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REVIEW ARTICLES

Anxiety nursing diagnosis - systematic literature review


Diagnóstico de enfermagem ansiedade - revisão sistematizada da literatura


Ilana Silva Nascimento1, Isabel Cristina Fonseca da Cruz1

1Universidade Federal Fluminense

ABSTRACT

Objective: to identify in the literature, evidence regarding the diagnosis of Anxiety. Methodology: Computational bibliographic research, in the VHL portal, in Scientific Electronic Library Online (SCIELO) databases using controlled search terms (anxiety, nursing care , Intensive care unit), using Boolean operators (AND). As inclusion criteria: Articles available in full, in Portuguese from 2010 to 2016. Results: studies indicate that intensive care nurses do not offer full emotional support to their patients. Nurses tend to focus more on the technical aspects of work. A promising measure for the institution and the patient will be the development of new researches seeking successively the improvement of strategies to increasingly minimize this diagnosis. Conclusion: The ideal within the hospital environment is a trained professional, the psychologist, who holds the specific scientific knowledge to enable the patient and his family members to deal with adverse situations more effectively. But this is not always possible, therefore, it is necessary that the team can be directed and trained in order to provide quality of life.

Key-words: anxiety; nursing care; intensive care unit.


RESUMO

Objetivo: identificar na literatura, evidências em relação ao diagnóstico de Ansiedade. Metodologia: Pesquisa bibliográfica computadorizada, no portal da BVS, nas bases de dados da SCIELO (Scientific Electronic Library Online) utilizando os termos de busca controlados (ansiedade, cuidados de enfermagem, unidade de terapia intensiva), utilizando operadores booleanos (AND). Como critérios de inclusão: Artigos disponíveis na íntegra, em português no período de 2010 a 2016. Resultados: estudos sinalizam que enfermeiros de terapia intensiva não oferecem totalmente apoio emocional a seus pacientes. Enfermeiros tendem a focar mais nos aspectos técnicos do trabalho. Uma medida promissora para a instituição e o paciente será o desenvolvimento de novas pesquisas buscando sucessivamente o aperfeiçoamento de estratégias para minimizar cada vez mais este diagnóstico. Conclusão: O ideal para dentro do ambiente hospitalar é um profissional capacitado, o psicólogo, que detém dos conhecimentos científicos específicos para fazer com que o paciente e seus familiares possam lidar com as situações adversas de maneira mais eficaz. Mas nem sempre isso e possível, para tanto, é necessário que a equipe possa está direcionada e treinada visando proporcionar qualidade de vida.

Palavras chave: ansiedade; cuidados de enfermagem; unidade de terapia intensiva.


INTRODUÇÃO

A internação reflete uma modificação para a pessoa hospitalizada, principalmente quando seu estado de saúde é grave/crítico, que é o caso dos pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva, diante dessas circunstâncias (o ambiente em que ele se encontra) é costumeiro surgir o sentimento de ansiedade.(1)

O episódio de ansiedade faz parte de um dos diagnósticos de enfermagem, definido como “um vago e incômodo sentimento de desconforto ou temor, acompanhado por resposta autonômica, sentimento de apreensão causada pela antecipação de perigo” sendo um sinal de alerta que chama a atenção para um perigo iminente e permite ao indivíduo tomar medidas para lidar com a ameaça. ² Esse diagnóstico é recorrente dentro de Unidades de Terapia Intensiva, onde os pacientes internados estão expostos á diversos estímulos estressantes existentes dentro do setor que geram repercussões psicológicas e fisiológicas importantes como: medo, ansiedade, insegurança e depressão. Vale destacar que a ansiedade constitui-se com um dos transtornos psiquiátricos mais comuns na população geral, especificamente em pessoas internadas.(1-3)

De tal maneira, o enfermeiro possui um papel fundamental na percepção do diagnóstico de ansiedade, em pacientes internados. Por tanto essa pesquisa tem como objetivo identificar na literatura, evidências em relação ao diagnóstico de Ansiedade. E justifica-se pela importância de buscar as melhores evidências que colaborem de maneira eficaz a atuação da equipe de enfermagem frente ao diagnóstico de ansiedade.

Pergunta clínica: Para o cliente de alta complexidade com diagnóstico Ansiedade, qual a intervenção (ou protocolo) de enfermagem mais eficaz para sua resolução?

