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REVIEW ARTICLES

The diagnosis of impaired Comfort in the Intensive Care Unit from the Nurse's perspective - systematized review of literature


O diagnóstico de conforto prejudicado na unidade de Terapia Intensiva sob a perspectiva do Enfermeiro - revisão sistematizada da literatura


Ricardo de Lemos Costa1, Isabel Cristina Fonseca da Cruz1

1Universidade Federal Fluminense

ABSTRACT

Investigate the understanding of the diagnosis of Impaired Comfort and its ways of identifying it in the Adult and Elderly patient, admitted to the Intensive Care Center (ICU). Objective: To analyze published articles that Answer the clinical question: for the high Complexity with diagnosis of Impaired Comfort, what is the Intervention or protocol for its resolution. Method: search for a computerized and / or manual bibliographic review in the national and international nursing journals, in the Scientific research from April to November 2016, Published in 2010 to 2016. The following Databases: Scientific Electronic Library Online (Scielo), PubMed via PICO, Latin American Literature and Caribbean in Health Sciences (LILACS), Database of Nursing (BDENF). Results: It was noticed that the diagnosis of Impaired Comfort can manifest itself in different ways. It was also verified the importance of the nurse in providing the humanized care to the critical patient in order to minimize the discomfort arising from the hospitalization process. Conclusion: In the face of the scenario, it is correct to affirm that the nurse develops a fundamental work in health care and must be committed to the promotion, protection, prevention and recovery of individuals' health. Recommendations: The studies presented Moderate evidence. The recommendations Research are beneficial, safe and economical, making Feasible to use and incorporate into routine services Intensive care unit.

Keywords: Impaired Comfort, Humanization, Intensive Care Unit


RESUMO

Investigar sobre a compreensão do diagnóstico de Conforto prejudicado e suas formas de identicá-lo no paciente Adulto e Idoso, internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI). Objetivo: Analisar os artigos publicados que respondam a pergunta clínica: para o cliente de alta complexidade com diagnóstico de Conforto Prejudicado, qual a intervenção ou protocolo mais eficaz para sua resolução. Método: pesquisa de revisão bibliográfica computadorizada e/ou manual, nos periódicos de enfermagem nacionais e internacionais, no período de busca cientifica de abril a novembro de 2016, artigos publicados em 2010 a 2016. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), PubMed via PICO, Literatura Latino – American e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados de Enfermagem (BDENF). Resultados: Notou-se que o diagnóstico de Conforto Prejudicado pode se manifestar de diferentes formas. Verificou-se também, a importância do enfermeiro em prestar o cuidado humanizado ao paciente crítico a fim de minimizar o desconforto advindo do processo de hospitalização. Conclusão: Diante do cenário, é correto afirmar que o enfermeiro, desenvolve um trabalho fundamental no cuidado em saúde e deve estar comprometido com a promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde dos indivíduos. Recomendações: Os estudos apresentaram força de evidência moderada. As recomendações abordadas nesta pesquisa são benéficas, segura e econômica, tornando viável a sua utilização e incorporação à rotina dos serviços de terapia intensiva.

Palavras-chave: Conforto prejudicado, Humanização, Centro de Terapia Intensiva


INTRODUÇÃO

O Centro de Terapia Intensiva (CTI) é um setor diferenciado do contexto hospitalar por se tratar de um local com equipamentos e tecnologia avançada, destinado a atender pacientes em estado crítico.(1)

O ambiente do CTI apresenta características sensoriais específicas como ruídos, odores no ambiente, claridade intensa devido à iluminação artificial, janelas sempre fechadas e recobertas por um filtro, de forma a impossibilitar entrada da luz do dia e temperatura geralmente fria mantida constante por ar condicionado central.(2)

Humanizar é uma maneira de se colocar no lugar do outro, resgatar e revelar características humanas como parte constitutiva da assistência hospitalar. (3) Em outras palavras, as ações de assistência, quando humanizadas, centralizam-se não apenas na recuperação e cura do paciente crítico, mas também no seu bem-estar completo, atentando-se para ouvi-lo e considerá-lo nos aspectos emocionais, psicológicos e afetivos. (4-5)

Os diagnósticos de enfermagem (DE’s) como julgamentos clínicos que sustentam a seleção das intervenções de enfermagem, orientam a definição de focos de interesse para a investigação e atuação do enfermeiro e de sua equipe. Das doenças e processos vitais decorrem diversos diagnósticos e fazendo uso da taxonomia da North American Nursing Diagnosis Association Internacional (NANDA-I) investiga-se neste estudo o “Conforto Prejudicado”. (6)

Conforto Prejudicado é um diagnóstico reconhecido pela Associação Norte Americana dos Diagnósticos de Enfermagem (NANDA), através do seu sistema de classificação de diagnósticos, que propõe ao diagnóstico de conforto prejudicado a seguinte definição: Falta percebida de sensação de conforto, alívio e transcendência nas dimensões física, psicoespiritual, ambiental, cultural e social. As características definidoras do diagnostico Conforto Prejudicado, descritas pela NANDA I, incluem: ansiedade, choro, incapacidade de relaxar, inquietação, irritabilidade, lamentação, medo, padrão de sono perturbado, relato de falta de satisfação com a situação, relato de falta de sentir-se a vontade com a situação, relato de fome, relato de prurido, relato de sentir calor, relato de sentir frio, relato de sentir-se desconfortável, relato de sintomas de angustia e suspiros.

