Journal of Specialized Nursing Care

PATIENTS WITH SEVERE CARDIAC ARREST:  MANAGEMENT SHARES  RESUSCITATIVE - Sistematic Literature Review

PACIENTES GRAVES  COM  PARADA  CARDÍACA:  GERENCIAMENTO  DAS  AÇÕES  DE  RESSUSCITAÇÃO - Revisão Sistematizada da Literatura.

Willian de Andrade Pereira de Brito1. Enfermeiro. Aluno do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos / Universidade Federal Fluminense (UFF). william.gpi@hotmail.com.

Profa. Dra. Isabel Cruz. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br

 

Abstract: Objective: Identify the importance of managing the actions of resuscitation in patients with severe heart failure and highlight the role of the nurse in this process. Methods: We performed a systematic literature review, consisting of a computerized literature search for the period 2007 to 2012, the rates of the journals Acta Paulista, Brazilian Journal of Nursing, Journal of the School of Nursing . Results: It was found that management actions resuscitation in critically ill patients with cardiac arrest, it is essential for a good prognosis, however, can not be used in isolation, ruled for all patients, it should be noted preexisting factors PCR so that in this way associated with the management, but they can get benefit to the individual. Discussion: Knowledge of cardiopulmonary resuscitation, and the approach to be used in a systematic and agile, are key to a good prognosis when refers to PCR. However, many factors can contribute to the existing success of the procedure or not. Conclusion: The RCP is undoubtedly the main action ae approach to be used in a PCR, however, is not the only issue to be seen, this procedure being surrounded by multiple factors that influence the performance of the maneuver.

Key words: cardiopulmonary resuscitation; cardiac arrest; Intensive Care.

 

Resumo: Objetivo: Identificar a importância do gerenciamento das ações de ressuscitação em pacientes graves com parada cardíaca e destacar a atuação do enfermeiro nesse processo. Método: Foi realizada uma revisão sistematizada da literatura, consistindo de uma pesquisa bibliográfica computadorizada, no período de 2007 a 2012, nos índices dos periódicos Acta Paulista, Revista Brasileira de Enfermagem, Revista da Escola de Enfermagem da USP. Resultados: Verificou-se que o gerenciamento das ações de ressuscitação em pacientes graves com parada cardíaca, é fundamental para um bom prognóstico, entretanto, não pode ser utilizada de forma isolada, regrada para todos os pacientes, deve-se observar fatores preexistentes a PCR para que; dessa forma, associado ao gerenciamento, possam sim obter benefício ao individuo. Discussão: O conhecimento sobre as manobras de ressuscitação cardiorrespiratória, e a conduta a ser tomada de forma sistemática e ágil, são fundamentais para um bom prognóstico quando se refere à PCR. Entretanto, inúmeros fatores preexistentes podem contribuir para o sucesso ou não do procedimento. Conclusão: A RCP é sem duvida a principal ação a e conduta a ser tomada em uma PCR , entretanto, não é a única questão a ser observada, sendo esse procedimento cercado de múltiplos fatores que influenciam o desempenho da manobra.

Descritores: Ressuscitação cardiorrespiratória; Parada cardíaca; Terapia Intensiva.

Questão Clínica:

Pacientes em terapia intensiva com parada cardíaca, o gerenciamento das ações de ressuscitação cardiopulmonar, são eficazes pra reverter a PCR?

Através da pergunta clínica a pesquisa se desenvolve na tentativa de entender se o gerenciamento das ações de ressuscitação cardiopulmonar, somente, seria eficaz para reverter a PCR ou se existem outros fatores que implicariam no resultado dessas ações. Além de entender a importância do Enfermeiro dentro deste gerenciamento, por ser este profissional o que passa maior tempo em contato com o paciente e por ser o responsável pelo gerenciamento dos demais membros da equipe de enfermagem.  No quadro 1, a pergunta clínica encontra-se desmembrada na estratégia PICO.

Quadro 1 - Estratégia PICO, Niterói, 2012.  

