EYE
CARE NURSING RECOMMENDED FOR CRITICAL PATIENT: SISTEMATIC REVIEW OF LITERATURE
Samyra
Carla Moura
Enfermeira aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados
Intensivos da Universidade Federal Fluminense (UFF). samyracarla@oi.com.br
Profa.
Dra. Isabel Cruz. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br
ABSTRACT.
Ocular
complications may result from long times or not admission to the intensive care
unit. Prevention of these complications is a accomplished throught basic care,
mainly performed by the nursing staff. Objective: To identify such care through evidence and answer the
clinical question and showing the best recommendation on eye care, and
prevention of ocular complications, such as punctate lesions or corneal ulcer. Methodology:
The
study is based on scientific evidence, as a method for systematic review
articles and scientific publications, the PICO strategy being used for training
of key clinical question databases.
Result:
The
result showed greater need for evidence and recommendations. The realization of
care prevents and reduces the rates of ocular complications of hospitalization
in the intensive care unit. Conclusion: Through
research we can notice a lack of publications, reinforcing the idea that futher
exploration of research on eye care and training of a protocol relating to this
care that benefits the life of critical customer need.
Recommendation:
Use
of ocular lubricants as hypromelose, polyethylene dressings, saline for
prevention of dry eye, passive lid closure and implementation of nursing
diagnosis risk for injury care plan cornea syndrome.
Key-
wors: Intensive
care; nursing; eye care
Resumo. Complicações
oculares podem ser resultados de períodos longos ou não de internação em
unidade de terapia intensiva. A prevenção dessas complicações é realizada
através de cuidados básicos, principalmente realizados pela equipe de
enfermagem. Objetivo: Identificar esses cuidados e através de evidências
responder a pergunta clínica e evidenciar a melhor recomendação relativa ao
cuidado ocular e prevenção de complicações oculares como lesão puntacta ou
úlcera de córnea. Metodologia: O
estudo é baseado em evidência científica, como método revisão sistematizada
em artigos e publicações científicas, sendo utilizada a estratégia PICO para
formação de pergunta clínicas principais bases de dados. Resultados: Os resultados mostraram necessidade maior de evidências
e recomendações. A realização do cuidado previne e diminui as taxas de
complicações oculares resultantes de internação em unidade de terapia
intensiva E de que há a necessidade do diagnóstico de enfermagem ao cuidado
ocular. Assim como hidratação da córnea para prevenção da síndrome do olho
seco. Conclusão: Através da
pesquisa pode-se perceber uma carência de publicações, reforçando a idéia
de que é necessário maior exploração de pesquisas sobre o cuidado ocular e
formação de um protocolo relativo a esse cuidado que beneficia a vida do
cliente crítico. Recomendações: Utilização
de solução fisiológica para prevenção da síndrome do olho seco, fechamento
passivo da pálpebra e implementação de diagnóstico de enfermagem de risco de
lesão de córnea com plano de cuidados.
Palavras-chave:
Terapia intensiva; enfermagem; cuidado ocular
INTRODUÇÃO
Com
grande aumento de exposição e números de acidentes e condições de vida cada
vez é maior o número de pacientes internados em unidades de terapia intensiva.
Esse tipo de cliente em sua maioria necessita de tecnologias e cuidado específicos
e são passíveis de tratamentos decisivos e que em sua maioria possuem efeitos
colaterais sobre o organismo
Apesar
de ser uma das menores taxas de complicações de internação em UTIs a lesão
de córnea como a úlcera de córnea (3,1%)1, são decorrentes de
tempo de internação, infecções, ou uso de sedação e ventilação
artificial.
As
lesões podem ser superficiais ou profundas dependendo da gravidade. Existem as
lesões traumáticas, superficial, infecciosa, degenerativa, ceratocone e miscelânia.
Sendo a de maior índice em adultos em UTIs a traumática, superficial e
infecciosa, associada principalmente a uso de drogas sedativas, e escassez de
cuidados de prevenção realizados pela equipe de enfermagem ¹.
Ao
decorrer do estudo poderemos responder a pergunta clínica baseada na estratégia
PICO, sobre o cuidado ocular de enfermagem a pacientes críticos, que foi
descrita no quadro1, para ajudar o
desenvolvimento que proporcionará a melhor resposta a pergunta clínica.
