profa. Dra. Isabel Cruz. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br

 

Abstract: A pressure ulcer (PU) is a problem that often affects patients in the Intensive Care Unit, so questions on the study, the effectiveness of the development of a care plan with the patient's skin critic, from Braden Scale scores seeking to prevent the incidence of PU in this unit. Objective: To identify the scientific production of nursing, using the PICO strategy, the best available evidence for the customer care.
Methodology: This is a computerized literature search the following electronic databases: Medline, Lilacs and SciELO about the theme, performed through review of ten articles published in the period 2007 to 2012. Results: Based on the statements of most of the evidence evaluated by this study, one might say that the use of the Braden Scale as a protocol for prevention and aid in developing a better plan of care with the patient's skin critical in risk of developing pressure ulcers, is relevant. Conclusion: We recommend that the predictive knowledge on this scale is expanded so that it can be used in the practice of professional nurse seeking to assist you in developing skin care plans specific risk factors and the critical needs of each patient.

Key-words: risk assessment, scale, skin care, incidence, pressure ulcer, patient care, Intensive care units, patient, Nursing.

Resumo: A úlcera por pressão (UP) é um problema que acomete frequentemente os pacientes da Unidade de Terapia Intensiva, portanto questiona-se no estudo, a eficácia da elaboração de um plano de cuidados, com a pele do paciente crítico, a partir dos escores da Escala de Braden buscando prevenir a incidência de UP nesta unidade. Objetivo: identificar, na produção científica de Enfermagem, utilizando a estratégia PICO, a melhor evidência disponível para o
cuidado do cliente.
Metodologia:
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica computadorizada nas seguintes bases eletrônicas: Medline, Scielo e Lilacs acerca da temática, realizada através de análise crítica de dez artigos publicados no período de 2007 a 2012. Resultado: Tomando por base as afirmações da grande maioria das evidências avaliadas pelo presente estudo, se pôde afirmar que a utilização da Escala de Braden, como protocolo de prevenção e auxílio na elaboração de um melhor plano de cuidados com a pele do paciente crítico, em risco de desenvolvimento de úlceras por pressão, é relevante. Conclusão: Recomendamos que o conhecimento sobre esta escala preditiva seja ampliado para que possa ser utilizada na prática do profissional enfermeiro buscando auxilia-lo na elaboração de planos de cuidados a pele específicos aos fatores de risco e as necessidades de cada paciente crítico.

Palavras-chave: medição de risco, incidência, úlcera por pressão, assistência ao paciente, Unidade de Terapia Intensiva, cuidados de Enfermagem.  

Situação-problema:

         Comumente, os pacientes das unidades de cuidados intensivos possuem risco elevado para o desenvolvimento de úlceras por pressão (UP) devido às complicações relacionadas à instabilidade hemodinâmica, a restrição de movimentos por períodos extensos, a nutrição inadequada, o uso de sedativos que diminuem a percepção sensorial e prejudicam a mobilidade, assim como, uso de diversos tipos de dispositivos como cateteres, drenos, sondas e imobilizadores.

         Para os administradores de instituições de saúde e gerentes de Enfermagem, as UP representam um grave problema em termos de sofrimento pessoal e, econômico, e um desafio à equipe interdisciplinar, uma vez que consomem exorbitantes recursos do sistema de saúde e horas de assistência de Enfermagem (1). As lesões na pele tem sido um fator de discussão na Enfermagem, principalmente no meio hospitalar. Com isso, muita mudança tem ocorrido na prevenção e no tratamento de feridas, assim como o uso de instrumentos preditivos de risco para as mesmas (2).

Questão clínica:

         Qual a eficácia da elaboração dos planos de cuidados com a pele do paciente crítico através da utilização dos escores da Escala de Braden, visando prevenir a incidência de úlceras por pressão?

PICO

Quadro 1 - Estratégia PICO:

Acrônimo

Definição

Descrição

P

Paciente ou diagnóstico de enfermagem

Paciente de alta complexidade em risco de desenvolvimento de úlcera por pressão.

I

Prescrição

Cuidados com a pele do paciente (prescrição de Enfermagem) através de avaliação e medição do risco de desenvolvimento de úlceras por pressão utilizando a escala preditiva de Braden.

C

Controle ou comparação

*NA

O

Resultado

Diminuição/prevenção da incidência da integridade da pele prejudicada (diagnóstico de Enfermagem) – úlceras por pressão.

* Não se aplica.

Objetivo

            Identificar na produção científica de Enfermagem, utilizando a estratégia PICO, a melhor evidência disponível para o

cuidado do cliente.

Metodologia  

         Pesquisa bibliográfica computadorizada compreendida no período de 2007 a 2012, nas bases de dados eletrônicas: MEDLINE - Literature Analysis and Retrieval System Online, SCIELO - Scientific Electronic Library Online e LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde.

         Foram utilizados os seguintes termos de busca controlados, extraídos do Mesh (Medical Subject Headings): risk assessment, scale, skin care, incidence, pressure ulcer, patient care; Intensive care units, patient, Nursing; e do Decs (Descritores em Ciência da Saúde): medição de risco, incidência, úlcera por pressão, assistência ao paciente, Unidade de Terapia Intensiva e Cuidados de Enfermagem.

         Para combinação dos descritores foram utilizados os componentes da estratégia PICO: (P) AND (I) AND (C) AND (O). Os descritores foram cruzados aos pares, utilizando-se o operador booleano AND. Para localizar o maior número de artigos, realizou-se o cruzamento do primeiro descritor com o segundo, do primeiro com o terceiro e do primeiro com o quarto.

         Algumas combinações utilizadas na busca foram: Risk assessment AND incidence AND Intensive Care Units; Scale AND pressure ulcer AND patients; Skin care AND patient care AND nursing; Risk assessment AND incidence; Scale AND pressure ulcer; Skin care AND patient care; Medição de risco AND incidência AND Unidade de Terapia Intensiva; Úlceras por pressão AND assistência ao paciente; cuidados de Enfermagem AND assistência ao paciente AND Unidade de Terapia Intensiva.

A pré-seleção dos artigos foi realizada a partir de na leitura interpretativa do "abstract" de cada artigo encontrado nas buscas. Os artigos pré-selecionados foram lidos e analisados, sendo separados aqueles que apresentavam evidências pertinentes ao tema.  

Dentre os artigos encontrados, fora incluídos aqueles que atenderam aos seguintes critérios de seleção: artigos sobre seres humanos, escritos nas línguas portuguesa ou inglesa, que estivessem disponíveis eletronicamente no formato de texto completo; publicação em periódicos de Enfermagem onde se se deveria obter um mínimo de (06) seis artigos estrangeiros e (04) quatro nacionais, além de um artigo obrigatório do Online Brazilian Journal of Nursing (OBJN).

Após leitura interpretativa, foram incluídos na amostra final, onze artigos que mais se enquadravam ao tema abordado pela PICO. Foram excluídos da pesquisa os estudos que não preencheram os critérios de inclusão, previamente determinados, bem como artigos de populações não humanas.

Os resultados estão apresentados no quadro de forma que as unidades de interesse para o estudo pudessem ser agrupadas e melhor visualizadas em: autor (es), data e país; objetivo; força da evidência; tipo de estudo e instrumento; principais achados e conclusões do autor (es).

Vale ressaltar que a análise se deu a partir de subdivisão por autores, onde se buscou evidências a partir do objeto de estudo proposto (Quadro 2).

Tabela 1: Força da evidência.

Tipo

Força da evidência

I

Evidência forte a partir de pelo menos uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados, bem delineados.

II

Evidência forte a partir de pelo menos um ensaio clínico controlado, randomizado, bem delineado.

III

Evidência a partir de um ensaio clínico bem delineado, sem randomização, de estudos de apenas um grupo do tipo antes e depois, de coorte, de séries temporais, ou de estudos caso-controle.

