Patients
in intensive care units in contact precautions: A challenge for the care of a
nurse.
Pacientes em unidades de terapia intensiva em precaução
de contato: Um desafio para os cuidados da enfermeira
Abstract
The control of nosocomial infection in
intensive care units requires nurse an overall adherence to all the rules of
control and prevention of contamination of patients by contact caused by
microorganisms resistant to antibiotic treatment. Objective: This study
aims to analyze the role of the nurse in intensive care units and their
importance to the success of prevention measures adopted by hospitals to combat
hospital infections. Method: This is a critical review of existing
literature on the subject. Articles were collected in the databases LILACS,
MEDLINE and SCIELO between 2009 and 2014, of which a summary is made, to analyze
the content. Results: The results showed unanimity of the authors on the
importance that acquires adherence to prescribed standards for hand hygiene and
use of PPE, in order to reduce morbidity and mortality from nosocomial
infections among ICU patients. Conclusion: This study indicates stating
that the role of the nurse is of the utmost importance for the prevention and
control of hospital infection programs successful and able to reduce the
positive cases of contamination in the intensive care environment. Recommendation:
There should be greater incentive to information under the control of the
spread of multiresistant organisms in intensive care unit.
Key-words: Nursing; Intensive Care Unit;
Nosocomial Infection; Prevention Measures
Resumo
O controle da
infecção hospitalar em unidades de terapia intensiva exige da enfermeira a
total adesão a todas as normas de controle e prevenção da contaminação dos
pacientes por contato causada por microrganismos resistentes ao tratamento com
antibióticos. Objetivo: Este estudo visa analisar o papel da enfermeira
nas unidades de terapia intensiva e sua importância para o sucesso das medidas
de prevenção adotadas pelos hospitais para combater a infecção hospitalar. Método:
Trata-se de revisão crítica da literatura existente sobre o tema. Foram
selecionados artigos coletados nas bases de dados LILACS, MEDLINE e SCIELO,
entre 2009 e 2014, dos quais é feito um resumo, para análise do conteúdo. Resultado:
Os resultados mostraram unanimidade dos autores quanto à importância que
adquire a aderência às normas prescritas para higienização das mãos e uso
dos EPI, para que se reduzam os índices de morbi-mortalidade por infecção
hospitalar, entre pacientes internados em UTI. Conclusão: O estudo
permite concluir afirmando que o papel da enfermeira é da maior importância
para que os programas de prevenção e controle da infecção hospitalar tenham
sucesso e consigam reduzir os casos positivos de contaminação em ambiente de
tratamento intensivo. Recomendação: Deve haver maior incentivo
à informação sobre o controle da disseminação de organismos
multirresistentes em ambiente de terapia intensiva.
Palavras-chaves: Enfermagem; Unidade de Tratamento Intensivo; Infecção hospitalar;
Medidas preventivas.
Introdução
Situação
– Problema:
A
razão pela escolha do DE: risco de contaminação para o cliente de alta
complexidade em terapia intensiva baseou-se em estudos que mostram que pacientes
críticos são mais vulneráveis à infecção hospitalar, em comparação às
demais unidades. O risco de infecção é diretamente proporcional à gravidade
da doença, às condições nutricionais, à natureza dos procedimentos diagnósticos
e/ou terapêuticos, bem como ao tempo de internação, entre outros aspectos1.
Nos últimos anos, a incidência de infecção hospitalar associada a
microrganismos resistentes tem aumentado em todo o mundo. A aquisição de
microrganismos ocorre, geralmente, a partir da transmissão pelo contato das mãos
dos profissionais com os pacientes e pelo contato direto do paciente com
material ou ambiente contaminado2.
Dentro
desse contexto, os hospitais devem adotar medidas habituais de prevenção e
controle de infecções, através das precauções padrão1.
Neste
sentido, entendemos que, durante a assistência ao paciente, a equipe
multiprofissional pode contribuir para redução dos índices de infecção
hospitalar, através da adoção de tais precauções1.