 Acrônimo

Definição

Descrição

P                     

Paciente ou diagnóstico de enfermagem

Pacientes em terapia intensiva com parada cardiorrespiratória

I

Prescrição

Gerenciamento das ações de ressuscitação cardiopulmonar

C

Controle ou comparação

 __________________

O

Resultado

Reverter a PCR

 Metodologia  

Trata-se de uma pesquisa bibliográfica computadorizada, no período de 2007 a 2012, nos índices dos periódicos Acta Paulista, Revista Brasileira de Enfermagem, Revista da Escola de Enfermagem da USP, American Journal of Critical Care, Dimensions of Critical Care Nursing, utilizando: termos de busca controlados (cardiopulmonary resuscitation; cardiac arrest; Intensive Care; Ressuscitação cardiorrespiratória; Parada cardíaca; Terapia Intensiva). Na busca, foi realizada a combinação dos descritores, onde foram selecionados artigos que abordavam a temática proposta, entretanto foram excluídos artigos que traziam atuações específicas de outros profissionais além do enfermeiro.

Prática baseada em evidências é a utilização da melhor evidência científica para subsidiar a tomada de decisão clínica. Identificar a melhor evidência requer adequada construção da pergunta de pesquisa e de revisão da literatura. A ferramenta que dá suporte para a construção dessa pergunta de pesquisa e para uma busca bibliográfica adequada, é a estratégia PICO. PICO representa um acrônimo para Paciente, Intervenção, Comparação e “Outcomes” (desfecho)(1).

Combinação dos componentes do estudo na estratégia PICO:

(Pacientes em terapia intensiva com parada cardiorrespiratória) AND (Gerenciamento das ações de ressuscitação cardiopulmonar) AND (Reverter a PCR). Abaixo no quadro 2, encontra-se uma tabela que classifica a força de evidência de cada artigo, citado nesse estudo.  

Quadro 2 - Força da evidência, Niterói, 2012. 

Tipo de força da evidência

I -                   Evidência forte a partir de pelo menos uma publicação de revisão sistemática de múltiplos experimentos controlados randomizados, bem delineados.

II -                Evidência forte a partir de pelo menos uma publicação de experimento controlado, randomizado, corretamente projetado, com tamanho apropriado e em cenário clínico apropriado.

III -              Evidência a partir de apenas um experimento bem delineado, sem randomização, de apenas um grupo do tipo antes e depois, de coorte, de séries temporais, ou de estudos caso-controle.

IV -             Evidência a partir de estudos não experimentais por mais de um centro ou grupo de pesquisa.

V -                Opiniões de autoridades respeitadas, baseadas em evidência clínica, estudos descritivos ou aleatórios de comitês de especialistas.

 Resultados  

No âmbito hospitalar os profissionais da área de saúde deparam-se constantemente com situações que requerem atuação imediata e rápida, principalmente quando relacionado a pacientes críticos pois envolvem risco de morte. A parada cardiorrespiratória (PCR) é um dos exemplos, uma vez que a chance de sobrevivência após o evento varia de 2% a 49% dependendo do ritmo cardíaco inicial e do início precoce da reanimação(2).

A parada cardiorrespiratória (PCR) é caracterizada pela ausência de responsividade, apneia ou respiração agônica e ausência de atividade mecânica cardíaca, confirmada pela ausência de pulso central. Os distúrbios do ritmo mais comumente encontrados nas situações de PCR são: Fibrilação Ventricular (FV), Taquicardia Ventricular sem pulso (TV), Atividade Elétrica sem Pulso (AESP) e Assístolia(2-3).

Com o progressivo aumento na frequência da PCR não somente em áreas críticas, há necessidade de capacitação de todos os profissionais de saúde, em especial o enfermeiro por se encontrar em contato direto e prolongado ao individuo, pois a sobrevivência do paciente depende da competência e instituição imediata das manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Durante a última década do século XXI, houve um aumento marcante na promoção de programas de treinamento em ressuscitação cardiopulmonar (RCP)(4).