IV

Evidência a partir de estudos não experimentais por mais de um centro ou grupo de pesquisa.

V

Opiniões de autoridades respeitadas, baseadas em evidência clínica, estudos descritivos ou relatórios de comitês de especialistas.

Fonte: Força de evidência, segundo Cruz (3).

Combinação dos componentes da estratégia PICO:

         O presente problema clínico que surge frequentemente na prática assistencial de Enfermagem é composto e, organizado utilizando a estratégia PICO.  PICO representa um acrônimo para Paciente, Intervenção/prescrição de Enfermagem, Comparação e “Outcomes” (desfecho/resultado/diagnóstico de Enfermagem).

         Os pacientes de alta complexidade (P), em sua grande maioria, possuem uma probabilidade aumentada de desenvolvimento de úlceras por pressão (UP) devido a fatores diversos comuns neste setor, como a mobilidade prejudicada, o uso de vasopressores, as doenças crônicas entre outros que são citados nos artigos científicos selecionados. Sendo este um problema rotineiro e específico de Enfermagem, este estudo avaliou, nas evidências científicas atuais, se a prescrição dos cuidados realizados com a pele do paciente crítico através da escala preditiva de Braden (I) contribui para redução ou prevenção da ocorrência das UP, que lesam a integridade da pele destes pacientes gerando maiores complicações (O). A comparação (C) seria a não utilização desta estratégia.

Resultados:  

Síntese das evidências científicas:

Tabela 2: Publicações localizadas nas bases virtuais. Niterói, 2012.

Autores, data & país.

Objetivo da

pesquisa

Força de

Evi -

dên

cia

Tipo de estudo e instrumen -tos

Principais achados

Conclusão dos autores

Cox J., 2011; EUA.

Determinar quais os fatores de risco, derivados da EB e da literatura empírica, são os melhores preditores de UP em pacientes críticos adultos.

III*

Estudo retrospectivo, descritivo correlacional.

O cenário foi uma unidade de terapia intensiva com 12 leitos de um hospital-escola. Os dados foram extraídos do sistema eletrônico de informação e documentação existente no hospital.

Foi utilizado o software SPSS, versão 16.0 para Windows, para análise de dados.

Foram incluídos na amostra, 347 pacientes, com média de idade de 69 anos.  Houve desenvolvimento de uma UP em 65 (18,7%) pacientes, destas úlceras, a maioria (35%) estava no estágio II, na região do sacro (58%). As pontuações na EB foram 14,28 para toda a amostra de paciente, 12,73 para os pacientes nos quais a UP foi desenvolvida, e 14,63 para os pacientes que se mantiveram livres de úlcera. De acordo com as pontuações na EB 94% da amostra foram identificadas como risco para desenvolver UP, porém a taxa de ocorrência real foi de 18,7%. Quando a EB foi utilizada, o risco de UP foi superestimado, como indicado pela baixa especificidade e valor preditivo positivo baixo.  O desenvolvimento de uma UP em estágio II foi quase seis vezes mais provável ​​nos doentes com maior exposição à fricção / cisalhamento que em pacientes com baixa exposição. Os fatores de risco não incluídos na EB: idade, o tempo de permanência na UTI, administração de norepinefrina, e doença cardiovascular, foram preditores significativos neste estudo. O tempo de permanência média no hospital foi de 11 dias para pacientes nos quais houve desenvolvimento de uma UP e três dias para os pacientes que permaneceram livres de úlcera. Trinta e dois dos sessenta e cinco pacientes (49%) no estudo que desenvolveram UP receberam norepinefrina e 57% tinham doença cardiovascular.

A autora concluiu que a identificação precisa dos fatores de risco é um pré-requisito para determinação de estratégias adequadas para prevenir UP. A continuação da investigação sobre os fatores de risco para UP em pacientes críticos é necessária, não só para diminuir a prevalência de UP, mas também para ajudar os cuidadores a identificar e implementar estratégias de risco adequadas, baseadas em evidências, para prevenir as úlceras.  Os resultados demonstram as causas multifatoriais de UP em pacientes críticos. Apesar de que a pontuação em dois fatores de risco na subescala de Braden foram preditores de UP, outros fatores de risco que não são medidos pela Escala, incluindo idade, tempo de internação em UTI, administração de norepinefrina, e doenças cardiovasculares, também foram preditores significativos na análise.  

Racco M.; Phillips B.; 2010; EUA.

Formular um protocolo, baseado em evidências, para gerenciar a umidade e minimizar a ocorrência de UP, promovendo assim, a melhora da integridade da pele em pacientes de alto risco.

III

Os pesquisadores observaram o problema na unidade e realizaram uma revisão de literatura. Decidiram criar um protocolo próprio, baseado nos achados científicos, nomeado como “Protocolo de Alto Risco para ÚP”, sendo implementado em pacientes que possuíam pontuação de 12 ou menos na EB na admissão ou em qualquer ponto da permanência. Foram coletados dados de março a novembro de 2009 através da verificação da pontuação da EB durante a internação e após alta.

Entre 17 pacientes com alto risco de UP que permaneceram na UTI por 1 a 5 dias a condição de pele permaneceu sem alterações em 71%. Houve melhora em 24%, e piora em 6%. Ao comparar a condição da pele na admissão e na alta da unidade de terapia intensiva (UTI), entre 19 pacientes com alto risco de úlceras de pressão que permaneceram na UTI por 6 a 10 dias a condição da pele permaneceu a mesma em 89%, houve melhora em 11%, e não houve piora em nenhum dos pacientes. Comparando a condição da pele na admissão e na alta da unidade de terapia intensiva (UTI), entre oito pacientes com alto risco de úlceras de pressão que permaneceram na UTI por 11 a 15 dias a condição da pele permaneceu a mesmo em 63%, houve melhora em 25%, e piora (de intacta para a fase I) em 12%. Entre seis pacientes com alto risco de úlceras de pressão que permaneceram na UTI por 16 dias ou mais a condição de pele permaneceu a mesmo em 67%, houve melhora em 33%, e não houve piora em nenhum dos pacientes.

Os autores concluíram que as intervenções coletivas para redução da pressão sacral, reduzindo a fricção e cisalhamento, e desviando para longe a umidade da pele do paciente, conforme descrito no protocolo, teve um impacto positivo na prevenção de UP ou para prevenir a deterioração da pele já comprometida em pacientes de alto risco. Com os resultados positivos os planos para o futuro incluem a expansão do uso deste protocolo a outras unidades de cuidados de doentes críticos.

Kottner J., Balzer K., 2010; Berlim, Alemanha.

Discutir sobre a utilidade e benefício de escalas de risco de UP na prática clínica.

I

Revisão sistemática de literatura. Os autores, com base em pesquisas científicas, fizeram um levantamento e discutiram sobre a real utilidade das escalas de risco.

A sensibilidade e especificidade de um teste devem ser elevadas para serem úteis na prática clínica, entretanto alguns estudos reuniram sensibilidade e estimativas da especificidade dos instrumentos mais investigados e concluiu-se que a EB mostra ótima validação e tem o melhor equilíbrio entre sensibilidade (57,1%) e especificidade (67,5%) em comparação com as escalas de Norton e Waterlow. Porém estes valores, baixos, sugerem que os escores da EB prevêem muito mal o paciente que irá desenvolver UP e o que não irá. Apesar disso, estes mesmos estudos, concluem ainda que a EB seja um bom preditor de risco de UP. Duas análises descobriram que há pouca evidência empírica sobre a confiabilidade entre avaliadores nas EB e Waterlow. Num ensaio controlado realizou-se a comparação de duas estratégias de diagnóstico para a prevenção de UP: um grupo de pacientes que receberam medidas preventivas quando valores da EB foram inferiores a 17, e a prevenção de outro grupo foi iniciada quando um eritema apareceu.  Independentemente dos resultados do estudo, o objetivo principal de escalas de risco é de prever quem irá desenvolver UPs para fins de planejamento de estratégias eficazes de prevenção. A documentação contínua de valores da escala de risco de UP é usada como prova de que uma avaliação do risco de UP, como um primeiro passo necessário no processo de prevenção, foi realizada.