Quadro 1: Estratégia
PICO (Desdobramento da pergunta clínica nas suas categorias)
ACRÔNIMO |
DEFINIÇÃO |
DESCRIÇÃO |
P |
Paciente ou diagnóstico de enfermagem |
Paciente de alta complexidade em precaução de contato |
I |
Prescrição |
Identificar o modo de transmissão baseado no agente infeccioso;
reduzir a transferência do patógeno ao realizar o isolamento de
contato |
C |
Controle ou
comparação |
Uso de equipamentos de proteção individual pelo profissional, visando
impedir novos focos de infecção. |
O |
Resultado |
Reconhecer os fatores de risco associados ao potencial para transmissão
de infecção, a fim de auxiliar a equipe de enfermagem a praticar as
precauções apropriadas para a prevenção da transferência de patógeno,
melhorando a qualidade do cuidado prestado, visando à segurança do
paciente e da equipe. |
Pergunta clínica:
Qual o nível
de conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre as medidas de prevenção
mais indicadas para a infecção hospitalar?
Objetivo:
Identificar
as produções científicas de enfermagem utilizando a estratégia PICO para
determinar a melhor evidência possível para melhorar o conhecimento de
enfermeiros e enfermeiras sobre as medidas de prevenção e tratamento da infecção
hospitalar.
Metodologia
O estudo baseou-se no tipo de pesquisa descritiva, pois
este fornece um conhecimento aprofundado a respeito do tema, exigindo uma série
de informações acerca do que se define estudar3. Foi concentrado no
método de revisão bibliográfica, onde se levanta e analisa os dados relativos
ao que já foi publicado em relação a um ou mais tópicos, capazes de
construir um tema de pesquisa de cunho científico4.
Realizou-se o levantamento bibliográfico, no período
de outubro a novembro de 2014, em ambiente virtual, através da Biblioteca
Virtual em Saúde, onde foram utilizados os sites da Lilacs, Medline, Scielo e
Bedenf, sendo empregados os descritores de forma associada com o tema Terapia
Intensiva, para refinar a busca, e foi usado o boleador “AND”. Em um segundo momento houve um refinamento do
material encontrado, utilizando como critério de exclusão o recorte temporal,
empregando apenas obras publicadas a partir de 2009 e obras que se encontram em
línguas que não sejam o português e o inglês, apresentando-as
a seguir em forma de tabela para melhor compreensão dos dados. Foram encontrados 2.051 artigos, conforme
disposto no quadro abaixo. Após a exclusão das obras que se repetiam nas bases
de dados, restaram 1.021 artigos.
Quadro 1 – Artigos encontrados nos bancos de dados
Descritores |
Lilacs |
Scielo |
Bdenf |
Medline |
Total |
|
Infecção Hospitalar |
103 |
25 |
26 |
1.544 |
1.698 |
|
Serviços de Controle de Infecção
Hospitalar |
1 |
0 |
2 |
32 |
35 |
|
Programa de Controle de Infecção Hospitalar |
7 |
2 |
2 |
9 |
20 |
|
Prevenção de Doenças Transmissíveis |
1 |
0 |
1 |
17 |
19 |
|
Isolamento de pacientes |
13 |
1 |
2 |
73 |
89 |
|
Hospitais de Isolamentos |
7 |
0 |
0 |
183 |
190 |
|
Total de Artigos Encontrados |
132 |
28 |
33 |
1.858 |
2.051 |
Em um terceiro momento,
os resumos dessas obras foram lidos e excluídos aquelas em que a temática
diferencia do tema do estudo, sobrando 56 artigos, que foram lidos com atenção
especial para os resultados e conclusão, o que reduziu o número anteriormente
encontrado para apenas 09 artigos, sendo destes 5 (seis)
em inglês e 4 (quatro) em português, sendo reunidas através da relação, título,
resumo e conteúdo, visando atender ao objetivo do presente estudo.
A
qualidade de cada estudo foi avaliada usando escalas adaptadas de checklists de
metodologia existentes, e os escores são registados em tabelas de evidências.
Em seguida, a qualidade da base de evidência foi avaliada usando métodos
adaptados do Grupo de Trabalho GRADE5. Resumindo, as tabelas GRADE são
desenvolvidas para cada uma das intervenções ou questões abordadas dentro das
tabelas de evidências. Nas tabelas GRADE acham-se a intervenção de interesse,
quaisquer resultados listados nas tabelas de evidências que sejam julgadas como
clinicamente importantes para o grupo de trabalho, a quantidade e tipo de evidência
para cada resultado, os achados relevantes, e o GRAU DE EVIDÊNCIA (GRADE) para
a dada intervenção ou questão. Para questões de terapia ou mais difíceis, o
grau de evidência para cada resultado é considerado alto se a base de evidência
incluir um RCT (artigo) ou uma revisão sistemática de artigos, baixo se a base
de evidência incluir somente estudos observacionais, ou muito baixo se a base
de evidência consistir somente de estudos descritivos (ou seja, estudos não
controlados) ou a opinião de especialistas. O GRADE inicial é então
modificado por oito critérios. Os critérios que podem diminuir o GRADE de uma
base de evidência incluem baixa qualidade de estudos individuais, achados
inconsistentes entre os estudos, não encaixe dos achados do estudo à questão
do estudo, imprecisão das estimativas do estudo e tendências da publicação.