Apesar da RCP constituir a principal ação adotada quando instalado um quadro de  parada cardiorrespiratória, e utilizado para evitar a mortalidade nessas situações, alguns fatores devem ser considerados, tais como as características dos pacientes hospitalizados, que muitas vezes, estão em situação grave, com afecções multissistêmicas, doenças de prognóstico ruim, doenças crônicas em fase terminal, além desses, pacientes que possuem uma grande probabilidade de reversão da PCR, se o gerenciamento das ações de ressuscitação não forem executadas de forma ideal o resultado pode reverter-se em dano ao individuo(4).

Ademais, alguns estudos revelam que inúmeros fatores podem influenciar na execução e consequentemente no resultado das manobras de RCP, como a demografia local, as causas do colapso, a estrutura física do indivíduo, a idade e outros fatores. A partir daí, muitas instituições têm adotado o registro das ações de maneira sistemática, as manobras de RCP e os resultados obtidos(5).

A equipe de enfermagem é formada por profissionais que permanecem na maior parte do tempo próximo ao paciente, sobretudo dos pacientes críticos, sendo fundamental que saibam agir em situações de emergência, como nos casos de parada cardíaca. O enfermeiro, geralmente, é o responsável pela primeira abordagem da avaliação de uma PCR, e pelo início das manobras de ressuscitação(2-5). Dessa forma, é dever deste profissional registrar essas informações de maneira completa e detalhada, o que exige conhecimento e competência. Além disso, as anotações realizadas pela equipe de enfermagem fornecem suporte para a evolução de enfermagem, por meio da reflexão a respeito dos cuidados prestados e respectivas respostas do paciente, comparando-se aos resultados esperados. O registro dos procedimentos realizados pelo enfermeiro durante o atendimento à PCR é fundamental, para que sejam avaliados sinais e sintomas iniciais, a sequência e eficácia da assistência prestada, a evolução clinica, mediante as ações realizadas e garantir desse modo, a segurança do cliente e a avaliação do gerenciamento das ações fornecidas(6-7).

Estudos mostram que a parada cardíaca súbita é uma das principais causas de morte em todo o mundo, contudo alguns enfermeiros encontram dificuldades na abordagem desse quadro, principalmente os profissionais recém-formados, o que reforça a questão do treinamento constante aos enfermeiros e profissionais de saúde de uma forma geral, para que o atendimento seja eficaz e os registros no prontuário sejam fidedignos(8).

No quadro 3, pode-se observar as obras utilizadas nesse estudo, identificando a sua força de evidência, tipo de estudo e os principais achados e conclusões dos autores.  

Quadro 3 - Publicações localizadas nas bases (Medline, Lilacs, Scielo), Niterói, 2012.  

Autor(es), Data & País

Objetivo da pesquisa

Força da evidência

Tipo do estudo & instrumentos

Principais achados

Conclusões do autor(es)

Bellan MC, Araújo IIM, Araújo S. 2010,  Brasil

 

Aplicar um programa de capacitação teórica para enfermeiros na ressuscitação cardiopulmonar e comparar o

conhecimento teórico do grupoA-controle com o grupoB-experimental.

 

 

 

Tipo II

Tratou-se de uma investigação prospectiva intervencionista e

comparativa

Observou-se uma predominância do sexo feminino em ambos

os grupos. Quanto à pós-graduação (latu sensu), 11/21 no grupo A e 16/

38 no grupo B referiram ter curso de especialização (p=NS).

Os conteúdos abordados e os instrumentos utilizados para a

avaliação subsidiaram de forma favorável a execução e avaliação

do programa de capacitação elaborado e implementado para o

atendimento de PCR/RCP pelos enfermeiros.