Quadro 1 – Estratégia de PICO

Quadro 1

METODOLOGIA

Pesquisa bibliográfica computadorizada, no portal da BVS, nas bases de dados da SCIELO (Scientific Electronic Library Online), utilizando os termos de busca controlados (ansiedade, cuidados de enfermagem, unidade de terapia intensiva), operadores booleanos (AND). Como critérios de inclusão: Artigos disponíveis na íntegra, em português no período de 2010 a 2016. Através da combinação dos componentes da estratégia PICO:(P) AND (I) AND(O), Foram encontrados 36 artigos porém nenhum abordava o tema. Utilizando a combinação (P) AND (I) foram achados 2640 artigos, sendo 110 obedeciam ao critério de inclusão. Desses 110, 08 artigos foram selecionados. Combinando (P) AND (O), 445 artigos foram achados, 18 obedeciam ao critério de inclusão, e somente 2 atendiam ao tema. Totalizando 10 artigos para pesquisa conforme mostra a tabela 1, conforme da força de evidência.4 Vale destacar que a pesquisa foi realizada entre junho à setembro de 2016.

Tabela 1: Publicações localizadas nas bases de dados virtuais

Tabela 1

DISCUSSÃO

Através deste estudo pode se observar a escassez de publicações nacionais e a indisponibilidade de textos estrangeiros disponíveis e gratuitos sobre o paciente com transtorno de ansiedade propriamente dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva. Observa se também a falta de publicações que evidenciem a importância e a seriedade que um diagnóstico de ansiedade pode acarretar para um paciente crítico. Mediante a crítica análise dos artigos do estudo foram encontradas algumas situações que geram falta de segurança no paciente e ações de cuidados para sua prevenção.

O desenvolvimento da ansiedade pode ter diversas causas. A ansiedade pode gerar outros tipos de doenças emocionais como a depressão que combinada com outras patologias podem desencadear problemas sistêmicos irreversíveis.(6)

Independente do procedimento envolvido, ou seja, de baixa, média ou alta complexidade é inevitável a ansiedade, pois o medo do desconhecido prevalece. Por exemplo, estudos mostram que no período pré-cateterismo cardíaco, preocupações como: intercorrências e/ou complicações durante o procedimento, complicações pós-procedimento, diagnóstico e possibilidade de mau prognóstico acometem muitos pacientes que são submetidos a esse tipo de procedimento. Os pacientes referem ainda que a falta de acompanhante, o fato de ser a primeira vez que realiza o procedimento, a falta de informação e/ou orientação não prestada de maneira satisfatória e, em especial, o tempo de espera são determinantes e de maior importância para o desenvolvimento de quadros de ansiedade.(5)

O artigo6 sobre diagnósticos de enfermagem com 80 pacientes com infarto agudo do miocárdio, a ansiedade esteve presente em 93,0% dos pacientes. A associação da ansiedade e infarto agudo do miocárdio tem mostrado impacto negativo no prognostico destes pacientes, uma vez que, além das manifestações psíquicas, causam diversasalterações fisiológicas. Ela pode ativar o sistema nervoso simpático, aumentando a contratilidade e a frequência cardíaca, a pressão sanguínea e o consumo de oxigênio e, eventualmente, pode piorar a evolução da doença. (8)

Já no paciente idoso crítico a ansiedade pode entrar como o medo da morte e prognóstico, a falta de informação sobre a doença e de esclarecimento de dúvidas quanto ao procedimento cirúrgico e às situações decorrentes da internação, o confinamento e isolamento social pela ausência da família e até a despersonalização oriundas de práticas desumanizadas pela equipe.(12)

Nestas condições a redução da ansiedade é evidenciada quando há maior qualidade e conteúdo nas informações oferecidas. Essa condição se verifica quando o enfermeiro consegue expor e suprir as dúvidas do paciente e acompanhantes, associando a informação técnica com uma exposição sensória-perceptiva.5 Uma vez que, conhecendo quais ações interferem na ansiedade do paciente, tem-se a oportunidade de valorizar e desenvolver as ações construtivas, subsidiando a atuação dos enfermeiros. (13)

Entretanto estudos sinalizam que enfermeiros de terapia intensiva não oferecem totalmente apoio emocional a seus pacientes. Enfermeiros tendem a focar mais nos aspectos técnicos do trabalho. Uma medida promissora para a instituição e o paciente será o desenvolvimento de novas pesquisas buscando sucessivamente o aperfeiçoamento de estratégias para minimizar cada vez mais este diagnóstico. (7)

A ansiedade pode prejudicar o estado de saúde do paciente e inclusive piora-lo, causando danos psíquicos e fisiológicos. Muitas vezes essa ansiedade pode ser reduzida ou controlada com atitudes simples tomadas pela equipe de enfermagem como uma simples explicação do procedimento que o paciente irá realizar. Assim, devem ser realizados frequentes capacitações, atualizações e treinamentos da equipe de enfermagem frente às diversas alternativas para minimizar as causas frequentes de ansiedade em pacientes críticos.

CONCLUSÃO

Os desafios são inúmeros dentro da UTI e os profissionais de modo geral estão tão envolvidos com os procedimentos que não se dão conta que é preciso focar na saúde emocional do paciente e dos seus familiares.