Os critérios que podem aumentar o GRADE incluem uma grande magnitude de efeito,
um gradiente de resposta à dose, ou inclusão de perturbadores não medidos que
possam aumentar o tamanho do efeito. Para as questões relativas às medições
de diagnóstico (por ex., sensibilidade de valores preditivos) ou medições
descritivas (por ex., prevalência ou incidência), o GRADE de evidência
inicial pode ser alto, mesmo se a base de evidência só incluir desenhos de
estudos descritivos, tais como estudos de seção cruzada. O GRADE inicial pode
então se modificado por critério similar àquele usado para terapia ou questões
difíceis. As definições de GRADE são as seguintes:
1.
Alta – É muito improvável que pesquisas posteriores venham a mudar a
confiabilidade na estimativa do efeito.
2.
Moderada – É provável que pesquisas posteriores afetem a confiabilidade na
estimativa do efeito e que possam mudar a estimativa.
3.
Baixa – É muito provável que pesquisas posteriores afetem a confiabilidade
na estimativa do efeito e é provável que mudem a estimativa.
4.
Muito baixa – Qualquer estimativa do efeito é muito incerta5.
Após
determinar o GRADE da base de evidência para cada resultado de uma dada
intervenção ou questão, o GRADE geral da base da evidência para aquela
intervenção ou questão é calculado. O GRADE geral é baseado no GRADE mais
baixo para os resultados considerados críticos pelo grupo de trabalho, para
fazer uma recomendação5.
Figura
1 – Fluxograma de Seleção das Teses
Busca em Base de Dados: N = 2.051 artigos Seleção para Análise: N = 09 artigos Após Leitura dos Resumos: N = 56 artigos Após Exclusão de Duplicatas: N = 1.201 artigos
Fonte:
A autora (2014).
Síntese
das evidências científicas
Quadro 2: Publicações localizadas
nas bases de dados virtuais.
Rio de Janeiro, 2014.
Autor(es), data e país |
Objetivo da pesquisa |
Força da evidência |
Tipo de estudo e instrumentos |
Principais achados |
Conclusões do(s) autor(es) |
Oliveira AC, Cardoso CS, Mascarenhas D, 2009,
Brasil6 |
Identificar os fatores que facilitam ou
dificultam a adesão às precauções de contato, pelas profissionais de
um CTI de hospital geral. |
Moderada |
Estudo transversal, utilizando um questionário
semiestruturado para coleta de dados. |
Os fatores dificultadores da adesão à
higienização das mãos foram o esquecimento, falta de conhecimento, distância
da pia, irritação da pele e falta de materiais. O uso do capote
apresentou maior dificuldade pela sua ausência no box, acondiciona-mento
inadequado, calor e ao eu uso coletivo. O uso de luvas foi a conduta de
maior facilidade na prática cotidiana. |
Os resultados apontam a necessidade de
implementar medidas de precaução a fim de minimizar a disseminação de
microrganismos resistentes. |
Araújo MFM, Beserra EP, Marques MB, Moreira
RAM, Araújo TM, Caetano, JA, 2010, Brasil7 |
|
Alta |
Estudo qualitativo desenvolvido com nove
profissionais de saúde de um hospital escola. Adotou-se como instrumento
da coleta de dados entrevistas e roteiro semiestruturado sobre possíveis
problemas detectados para o controle das infecções hospitalares. Os
resultados foram organizados pela técnica categorial, em seguida
analisados à luz do referencial de Morse e Field. |
O espaço físico inadequado, jornada laboral
extensa, juntamente com a grande rotatividade de pacientes foram os
principais problemas verificados no combate às infecções hospitalares.
