Journal of Specialized Nursing Care

THE EMERGENCY SERVICE OF CARDIAC PATIENTS- Sistematic Literature Review

O ATENDIMENTO EMERGENCIAL DE PACIENTES CARDÍACOS - Revisão Sistematizada da Literatura

 

Camila Isabela Bessa de Souza1 Enfermeira Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos Adulto/Idoso 1Universidade Federal Fluminense (UFF) enfcamilabessa@yahoo.com.br

Profa. Dra. Isabel  Cruz. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br

RESUMO. Introdução: atualmente, as doenças não transmissíveis são responsáveis por 17,7 milhões de morte ao ano e representam quase 60% das mortes em todo o mundo.  Objetivo: o objetivo do estudo é verificar com uso da estratégia PICO e através de evidências, quais métodos ou técnicas aumentam os benefícios e reduzem as complicações no atendimento emergencial de pacientes cardíacos? Metodologia: o presente estudo é uma pesquisa bibliográfica com coleta de dados de 10/10/2012 a 04/02/2013 nas bases os (Scielo, Lilacs e MedLine). Resultados: a eficácia da terapia para síndrome coronária aguda (SCA) é dependente da decisão rápida dos pacientes de procurar tratamento. Ainda há grandes falhas no atendimento emergencial pode-se dizer que seja pela grande demanda, o número reduzido de profissionais, a falta especialização para atendimentos emergenciais que necessitam de rápida tomada de decisão precisa. Conclusão: no entanto o enfermeiro deve estar apto para acolher, identificar os sintomas das diferentes emergências cardíacas, classificar a gravidade do quadro clínico, garantir continuidade no atendimento de acordo com o tempo estabelecido necessário para o início dos sintomas e gerir o fluxo dos pacientes e a necessidade do paciente ser reclassificado.

Palavras-chaves: Acolhimento; Processos de Enfermagem; Enfermagem em Emergência;

 ABSTRACT. Introduction: Currently, non-communicable diseases are responsible for 17.7 million deaths per year and represent nearly 60% of deaths worldwide. Objective: The objective of the study is to verify using the PICO strategy and through evidence, methods or techniques which increase the benefits and reduce the complications in emergency care of cardiac patients? Methodology: This study is a literature with data collection from 10/10/2012 to 04/02/2013 in the bases (Scielo, Lilacs and Medline). Results: the effectiveness of therapy for acute coronary syndrome (ACS) is dependent on the quick decision of patients to seek treatment. There are still large gaps in emergency care can be said to be high demand for the limited number of professionals, lack expertise to emergency calls that require rapid decision-making needs. Conclusion: however the nurse must be able to host, identifying the symptoms of various cardiac emergencies, classify the severity of the clinical, ensure continuity of care in accordance with established time required for the onset of symptoms and manage the flow of patients and patient's need to be reclassified.

Keywords: Emergency Nursing;Outcome and Process Assessment (Health Care); Risk Classification.

INTRODUÇÃO

Atualmente, as doenças não transmissíveis são as principais causas de mortalidade nos países desenvolvidos e em desenvolvimento (1), são responsáveis por 17,7 milhões de morte ao ano e representam quase 60% das mortes em todo o mundo (2).

Nos Estados Unidos, a cada 19 segundos uma pessoa é acometida por uma doença coronariana e a cada um minuto há uma morte devido o evento. O infarto agudo do miocárdio afeta 1,1 milhões de americanos a cada ano e causa a morte de 529 mil (1). Não existem dados que confirmem os dados no Brasil, mas estima-se que a prevalência seja próxima a dos Estados Unidos. No Brasil cerca de 4 milhões de atendimentos são relacionados a dor torácica (9) .

O presente estudo justifica-se pela necessidade que há de estudos relacionados ao atendimento emergencial devido o grande aumento do uso desse serviço nos últimos anos e a ação rápida e eficiente dos profissionais de saúde ser fator diferencial para a diminuição da presença de morbimortalidade aos pacientes assistidos.

O aumento da demanda de pacientes tornou os serviços de emergências ainda mais desafiadores devido à sobrecarga de trabalho dos profissionais, carência de formação profissional qualificada e ausência de estratégias gerenciais eficiente para uma prestação de cuidados de emergência qualificados e que garantam a segurança do paciente (3).

O objetivo do estudo é verificar com uso da estratégia PICO e através de evidências responder a pergunta clínica.