P |
Paciente
ou diagnóstico de enfermagem ou diagnóstico médico |
Paciente
crítico |
I |
Prescrição |
Umidificação
da córnea |
C |
Comparação |
Não
se aplica |
O |
Resultado |
Prevenção
de lesão ocular, úlcera de córnea |
T |
Tempo |
Não
se aplica |
Desenvolver
através dos acrônimos da estratégia PICO, identificar artigos e publicações
que sejam capazes de responder a melhor
evidência científica do cuidado ocular que atenda aos resultados definidos na
estratégia.
A
elaboração da estratégia PICO maximiza a recuperação de evidências nas
bases de dados, foca o escopo da pesquisa e evita a realização de buscas
desnecessárias 3
METODOLOGIA
Pesquisa
bibliográfica computadorizada no período de novembro a dezembro de 2013.
Realizou-se pesquisa literária das bases de dados indexadas U.S. National Library of Medicine (NLM), Centro Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências
da Saúde ( Lilacs), Cochrane Library,
Biblioteca Virtual em Saúde, Scientific
Eletronic Library Online( scielo), Portal Capes. Após a definição da
estratégia PICO, foram definidos os seguintes descritores baseados em Descritores
de Ciência e saúde (DECS) que
correspondem Enfermagem, doenças da córnea, córnea, terapia
intensiva,cuidado, visão. E suas seguintes traduções em inglês ( key words) Nursing,
corneal diseases, cornea, intensive care, care, view.
Porém
houve dificuldade de achados devido a poucas fontes e importância dada por
profissionais de saúde ao tema discutido. Verificou-se que a maioria das
publicações não está ligada ao cuidado ocular e sim a uma rede de cuidados
gerais ligados ao paciente crítico, como doação de órgãos. Sendo apenas
realizadas citações. Ou na maioria das vezes sequer tratava do cuidado ocular,
não contendo informações necessárias para elaboração de resposta da
pergunta clínica, fugindo ao tema proposto.
A
pesquisa teve como limitadores: humanos, adulto, idoso, ano entre 2008 a 2013,
texto disponível. Devido a dificuldade de achados não foi usado nenhum tipo de
limite relacionado a país ou região. Houve também pesquisa presencial no
Centro de ciência e saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Onde
encontrou-se teses de mestrado que não foram utilizadas por não tratar do tema
proposto.
Os
artigos foram selecionados apos análise de título, resumo e leitura completa,
sendo inseridos aqueles que agregavam a temática do estudo. Foram
utilizados 06 artigos que abordavam o tema sendo 02 em português e 04 em inglês.
Apenas um artigo escolhido não atendeu aos critérios de filtragem e limites,
com publicação em 2004, porém foi utilizado devido a carência de publicações
e também a grande temática abordada de bastante relevância ao estudo. Após
seleção dos textos, procedeu-se a leitura flutuante e organizou-se o corpus de
análise de acordo com o objetivo da pesquisa. Após leituras, foram
identificadas as unidades de registro que a seguir foram agrupadas em núcleos
temáticos que emergiram de forma isolada ou associada nas publicações.
Quadro
2: Combinação e resultados de achados
de descritores em comum Portal BVS. Niterói, 2013.
Descritores |
Resultados |
Terapia
intensiva Cuidado Enfermagem Úlcera
de córnea |
02 |
Cuidado Enfermagem
Doenças
de córnea |
01 |
Terapia
Intensiva Cuidado Enfermagem Córnea
|
03 |
Terapia
intensiva Cuidado
ocular Enfermagem |
05 |
Lesão
de córnea Terapia
intensiva Enfermeiro |
0 |
Úlcera
da córnea Doença
da córnea Fatores
de risco |
64 |
Segue
abaixo o quadro 3 com descritores em inglês.
Quadro 3:
Combinação e resultados de achados das key words Portal BVS. Niterói, 2013.
Key - words |
Results |
Intensive
care Care Nursing Ulcer
of the cornea |
09 |
Care Nursing Corneal
disease |
36 |
Intensive
care Care Nursing Cornea |
18 |
Intensive
care Eye
care Nursing |
75 |
Corneal
injury Intensive
care Nurse |
0 |
Ulcer
of the cornea Corneal
disease Risk
factor |
31 |
Quadro
4: Combinação e resultados de achados
de Key words na base NLM. Niterói, 2013.
Key
words |
Result
|
Intensive
care Care Nursing Ulcer
of the cornea |
02 |
Care Nursing Corneal
disease |
45 |
Intensive
care Care Nursing Cornea |
04 |
Intensive
care Eye
care Nursing |
78 |
Corneal
injury Intensive
care Nurse |
0 |
Ulcer
of the cornea Corneal
disease Risk
factor |
17 |
Após
leitura de publicações selecionadas nas bases indexadas, foi elaborado um
Quadro 4 com síntese evidenciando cada artigo selecionado com os seguintes
dados: Objetivo, força da evidência, tipo de estudo e instrumentos, principais
achados e conclusão. Essa síntese foi utilizada em cada artigo selecionado
como evidência e imposto ao Quadro 4. A partir
deles será iniciada a discussão do estudo.