Fernandes AP, Vancini CR, Cohrs F, Moreira RSL. 2010, Basil

Analisar a qualidade das anotações de enfermagem relacionadas à ressuscitação cardiopulmonar, comparando-as ao protocolo

validado Utstein, em um hospital universitário

Tipo IV

Estudo retrospectivo, exploratório, descritivo, de abordagem quantitativa

 Dos 144 prontuários consultados, 74 foram dispensados por não haver nenhuma

informação registrada.  Nos encontrados, não havia anotações referentes à causa imediata

da PCR e intervenções realizadas.

 

As anotações foram escassas e, frequentemente,

não realizadas. A utilização do modelo Utstein favorece a anotação sequencial dos eventos, evitando a perda de dados.

Yousef K, Pinsky MR, DeVita MA, Sereika S, Hravnak M. 2012 , USA

 

Determinar demográfias(idade, raça, sexo) e clínicas (Índice de Comorbidade de Charlson na admissão, admitindo diagnóstico, área de cuidados de origem, serviço de admissão) diferentes entre os pacientes que tiveram e não tiveram a experiência de instabilidade cardiorrespiratória.

Tipo IV

Estudo piloto prospectivo longitudinal

A Instabilidade cardiorrespiratória ocorreu em 34% dos pacientes. O ICC foi a única variável associada com condições de instabilidade.

 

Embora a relação entre Índice de Charlson de Comorbidade e instabilidade cardiorrespiratória sejam pouco consistentes, os sistemas de vigilância atuais podem melhorar a detecção de instabilidade

Miyadahira AMK, Quilici AP, Martins CC, Araújo GL, Pelliciotti JSS. 2008, Brasil

Comparar a habilidade psicomotora e o conhecimento teórico da técnica de ressuscitação cardiopulmonar (RCP), utilizando o DEA, antes e após treinamento.

Tipo IV

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo.

Pode-se afirmar que o treinamento em laboratórios adequadamente aparelhados pode habilita-lo para o atendimento emergencial.

O aumento significativo de acertos nos itens do instrumento de avaliação, após o treinamento, indica que houve melhora no desempenho dos participantes

Hickey AP, Kimberlee G, Tong E, Schiffer NP, Connor JA. 2012, EUA.

 

 

 

 

Sardo PMG, Sasso GTMD. 2008, Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

Whitcomb JJ; Ewing N. 2012, EUA

 

 

 

 

Zaiti ASS, Carey MG, Kozik EM, Pelter MM. 2012, EUA

 

 

 

 

Kristine MR. 2012, EUA

 

 

 

 

 

 

Whitcomb JJ; Blackman VS. 2007, EUA

 

 

 

Santos CMC, Pimenta CAM, Nobre MRC. 2007, Brasil

 

 

 

 

Braun S, Krüger J, Souza EN, Silva ERR. 2012, Brasil

 

Descrever e compreender a enfermagem e as características organizacionais de cuidados cardiovasculares em hospitais infantis.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Desenvolver uma prática

educativa de Aprendizagem Baseada em

Problemas em RCP/SBV.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Descrever o conceito sobre a abordagem na decisão de ressuscitar por  manobras cardiopulmonares e a morte natural.

 

 

 

Descrever os índices de morte súbita cardíaca.

 

 

 

 

 

Identificar programas de treinamento e padronizar os cuidados de enfermagem.

 

 

 

 

 

 

Fornecer uma visão sobre a história da RCP e explorar o fenômeno da parada cardíaca súbita.

 

 

 

Descrever o uso da estratégia PICO para a construção da pergunta de pesquisa e busca bibliográfica.

 

 

 

 

 

Avaliar a qualidade de vida (QV) de pacientes submetidos ao implante de dispositivo cardíaco

 

Tipo II

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tipo III

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tipo II

 

 

 

 

 

Tipo II

 

 

 

 

 

 

 

Tipo IV

 

 

 

 

 

 

 

 

Tipo III

 

 

 

 

 

Tipo II

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tipo II

Trata-se de um estudo baseado em uma análise descritiva.

 

 

 

 

 

 

 

Estudo descritivo e exploratório

 

 

 

 

 

 

 

 

Estudo descritivo e exploratório

 

 

 

 

 

Trata-se de um estudo baseado em uma análise descritiva.