Tendo em vista, este estudo buscou identificar a produção científica de enfermagem, utilizando os 04 (quatro) elementos fundamentais da questão de pesquisa e da construção da pergunta para a busca bibliográfica de evidências, a estratégia PICO (Paciente, Intervenção, Comparação e “Outcomes” (desfecho)), a fim de maximizar o encontro de evidências, evitando a realização de buscas desnecessárias. Sendo assim, determinar o melhor cuidado ao cliente com diagnóstico de conforto prejudicado, qual intervenção ou protocolo de enfermagem mais eficaz para sua resolução, que está melhor evidenciado no quadro 01.

Pergunta clínica: Para o cliente de alta complexidade com o diagnóstico de Conforto prejudicado, qual a intervenção (ou protocolo) de enfermagem mais eficaz para sua resolução?

Quadro 1: Estratégia PICO, Niterói, 2016

Quadro 1

METODOLOGIA

Pesquisa de revisão bibliográfica computadorizada e/ou manual, no período de 2010 a 2016, nas seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino - American e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados de Enfermagem (BDENF).

Biblioteca virtual em saúde (BVS). Os periódicos de enfermagem nacionais e internacionais, pesquisa esta, que foi realizada no período de abril a novembro de 2016.

Para a busca bibliográfica das evidências foi utilizada uma combinação dos componentes da estratégia PICO: (P) Paciente idoso internado em UTI com Conforto Prejudicado (Unidade de terapia intensiva) AND (I) Avaliar o nível de conforto do paciente em CTI e os fatores condicionantes AND (C) Controle ou comparação AND (O) Controlar ou reduzir a sensação de desconforto e estimular o bem-estar.

SÍNTESE DA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA

No presente estudo, foram escolhidos 10 artigos para análise e posterior discussão dos dados obtidos. Foram selecionados, por atenderem aos critérios de inclusão desta pesquisa e por apresentar relevância com o tema proposto. Os artigos selecionados serão apresentados no quadro abaixo, onde são destacados: Incluir o quadro de detalhamento.

Quadro 2: Publicações localizadas nas bases de dados virtuais. Niterói, 2016.

Quadro 2

DISCUSSÃO

Apesar das características peculiares que permeiam o contexto da UTI e por este ser um setor no qual se realiza um cuidado específico e complexo, destaca-se que não basta dominar o conhecimento junto à alta tecnologia existente nestas unidades. É necessário deter atenção particular no cliente em sua totalidade. (7)

Dessa maneira, as implicações para o enfermeiro especialista quanto ao PICO, dá-se ao fator do cliente hospitalizado em unidade de terapia intensiva (UTI), serem adultos e idosos em estado crítico, sendo assim, impossibilitados de fornecer o auto relato sobre suas condições de conforto. Por isso, compete ao enfermeiro e sua equipe, intervir com a melhor conduta prática possível à assistência.

O conforto torna-se fundamental quando relacionado à prática da enfermagem como um objetivo a ser atingido pela assistência, sendo visto, portanto, como um resultado desejado para o cuidado do paciente, com vistas a suprir expectativas e necessidades de cada indivíduo cuidado, e assim, alcançar uma assistência mais humana e singular. (8)

Nas práticas de saúde no âmbito hospitalar, a comunicação potencializa a interação entre profissionais, pacientes e seus familiares. Dessa forma, torna as ações de cuidado mais humanizadas, reduzindo as dúvidas e angústias existentes no processo de hospitalização. Neste contexto, a humanização no CTI é formada pelo ambiente, equipe multiprofissional e, principalmente, pelo paciente com seus valores, crenças e cultura ­ que devem ser lembrados. Uma das metas em humanização é favorecer a interação entre clientes e familiares, em que o familiar se torna cliente da equipe de saúde, visto que família está aliada no processo saúde-doença. Os profissionais devem oferecer meios de manter o núcleo familiar saudável, ajudando o cliente na recuperação da fragilidade física e emocional. (9)

É necessário compartilhar os sentimentos dos familiares, com intenção de viabilizar uma política de humanização no ambiente do CTI. É necessário que o familiar mantenha o equilíbrio entre suas atividades de vida diária e o processo de hospitalização, tentando evitar que este fator interfira no seu cotidiano. Considera-se também que somente o fato de imaginar a possibilidade de ter um familiar no CTI pode ser um fator gerador de estresse. (1)