O ideal para dentro do ambiente hospitalar é um profissional capacitado, o psicólogo, que detém dos conhecimentos científicos específicos para fazer com que o paciente e seus familiares possam lidar com as situações adversas de maneira mais eficaz. Mas nem sempre isso e possível, para tanto, é necessário que a equipe possa está direcionada e treinada visando proporcionar qualidade de vida.

Diante disso, é necessário entender como os profissionais podem agir nessa situações, mas a revisão de literatura sobre este tema se mostrou muita escassa. Sendo necessário que surjam novas pesquisas empíricas adicionais que foquem na atuação da enfermagem de fato, e aprofundem sobre o auxilio a seus pacientes em torno da ansiedade. O número reduzido de publicações pode demonstrar a pouca importância e valor que é dado ao diagnóstico de ansiedade e o que isso pode causar ao paciente crítico.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 Benedet S.A.; Brasil N. A sistematização da assistência de enfermagem e as necessidades de cuidados de pacientes internados em terapia intensiva. Revista Eletrônica Gestão & Saúde. vol.03 no02. Santa Catarina, maio, 2012. Disponível em:http://gestaoesaude.unb.br/index.php/gestaoesaude/article/view/169/pdf. Acesso em 17 de abril de 2016.

2 NANDA. Diagnósticos de enfermagem da NANDA: definições e classificação 2012-2014/ NANDA International; tradução: Regina Machado Garcez; revisão técnica: Alba Lucia Bottura Leite de Barros [et al.] - Porto Alegre: Artmed, 2013.

3 Landim A.C.F; Tavares D.N; Pinheiro F.M; Ansiedade e assistência de Enfermagem: Uma revisão bibliográfica. Rio de Janeiro, 2013. Disponível em: http://www.uff.br/psienf/Artigo%20EC%20I.pdf. Acesso em 16 de abril de 2016.

4 Domenico EBL, Ide CAC. Enfermagem baseada em evidências: princípios e aplicabilidades. Rev Latinoam Enferm. 2003; 11(1): 115-8

5 Buzatto LL, Zanei SSV. Ansiedade em pacientes no período pré-cateterismo cardíaco. Einstein [ Internet ].2010. 8(4 Pt 1):483-7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/eins/v8n4/pt_1679-4508-eins-8-4-0483.pdf

6 Pereira JMV, Cavalcanti ACD, Santana RF, Cassiano KM et al. Diagnósticos de enfermagem de pacientes hospitalizados com doenças cardiovasculares. Esc. Anna Nery [ Internet ]. 2011. out-dez; 15 (4):737-745. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v15n4/a12v15n4.pdf

7 Backes MTS, Erdmann AL, Buscher A et al. O cuidado intensivo oferecido ao paciente no ambiente de unidade de terapia intensiva. Esc Anna Nery out - dez; 16 (4):689 – 696 [ Internet ]. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452012000400007

8 Juliana L, Barbosa DA, Nogueira MLA,de Barros ALBL. Orientação de enfermagem sobre o banho no leito para redução da ansiedade. Rev. Bras. Enferm. [ Internet ]. 2015 June [ cited 2015 Nov 04 ] ; 68( 3 ): 497-503. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2015680317i.

9 Silva EA, Carvalho DV. Transplante cardíaco: complicações apresentadas por pacientes durante a internação. Esc. Anna Nery vol. 16 no.4 [ Internet ]. 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452012000400005

10 Oliveira TS, Moreira KFA, Gonçalves TA. Assistência de pacientes queimados. Rev Bras Queimaduras. 11(1):31-7. [Internet]. 2012. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-752211

11 Caires JC, Andrade TA, Amaral JB, Calasans MTA. A utilização das terapias complementares nos cuidados paliativos: benefícios e finalidades. Cogitare enferm. vol.19 no.3 [ Internet ] 2014. Disponível em: http://www.revenf.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-85362014000300012

12 Medeiros RA, Enders BC, Dantas DNA, Lira ALBC et al. Percepção dos enfermeiros sobre desconfortos que afetam idosos no pós operatório. Rev Rene.[ Internet ]. 2014. (5):842-50. Disponível em: http://www.revistarene.ufc.br/revista/index.php/revista/article/view/1790/pdf

13 Frias TFP, Costa CMA, Sampaio CEP. O impacto da visita pré-operatória de enfermagem no nível de ansiedade de pacientes cirúrgicos. Rev. Min. Enferm. [ Internet ] 2010. 14(3): 345-352. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/bde-19554

14 Lima FET, Araújo TL, Serafim ECG, Custódio IL. Protocolo de consultas de enfermagem ao paciente após a revascularização do miocárdio: influência na ansiedade e depressão. Rev. Latino-Am. Enfermagem. [ Internet ]. 2010 18(3):[08 telas]. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-11692010000300006





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