 

 

 

 

Estudo descritivo e exploratório

 

 

 

 

 

 

Estudo descritivo e exploratório

 

 

 

 

Estudo descritivo e exploratório

 

 

 

 

 

 

 

 

Estudo transversal

Parâmetros de enfermagem e unidade variaram significativamente. A maioria dos enfermeiros (70%) tinham bacharelado e trabalhou em tempo integral.

O estudo evidenciou

que a ABP permite ao educador avaliar o

processo de aprendizagem do acadêmico

em várias dimensões, e funciona como um

fator motivacional.

 

 

 

Ocorre uma grande imparcialidade na definição exata e a conduta em ambas as situações.

 

 

Os índices de morte súbita variam com a faixa etária e a existência de doenças de base.

 

 

Existem inúmeros programas de treinamento para os profissionais, mas não de forma padronizada.

 

 

A RCP foi avançando ao longo do tempo com os avanços da ciência da indústria farmacêutica

 

O PICO descreve todos os componentes relacionados ao problema identificado e estruturar a pergunta de pesquisa.

 

 

 

A maioria dos pacientes sabiam que os dispositivos poderiam sofrer algum tipo de interferência.

Cuidados intensivos cardiovasculares variam muito entre hospitais infantis. Existem oportunidades para suporte e manutenção de uma força de trabalho de enfermagem entre gerações.

 

Apesar de percebermos que os acadêmicos estavam

profundamente enraizados nos processos tradicionais de

ensino, acreditamos que esta prática educativa de Aprendizagem

Baseada em Problemas em RCP/SBV os estimulou

a adotarem um papel ativo na construção da sua própria

aprendizagem.

A ação de não ressuscitar entra em conflito constante com a morte natural, pois está relacionada com fatores emocionais e religiosos.

 

Concluí-se que a morte súbita varia com a faixa etária, entretanto é mais presentes em indivíduos com idade mais elevada.

 

 

É necessário o desenvolver uma padronização desses treinamentos e de alta qualidade para que formem profissionais mais qualificados.

 

 

 

Nos dias atuais, muitas questões éticas e religiosas envolvem a questão da RCP.

 

 

 

A estratégia PICO orienta a construção da pergunta de pesquisa e da busca bibliográfica e permite que o profissional ao ter uma dúvida ou questionamento, localize, de modo acurado e rápido.

 

 

A amostra em estudo apresentou escores inferiores de qualidade de vida nos aspectos físicos, emocionais e estado geral de saúde.

 Discussão  

O conhecimento sobre as manobras de ressuscitação cardiorrespiratória, e a conduta a ser tomada de forma sistemática e ágil, são fundamentais para um bom prognóstico quando se refere à PCR. Entretanto, inúmeros fatores preexistentes podem contribuir para o sucesso ou não do procedimento, como por exemplo, a existência de um acesso venoso profundo, uma via aérea avançada estabelecida, a idade, doença de base do paciente, as comorbidades, estrutura demográfica do local, o número de profissionais envolvidos na reanimação, o tempo de parada cardíaca e o momento de identificação dessa parada, entre outros(2-5).

Estudos atuais em PCR têm enfatizado cada vez mais dados epidemiológicos, como idade e doenças preexistentes, o que são de extrema importância, a fim de relacionar aos fatores de risco, prognóstico e às diferenças no tratamento de cada individuo(9).

Essas questões nos levam a refletir que o gerenciamento das ações de ressuscitação cardiopulmonar para a reversão de uma parada cardíaca em pacientes críticos é, sem dúvida, eficaz para o sucesso da ação, entretanto compreende-se que o determinante de um bom prognóstico ao paciente, não envolve somente a manobra propriamente dita, mas os inúmeros fatores citados anteriormente em conjunto com a RCP. Cabendo assim, aos profissionais de saúde envolvidos, a identificação desses fatores preestabelecidos, para que dessa forma, seja possível gerenciar as ações necessárias para o sucesso da conduta de forma única e específica para cada indivíduo em questão(4-10).