A falta de infraestrutura do serviço na implementação de um trabalho
dentro de condições assépticas adequadas também foi citada. |
A parceria entre a unidade de terapia intensiva
e a Comissão de Controle da Infecção Hospitalar é um desafio
importante para que ambos sejam co-participantes no controle e prevenção
das infecções hospitalares. |
Vandijck DM, Labeau SO, Vogelaers DP, Blot SI,
2010, USA8 |
Fazer a avaliação atualizada das recomenda-ções
baseadas em evidências para a prevenção de infecções nosocomiais. |
Moderada |
Estudo exploratório, descritivo e
experimental. A coleta de dados foi feita por questionário e observação
direta. |
As aptidões e o conhecimento sobre as
recomendações de consenso baseada em evidências para a prevenção e
controle da infecção foi achada como bastante deficiente. |
O primeiro passo deveria ser aumentar a aderência
dos enfermeiros de UTIs para as recomendações dos Centros para Controle
e Prevenção de Doenças. |
Souza ELV, Nascimento JC, Caetano JA, Ribeiro
RCV, 2011, Brasil9 |
Analisar a utilização de equipamentos de
proteção individual (EPIs) pelos trabalhado-res de enfermagem nas UTIs
de hospital de emergência. |
Baixa |
Estudo exploratório, descritivo e transversal.
A coleta de dados foi feita através de entrevista e observação. |
Os resultados revelaram que os técnicos e
auxiliares de enfermagem têm consciência da importância do uso de EPIs,
porém não os utilizam com a devida frequência, devido a problemas de
ordem comportamental e de logística. |
O estudo dá margem a uma reflexão quanto à
importância da identificação de facilidades e dificuldades encontradas
pela equipe na utilização dos EPIs. |
Cohen B, Hyman S, Rosenberg L, Larson E, 2012, USA10. |
Documentar a frequência, tipo e duração dos
contatos feitos pelos trabalhadores de cuidados de saúde com outras
equipes do hospital e visitas a pacientes em UTIs. |
Baixa |
Estudo de seção cruzada em que foram
observados os pacientes de três hospitais acadêmicos, com registro de
ocorrências da entrada de alguém no quarto do paciente. |
As entradas no quarto ficaram na faixa de 0 a
28 por paciente (média 5,5) e os pacientes receberam visitas de 0 a 18
pessoas diferentes por hora (média 3,5). |
Os padrões de exame dos contatos dos pacientes
pode melhorar o entendimento da dinâmica de transmissão das infecções
nos hospitais. Novos modelos de transmissão devem considerar os papéis
dos trabalhadores de cuidados de saúde além as enfermeiras e médicos
designados para o paciente. |
Schwab F, Meyer E, Geffers C, Gastmeier P,
2012, Alemanha11. |
Investigar o impacto da ocupação de leitos
(proporção pacien-te:leito), a proporção enfermeiro:paciente e a
proporção enfermeiro:paciente ventilado em infecções da corrente sanguínea
hospitalar e pneumonia em 182 UTIs. |
Alta |
Análise dos dados relatados mensalmente pelos
hospitais da Alemanha ao sistema de supervisão hospitalar para infecções
hospitalares em 2007. A informação do número de trabalhadores de
cuidados de saúde e os parâmetros da estrutura foram obtidos por
questionários e analisados usando modelos de equação de estimativa
generalizada. |
No total, 1313 casos de pneumonia e 513 casos
de BSI foram relatados por 182 UTIs em 1921 meses de supervisão e 563.177
pacientes/dia. |
Um parâmetro do pessoal que reflete a
intensidade do cuidado, como a proporção enfermeiro:paciente ventilado,
pode permitir melhor avaliação da carga de trabalho e dos recursos,
especialmente no momento em que os recursos de enfermagem estão sendo
reduzidos e as infecções hospitalares aumentando. |
Bathke J, Cunico PA,
Maziero ECS, Cauduro FLF, Sarquis LMM, Cruz EDA, 2013, Brasil12 |
Investigar a infraestrutura material e a adesão
à higienização das mãos em UTI do Sul do Brasil. |
Moderada |
Pesquisa observacional, por obser-vação
direta não participante e emprego de instrumento autoaplicável com Texte
de X2, estatística descritiva e análise de discurso quantitativa. |
Embora os profissionais superestimem a adesão,
reconheçam a prática como relevante e refiram não haver fatores de
impedimento, a adesão foi de 28,6% e significativamente menor antes do
contato e dos procedimentos assépticos do que após o contato com o
paciente. |
A infraestrutura apresentou-se deficiente em
funcionalidade. Os resultados implicam riscos para a segurança dos
pacientes, sendo relevante o planejamento de ações corretivas e que