Os autores concluíram que a evidência empírica de apoio à validade dos escores da escala de risco UP são pontuações fracas e contêm quantidades variáveis ​​em erros de medição. Não pode ser demonstrado um impacto clínico devido à aplicação destas escalas. Estas questões devem ser seriamente levadas em conta sempre que esses instrumentos são aplicados na prática clínica.  Não há razão para usar escalas de risco UP como um indicador de qualidade de processos assistenciais.

Tescher AN , Branda ME , Byrne TJ , Naessens JM; 2012 EUA.

Melhorar a identificação dos fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão e aumentar a intervenções específicas e estratégias de prevenção.

III*

Estudo de coorte retrospectivo, de dados de prontuário eletrônico de um de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2007.  Os registros de 12.566 pacientes adultos internados em UTI ou unidade progressiva foram analisados. Os critérios de inclusão foram Escala de Braden com escore de 18 ou menos durante a internação. Os critérios de exclusão foram: preexistência UP ou internação de menos de 24 horas.

Dos quatrocentos pacientes da amostra final, 16 (3,3%) desenvolveram uma úlcera por pressão durante a hospitalização.

No estudo, a Escala de Braden por si só, foi altamente preditiva para o desenvolvimento de úlceras de pressão, como o foram todos os subscores individuais.

 A subescala fricção / cisalhamento foi a que teve o maior poder preditivo entre os escores da Escala de Braden.

Os autores concluíram que o escore total da Escala de Braden é preditiva para desenvolver úlceras por pressão, mas não ajuda o profissional de saúde a desenvolver um plano de prevenção individualizado. Em contraste, o uso da subescala pode melhorar os programas de prevenção e utilização dos recursos, concentrando-se o cuidado nos fatores de risco específicos para o cada paciente.

Alderden J, Whitney JD, Taylor SM, Zaratkiewicz S, 2011, EUA.

Descrever as características dos pacientes e fatores de risco associados com a evolução da UP.

 

III*

Um estudo retrospectivo foi utilizado para coletar dados sobre 87 pacientes que adquiriram UP em hospitais, desenvolvendo-se a partir de maio de 2007 a ​​novembro de 2008.

Todas as UP foram identificadas por uma enfermeira especialista em feridas. 

Foi realizada análise bivariada e regressão logística multivariada. Os dados foram analisados utilizando SPSS 16.0 (SPSS Inc., Chicago, Illinois).

A menor média do escore de Braden foi de 9,9. Dos 81 pacientes incluídos no estudo, foram verificadas 111 UP, sendo que 51 úlceras foram curadas (45,9%), enquanto 60 úlceras estavam presentes na alta ou morte (54,1%). Uma revisão de odds ratio mostrou que as chances de um paciente não apresentar melhora da UP aumentou quando o paciente recebeu uma infusão de vasopressor, quando possuíam lesões na medula espinhal e quando tinham 40 anos ou mais. A maioria (89%) era paciente de UTI em uso de ventilação mecânica (84%), com infusão de vasopressor (37%) e insuficiência renal (32%). Descontrole em dados de exames laboratoriais também estavam presentes em pacientes com UP. Hipotensão confere risco de desenvolvimento de UP. As condições de transporte também podem afetar o risco de UP, pois muitas vezes envolve o uso de superfícies duras, tais como macas, que resultam em aumento da pressão. Além disso, os pacientes de trauma estão em risco para a hipotermia, necessitando a utilização de dispositivos de aquecimento aumentam o consumo metabólico do tecido aquecido, o que pode aumentar o risco de UP. Os pacientes em que UP foram desenvolvidas eram jovens, com idade média de 51 anos, mais de 66% estavam com sobrepeso ou obesos. 39,6% das UP ocorreram em locais considerados de baixo risco: a parte de trás do pé, perna, nádegas, braço, mão, pênis, cabeça, pescoço, ou língua. Algumas dessas UP ocorreram em locais com equipamentos, tais como cateteres urinários e tubos endotraqueais. Este dado mostra a importância de se realizar uma avaliação da pele completa do paciente, da cabeça aos pés, com especial atenção a qualquer local onde os dispositivos podem aumentar a pressão sobre o tecido. Como os pacientes de UTI são de alto risco para desenvolvimento de UP, é importante para os enfermeiros de cuidados críticos, estar ciente dos tipos de pacientes nos quais UP se desenvolvem.

Os autores concluíram que a identificação das características e fatores de risco associados ao desenvolvimento de UP adquiridas no hospital permitirá que os enfermeiros reconheçam pacientes em risco e tomem medidas intensas precoces de prevenção.

 

Tschannen D, Bates O, Talsma A, Guo Y, 2012, EUA.

Examinar a relação entre as características do paciente e as características de saúde com o desenvolvimento de UPs.

III*

Estudo de coorte. Os dados eletrônicos de 3.225 pacientes cirúrgicos internados em um hospital Centro-Oeste, a partir de novembro de 2008 a agosto de 2009, foram analisados ​​estatisticamente para determinar preditores de úlceras de pressão. Todos os dados foram obtidos a partir dos registros médicos eletrônicos e bancos de dados administrativos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O tempo total de operação e número total de procedimentos cirúrgicos foram preditores significativos de UP.  Para cada 30 minutos de cirurgia com mais de 4 horas de duração, o risco de uma UP foi aumentado em aproximadamente 33%. Além disso, as cirurgias adicionais podem resultar em mais episódios de aumento da pressão sobre os vasos capilares. Este aumento pode em parte estar relacionado com a quantidade de tempo que um paciente esta completamente imóvel e incapaz de aliviar a pressão sobre proeminências ósseas. O uso de vasopressores, também foi um preditor significativo, de UP. Os pacientes que recebem vasopressores têm geralmente um estado instável hemodinamicamente, comprometendo a perfusão do tecido podendo levar as UPs. A pontuação de Braden na admissão foi um preditor significativo independente de úlceras de pressão. Até o momento, poucos estudos em pacientes cirúrgicos incluíram investigação da pontuação Braden na admissão como um possível preditor de úlceras de pressão, os nossos resultados confirmam que a pontuação é útil na identificação de pacientes de alto risco. Relataram que uma pontuação de Braden na admissão pode ser um indicativo de um alto risco de úlceras de pressão em pacientes cirúrgicos. Nossos resultados confirmam que os pacientes com escores mais baixos de IMC, como observado por outros, também estavam em maior risco de úlceras de pressão do que os pacientes com maior pontuação.

Descobrimos também que as UP ocorrem com mais freqüência em pacientes com maior risco de mortalidade do que em pacientes com riscos menores. Os pacientes em nosso estudo com um histórico de diabetes apresentaram risco significativamente maior de úlceras de pressão do que os pacientes sem diabetes. Este dado está de acordo com as pesquisas anteriores e também pode estar relacionada à má perfusão. Os nossos resultados sugerem que a pontuação Braden na admissão é indicativa de risco de úlceras de pressão.

Os autores concluíram que compreender os fatores de risco do paciente e do processo relacionado, pode auxiliar os enfermeiros e da equipe cirúrgica a determinar quais os pacientes cirúrgicos estão em maior risco do que normal para úlceras de pressão. A identificação precoce e o reconhecimento de fatores de risco de um paciente permitem aos enfermeiros em seus cuidados para implementar estratégias de prevenção o quanto mais cedo possível, para ajudar a prevenir e diminuir o desenvolvimento de UP.