Considerando que na maioria das vezes o enfermeiro é o membro da equipe que primeiro se depara com a situação de PCR, este precisa possuir conhecimentos sobre atendimento de emergência, com tomada de decisões rápidas, avaliação de prioridades e estabelecimento de ações imediatas(9-11). O que leva a pensar em um ponto chave para o sucesso da RCP e os fatores que a englobam, como: a preparação e o conhecimento científico dos profissionais de saúde sobre a PCR, sua identificação e a forma de agir em cada caso específico. Sendo nesse caso o profissional enfermeiro, o foco principal, por ser frequentemente o primeiro a identificar uma PCR e ser responsável por coordenar a ação dos demais membros da equipe de enfermagem(12).

Esses fatos são de grande importância aos enfermeiros, principalmente aos especializados em prestar cuidados intensivos ao cliente, pois ao que se refere a pacientes em terapia intensiva com parada cardiorrespiratória, identificou-se que possuir um gerenciamento das ações de ressuscitação cardiopulmonar necessita mais do que uma visão regrada somente na manobra de RCP propriamente dita. Deve-se agir sim, de forma organizada e sistematizada com parâmetros nos fatores preestabelecidos pelo individuo antes e durante a PCR, para que dessa forma possamos ter um gerenciamento eficaz das ações, e não utilizar a RCP como único fator determinante para o estabelecimento da reversão da parada cardíaca.

Conclusões  

Concluímos que, em uma parada cardiorrespiratória, principalmente em casos de pacientes que se encontram na terapia intensiva é utilizado sem dúvida as manobras de ressuscitação cardiopulmonar, entretanto o gerenciamento das ações de ressuscitação não ocorrem de forma eficaz, devido a inúmeros fatores relacionados a questão como: a demografia do espaço físico, a patologia de base do paciente, a idade, entre outros. Pois o gerenciamento das ações de ressuscitação não se refere somente a parte mecânica, prática e sistemática da execução de manobras e administração de fármacos, mas sim um conjunto de informações única, referente a cada caso específico, que devem ser utilizadas em parceria com as manobras de RCP para obtermos o resultado esperado.

Esse estudo nos mostra que ao se referir à reversão da PCR, estão sendo abordadas, atualmente outras temáticas além das manobras de resuscitação propriamente ditas, pois se percebeu que outros fatores influenciam no sucesso ou não da PCR. Esse ponto é positivo, pois demonstra uma preocupação no aperfeiçoamento da assistência de forma singular para cada individuo. Entretanto, observou-se uma falta de conhecimento dos profissionais de saúde sobre essa nova abordagem, pois estão muito voltados a pensar no quadro apresentado pelo paciente naquele exato momento, sem se preocuparem em ter uma visão holística dos fatores relacionados, o que nos leva a ressaltar a importância da formação acadêmica desses profissionais, principalmente do profissional enfermeiro, por ser na maioria das vezes o primeiro a identificar o quadro de parada cardíaca e por gerenciar as ações de outros profissionais de enfermagem durante a ressuscitação.

Os profissionais de saúde têm que desenvolver a competência de identificar os pacientes com potencial eminente de parada cardiorrespiratória, além de atentar para os fatores relacionados que possam favorecer ou não a sua atuação no momento da PCR. Porém a grande parte dos profissionais não adquire essa postura de atuação já no momento da graduação, até mesmo por falta de conhecimento e por essa visão de atuação ser atual, o que nos reflete em profissionais que só vão se deparar com essas situações pós-formados, mal preparados para uma conduta adequada.

Sendo esse fator um dos determinantes para um bom prognóstico ao pacientem em parada cardiorrespiratória. Por esse motivo deve ser intensificada na graduação, de forma a estimular a visão holística do profissional, no caso o enfermeiro, sobre esse tipo de situação, onde sua ação pode ser crucial para a sobrevivência do individuo.  