promovam essa prática. |
Djukic M, Kovner CT, Brewer CS, Fatehi FK, Bernstein I,
2013, USA13 |
Examinar dois grupos de enfermeiras recém-
registradas, com dois anos de interval, para comparar a participação nas
atividades de qualidade hospitalar. |
Moderada |
Entrevista com questionário. |
Exceto quanto às práticas específicas para
reduzir as taxas de infecção hospitalar com o uso da lavagem das mãos,
nenhuma diferença significativa foi observada entre os dois grupos. |
Foi observado um aumento no número de
hospitais que participam de programas formais dirigidos a aumentar o
engajamento dos enfermeiros nas iniciativas de qualidade e segurança
desde 2008. |
Bae S-H, Brewer CS, Kelly M, Spencer A. 2014, USA14 |
Examinar a natureza e prevalência do uso de
pessoal de enfermagem temporário em UTIs e as relações entre o uso de
pessoal de enfermagem temporário e a ocorrência de infecções
hospitalares associadas à corrente sanguínea e à ventilação dos
pacientes. |
Alta |
Estudo longitudinal retrospectivo de dados
coletados mensalmente em 12 UTIs em seis hospitais. Análise por modelos
qui-quadrado, ANOVA e de regressão lógica. |
As UTIs usam altos níveis de pessoal de
enfermagem temporário, mas esse uso não foi associado a infecções
nosocomiais. As percepções dos enfermeiros com relação à adequação
dos recursos foram significativamente associadas às infecções
hospitalares. |
Não foi achada evidência ligando o pessoal de
enfermagem temporário às infecções hospitalares, mas sim que as percepções
da adequação do pessoal eram relacionadas à infecções hospitalares. |
Laki AS, Zigheimat F,
Ebadi A, Najarkolaei FT, 2014, Irã15 |
Desenvolver e validar diretrizes baseadas em
evidência para a prevenção de infecções hospitalares em UTIs. |
Baixa |
Estudo desenvolvi-mental da qualidade de 32
normas avaliadas com a check list de validade e confiabilidade. Novas
Normas de evidência baseadas no modelo Stetler foram planejadas. A análise
dos dados foi executada usando estatística descritiva e SPSS. |
A qualidade de 32 diretrizes disponíveis foi
baixa (84,37%) e a qualidade de 15,63% foi moderada. Dezoito diretrizes de
prevenção de infecção hospitalar foram planejadas tendo 100% delas boa
qualidade. |
Devido à importância da prevenção da infecção
hospitalar e como a qualidade das diretrizes disponíveis não é boa,
diretrizes baseadas em evidências podem reduzir o risco de infecção em
pacientes. |
Discussão
Os autores estudados apontam com unanimidade para a importância do
controle da infecção hospitalar, ao constatarem a grande influência desta
doença e de problemas colaterais por ela trazidos ao paciente já debilitado,
nas taxas elevadas de morbi-mortalidade apresentadas pelos pacientes infectados.
O conhecimento, pelos membros da equipe de enfermagem, dos processos
infecciosos, da resistência bacteriana e das medidas estratégicas indicadas
para que seja reduzido o contato e com isto a incidência de infecções em
ambiente de UTI, pode fazer a diferença entre os percentuais atingidos de
prevalência da contaminação hospitalar, com quadro de piora do paciente,
podendo levar a óbito.
As alterações do perfil do paciente e no ambiente do cuidado de saúde,
que vêm modificando as condições socioeconômicas, aliadas aos avanços nas
áreas científicas, com a tecnologia da informação, desafiam a profissão de
enfermagem, em particular aqueles profissionais que se dedicam aos cuidados
intensivos. Todas essas mudança podem sem dúvida afetar a maneira como a
profissão estará sendo praticada em futuro próximo. Um entendimento
abrangente desses fatores é portanto essencial se a enfermagem pretender
enfrentar e vencer os desafios apresentados pelo ambiente de cuidados críticos
do amanhã. Devido precisamente ao fato de as evoluções de alta tecnologia
serem geralmente muito caras ocorrerem em um passo rápido, ainda sendo
esperadas muitas delas, o foco contínuo sobre os processos básicos de
enfermagem, o papel central dos cuidados, bem como a manutenção da confiança
na capacidade de fornecer um cuidado ao paciente seguro, de alta qualidade e
baseado em evidências irá progressivamente tornar-se um desafio aos
enfermeiros de cuidados críticos. Particularmente, os perfis de aptidões e
conhecimentos básicos permanecem como pré-requisitos na prevenção de infecções
hospitalares, que é uma complicação principal contínua e uma ameaça aos
pacientes de unidades de cuidados intensivos8.