A despeito de transcender à dimensão cuidativa de enfermagem, o fenômeno conforto é um dos resultados esperados das práticas cotidianas dos profissionais de enfermagem. Referido conceito vincula-se à própria origem da Enfermagem, sendo-lhe atribuídos diferentes significados, quais sejam: dar alento de forma grandiosa, satisfação das necessidades humanas básicas, essência dos cuidados de enfermagem, um componente do cuidar. Neste sentido, apresenta-se como uma necessidade básica própria do ser humano, quer ele esteja ou não vivenciando um processo de adoecimento. (10)

A essência da Enfermagem é o cuidar, portanto faz-se necessário que o cuidado seja eficiente e prestado de forma humanizada. O aspecto humano do cuidar, com certeza, é um dos mais difíceis de ser implementado. A rotina diária e complexa que envolve o ambiente de unidades críticas faz com que, muitas vezes, os membros da equipe de enfermagem negligenciem o tocar, conversar e ouvir o ser humano que está à sua frente. (8)

CONCLUSÃO

O conforto prejudicado pode impactar e influenciar o indivíduo em seus aspectos físicos, emocionais e sociais. No entanto é importante uma abordagem efetiva do enfermeiro que busque avaliar e monitorar o fenômeno, bem como obter o seu controle.

É de grande importância que o enfermeiro compreenda o significado de conforto para o indivíduo e como eventos significativos, como a doença podem afetá-lo, para que, na prática clínica, possa lidar com as alterações que acometem essa dimensão humana, já que a avaliação e a intervenção de bem estar e cuidado humanizado devem ser parte da assistência prestada. Portanto, a identificação minuciosa do diagnóstico de enfermagem, conforto prejudicado, permitirá o emprego adequado do mesmo na prática clínica.

Conforto prejudicado é a sensação de desconforto apresentada pelo paciente. Os sinais e sintomas do diagnóstico de conforto prejudicado podem impactar e influenciar o indivíduo em seus aspectos físicos, emocionais e sociais. No entanto é importante uma abordagem efetiva do enfermeiro que busque avaliar e monitorar o fenômeno, bem como obter o seu controle.

A humanização nos Centros de Terapia Intensiva se faz necessária, pois é vista como ponto inicial para melhoria da assistência prestada, visto que muitos estressores são passíveis de intervenções, além disso, visam promover uma melhor adaptação do paciente ao ambiente, que consequentemente minimizam o desconforto advindo do processo de hospitalização.

O enfermeiro quanto membro da equipe multiprofissional de saúde se destaca neste cenário por prestar o cuidado assistencial aos pacientes com diagnóstico de Conforto Prejudicado internados no CTI, por isso, cabe a ele garantir que as ações relacionadas ao gerenciamento do conforto sejam aplicadas, e que, o paciente esteja devidamente assistido. É correto afirmar que o enfermeiro, desenvolve um trabalho fundamental no cuidado em saúde e deve estar comprometido com a promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde dos indivíduos.

O processo de implementação da humanização na UTI, ainda é um longo desafio a ser vivenciado pela equipe multiprofissional de saúde, pois geralmente, encontram-se sobrecarregados, consequentemente gerando um acúmulo de tarefas e levando o profissional a realizá-las de maneira mecânica e sistematizada, causando um distanciamento entre ele, o paciente e sua família.

Espero que a revisão sistematizada da literatura sirva de subsídios para futuras pesquisas na área de saúde, além de validar e alicerçar a prática clínica do enfermeiro e os conhecimentos próprios da profissão, mediante as formas de controlar o conforto prejudicado em Adultos em Cuidados Intensivos.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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  2. Chavaglia SRR, Borges CM, Amaral EMS, Iwamoto HH, Ohl RIB. Ambiente do centro de terapia intensiva e o trabalho da equipe de enfermagem. Rev. Gaúcha Enferm. [online]. 2011, vol.32, n.4, 1983-1447. Disponível: http://www.scielo.br/scielo.php? script=sci_ arttext &pid=S1983-14472011000400003&lang=pt

  3. Reis CCA, Sena, ELS, Fernandes MH. Humanização do cuidado nas unidades de terapia intensiva: revisão integrativa. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, [S.l.], v. 8, n. 2, p. 4212-4222, apr. 2016 [citado 2016 Abr 21]. Disponível em: http://seer.unirio.br/index. php/cuidado fundamental /article/ view/3983

  4. Camponogara S, Santos TM, Seiffert MA, Alves CN. O cuidado humanizado em unidade de terapia intensiva: uma revisão bibliográfica. Rev. Enferm. UFSM. 2011; 1(1): 124-32. [citado 2016 Abr 20] Disponível em: https:// periodicos. ufsm .br / reufsm/article/view/517

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  11. NANDA. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014/ NANDA International; tradução: Regina Machado Garcez; revisão técnica: Alba Lucia Bottura Leite de Barros [et al.] - Porto Alegre: Artmed, 2013.

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