Referências  

1 - Santos CMC, Pimenta CAM, Nobre MRC. A estratégia PICO para a construção da pergunta de pesquisa e busca de evidências. Rev. Latino-am Enfermagem 2007; 15(3). http://www.scielo.br/pdf/rlae/v15n3/pt_v15n3a23.pdf.

 2 - Bellan MC, Araújo IIM, Araújo S. Capacitação teórica do enfermeiro para o atendimento da parada cardiorrespiratória. Rev. Bras. Enferm. 2010; 63(6): 1019-27. http://www.scielo.br/pdf/reben/v63n6/23.pdf.

 3 - Fernandes AP, Vancini CR, Cohrs F, Moreira RSL. Qualidade das anotações de enfermagem relacionadas à ressuscitação cardiopulmonar comparadas ao modelo Utstein. Acta Paul. Enferm. 2010; 23(6): 757-63. http://www.scielo.br/pdf/ape/v23n6/07.pdf.

 4 – Yousef K, Pinsky MR, DeVita MA, Sereika S, Hravnak M. CNE Article: Characteristics of Patients With Cardiorespiratory Instability in a Step-down Unit  Am J Crit Care September 2012 21:344-350; doi:10.4037/ajcc2012797. http://ajcc.aacnjournals.org/content/21/5/344.full.pdf+html.

 5 - Miyadahira AMK, Quilici AP, Martins CC, Araújo GL, Pelliciotti JSS. Ressuscitação cardiopulmonar com a utilização do desfibrilador externo semi-automático: avaliação do processo ensino-aprendizagem. Rev. Esc. Enferm. USP 2008; 42(3): 532-8. http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n3/v42n3a16.pdf.

 6 – Zaiti ASS, Carey MG, Kozik EM, Pelter MM. Indices of Sudden Cardiac Death  Am J Crit Care September 2012 21:365-366; doi:10.4037/ajcc2012787. http://ajcc.aacnjournals.org/content/21/5/365.full.pdf+html.

 7 – Hickey AP, Kimberlee G, Tong E, Schiffer NP, Connor JA. Pediatric Cardiovascular Critical Care in the United States : Nursing and Organizational Characteristics Am J Crit Care July 2012 21:242-250; doi:10.4037/ajcc2012853. http://ajcc.aacnjournals.org/content/21/4/242.full.pdf+html.

 8 – Braun S, Krüger J, Souza EN, Silva ERR. Qualidade de vida de pacientes com dispositivo cardíaco implantável: estudo transversal. Online Brazilian Journal of Nursing.  2012; 11(3): 778-88. http://www.objnursing.uff.br/index.php/nursing/article/view/3720/pdf.

 9 - Sardo PMG, Sasso GTMD. Aprendizagem baseada em problemas em ressuscitação cardiopulmonar: suporte básico de vida. Rev. Esc. Enferm. USP 2008; 42(4): 784-92. http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v42n4/v42n4a22.pdf.

 10 - Kristine MR. Intensivist Training Programs and Standardization of Care Am J Crit Care September 2012 21:308; doi:10.4037/ajcc2012962. http://ajcc.aacnjournals.org/content/21/5/308.1.full.pdf+html.

11 – Whitcomb JJ; Blackman VS. Cardiopulmonary Resuscitation: How Far Have We Come? Dimensions of Critical Care Nursing. 26(1):1-6, January/February 2007. http://journals.lww.com/dccnjournal/Abstract/2007/01000/Cardiopulmonary_Resuscitation__How_Far_Have_We.1.aspx.

12 - Whitcomb JJ; Ewing N. A Guest Editorial: A Closing Word: Do Not Resuscitate Versus Allow Natural Death and Should We Change Our Approach. Dimensions of Critical Care Nursing. 31(4):265-266, July/August 2012. http://journals.lww.com/dccnjournal/Citation/2012/07000/A_Guest_Editorial__A_Closing_Word___Do_Not.18.aspx.





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