Pontuações na Escala de Braden na admissão podem ser usadas para identificar pacientes em risco aumentado de úlceras de pressão. Para outros fatores de alto risco, tais como baixo índice de massa corporal e longos procedimentos operatórios, intervenções clínicas adequadas para gerir estas condições pode ajudar a prevenir úlceras de pressão.

Gomes L.S.F., Bastos R.A.M., Matozinhos P.F., Temponi R.H., Meléndez V.G.; 2011; Belo Horizonte; Brasil.

Analisar os fatores de risco para o desenvolvimento de UP em pacientes adultos internados em CTIs

III

Estudo seccional analítico, no qual foram avaliados 140 pacientes, internados em 22 CTIs, utilizando-se a EB. Instrumentos: programa Epi Info 6.0 para sorteio e cálculo do tamanho amostral. Coleta de dados realizada através de 11 enfermeiras treinadas para realização de exame clínico, identificação, estadiamento e localização da UP e a aplicação da Escala de Braden.

Observou - se que a EB é instrumento válido de predição de risco para o desenvolvimento de UP em pacientes adultos hospitalizados. Encontrou-se associação entre idade (>60 anos) e baixos escores médios da escala (13,0), ou seja, os idosos encontravam-se em risco para o desenvolvimento dessas úlceras, uma vez que, para pessoas acima de 60 anos de idade, considera-se em risco aqueles que apresentam pontuação igual ou menor que 17. Todas as pessoas com tempo total de internação em CTIs, superior há mais de 15 dias apresentavam algum risco, de leve a elevado, para desenvolver UP. A categorização da pontuação da EB se mostrou fortemente associada à presença de UP, sendo mais intensa no grupo de pacientes com valores nas categorias Risco alto e Risco Elevado, e ainda maior quando o período de internação foi no CTI. Nos pacientes que apresentavam risco nas categorias: percepção sensorial (completamente limitado), umidade (constantemente e muito úmida), atividade (acamado), mobilidade (completamente imobilizado), nutrição (adequado) e fricção e cisalhamento (problema); foram identificados maior número de UP. Estes resultados e de outras pesquisas nacionais revelam que a utilização sistemática da EB traduz-se em estratégia importante no cuidado de pacientes em terapia intensiva.

Pôde-se concluir que pontuações de risco na escala de Braden ajustados pelo tempo de internação foi fator associado ao desenvolvimento de úlcera por pressão.

Costa G.I, Caliri L.H.M.,2011 Cuiabá, MT, Brasil. 

Avaliar a validade preditiva dos escores da escala de Braden em pacientes de um Centro de Terapia Intensiva e descrever as

medidas preventivas implementadas pela equipe de enfermagem

III

Estudo prospectivo descritivo. Os dados foram coletados por meio de consulta ao prontuário, formulários de Sistematização da Assistência de Enfermagem e exame físico do paciente. Para avaliação de risco, foi aplicada a EB em 23 pacientes.

Os dados coletados foram transferidos para uma planilha do Excel para análise pelos programas Epi Info e SPSS versão 10.0.

O resultado dos testes de validade preditiva apontou os escores 14, 13 e 12 como os mais eficientes na predição de risco para UP. Os testes mostraram diferença estatisticamente significativa apenas para a medida preventiva de mudança de posição, sendo esse um fator de proteção para evitar a UP. Os painéis europeus e americanos desenvolveram conjuntamente diretrizes baseadas em evidências cientificas, para prevenção e tratamento de UP, e recomendaram a utilização de dispositivos redutores de pressão e mudança de posição rotineira com horários padronizados a cada duas horas para pacientes acamados e a cada uma hora para pacientes em cadeira. Essas diretrizes mostram forte evidência para não colocar pacientes em risco de desenvolver UP em colchão comum, devendo ser utilizado um colchão com interface de baixa pressão.

Constatou-se correlação entre tipo de colchão e a mudança de decúbito quando relacionada com as sub-escalas de mobilidade e percepção. A mudança de posição é um pilar nos protocolos de prevenção de UP, sendo recomendada a cada duas horas. A mudança de decúbito e a hidratação da pele de pacientes em risco para UP dependem exclusivamente da prescrição do enfermeiro e implementação da equipe de enfermagem.

Concluímos que a EB é um instrumento de fácil utilização e eficiente para predizer o risco de desenvolvimento de UP em pacientes em

estado crítico, com uma adequada sensibilidade e

especificidade e que realmente pode auxiliar o enfermeiro no processo de decisão sobre as intervenções.

Faz-se necessário descrever as medidas preventivas utilizadas, para que realmente os resultados possam ser comparados.

 

 

Rogenski BMN, Kurcgant P; 2012; São Paulo, Brasil

Verificar a prevalência de úlcera por pressão nas unidades de internação de pacientes adultos do Hospital Universitário da Universidade

de São Paulo (HU-USP) e verificar a concordância entre observadores na avaliação de risco, por meio da Escala de Braden.

III*

Estudo prospectivo exploratório com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados por seis colaboradoras treinadas que realizaram exame físico e avaliação de risco em 87

pacientes, avaliação esta considerada “padrão ouro”. Os dados das avaliações feitas pelas enfermeiras, nos mesmos pacientes, foram coletados

dos prontuários.

A grande maioria das doenças associadas nos pacientes com UP compromete o sistema cardiovascular ou respiratório. Os 17 pacientes apresentaram um total de 33 úlceras, variando de uma a cinco lesões por paciente. Das 33 úlceras observadas, 13 estavam localizadas no calcâneo; 9 na região sacra, 3 no glúteo, 3 no maléolo e 5 em outras regiões do corpo, como cotovelo, lateral do pé, braço, entre outros. Em relação à EB, verificou-se escore médio de 12, com variação de 8 a 19 pontos. Observou-se ainda que dez dos pacientes com UP possuíam escore de Braden entre 8 e 11, significando alto risco para o  desenvolvimento de UP. O fator idade é considerado um indicador de risco para UP tanto na literatura internacional como nacional. A presença de UP associada a maior período de hospitalização também tem sido relatada na literatura, como outro fator importante. Os fatores que mais contribuíram para o desenvolvimento das UP foram fricção/cisalhamento, falta de atividade e falta de mobilidade nos quais 94,5%, 82,4%, 76,5%, respectivamente, dos pacientes foram avaliados com pontuação um e dois.

Em relação à concordância interobservadores na aplicação clínica da EB, para cada um dos subescores e para o escore total da escala, observou-se nos subescores percepção sensorial, atividade, mobilidade, e fricção/ cisalhamento e alto grau de concordância entre os observadores.

Concluiu-se que a prevalência de UP no HU mostrou-se elevada (19,5%), sobretudo na UTI. Em relação à concordância interavaliadores

se verificou que no escore total da escala não houve diferença estatisticamente significante na pontuação média entre os observadores. Acredita-se que o treinamento

sistematizado dos enfermeiros, para a aplicação clínica da Escala de Braden é importante, para que a avaliação torne-se mais fidedigna, evitando-se assim, gastos desnecessários com a prevenção em pacientes livres de risco.

Estudos de prevalência de UP possibilitam verificar a extensão do problema nas unidades de saúde e, consequentemente, fornecem subsídios para a construção de estratégias e programas de prevenção com maior resolutividade, tendo como base o perfil dos pacientes e os principais fatores predisponentes para o desenvolvimento das UP.

Bavaresco T, Medeiros R.H., Lucena A.F., dezembro de 2011; Porto Alegre (RS); Brasil.

Implantar a Escala de Braden como instrumento de predição de risco para úlcera por pressão e analisar os resultados do seu uso em uma unidade de terapia intensiva.

III*

Estudo prospectivo, longitudinal.

Os dados foram coletados através de instrumento que contendo a EB, analisados pela estatística descritiva simples.

