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REVIEW ARTICLES

Decreased cardiac output - systematic review of the literature


Débito cardíaco diminuído - revisão sistematizada da literatura


Adriana Santos Raposo1, Isabel Cristina Fonseca da Cruz1

1Universidade Federal Fluminense

ABSTRACT

Problem: Cardiovascular diseases represent a relevant cause of hospitalization and a major clinical challenge today. The interpretation of signs and symptoms, consequences of the pathophysiological process and destabilization in face of the disease and the treatment make the nursing service difficult. Method: This was a systematized review carried out in the BVS and PUBMED databases from 2010 to 2016. Objective: To identify in the national and international literature the knowledge produced about which nursing intervention for the highly complex client with the Nursing diagnosis decreased cardiac output. Result: The intensive care nurse should be able to identify clinical signs of decreased cardiac output and be aware of cardiac output monitoring. Discussion: Due to the scarcity of literature, more studies are needed that present scientific evidence related to nursing interventions for patients with decreased cardiac output. For, most studies are about systematic review and publications prior to 2010.

Keywords: Nursing care, Monitoring, Cadiac output.


RESUMO

Problema: As doenças cardiovasculares representam uma relevante causa de internação e um grande desafio clínico atualmente. A interpretação de sinais e sintomas, consequências do processo fisiopatológico e desestabilização diante da doença e do tratamento dificultam o serviço da enfermagem. Método: Tratou-se de uma revisão sistematizada realizada nas bases de dados BVS e PUBMED no período de 2010 a 2016. Objetivo: Identificar na literatura nacional e internacional o conhecimento produzido sobre qual a melhor intervenção de enfermagem para o cliente de alta complexidade com o diagnóstico de enfermagem débito cardíaco diminuído. Resultado: O enfermeiro intensivista deve estar capacitado a identificar sinais clínicos da diminuição do débito cardíaco e ter conhecimento quanto a monitorização do débito cardíaco. Discussão: Devido a escassez literária, são necessários mais estudos que apresentem evidencias cientificas relacionados às intervenções de enfermagem para o paciente com débito cardíaco diminuído. Pois,a maioria dos estudos se trata de revisão sistemática e publicações anteriores a 2010.

Palavras-chave: Cuidados de enfermagem, Monitorização, Débito cardíaco.


INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares representam uma relevante causa de internação, são vistas como desafio clínico e estão associadas a incapacidades funcionais, fator determinante para os pacientes de alto risco internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Estes necessitam de assistência individualizada, pois vivem sozinhos o momento da doença e suas consequências de maneiras distintas. Associar fatores característicos e evidenciar diagnósticos de enfermagem torna-se fundamental a assertividade das condutas. A interpretação adequada da resposta do paciente a doença cardiovascular garante a busca do exercício de enfermagem baseado em evidências. (1)

Sinais e sintomas são conseqüências dos processos patológicos e estudos apontam a dificuldade dos enfermeiros em identificá-los e interpretá-los. O diagnóstico de enfermagem é decorrente do exame clínico, e do pensamento crítico baseado na análise de dados e estabelecido na prática clínica, permite a determinação dos cuidados de enfermagem e contribui para a identificação e seleção de intervenções mais eficazes aos problemas atuais de saúde do paciente. (2,3)

Por meio do exame clínico pode se traçar um perfil hemodinâmico do paciente, considerando os sinais e sintomas congestivos e a perfusão periférica comprometida como as manifestações clínicas como distensão da veia jugular e fração de ejeção diminuída. Enfermeiros terinados são capazes manisfestações de descompensações com um bom desempenho. (3)

A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa e epidêmica em crescimento no Brasil, caracterizada pela disfunção cardíaca, relacionada a baixa qualidade de vida e altos custos para o sistema de saúde. E nesta repercussão sistêmica algumas alterações hemodinâmicas são comuns como o débito cardíaco diminuído que segundo os conceitos descritos, está relacionado ao bombeamento do coração insuficiente ao metabolismo do corpo, validado como diagnóstico de enfermagem e tratado como risco. (3,4)

A identificação de pacientes de risco é responsabilidade do enfermeiro. O risco de débito cardíaco diminuído é um dos diagnósticos mais prevalentes em uma UTI, está presente na prática clínica do enfermeiro que necessita identificar qual a melhor intervenção a ser utilizada. Pois identificando sinais clínicos, estabelecimento o diagnóstico é possível a intervenção e a obtenção de resultados. (5,6,7)

A manutenção da perfusão contínua e o acompanhamento do débito cardíaco, ou seja, o quanto e como o sangue está sendo bombeado pelo coração são dados relevantes para a promoção da estabilidade do paciente. Em 1970 com a introdução do catéter de artéria pulmonar a monitorização se tornou uma prática comum na UTI, proporcionando informações complacentes sobre o estado cardiovascular do paciente, incluindo o débito cardíaco. (8)