Quadro 1: estratégia PICO

Acrônimo

Definição

Descrição

P

Paciente ou diagnóstico de enfermagem de alta complexidade

Pacientes cardíacos

I

Prescrição de enfermagem

cuidados cardíacos

C

Controle ou comparação

 ***

O

Resultado

  Aumento dos benefícios e redução das complicações

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

***Não há grupo de cotrole ou comparação.

 

PERGUNTA CLÍNICA

Quais métodos ou técnicas aumentam os benefícios e reduzem as complicações no atendimento emergencial de pacientes cardíacos?

 

METODOLOGIA

O presente estudo é uma pesquisa bibliográfica com coleta de dados de 10/10/2012 a 04/02/2013 nas bases os (Scielo, Lilacs e MedLine) com os seguintes descritores/key-words: Acolhimento/ Risk Classification ; Processos de Enfermagem/ Outcome and Process Assessment (Health Care); Enfermagem em Emergência/ Emergency Nursing.

Foram utilizados operadores booleanos (AND e OR) e combinação dos componentes da estratégia PICO na pesquisa. A análise restringiu-se as pesquisas científicas publicada nos últimos cinco anos ( 2007 a 2012) e escritos nos idiomas inglês e português. As publicações encontradas foram analisadas baseadas na força de evidência e doze publicações foram utilizadas para realizar a revisão bibliográfica.

Quadro 2 - Força de evidência

Tipo de força de Evidência

Descrição

I

Evidência forte a partir de pelo menos uma publicação de revisão sistemática de múltiplos experimentos controlados randomizados, bem delineados.

II

Evidência forte a partir de pelo menos uma publicação de experimento controlado, randomizado, corretamente projetado, com tamanho apropriado e em cenário clínico apropriado.

III

Evidência a partir de apenas um experimento bem delineado, sem randomização, de apenas um grupo do tipo antes e depois, de coorte, de séries temporais, ou de estudos caso-controle.

IV

Evidência a partir de estudos não experimentais por mais de um centro ou grupo de pesquisa.

V

Opiniões de autoridades respeitadas, baseadas em evidência clínica, estudos descritivos ou aleatórios de comitês de especialistas.

 

RESULTADOS

Tabela 2 - Publicações localizadas nas bases de dados.

Autor(es), Data e País

Objetivo da Pesquisa

Força da Evidência

Tipo de Estudo e instrumentos

Principais Achados

Conclusões do Autor(es)

Moeini M, Mahmoudian SN, Khalifezadeh A, Pour AH.

 

2010

Brasil

 

Determinar os intervalos de tempo entre o início dos sintomas de ataque cardíaco à terapia trombolítica em pacientes com elevação do segmento ST infarto do miocárdio (IAM) em hospitais selecionados de Isfahan University of Medical Sciences.

TIPO III

Descritivo qualitativo.

A duração média do intervalo de tempo entre o início dos sintomas de ataque cardíaco à primeira ação, a fim de procurar assistência médica era 01h16min, a partir do início dos sintomas para a admissão em unidade de emergência era 02h29min e da admissão na unidade de emergência à administração de trombolítico era 01h04min.

Intervalo de tempo entre o início dos sintomas, procurar assistência médica e à chegada da unidade de emergência neste estudo tiveram uma melhor condição do que outros estudos, mas o intervalo entre a admissão de emergência e terapia trombolítica foi maior do que outros estudos.

Asencio JMM, Santos FJM, Herrera JCM, et al.

 

2010

Espanha

Desenvolver as teorização e modelagem para a concepção de uma intervenção multifacetada em gestão de casos de pacientes com doenças crônicas (DPOC e insuficiência cardíaca).

TIPO IV

Pesquisa Qualitativa

Apesar de grande parte de a população sofrer de condições crônicas, a natureza e o alcance do serviço domiciliar nem sempre são destinado à diminuição dessas condições.

 

 

Foram observadas dificuldades ao reproduzir algumas intervenções complexas em diferentes contextos. Assim, consideramos que uma conceituação anterior e modelagem seria útil, a fim de definir o serviço, para identificar possíveis barreiras e orientar o processo ao longo do Sistema de Saúde.

 

 

 

Becker E.

 

2009

Brasil

 

Verificar o perfil dos usuários de um serviço de urgência e emergência de um hospital do Vale do Rio dos Sinos/RS.

TIPO IV

Quantitativo, transversal, descritivo.