A identificação do risco para UP, com a aplicação da EB, constatou-se o predomínio de pacientes na UTI em risco para este agravo, uma vez que a média dos escores foi de 11,35 na primeira avaliação, que é abaixo do ponto considerado para estabelecer o risco. Os escores obtidos pela aplicação da EB podem auxiliar o enfermeiro na identificação dos pacientes com maior chance para desenvolver UP e, consequentemente, adotar medidas de prevenção ao desenvolvimento de lesão. O aparecimento de UP ainda ocorre com poucos dias de internação, o que justifica a implantação de medidas preventivas a partir da admissão do paciente na UTI. Considera-se fundamental a adoção de protocolos assistenciais e instrumentos preditivos de risco que levem em conta a magnitude dos fatores etiológicos apresentados por cada paciente e sua inter-relação com a UP. O estudo demonstra que após treinamento e supervisão constante, os enfermeiros demonstraram uma eficiência de 82,6% no uso correto da EB e na prescrição de intervenções de enfermagem preventivas. Ressalta-se ainda a importância da avaliação de cada subescala que compõe a EB e a prescrição de ações específicas para cada uma.

Os autores concluíram que a utilização da EB nesta UTI, demonstrou-se viável, bem como possibilitou conhecer as características dos pacientes em risco e os que desenvolveram a UP. Estes dados também conferiram base à importante adoção da EB como instrumento preceptivo de risco, a partir disto, a implantação de ações preventivas para evitar a UP, desde o momento da internação até a alta do paciente na unidade.

Para que haja fidedignidade dos dados é necessário que os enfermeiros estejam motivados, capacitados e conscientes da importância do uso desta ferramenta no cuidado, bem como dos benefícios advindos deste processo.

Faustino A M, Caliri M H L. 2010, Niterói, RJ, Brasil.

Identificar a incidência e a prevalência de UPs em pacientes hospitalizados com fratura de fêmur e quadril e verificar os fatores associados.

III*

Estudo descritivo analítico de delineamento prospectivo desenvolvido em hospital universitário no estado de São Paulo. Dados foram coletados de 30 pacientes durante três momentos da internação.

Na avaliação do risco para UPP utilizando a Escala de Braden, encontrou-se que a maior parte dos pacientes se encontrava nas categorias de risco nos três momentos de avaliação propostos. Na avaliação das condições da pele, na admissão, 28 pacientes apresentaram a pele íntegra e dois apresentavam UPP. No 1º DPO / 5º DI, dos 28 pacientes admitidos sem UPP, cinco apresentavam UPP. E na alta, outros três novos pacientes apresentaram UPP, totalizando oito casos novos de pacientes com UPP e um total de 10 pacientes com UPP. Assim, o índice de incidência foi 26,66% e de prevalência de 33,33%. Em relação à região de maior freqüência da UPP, identificou-se a região sacral (46,15%), seguida do calcâneo (23,07%).

Os resultados da avaliação dos pacientes com fratura de fêmur ou quadril, considerando variáveis sócio-demográficas e clínicas, mostraram que a escala de Braden permitiu identificar os pacientes que apresentavam risco para o desenvolvimento de UPP, em menor ou maior grau, nos diferentes momentos da internação principalmente no que se refere à imobilidade e dependência física para o autocuidado.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: PubMed e no Portal de Revistas de Enfermagem.

*Força de evidência, segundo Cruz (3).  

         Nas evidências científicas analisadas neste estudo, verificou-se que houve um predomínio quanto à recomendação da implementação da Escala de Braden (EB) na prática clínica de cuidados aos pacientes críticos. Uma minoria apontou algumas críticas e reprovou a implantação, sugerindo que algumas melhorias devem ser realizadas.

         Um estudo realizado por uma enfermeira americana afirmou que as pontuações da EB, identificaram que 94% da amostra estariam em risco para desenvolver úlceras por pressão (UP), porém a taxa de ocorrência na realidade foi de apenas 18,7%, superestimando tal ocorrência. A EB levou a uma identificação de sucesso dos pacientes de risco, mas não seria eficiente mobilizar toda uma equipe para implementar estratégias de prevenção de UP levando há um aumento dos custos dos cuidados e do tempo dos cuidadores (4). Este estudo acredita que é necessária a continuidade na investigação e identificação precisa dos fatores de risco das úlceras para que possa auxiliar a equipe a identificar e implementar estratégias mais adequadas para a prevenção destes agravos. Neste estudo, foram preditores para o desenvolvimento de UP: a idade, o tempo de internação em UTI, a administração de norepinefrina e as doenças cardiovasculares – itens não incluídos na EB (4).

         Outro estudo americano identificou a ocorrência freqüente de UP em uma UTI , a partir deste fato criou-se um protocolo próprio de intervenções, baseado em evidências científicas. O protocolo foi implementado em pacientes que possuíam uma pontuação baixa na EB. O foco principal dos cuidados foi centrado na redução da pressão sacral, fricção e cisalhamento e desvio da umidade da pele do paciente (5). Ao término do estudo, verificou-se que o protocolo teve um impacto positivo para prevenção das UP e da deteriorização da pele já comprometida dos pacientes críticos.

         Um estudo alemão discutiu a utilidade das escalas preditoras de risco de UP na prática clínica. Afirmou-se que a escala possui baixa sensibilidade e especificidade comprometendo assim sua eficácia. Ao analisar evidências científicas, os autores consideraram que a utilização destas escalas não apresentava relevância na diminuição da ocorrência das UP. A validade dos escores das escalas são pontuações fracas e contêm erros de medição. Não verificaram impacto clínico na aplicação e, portanto não recomendam sua utilização como indicador de qualidade de processos assistenciais (6). Apesar das críticas citadas, ressaltou-se que estas escalas, apresentam como benefício, atuar como um “lembrete” aos enfermeiros sobre o possível desenvolvimento das UP, aumentando assim o conhecimento dos profissionais sobre os fatores que contribuem para o risco de desenvolvimento. As UP são razões crescentes de ações judiciais para os profissionais de Enfermagem e a documentação legal abrangente é de extrema importância para ser usada como prova de que uma avaliação do risco, como primeiro passo para um processo de prevenção, foi realizada (6).

         Em um outro estudo americano, obteve-se um resultado diferente do artigo anterior. Realizou-se um estudo de coorte, onde se analisaram dados do prontuário eletrônico de 12.566 pacientes internados em UTI. Um dos critérios para inclusão era um escore na EB inferior a 18. Ao fim do estudo, se verificou que a EB foi altamente preditiva para o desenvolvimento das UP, ressaltando a subescala fricção/cisalhamento, que possuiu maior valor preditivo. O uso da subescala pode melhorar os programas de prevenção e utilização dos recursos, concentrando-se em fatores de risco específicos. Recomendam a utilização da EB na prática clínica, mas acreditam que deveria ser aprimorada, auxiliando o profissional a desenvolver um plano de prevenção individualizado (7).

         Os autores de outro estudo americano tiveram como objetivo descrever as características dos pacientes e os fatores de risco associados à evolução das UP. Verificou-se que o uso de vasopressor aumentou quase cinco vezes a chance do paciente não apresentar melhora das UP. A lesão de medula espinhal aumentou quinze vezes este risco. A idade superior a quarenta anos, aumentou sete vezes a chance de ausência de cicatrização. O perfil destes pacientes era: alta gravidade da doença, o uso de ventilação mecânica, infusão de vasopressor e insuficiência renal. A diminuição de hemoglobina e albumina; e aumento de glicose e creatinina, nos exames laboratoriais, também estavam presentes nos pacientes com UP. A hipotensão, sobrepeso ou obesidade, utilização de dispositivos de aumento de temperatura da pele e as condições em que os pacientes foram transportados no pré-hospitalar, também foram fatores contribuintes para o desenvolvimento das UP (8). Neste estudo, as UP ocorreram em locais considerados de baixo risco como: parte de trás do pé, perna, nádegas, braços, mão, pênis, pescoço e língua. Isso demonstra a importância da avaliação global da pele do paciente, principalmente em terapia intensiva, onde os dispositivos podem aumentar a pressão sobre o tecido. O uso de vasopressor também foi um fator associado às UP. Os enfermeiros deverão então, assegurar que estes pacientes recebam uma intervenção de prevenção mais intensa. Diferente de outros artigos, neste estudo houve desenvolvimento de UP em pacientes jovens. A identificação destes fatores de risco permite que os enfermeiros reconheçam os pacientes de risco e adotem medidas de prevenção precocemente (8).