Neste contexto técnicas estão sendo revistas e estudadas e atualmente buscam-se novos tipos de monitoramento, menos invasivos e diferentes dos já utilizados. A substituição de parâmetros invasivos vem se consolidando, tornando maior a necessidade de busca do enfermeiro pelo conhecimento de identificação de sinais clínicos e hemodinâmicos do paciente. Estratégias mais objetivas e específicas são indispensáveis para demonstrar que intervenções menos invasivas podem ser aplicadas pelo enfermeiro com bons resultados. (9,10)

Este estudo procura evidenciar novas características de avaliação clínica utilizando a estratégia PICO diante do diagnóstico de débito cardíaco diminuído, e busca a intervenção mais atualizada para o cuidado de enfermagem ao cliente de alta complexidade.

Pergunta clínica: Para o cliente de alta complexidade com diagnóstico de Débito Cardíaco Diminuído, qual a assistência de enfermagem mais eficaz para sua resolução?

Quadro 1 – Desmembramento da pergunta PICO – Niterói, 2016

Quadro 1

METODOLOGIA

Pesquisa bibliográfica computadorizada realizada no período de junho a novembro de 2016, nas bases de dados: PUBMED e BVS. Com os descritores no DeCS/MeSH:Nursing care, Monitoring, Cadiac output / Cuidados de enfermagem, Monitorização, Débito cardíaco.

Foram utilizados operadores booleanos AND e OR realizadas diversas combinações entre os elementosda estratégia PICO conforme Tabela 2. Sendo (P) Adulto de alta complexidade com diagnóstico de débito cardíaco diminuído, (I) Monitorização do débito cardíaco (C) Manifestações clínicas (O) Estabilidade hemodinâmica, conforme Quadro 2.

Quadro 2 – Seleção de artigos de acordo com o título e resumo – Niterói, 2016

Quadro 2

RESULTADO

No presente estudo foram selecionados 10 artigos científicos para análise e discussão dos dados obtidos, sendo 04 da base MEDLINE, 03 da LILACS e 03 da PUBMED. Utilizaram se critérios de inclusão: Tema de acordo com a pesquisa, em português e inglês, publicados entre 2010 a 2016, com texto completo disponível e critério de exclusão: Revisão e revisão sistemática e publicações anteriores a 2010. Todos os resumos foram analisados e filtrados, os artigos que apresentaram maior relevância próxima ao tema estão descritos no Quadro 3.

Quadro 3 – Publicações localizadas nas bases PubMed e BVS – Autor (es), Data e País, Objetivo da pesquisa, Força da evidência, Tipo do estudo e instrumentos, principais achados, Escala de relevância. Niterói, 2016.

Quadro 3

DISCUSSÃO

Na unidade de terapia intensiva são realizados os cuidados de enfermagem mais complexos e acompanhamento rigoroso do paciente. Exigindo do enfermeiro conhecimento técnico e capacidade de utilização de equipamentos de alta tecnologia. Pois as intervenções necessitam de mapeamento dos parâmetros vitais e identificação de alterações do estado do paciente. (6,7,8)

As doenças cardiovasculares representaram em 2007 no Brasil a terceira maior causa de internação no Sistema único de saúde (SUS). A insuficiência cardíaca é resultado do comprometimento do coração ocasionado por fatores de risco como tabagismo, hipertensão, diabetes e comorbidades como a nefropatia, hipertensão e a dislipidemia. (4,5,6)

É relevante a compreensão do enfermeiro frente às respostas dos indivíduos as doenças e a partir desta a identificação de indicadores clínicos que irão permitir a escolha do diagnóstico de enfermagem e a definição das intervenções mais eficazes. (1,2,3)

Débito cadíaco diminuído foi o segundo diagnóstico mais identificado em uma UTI, e apresenta como características definidoras a dispnéia, o edema e a fadiga (hipoperfusão muscular) por atividade mínima, devido a incapacidade do coração em manter o débito cardíaco suficiente para suprir as necessidades metabólicas de oxigênio. O débito cardíaco inadequado é uma conseqüência hemodinâmica comum em pacientes com insuficiência cardíaca, síndrome caracterizada pela disfunção do sistema cardíaco. Diagnóstico que requer a priorização de intervenções para se obter os melhores resultados, a partir da identificação de fatores preditivos, pode-se intervir e conseguir a estabilidade hemodinâmica do paciente.(4,5,6)

Pacientes com a função cardíaca prejudicada devem passar por um exame físico, anamnese rigorosa e a leitura de exames, para que junto aos achados clínicos e somados aos sintomas apresentados seja realizada a sustentação do diagnóstico com abrangência para intervenções mais eficazes. (1,2,3)