Quadro 4:Publicações localizadas nas bases de dados. Niterói, 2013
Autor(es),
data & país |
Objetivo
da pesquisa |
Força
da evidência |
Tipo
de estudo e instrumentos |
Principais
achados |
Conclusões
do autor |
Werly
AA, Ercole FF, Botoni FA, Oliveira JADMM, Chianca TCM. 2011. Ribeirão
Preto. 19(5).2.
|
Propor
modelo de predição de risco para o desenvolvimento de lesão de córnea
em pacientes adultos da unidade de terapia intensiva. |
IIB |
Estudo
de corte prospectivo, realizado em hospital público de Minas Gerais Instrumento
construído e testado no estudo piloto, contendo as variáveis sociodemográficas,
clínicas e fatores de risco para o desenvolvimento de lesão na córnea. |
>
59,4% taxa de incidência global de lesão de córnea no período do
estudo. Sendo 55,1% puntacta e
11,8% ulcerativa >
Lesões traumáticas, superficiais e infecciosas são as principais em
unidade de terapia intensiva, >
Lesão traumática mais comum, é causada por fechamento palpebral
ineficaz e qualidade lagrimal inadequada. |
Necessidade
de elaboração de plano de cuidados oculares na admissão do paciente,
e diagnóstico de enfermagem que contemple o risco de lesão de córnea. |
Freire
SG, Freire ILS, Pinto JTJM, De Vasconcelos LDAQQ, Torres VG. 2012. Rio
Grande do Norte. 16 (4) 1. |
Descrever
as alterações fisiológicas da morte encefálica em potenciais doadores
de órgãos e transplantes. |
IIB |
Estudo
exploratório descritivo prospectivo quantitativo realizados em unidade de
terapia intensiva de um hospital Público de grande porte Hospital da
Restauração (HR) em Recife/Pernanbuco.. O instrumento usado trata-se de roteiro estruturado checklist que descreve as variáveis a serem pesquisadas. |
>
A maior taxa de potenciais doadores é do sexo masculino (62,6%). >
O diagnóstico de trauma crânio-encefálico é de maior incidência em
UTIs. > Úlcera de córnea com taxa 3,1% surgindo como complicação de falta de realização de métodos de prevenção. |
A
lesão ulcerativa de córnea é causada pela ausência de cuidado ocular
de prevenção. Utilização
de gazes úmidas com solução fisiológica a 0,9% sobre pálpebras
fechadas diminuem as taxas de lesão de córnea ulcerativa. O
conhecimento das alterações fisiológicas possibilita a equipe a
prevenir tais resultados alterações para a melhor manutenção dos órgãos
e tecidos. |
Hang MS, Lee CCH, Leung AKH, Lim JMJA, Chan CSC, Yan WW. 2008. China. Vol 45(11), pág 1565-1571. 8 |
Comparar a eficácias das tampas de polietileno com lanolina, pomada na prevenção de abrasões de córnea em pacientes críticos. |
IIB |
Estudo prospectivo randomizado controlado. O instrumento utilizado regime de cuidados padrão olho e teste de mancha de fluoresceína. |
>
116 pacientes foram incluídos na análise final. >
07 pacientes tiveram teste positivo para fluoresceína (6,0%). >
Destes 04 (6,8%) estava com polietileno. >
E 03 pacientes estavam com lanolina pomada (5,3%). |
A
tampa de polietileno igualmente
eficaz na prevenção de abrasões da córnea, quando comparado com
lanolina pomada. O
benefício adicional de cobertura de polietileno como uma barreira física
para proteger os olhos dos pacientes precisava de uma avaliação mais
profunda. |
Ezra
DG, Chan MPY, Solebo L, Malik AP, Crane E, Coombes A, Healy M 5. |
Comparar
a eficácia do lubrificante ocular (Lacrilube) e curativos de hidrogel de
poliacrilamida (Geliperm); para a prevenção de ceratopatia exposição
no paciente crítico. Avaliar a prevalência da doença a superfície
corneana em UTI |
IIB |
Estudo randomizado prospectivo comparativo O instrumento não foi abordado. |
>Não
houve diferença estatisticamente significativa na pontuação máxima
exposição da córnea entre os olhos tratados com Lacrilube e Geliperm e
nem de abertura palpebral. |
O
hidrogel de poliacrilamida é tão eficaz quanto o lubrificante ocular na
prevenção de ceratopatia. A equipe de enfermagem
deve estar plenamente formado na sua aplicação para o cuidado dos olhos. |
Azfar
MF, Khan MF, Alzeer AH. 2013. Saudi J Anaesth. Jan-Mar; 7(1): 33–36 7. |
Comparar