O contato dos trabalhadores de saúde pode ser uma forma importante de
transmissão de infecções entre os pacientes, embora pouco se saiba sobre os
padrões de contato dos pacientes com o pessoal e os visitantes do hospital.
Devido à importância da interação frequente entre os membros da equipe
multidisciplinar e o paciente, para garantir a segurança e a qualidade do
cuidado, limitar os contatos certamente não é do melhor interesse do paciente
nem da equipe de cuidados. Estudar os padrões de contato, entretanto, pode
melhorar potencialmente o entendimento de como ocorre a transmissão e ter assim
um papel importante nos esforços para mitigar o risco de infecção, pela mudança
dos padrões de fluxo de trabalho, para reduzir as oportunidades de transmissão,
enfatizando a importância da aderência às precauções padrões e de
isolamento, e conformando a estrutura do pessoal, nas enfermarias do hospital10.
Devido ao maior uso de pessoal de enfermagem temporário em unidades de
cuidados intensivos, os administradores da enfermagem em unidades de cuidados
intensivos precisam monitorar os níveis de pessoal de enfermagem temporário e
desenvolver uma abordagem sistemática para os hospitais administrarem esses
ajustes da enfermagem, o que pode reduzir os atritos de enfermeiros de cuidados
intensivos temporários e permanentes. Além de medidas quantitativas do pessoal
de enfermagem, as percepções dos enfermeiros com relação à adequação do
pessoal pode ser usada para medir o pessoal de enfermagem em relação a
resultados adversos dos pacientes14.
A infecção hospitalar é um dos problemas mais importantes nos centros
de cuidados de saúde e para pacientes das unidades de cuidados intensivos. O
desenvolvimento de normas baseadas em evidências para a prevenção de infecções
nosocomiais pode ter um grande impacto na redução dessas infecções15.
Conclusão
As principais sugestões para medidas de prevenção e controle são no
sentido de que a equipe multidisciplinar de enfermagem apresente envolvimento e
comprometimento com as boas normas de higiene, principalmente com a lavagem das
mãos, que deve ser frequente e completa; que sejam enfatizados os cuidados com
os instrumentos, principalmente os perfuro-cortantes; que sejam determinadas,
divulgadas e implementadas, em todas as instituições de saúde, medidas de
precaução visando minimizar a disseminação de microrganismos resistentes;
sempre que possível, que seja fomentada a parceria com a Comissão de Controle
de Infecção Hospitalar; que sejam realizados programas e eventos para alertar
contra imprudência, imperícia e falta de informação dos membros das equipes
de enfermagem e incentivar as precauções de contato e de limpeza ambiental;
que seja valorizado o uso dos EPIs; que seja dada maior atenção à limpeza dos
equipamentos utilizados para lavagem das mãos e outros processos de higienização
corporal, de roupas, uniformes, instrumentos e equipamentos.
Os enfermeiros são o maior grupo de provedores de cuidados de saúde nos
Estados Unidos, e os líderes e especialistas em cuidados de saúde concordam
que engajar os enfermeiros registrados nos esforços para melhoria da qualidade
é essencial para melhorar o sistema de cuidados da saúde, o cuidado do
paciente e a saúde da nação. Infelizmente, a despeito de alguns estudos
demonstrarem o valor dos esforços feitos para melhorar a qualidade
desenvolvidos por enfermeiros, há muito poucos enfermeiros envolvidos nesses
esforços, e este número não vem crescendo.
Tem havido um aumento no número de hospitais que participam de programas
formais dirigidos para o aumento do comprometimento de enfermeiros com as
iniciativas voltadas para qualidade e segurança, de alguns anos para cá.
Espera-se que esta tendência venha a aumentar a probabilidade de participação
nessas atividades, dos membros de equipes interdisciplinares hospitalares.
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