         Outro estudo americano realizado recentemente teve o objetivo de examinar a relação entre as características do paciente e de sua saúde para o desenvolvimento das UP. Realizou-se um estudo de coorte onde se analisou registro médico eletrônico de 3225 pacientes cirúrgicos. Nos achados estava presente, a relação entre tempo de cirurgia e a ocorrência de UP, sendo considerado um preditor significativo para o desenvolvimento. O uso de vasopressor também foi um preditor significativo, bem como a pontuação da EB na admissão do paciente. Os resultados do estudo confirmam que a pontuação da EB é útil na identificação de pacientes de alto risco. Os pacientes com baixo peso, com risco elevado de mortalidade e com histórico de diabetes também apresentam maior risco para o desenvolvimento das UP. Portanto, gerir estar condições pode ajudar a prevenir as UP (9).

         Um estudo mineiro do ano de 2011 também analisou fatores de risco para o desenvolvimento das UP em cento e quarenta pacientes adultos internados em vinte e duas UTIs, utilizando a EB. Verificou-se que o instrumento é válido para predição de risco. Encontrou-se associação entre idade superior a sessenta anos e baixos escores na EB. O tempo de internação superior a quinze dias também foi um indicativo. Os pacientes com risco nas categorias: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e fricção e cisalhamento apresentaram maior número de UP. A utilização sistemática da EB é importante no cuidado dos pacientes de terapia intensiva, mas o aspecto nutricional da escala é limitado, tendo em vista que avalia somente a ingestão e não o estado nutricional (10).

         Outro estudo brasileiro buscou avaliar a validade preditiva dos escores da EB em pacientes de UTI e descreveu-se medidas preventivas a serem implementadas pela equipe de Enfermagem, através de um estudo prospectivo descritivo em consulta ao prontuário, formulários de SAE e exame físico dos pacientes. Avaliou-se o risco através da EB, em vinte e três pacientes. Os resultados apontaram que os escores 14, 13 e 12 são os mais eficientes na predição de risco para UP. A EB é um instrumento de fácil utilização e eficiente para predizer o risco de desenvolvimento de UP (11). Com relação às medidas preventivas, se verificou que o uso de colchão de ar não evitou a ocorrência de UP e a mudança de posição apresentou resultado, como fator de proteção. As superfícies especiais são fundamentais para prevenção, mas não substituem a necessidade de reposicionamentos regulares e adequados, sendo recomendado a cada duas horas. A mudança de decúbito e a hidratação da pele, dos pacientes em risco de desenvolver UP, dependem exclusivamente da prescrição do enfermeiro e implementação da equipe (11).

         Um estudo paulista prospectivo exploratório teve como objetivo verificar a prevalência das UP em unidades de internação e verificar a concordância entre observadores na avaliação de risco através da EB. Os dados foram coletados através de exame físico e do prontuário dos pacientes. Os achados indicaram que a maioria das doenças associadas aos pacientes com UP comprometia o sistema respiratório e cardiovascular. Os fatores que mais contribuíram para o desenvolvimento da UP foram fricção/cisalhamento, falta de atividade e falta de mobilidade (1). Foi encontrado alto grau de concordância na pratica clínica da EB entre os observadores, não havendo diferença estatisticamente significante na pontuação média, porém sugere-se que o treinamento sistematizado dos enfermeiros é importante para que se evitem gastos desnecessários com pacientes livres de riscos (1).

         Um estudo mineiro prospectivo longitudinal utilizou a EB como um dos instrumentos para coleta de dados. O objetivo era de implantar a EB como um instrumento de predição e então analisar os resultados de seu uso em uma UTI. Houve um predomínio dos pacientes da UTI que se encontrava em risco de desenvolvimento de UP (2). Verificou-se que quanto maior o agravo do paciente maior também era o risco da UP se desenvolver. O desenvolvimento das UP ocorreu em poucos dias e por isso as medidas preventivas devem ser implementadas a partir da admissão do paciente. É fundamental a adoção de protocolos assistenciais e instrumentos de predição de UP. O estudo demonstrou que os enfermeiros tiveram algumas dificuldades para utilização da EB, mas após treinamento e supervisão constante demonstraram eficiência no uso correto da EB e na prescrição de intervenções de Enfermagem preventivas. Foi viável a utilização da EB nesta UTI (2).

         Outro estudo brasileiro descritivo e analítico de delineamento prospectivo realizado em hospital universitário no estado de São Paulo, onde um dos instrumentos utilizados na coleta de dados foram os escores da Escala de Braden, teve o objetivo de identificar a incidência e a prevalência de UP em pacientes hospitalizados com fratura de fêmur e quadril e verificar os fatores associados. A Escala de Braden constitui-se em uma importante ferramenta preditiva para o desenvolvimento de UPP, a qual deve ser aplicada na avaliação que antecede a alta hospitalar (12). Sugeriu-se ainda que a aplicação da Escala de Braden no momento da entrevista de admissão bem como no decorrer da internação hospitalar seja uma estratégia preventiva eficaz, uma vez que permite a identificação e avaliação do risco para UPP ao longo do período em que o paciente está sendo assistido pela equipe de Enfermagem.  

Discussão  

         A atuação da enfermeira na Unidade de Terapia Intensiva deve buscar um atendimento ao paciente, em risco de desenvolvimento de UP, a partir de uma perspectiva humanista voltada para a qualidade de vida, tendo como foco a prevenção das UP através da realização de uma prática reflexiva que reúne cada detalhe, pista e sinal clínico associada a uma base de conhecimentos técnicos científicos.

         Buscar uma identificação precisa de fatores de risco para UP e a implementação de estratégias de prevenção, baseadas em evidências, pode levar a redução tanto na ocorrência das UP quanto nos custos dos cuidados de saúde (3).

         Por isso, utilizar instrumentos ou escala de avaliação de risco de UP facilitam a identificação de fatores predisponentes ou de risco para seu desenvolvimento e favorecem o planejamento de Enfermagem em medidas preventivas para evitar o surgimento dessas lesões (1).

         A escala mais citada atualmente é a Escala de Braden que vem sendo utilizada principalmente nos EUA, onde foi publicada em 1987 pela enfermeira americana Bárbara Braden. Esse instrumento foi adaptado e validado para a cultura brasileira em 1999 e tem sido aplicada, desde então, em várias instituições brasileiras de saúde.

         A EB consiste de seis subescalas: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e fricção e cisalhamento. O escore total pode variar de 6 a 23 pontos, sendo os pacientes classificados da seguinte forma: risco muito alto (escores iguais ou menores a 9), risco alto (escores de 10 a 12 pontos), risco moderado (escores de 13 a 14 pontos), baixo risco (escores de 15 a 18 pontos) e sem risco (escores de 19 a 23 pontos).  A partir dela, identificam-se fatores preditores de UP específicos à gravidade de cada paciente e dessa forma subsidia-se na elaboração de um eficiente plano de cuidados prevenindo que este agravo se desenvolva. A EB é um instrumento de fácil utilização e pode auxiliar o enfermeiro de forma eficiente para predizer estes riscos.