antigas e novas práticas de cuidados da córnea para diminuição de
complicações oculares em pacientes ventilados. |
IIIC |
Estudo prospectivo de corte observacional. O instrumento uma auditoria de qualidade. |
>A
taxa de secura da córnea foi de 40 por 1.000 dias de ventilação EM FASE
1. >Na
fase 2 a taxa de nebulosidade
córnea e secura era 3,52 e 1,78 por 1.000 dias de ventilação. >
Na fase 3 a taxa de secura
da córnea foi de 2,69 , enquanto a taxa de nebulosidade e ulceração foi
1,79 cada, contado 91 pacientes ventilados. |
Cuidados
com os olhos protocolizado pode reduzir o risco de complicações da córnea
em pacientes ventilados. |
Koroloff N, Boots R, Lipman J, Thomas P, Rickard C, Coyer F.2004.Intensive
Care Medicine 30(6):1122-11266 . |
Comparar
a eficácia da hipromelose Lacri -Lube combinação contra o envoltório
de polietileno para evitar falha epitelial da córnea no paciente de
cuidados intensivos semiconsciente. |
IIB |
Ensaio clínico controlado e randomizado. O instrumento utilizadoi para avaliação de resultados foi de Cortese. |
>
Dos 110 pacientes participantes do estudo 96,4% completaram o mesmo sem
lesão da córnea. >
Nenhum paciente do grupo de polietileno teve ulceração de córnea. >
Quatro pacientes do grupo hipromelose tivera ulcera de córnea., porém
associadas a patologia clínica de queimadura. |
O
curativo de polietileno e hipremolese obtiveram resultados parciais de
eficácia que não conseguem definir qual o mais eficaz. Ambos
são maneiras especializadas e eficazes no combate a úlcera de córnea. O
baixo custo do curativo de polietileno permite seu uso
em uma unidade de terapia intensiva |
O
globo ocular é composto por uma camada fina e transparente e avascular 4 de
proteção que é a córnea. A cada piscada a pálpebra leva a córnea, e a
conjuntiva com a lágrima4. A lágrima é de extrema importância e
é formada pelas glândulas lacrimais e acessórias, através dela é permitida
a lubrificação dos olhos evitando ressecamento da córnea e estruturas
oculares4.
Sua
diminuição impede a passagem de lágrima pela córnea, globo ocular e
conjuntiva.. Além de impedir o trabalho das glândulas lacrimais já que não há
movimentação ocular e exposição a ambiente4.
As
lesões oculares são modificações traumáticas, infecciosas, ou de deterioração
visual. As traumáticas geralmente associadas a consequências de traumas,
diminuição do movimento de piscar; As infecciosas principalmente associadas a
conjuntivite e internação hospitalar, e de deterioração ocasionada por
alguma doença degenerativa como catarata, diabetes tipo II, glaucoma.
O paciente em unidade de
terapia intensiva, na sua grande maioria está inconsciente ou necessita de
suporte ventilatório. Essas duas condições podem causar lesões
principalmente, no caso da sedação além de efeitos de vasoativos, diminui o
reflexo e fechamento ineficaz palpebral 5 ou estado
crítico da doença é frequentemente associada a permeabilidade capilar e retenção
de líquidos que causa edema periférico e edema da conjuntiva 5. Ou
até mesmo pode estar relacionado a sua condição clínica como por exemplo um
traumatismo crânio- encefálico.
A
principal gravidade dessa lesão inicialmente superficial é causar a úlcera de
córnea lesão com perda tecidual, conseqüência de extremo ressecamento ou
infecção. Portanto através do estudo constatou-se que o melhor cuidado é a
umidificação do globo ocular e fechamento palpebral, pois assim diminui a
exposição à luz e bactérias no ambiente além de preservar as glândulas
lacrimais. Segundo pesquisas realizada por Werly2. Nas unidades de
terapia intensiva cerca de 59,4% de incidência de lesões de córnea, sendo
11,8% evoluindo para úlcera de córnea2. A úlcera da córnea pode
ser tratada com lubrificantes ou gotas antibióticas 6. O uso
de curativo de polietileno (tampa) ou lubrificante
com Hypromelose são as formas mais específicas e eficazes na prevenção das
lesões e úlcera de córnea, embora não haja resultados de qual é a mais
eficaz, porém o baixo custo do polietileno é favorável 6.