A predominância foi masculina com 52%. A faixa etária prevalente foi dos 18 aos 29 anos com 23% e a idade média foi 44 anos. Conforme o destino dado aos pacientes após o atendimento foi obtido os seguintes resultados: 39% tiveram alta imediatamente após o atendimento , 19% foram encaminhados diretamente ao especialista.

O estudo mostra que embora o serviço em questão tenha muitos atendimentos de urgência e emergência, também há muitos casos que poderiam ser resolvidos ou prevenidos na atenção básica em saúde, melhorando o status de atendimento no serviço.

Bastos AS, Beccaris LM, Contrin LM, Cesarino CB.

 

2012

Brasil

Caracterizar o perfil das pessoas com infarto agudo do miocárdio (IAM) atendidas em um serviço de emergência e verificar o tempo de chegada (delta T). Identificar como o paciente foi transportado e correlacionar o delta T com o tratamento e prognóstico do mesmo.

Tipo II

Pesquisa transversa

A maioria dos pacientes era do gênero masculino, com idade média de 62,35 ± 14,66 anos. Os sintomas apresentados foram dor no tórax, região epigástrica ou desconforto torácico associado à dispneia e/ou sudorese súbita. A maioria dos pacientes foi transportada por ambulância e submetida a cateterismo cardíaco, seguido de angioplastia. O delta T encontrado foi 9h54min ± 18h9min. A letalidade global do estudo foi de 3,85%.

O reconhecimento dos sinais e sintomas do IAM pelo paciente foi fator determinante para a procura de atendimento especializado e aqueles com menor delta T apresentaram melhor prognóstico.

 

Dracup K, McKinley S, et al.

 

2008

Brasil

Avaliar o nível de conhecimento sobre a doença cardíaca e sintomas da ACS em pacientes com doença cardíaca isquêmica com alto risco para um novo evento cardíaco.

TIPO II

Estudo descritivo, quantitativo.

Quarenta e seis por cento dos pacientes tinham níveis baixos de conhecimento. A pontuação média foi de 71%. Maior escore de conhecimento foi significativamente relacionado com o sexo feminino em idade mais jovem e com ensino superior.

Mesmo após o diagnóstico de SCA e numerosas interações com os médicos e outros profissionais de saúde, o conhecimento sobre os sintomas e tratamento de doença cardíaca continua pobre. Pacientes necessitam de reforço continuado sobre a natureza dos sintomas cardíacos, os benefícios do tratamento precoce, e seu status de risco.

Kontos MC, Diercks DB, Kirk JD.

2011

Estados Unidos

 

Descrever o atendimento adequado ao paciente com dor torácica.

TIPO IV

Revisão da Literatura

A avaliação seriada (a cada 15-30 minutos) deve ser realizado rotineiramente em pacientes com sintomas contínuos ou achados ECG que são sugestivos, mas não um diagnóstico de isquemia.

A avaliação inicial do paciente com dor torácica aguda deve ser rápida e incluem eletrocardiograma, medição de um conjunto de marcadores cardíacos iniciais e história e exame físico que incidem sobre variáveis ​​hemodinâmicas e evidências de disfunção sistólica.

Duarte ER, Pimentel Filho P, Stein A.

2007

Brasil

 

Identificar a frequência da dor torácica na emergência e a descrição dos eventos na internação em seis meses.

TIPO II

Estudo transversal e estudo de caso.

Entre 80.184 pacientes, 1.564 (2%) apresentavam dor torácica.

Foram avaliados 52 pacientes, 69% internaram (38% com infarto, 27% angina e 4% dor não-anginosa).

Constatou-se uma baixa freqüência (2%) dos atendimentos devido a dor torácica não-traumática, porém elevada incidência de infarto e angina instável.

Ferreira AMC, Madeira MZA.

2011

Brasil

Levantar a produção científica referente à assistência  sistematizada  a pacientes acometidos por dor torácica na sala de emergência.

TIPO IV

Revisão da Literatura

Nos modelos de atendimentos imple mentados na maioria das unidades de dor torácica, mencionados nos artigos avaliados, utilizou-se, além da avaliação clínica e eletrocardiográfica, métodos que permitem tanto uma melhor capacidade de diagnosticar quanto de estratificar riscos, adotando condutas rápidas e eficientes. 

Um modelo sistematizado de atendimento, utilizando um fluxograma ou algoritmo, é crucial para a adequada seleção dos pacientes com dor torácica, não só diminuindo a chance de o paciente ser liberado inadequadamente, evitando, também, internações desnecessárias e redução no índice de mortalidade por estas doenças.