         Dessa forma, o interesse sobre a eficácia da utilização desta estratégia, especificamente na unidade de terapia intensiva, tornou-se evidente, já que cotidianamente a enfermeira intensivista encontra como problemática um predomínio de pacientes desta unidade, em risco para desenvolvimento de UP. Tomando por base que quanto maior o agravo do paciente maior também o risco da UP se desenvolver (2).

         As UP geram preocupações diversas ao enfermeiro, seja com o risco de complicações com o paciente ou com o maior gasto de recursos da instituição tanto humano quanto material e também com ações judiciais que tem ocorrido de maneira crescente com os profissionais de Enfermagem devido a esta complicação.

         Nos estudos atuais, alguns fatores preditivos, para esta complicação na pele dos pacientes críticos, foram apontados e por isso merecem atenção na prática clínica de Enfermagem e na elaboração do plano de cuidados destes pacientes. Os mais mencionados foram: a idade, o tempo de internação em UTI, a administração de norepinefrina, as doenças cardiovasculares, o uso de vasopressor, a lesão de medula espinhal, a alta gravidade da doença, o uso de ventilação mecânica, presença de insuficiência renal, a diminuição de hemoglobina e albumina, o aumento de glicose e creatinina, nos exames laboratoriais, a hipotensão, obesidade e também o baixo peso, o estado nutricional do paciente, a utilização de dispositivos de aumento de temperatura da pele, histórico de diabetes, as condições em que os pacientes foram transportados no pré-hospitalar. Os pacientes com risco nas categorias da EB: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e fricção e cisalhamento apresentaram maior número de UP bem como a pontuação da EB na admissão do paciente.

         Sendo o enfermeiro o profissional responsável pela Sistematização da Assistência de Enfermagem, que inclui uma prescrição de cuidados específicos, deverá gerir estas condições, buscando prevenir à ocorrência das úlceras bem como reduzir a sua incidência.

         Os estudos apontaram que a ferramenta, apesar de não ter sido criada especificamente para esta unidade, também é eficiente na UTI e recomendam a sua utilização para auxílio na elaboração do plano de cuidados com a pele do paciente, desde a sua admissão na unidade.  As recomendações quanto à freqüência de avaliações em UTI, apontam que esta deve ocorrer desde a admissão, novamente em 48 horas e, depois, a cada dia.

         Portanto, a avaliação de risco deve ser rotineira, e a equipe de Enfermagem tem a responsabilidade de programar medidas preventivas, no intuito de diminuir o impacto desse agravo.

         Além disso, a documentação legal e abrangente é uma prova de que uma avaliação de risco de UP, como um primeiro passo no processo de prevenção, foi realizado minimizando a ocorrências de processos judiciais de Enfermagem, trazendo assim mais um respaldo para o profissional enfermeiro.

         Com relação aos cuidados implementados, os estudos apontaram que o uso de colchão de ar não evitou a ocorrência de UP e a mudança de posição apresentou resultado, como fator de proteção. A partir deste achado recomenda-se que a mobilização terapêutica é uma prescrição de Enfermagem que deve fazer parte da rotina diária de cuidados com a pele do paciente crítico, exceto em casos de imobilidade por prescrição médica.

         Ressaltou-se também, que a equipe deverá ser treinada de maneira sistematizada para que a avaliação torne-se fidedigna e evite gastos desnecessários. Após treinamento e supervisão constante, os enfermeiros analisados demonstram eficiência no uso correto da EB e na prescrição de intervenções de Enfermagem preventivas de acordo com o escore.

         A busca constante de novas estratégias para levar ao melhor atendimento possível ao paciente crítico, ocorrerá através de capacitação constante da equipe de Enfermagem, sendo este processo responsabilidade do enfermeiro.

         Este profissional deverá apresentar e estimular, constantemente a sua equipe, a busca de novos conhecimentos e estratégias, baseadas em evidências científicas, para que o cuidado de Enfermagem prestado seja avaliado, aprimorado, modificado e apresente resultados de excelência.  

Resposta Baseada em Evidência Científica  

         Pode-se afirmar com base nas afirmações da grande maioria das evidências avaliadas pelo presente estudo, que a maioria das UP seria evitada se houvesse maior conhecimento por parte dos profissionais sobre as escalas de avaliação de risco e das principais características dos pacientes mais vulneráveis ao seu desenvolvimento.

         Sendo assim, utilização dos escores da Escala de Braden como protocolo de prevenção e auxílio na elaboração de um melhor plano de cuidados com a pele do paciente crítico, em risco de desenvolvimento de úlceras por pressão é evidente.    

         O uso da Escala de Braden, como fator preditivo de úlceras por pressão, é um instrumento eficaz na prática clínica dos cuidados de Enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva, pois identificar e reconhecer os fatores de risco de lesão da pele do paciente, permitirá que os enfermeiros implementem estratégias de prevenção e realizem cuidados com a pele do paciente precocemente concentrando o cuidado em fatores de risco específicos a cada paciente, ajudando assim a diminuir a incidência de desenvolvimento das UP desde o momento da internação até a alta do paciente na unidade.  

Conclusões

         Por meio deste estudo, pôde-se concluir que pontuações de risco na escala de Braden ajustadas pelos fatores de risco da internação em UTI, foi fator associado ao desenvolvimento de úlcera por pressão.

         Salienta-se a eficácia da utilização desta escala na prática clínica como instrumento bastante útil de predição para o desenvolvimento de úlcera por pressão ou sua recidiva, pois permite conhecer o risco individual de cada paciente levando a elaborar precocemente planos de cuidados de enfermagem preventivos e condizentes com este risco, atendendo assim a necessidade específica de cada caso.  

Referências Bibliográficas  

  1. Rogenski BMN, Kurcgant P, Avaliação da concordância na aplicação da Escala de Braden interobservadores, Acta Paul Enferm. 2012; 25(1): 24-28; Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n1/v25n1a05.pdf. Acessado em: 01 de outubro de 2012;

  2. Bavaresco T, Medeiros RH, Lucena AF. Implantação da Escala de Braden em uma unidade de terapia intensiva de um hospital universitário. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2011 dez;32(4):703-10. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rgenf/v32n4/v32n4a10.pdf.  Acessado em: 01 de outubro de 2012;

  3. Cruz DALM, Pimenta CAM. Prática baseada em evidências, aplicada ao raciocínio diagnóstico. Rev. Latino-Am. Enfermagem [serial on the Internet]. 2005  June [cited  2012  Nov  01] ;  13(3): 415-422. [Acesso: 23 de novembro de 2012]. Disponível: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n3/v13n3a17.pdf

4.      Cox J, Predictors of Pressure Ulcers in Adult Critical Care Patients, Am J Crit Care. 2011 Sep; 20(5): 364-75; Disponível em: http://ajcc.aacnjournals.org/content/20/5/364.full?sid=51f61800-843d-4281-805e-f801eb71cdeb. Acessado em: 05 de agosto de 2012;

5.      Racco M, Phillips B, Developing a Protocol for Intensive Care Patients at High Risk for Pressure Ulcers, Crit Care Nurse 2010;30:77-80; Disponível em: http://ccn.aacnjournals.org/content/30/3/77.full.pdf+html?sid=9ee86c39-7c01-4f5a-b4ac-a54671b9d434. Acessado em: 15 de setembro de 2012;

6.      Kottner J, Balzer K, Do pressure ulcer risk assessment scales improve clinical practice?, Journal of Multidisciplinary Healthcare 2010:3 103–111; Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3004596/.  Acessado em: 22 de setembro de 2012;

7.      Tescher AN, Branda ME, Byrne TJ, Naessens JM; All at-risk patients are not created equal: analysis of Braden pressure ulcer risk scores to identify specific risks, J Wound Ostomy Continence Nurs. 2012 May-Jun;39(3):282-91. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22552104.  Acessado em: 22 de setembro de 2012;