O principal cuidado é realizado pela enfermagem que tem papel
fundamental dentro de um centro de terapia intensiva, além de estar atento o
tempo todo ao paciente. Este é o fechamento passivo da pálpebra, através de
fina camada de gaze com fita hipoalérgica umidificação
através de solução fisiológica, Isso na ausência de prescrição de
lubrificante 1.
Diante do quadro de internação em UTIs, pacientes que não estejam lúcidos
é imprescindível o cuidado ocular na prevenção de complicações oculares e
possível deterioração visual. Isso deve ser identificado assim que for
realizada anamnese do cliente, sendo identificado como um fator de risco e
inserido ao diagnóstico do enfermeiro com plano de cuidado de acordo com a
rotina local a cada 4/4h, ou 2/2h conforme Koroloff 6.
A sistematização da assistência de enfermagem configura-se como uma
metodologia para organizar e sistematizar o cuidado com base nos princípios
científicos, e tem como objetivo identificar as situações de saúde-doença,
as necessidades de cuidados de enfermagem, subsidiar as intervenções de promoção,
prevenção, recuperação, e reabilitação do indivíduo, família e
comunidade 9.
A sistematização de
enfermagem (diagnóstico e plano de cuidados), ação privativa ao enfermeiro é
a prática mais bem sucedida de trabalho na enfermagem, já que assegura uma prática
assistencial e individualizada10. No cuidado ocular o diagnóstico de
“risco” é fundamental, pois sabe-se que as chances de necessidade de
suporte ventilatório ao paciente em unidade de terapia intensiva são consideráveis,
sendo este um fator de risco, deve-se elaborar plano de cuidados preventivos. O quadro
5 mostra um dos poucos possíveis diagnósticos relacionado ao cuidado
ocular.
Já no âmbito do procedimento técnico do cuidado, não pode-se
desconsiderar o bem estar do cliente, evitando acúmulo de substância da cola
do filete de esparadrapo, e sujidades, provendo sempre a antissepsia local antes
do cuidado. Essas práticas de cuidado permitem a grande prevenção de lesões
de córnea e úlcera de córnea, além de estabelecer um padrão de cuidado ao
paciente que pode até apresentar melhora quando realizado outros exames como
avaliação de pupila comumente realizado nas UTIs. E além de diminuir índices
de infecção hospitalar, já que este simples cuidado contribui também para
prevenção de infecção.
Quadro 5: possíveis diagnósticos
e características definidoras segundo Salotti 11 e Nanda
respectivamente. Niterói,2013.
Diagnósticos
|
Características
definidoras |
Proteção
ineficaz pelos anexos oculares |
Olho
seco, edema, dor, ardor e lacrimejamento. |
Risco
de olho seco |
Diminuição
de reflexo palpebral. |
A partir do estudo constatou-se a importância da implementação do
diagnóstico de enfermagem ao cuidado ocular e plano de cuidados, pois somos
coadjuvantes na permanência do paciente em terapia intensiva por estarmos por
mais tempo a companhia do mesmo. Além de exercermos mais o estudo proporcionou
a formação de consciência de como e pouco realizado esses cuidados, frente a
tantos outros mais específicos e complexos, além de implementar principalmente
o diagnóstico de enfermagem para risco de afecções oculares e plano de
cuidados. Assim muitas das vezes percebe-se logo na admissão que esse tipo de
cuidado será necessário.
A
melhor evidência de cuidado foi utilização de lubrificantes com hypromelose,
curativos de polietileno bem específicos ao cuidado ocular,
como melhor prevenção para lesão ocular na internação em terapia
intensiva. Somente na ausência destes a hidratação com solução fisiológica
como cuidado básico. O fechamento passivo da pálpebra mesmo que não contenha
curativo de polietileno, pode ser realizado com fita hipoalérgica (micropore),
assim reduzindo a exposição ocular E
se estivermos atentos e realizando esses cuidados que são de pouca
complexidade, pode-se diminuir mais as poucas taxas de lesões de córnea em
UTIs.
Observou-se também que há uma grande necessidade de pesquisa e publicações
relativas à temática, uma vez que o enfermeiro tem um papel fundamental na
assistência ao paciente crítico, para que seja prestado um cuidado benéfico
ao paciente.
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JSNCARE