Santos JCA, Piaggi LFD.

2010

Brasil

Conhecer a visão do enfermeiro do Pronto Socorro sobre o atendimento ao paciente com suspeita de infarto agudo do miocárdio

TIPO IV

Pesquisa bibliográfica.

No que se refere à especialização em Urgência e Emergência, 75% dos enfermeiros não a tinham no período da pesquisa. De maneira que a especialização confere ao enfermeiro maior capacitação técnica e científica para a tomada de decisões mais apropriadas, objetivando o máximo os seus cuidados.

O sentimento mais prevalente relatado pelos enfermeiros ao atenderem é o medo, e os fatores que interferem na sua atuação estão relacionados com os recursos materiais insuficientes. Sugere-se o aperfeiçoamento e treinamento profissional para maximizar o atendimento.

WIT MAM, Bos-Schaap AJCM, Hautvast RWM, Heestermans AACM, Umans VAWM.

 

2012

HOLANDA

 

Escrever a contribuição e o papel da enfermeira no Centro Médico Alkmaar. 

TIPO V

RELATO DE CASO

A Mortalidade entre 1236 pacientes foi de 4%, enquanto 0,4% dos pacientes apresentaram um infarto do miocárdio. Cirurgia adicional foi necessária em apenas 2% desses estáveis ​​pacientes pós-infarto. O tempo médio de permanência foi de 5,9 ± 14,5 dias.

Este estudo observacional confirma que é viável e eficaz uma enfermeira liderar a unidade de cuidados pós-operatórios cardíacos.

Farrohknia N, et al.

2012

Suécia

Investigar a evidência científica para escalas de triagem na emergência.

Tipo IV

Revisão sistemática

Escalas de triagem usados ​​em emergências são suportados, na melhor das hipóteses, por evidência limitada . Muitas vezes, a evidência é mais fraca, e insuficiente. A capacidade dos sinais vitais individuais incluídas nas escalas diferentes para prever o resultado raramente, ou nunca, foi estudado no contexto da emergência.

Há deficiências na evidência científica em que escalas de triagem disponíveis atualmente se baseiam. Forte evidência científica é necessária para determinar qual dos sinais vitais e principais queixas têm o maior valor prognóstico na triagem.

Alexander KPNewby LKCannon CP, et al.

2007

USA

Identificar as áreas em que há evidência suficiente disponível para orientar a prática, bem como para determinar as áreas que merecem um estudo mais aprofundado nas doenças coronarianas presentes no cuidado dos idosos.

TIPO IV

Descritivo, qualitativo.

A heterogeneidade entre os idosos aumenta os riscos relacionados com o tratamento. Pois uma abordagem uniforme diminui a compreensão dos principais benefícios e os riscos.

Embora alguns estudos recentes tivessem descritos os efeitos do tratamento em pacientes mais velhos, outros continuam a excluir os pacientes com base na idade. Os resultados de análises de subgrupos de idade devem ser relatados de forma consistente em todos os ensaios, incluindo os riscos absolutos e relativos de eficácia e segurança.

 

DISCUSSÃO

A eficácia da terapia para síndrome coronária aguda (SCA) é dependente da decisão rápida dos pacientes de procurar tratamento. O tempo do início dos sintomas até a procura pelo atendimento influencia a morbimortalidade do paciente. No caso do IAM, as taxas de sobre vida aumentam em 50% se a reperfusão for alcançada em uma hora. Caso o tratamento atrase 30 minutos reduz a expectativa de vida em um ano (4).

Segundo a IV Diretriz da Sociedade Brasileir de cardiologia sobre Tratamento do IAM, os fatores que mais influenciam na demora do paciente a procurar ajuda são: desconhecimento dos benefícios do atendimento rápido, a não identificação da dor torácica como um sintoma cardíaco; atendimento de urgência não disponível (4).

Anualmente, cerca de 250 mil pessoas morrem antes de chegar ao hospital. Estudos têm mostrado que metade das vítimas de infarto do miocárdio agudo esperou mais de duas horas para ser ajudado (1).

O tempo médio entre o início dos sintomas até a admissão ao hospital é de 2,5 a 3,0 horas, e esse atraso não se alterou significativamente durante a última década, apesar de extensos programas de educação da comunidade (5).

Um grande número de paciente procura o primeiro atendimento em unidades básicas de saúde e/ou se medicam antes de irem ao serviço de emergência (4).