8.      Alderden J, Whitney JD, Taylor SM, Zaratkiewicz S, Risk Profile Characteristics Associated With Outcomes of Hospital-Acquired Pressure Ulcers: A Retrospective Review, Crit Care Nurse 2011 ;31:30-43; Disponível em: http://ccn.aacnjournals.org/content/31/4/30.full?sid=1b20ad7d-98ab-47cb-a916-afac270f86d5.  Acessado em: 17 de setembro de 2012;

9.      Tschannen D, Bates O, Talsma A, Guo Y, Patient-specific and Surgical Characteristics in the Development of Pressure Ulcers, Am J Crit Care 2012;21:116-125. Disponível em: http://ccn.aacnjournals.org/content/31/4/30.full?sid=f7754cd0-dcea-4f1d-ba23-b340c5d3b053.  Acessado em: 17 de setembro de 2012;

10. Gomes LSF, Bastos RAM, Matozinhos PF, Temponi RH, Meléndez VG, Avaliação de risco para úlcera por pressão em pacientes críticos, Rev Esc Enferm USP 2011; 45(2): 313-18; Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v45n2/v45n2a01.pdf. Acessado em: 01 de outubro de 2012;

11. Costa GI, Caliri LHM, Validade preditiva da escala de Braden para pacientes de terapia intensiva, Acta Paul Enferm 2011;24(6):772-7; Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002011000600007&script=sci_arttext.  Acessado em: 01 de outubro de 2012;

  1. Faustino A M, Caliri M H L. Úlcera por pressão em pacientes com fratura de fêmur e quadril: um estudo descritivo. Online Brazilian Journal of Nursing (OBJN); UFF, 2010; 9(1): 1-15. Disponível em: http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/j.1676-4285.2010.2690.  Acessado em: 14 de dezembro de 2012.

Anexo 1 – Escala de Braden:

 

ESCALA DE BRADEN PARA AVALIAÇÃO DO RISCO DE ÚLCERAS DE PRESSÃO

Nome do doente: _________________________________________________________________

Nome do avaliador: _______________________________ Setor: __________________________

Leito: ___________Idade: _________

 

Data da avaliação:                                                                                

 

 

 

 

 

Percepção sensorial:

Capacidade de reação significativa ao desconforto.

1. Completamente limitada:

Não reage a estímulos dolorosos (não geme, não se retrai nem se agarra a nada) devido a um nível reduzido de consciência ou à sedação,

OU capacidade limitada de sentir a dor na maior parte do seu corpo.

2. Muito limitada:

Reage unicamente a estímulos dolorosos.

Não consegue comunicar o desconforto, exceto através de gemidos ou inquietação,

OU tem uma limitação sensorial que lhe reduz a capacidade de sentir dor ou desconforto em mais de metade do corpo.

3. Ligeiramente limitada:

Obedece a instruções verbais, mas nem sempre consegue comunicar o desconforto ou a necessidade de ser mudado de posição.

OU tem alguma limitação sensorial que lhe reduz a capacidade de sentir dor ou desconforto em uma ou duas extremidades.

4. Nenhuma limitação:

Obedece a instruções verbais.

Não apresenta déficit sensorial que possa limitar a capacidade de sentir ou exprimir dor ou

Desconforto

 

 

 

 

 

Umidade:

Nível de exposição da pele à

umidade

1. Pele constantemente úmida:

A pele mantém-se sempre úmida devido à sudorese, urina, etc. É detectada umidade sempre que o doente é deslocado ou virado.

2. Pele muito úmida:

A pele está frequentemente, mas nem sempre, úmida. Os lençóis têm de ser mudados pelo menos uma vez por turno

3. Pele ocasionalmente úmida:

A pele está por vezes úmida, exigindo uma muda adicional de lençóis aproximadamente uma vez por dia.

4. Pele raramente úmida:

A pele está geralmente seca; os lençóis só têm de ser mudados nos intervalos habituais.

 

 

 

 

 

Atividade:

Nível de atividade física.

1. Acamado:

O doente está confinado à cama.

2. Sentado:

Capacidade de marcha gravemente limitada ou inexistente. Não pode fazer carga e/ou tem de ser ajudado a sentar-se na cadeira normal ou de rodas.

3. Anda ocasionalmente:

Por vezes caminha durante o dia, mas apenas curtas distâncias, com ou sem ajuda. Passa a maior parte dos turnos deitado ou sentado.

4. Anda frequentemente:

Anda fora do quarto pelo menos duas vezes por dia, e dentro do quarto pelo menos de duas em duas horas durante o período em que está acordado.

 

 

 

 

 

Mobilidade:

Capacidade de alterar e controlar a posição do corpo.

Completamente imobilizado:

Não faz qualquer movimento com o corpo ou extremidades sem ajuda.

Muito limitada:

Ocasionalmente muda ligeiramente a posição do corpo ou das extremidades, mas não é capaz de fazer mudanças freqüentes ou significativas sozinho.

Ligeiramente limitado:

Faz pequenas e freqüentes alterações de posição do corpo e das extremidades sem ajuda.

Nenhuma limitação: Faz grandes ou freqüentes alterações de posição do corpo sem ajuda.      

 

 

 

 

 

Nutrição:

Alimentação

habitual

1. Muito pobre:

Nunca come uma refeição completa. Raramente come mais de 1/3 da comida que lhe é oferecida. Come diariamente duas refeições, ou menos, de proteínas (carne ou lacticínios). Ingere poucos líquidos. Não toma um suplemento dietético líquido

OU está em jejum e/ou a dieta líquida ou a soros durante mais de cinco dias.

2. Provavelmente inadequada:

Raramente come uma refeição completa e geralmente come apenas cerca de 1/2 da comida que lhe é oferecida. A ingestão de proteínas consiste unicamente em três refeições diárias de carne ou lacticínios. Ocasionalmente toma um suplemento dietético

OU recebe menos do que a quantidade ideal de líquidos ou alimentos por sonda.

3. Adequada:

Come mais de metade da maior parte das refeições. Faz quatro refeições diárias de proteínas (carne, peixe, lacticínios). Por vezes recusa uma refeição, mas toma geralmente um suplemento caso lhe seja oferecido,

OU é alimentado por sonda ou num regime de nutrição parenteral total satisfazendo provavelmente a maior parte das necessidades nutricionais.

4. Excelente:

Come a maior parte das refeições na íntegra. Nunca recusa uma refeição. Faz geralmente um total de quatro ou mais refeições (carne, peixe, lacticínios). Come ocasionalmente entre as refeições. Não requer suplementos.

 

 

 

 

 

Fricção e forças de

deslizamento

1. Problema:

Requer uma ajuda moderada a máxima para se movimentar. É impossível levantar o doente completamente sem deslizar contra os lençóis. Descai frequentemente na cama ou cadeira, exigindo um reposicionamento constante com ajuda máxima. Espasticidade, contraturas ou agitação levam a fricção quase constante.

2. Problema potencial:

Movimenta-se com alguma dificuldade ou requer uma ajuda mínima. É provável que, durante uma movimentação, a pele deslize de alguma forma contra os lençóis, cadeira, apoios ou outros dispositivos. A maior parte do tempo mantém uma posição relativamente boa na cama ou na cadeira, mas ocasionalmente descai.

3. Nenhum problema:

Move-se na cama e na cadeira sem ajuda e tem força muscular suficiente para se levantar completamente durante uma mudança de posição.

Mantém uma correta posição na cama ou cadeira.

 

 

 

 

 

 

    Nota: Quanto mais baixa for à pontuação, maior será o potencial para desenvolver uma úlcera de pressão.                   Pontuação total:

 

© Copyright Bárbara Braden and Nancy Bergstrom, 1986; Validada para Portugal por Margato, C.; Miguéns, C.; Ferreira, P.; Gouveia, J.; Furtado, K. (2001).

 





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