Na maioria das vezes, o primeiro contato do paciente em uma unidade de saúde é com a equipe de enfermagem. É imprescindível que haja a distinção dos sinais e sintomas que necessitam de ação emergente (3).

A unidade de emergência necessita de profissionais treinados e com aperfeiçoamento técnico cientifico na prática. A literatura indica que a prática da enfermagem de emergência está inteiramente ligada a competência clínica, desempenho, cuidado holístico e metodologia científica (3).

O atendimento deve ser resolutivo e responsável, no acolhimento a profissional deve avaliar o cliente de forma integral com análise crítica (11) . Entre os profissionais de saúde, o que em sua formação possui ênfase na valorização das necessidades do paciente e na gerencia que o permiti realizar a avaliação inicial, encaminhar o indivíduo a clínica e setor adequado, supervisionar o fluxo de pacientes e os profissionais de saúde. O enfermeiro deve ter uma visão abrangente do setor e exercer a liderança (3).

O sintoma mais frequente nas emergências cardiovasculares é a dor torácica aguda não traumática, a equipe de enfermagem precisa de destreza, agilidade e habilidade para agir de acordo com as prioridades (6).

A dor torácica possui variedades de causas clínicas, o diagnóstico diferencial deve ser realizado rapidamente de forma precisa. Outros sintomas relatados na literatura são dor irradiada para o membro superior esquerdo (MSE), dispneia e/ou sudorese súbita, dor em MSE e dor em região epigástrica (4).

Identificar a dor torácica como de origem anginosa e determinar o risco de eventos cardíacos maiores em indivíduos com suspeita de SCA envolve muitos fatores. Essa estimativa é útil para direcionar o local de tratamento, a forma de tratamento que pode ser de forma farmacológico ou através de procedimento de revascularização (7).

Se durante o exame clínico houver suspeita de SCA, o eletrocardiograma (ECG) deve ser realizado até 10 minutos após a chegada do paciente a unidade. Também de se realizado dosagem de marcadores de lesão miocárdica (CPK, CPK-MB, troponina T e I). Se os dados forem negativos, o exame deve ser repetido após 6 a 8 horas depois, de acordo com início dos sintomas (12).

A utilização dos marcadores de enzimas cardíacas precocemente nas primeiras 6 horas a partir dos primeiros sintomas é um diferencial para o diagnóstico, pois o baseado somente nos critérios clínicos e no ECG pode ser difícil e possui maior probabilidade de erro. Apenas 41% a 56% dos pacientes com IAM que chegam à emergência apresentam supradesnivelamento do segmento ST, sendo possível diagnóstico, como bloqueio de ramo esquerdo, inversão de onda T, infra-desnivelamento de segmento ST ou mesmo eletrocardiograma (ECG) normal. A confirmação ou exclusão de infarto nesse grupo de pacientes e a medida das enzimas miocárdicas no soro, associados a critérios clínicos eletrográficos, desempenham um papel ímpar no diagnóstico das SCA (8).

 

RESPOSTA A PERGUNTA CLÍNICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS CIENTÍFICA

A realização de uma triagem por profissional qualificado e que encontra-se sempre atualizado, o atendimento nos primeiros minutos em que o paciente chega a unidade, o diagnóstico diferencial e rápido, a realização de ECG em até 10 minutos após a chegada do paciente e marcadores de enzimas cardíaca com resultados em até 30 minutos são alguns métodos que beneficiam a redução da morbi-mortalidade do paciente que chega a unidade hospitalar de emergência com problemas cardíacos. Apesar disso há um grande desafio de aplicar a teoria á prática, devido superlotações das unidades e má gerenciamento. Para isso é necessário que o gestor da unidade disponibilize aparelhos de ECG, invista em equipamentos laboratoriais que disponibilizam o resultado rápido, mas que principalmente invista em recursos humanos, ao viabilizar em sua unidade o número adequado de profissionais de saúde e disponibilize educação permanente. Já para os profissionais de saúde é necessário que eles busquem se qualificar cada vez mais e ofereça um serviço não mecanizado, mas baseado em evidências através de conhecimento científico e pensamento crítico. Ao enfermeiro é necessário também que pratique sua liderança ao gerir adequadamente cada setor e atentar para as condições gerais do paciente e de sua equipe.  

CONCLUSÃO

Ainda há grandes falhas no atendimento emergencial pode-se dizer que seja pela grande demanda, o número reduzido de profissionais, a falta especialização para atendimentos emergenciais que necessitam de rápida tomada de decisão precisa. No entanto o enfermeiro deve estar apto para acolher, identificar os sintomas das diferentes emergências cardíacas, classificar a gravidade do quadro clínico, garantir continuidade no atendimento de acordo com o tempo estabelecido necessário para o início dos sintomas e gerir o fluxo dos pacientes e a necessidade do paciente ser reclassificado.

É inúmera e grande a responsabilidade do enfermeiro, para que sua função seja realizada com maior eficiência e para a segurança do paciente é necessário que o profissional receba treinamento específico (10). Foi verificado que na cidade do Rio de Janeiro poucos locais possuem pós-graduação em emergência e que nenhuma das universidades públicas oferece tal curso apesar da grande necessidade que há, já que a o número de atendimento e de profissionais que trabalham em tal setor aumentam a cada ano.

É necessário que a população conheça melhor os sintomas iniciais e saiba como proceder ao apresentá-los para que o tempo de chegada do indivíduo a unidade seja modificada. A educação em saúde da comunidade deve acontecer de forma a alcançar diferentes faixas etárias e grupo social.  

REFERÊNCIAS  

1)     Moeini M, Mahmoudian SN, Khalifezadeh A, Pour AH. Revendo os intervalos de tempo entre o início dos sintomas para a terapia trombolítica em pacientes com elevação do segmento ST infarto do miocárdio (IAM). Nurs Res Obstetrícia. 2010; 15(1): 379-385.

2)     Asencio JMM, Santos FJM, Herrera JCM, et al. Design of a case management model for people with chronic disease (Heart Failure and COPD). Phase I: modeling and identification of the main components of the intervention through their actors: patients and professionals (DELTA-icE-PRO Study). 2010; 10: 324. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3018450/. Acesso em: 03/02/2013.

3)     Becker E. Perfil dos pacientes usuários de um serviço de urgência e emergência. Novo Hamburgo, 2009.

4)     Bastos AS, Beccaris LM, Contrin LM, Cesarino CB. Tempo de chegada do paciente com infarto agudo do miocárdio em unidade de emergência. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2012; 27(3): 411-8. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbccv/v27n3/v27n3a12.pdf Acesso em: 03/02/2013.

5)     Dracup K, McKinley S, et al. Acute Coronary Syndrome: What Do Patients Know? Arch Intern Med. 2008; 168(10): 1049–1054. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2754414/ Acesso em: 03/02/2013.  

6)     Kontos MC, Diercks DB, Kirk JD. Emergency Department and Office-Based Evaluation of Patients With Chest Pain. Mayo Clin Proc. 2010; 85(3): 284–299. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2843115/ Acesso em: 04/02/2013.  

7)     Duarte ER, Pimentel Filho P, Stein A. Dor torácica na emergência de um hospital geral. Revista da AMRIGS. 2007, 51 (4): 248-254. Disponível em: http://www.vidasolidaria.org.br/revista/51-04/ao01.pdf Acesso em: 04/02/2013.  

8)     Ferreira AMC, Madeira MZA. A dor torácica na sala de emergência: uma revisão da literatura. Revista Interdisciplinar NOVAFAPI. 2011, 4(1). Disponível em: http://www.novafapi.com.br/sistemas/revistainterdisciplinar/v4n1/rev/rev2v4n1.html Acesso em: 04/02/2013.  

9)     Santos JCA, Piaggi LFD. Percepção do enfermeiro sobre o atendimento ao paciente com suspeita de infarto agudo do miocárdio. Revista Mineira de Ciências da Saúde.2010, (2):43‐51.  

10) WIT MAM, Bos-Schaap AJCM, Hautvast RWM, Heestermans AACM, Umans VAWM. Nursing role to improve care to infarct patients and patients undergoing heart surgery: 10 years’ experience. Neth Heart J. 2012, 20(1): 5–11.  

11) Farrohknia N, et al. Emergency Department Triage Scales and Their Components: A Systematic Review of the Scientific Evidence. Scand J Trauma Resusc Emerg Med. 2011; 19: 42. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3150303/. Acesso em: 04/02/2012.  

12) Alexander KPNewby LKCannon CP, et al. Acute coronary care in the elderly, part I: Non-ST-segment-elevation acute coronary syndromes: a scientific statement for healthcare professionals from the American Heart Association Council on Clinical Cardiology: in collaboration with the Society of Geriatric Cardiology. 2007 May 15;115(19):2549-69. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17502590 Acesso em: 04/02/2013.





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