Também são validados como sinais e sintomas de pacientes com alteração cardiovascular a pressão venosa central elevada, a fração de ejeção diminuída e mudanças de cor na pele. O enfermeiro deve estar preparado e envolvido nos procedimentos invasivos hemodinâmicos, porém necessita do conhecimento clínico para acompanhar o paciente e identificar sinais e sintomas que possam sustentar uma prática baseada em evidencias. (3,4,5)

Desde 1970 a monitorização hemodinâmica através da introdução de um catéter de artéria pulmonar é uma prática padrão em unidades de terapia intensiva (UTI), proporcionando informação cardiovascular de um paciente como alterações do débito cardíaco, valor que determina se o fornecimento de oxigênio é suficiente para atender as necessidades metabólicas. Esses valores podem ter variações em diferentes condições patológicas, comuns aos pacientes de alta complexidade como na sépsis, alcalose e hipotermia. (8,9)

Estudos determinaram se a velocidade de retirada de amostras de sangue obtida através do catéter de artéria pulmonar influenciaria no resultado e baseado na hipótese que a força negativa da retirada poderia coletar o sangue do leito pulmonar com excesso de oxigênio. Concluiu-se que a velocidade de coleta não afeta significativamente a saturação de oxigênio, valor que determina se o débito cardíaco e o fornecimento estão suficientes as necessidades metabólicas. (8,9,10)

CONCLUSÃO

O quadro de instabilidade do paciente com doenças cardiovasculares permite o estabelecimento de metas de cuidados mais precisos. O reconhecimento das características e fatores da doença abre espaço para uma avaliação de enfermagem acurada a ponto de representar menores índices de permanência hospitalar.

O diagnóstico de enfermagem é uma linguagem padronizada que favorece a organização do pensamento crítico e fornece base para a seleção de intervenções de enfermagem, portanto, a associação de fatores contribui para a construção de cuidados e protocolos.

Em estudo de comparação de tipos de monitorização, concluiu-se que a avaliação do débito cardíaco invasiva em pacientes críticos tem sido substituída por procedimentos menos invasivos. E que, as intervenções menos invasivas para a manutenção adequada do débito cardíaco consiste em controle da ausculta da freqüência e ritmo cardíaco, parâmetros de oximetria, ventilatório e balanço hídrico.

Este estudo demonstra a necessidade de se reforçar a busca por aperfeiçoamento, treinamento contínuo e específico para atender a precisão de se estar capacitado a diagnosticar e intervir. O enfermeiro necessita de conhecimento teórico e prático bem estruturado, para a realização das intervenções com competência e habilidade na percepção e avaliação dos problemas mais complexos.

Conclui-se que evidencias clínicas correlacionadas aos valores mensurados por equipamentos aumenta a confiabilidade no desfecho e os resultados provenientes de procedimentos invasivos devem ser avaliados. Como a contratilidade cardíaca, o índice cardíaco diminuído, a resistência vascular pulmonar e a pressão venosa central aumentada ou diminuída.

O raciocínio clínico e diagnóstico facilita a eleição das intervenções. São validados como sinais e sintomas de pacientes com alteração cardiovascular: a pressão venosa central elevada, a fração de ejeção diminuída, dispnéia, fadiga, edema e mudanças de cor na pele.

É necessária maior reflexão sobre as circunstancias da prática diagnóstica, e este estudo conclui que o valor de referência do débito cardíaco diminuído é representado pelo valor mensurado no equipamento invasivo. E ainda que se verifiquem algumas pesquisas que apontam maneiras diferentes o tema não foi suficientemente explorado.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  1. Pereira JMV, Cavalcanti ACD, Santana RF, Cassiano KM, Queluci GC, Guimarães TCF. Diagnósticos de enfermagem de pacientes hospitalizados com doenças cardiovasculares. Esc. Anna Nery [online]. 2011, vol.15, n.4, pp.737-745. Acesso em: 14/05/2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ean/v15n4/a12v15n4.pdf

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  3. Aliti GB, Linhares JCC, Linch GFC, Ruschel KB, Rabelo ER. Sinais e sintomas de pacientes com insuficiência cardíaca descompensada: inferência dos diagnósticos de enfermagem prioritários. Rev Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2011 set;32(3):590-5. Acesso em: 10/11/2016. Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/RevistaGauchadeEnfermagem/article/view/18582/13944

  4. Matos LN, Guimarães TCF, Brandão MAG, Santoro DC. Prevalência do diagnóstico de enfermagem de débito cardíaco diminuído e valor preditivo das características definidoras em pacientes em avaliação para transplante cardíaco. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2012. Acesso em: 15/09/2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n2/pt_13.pdf

  5. Santos ER, Souza MF, Gutierrez MGR, Maria VLR, Barros ALBL. Validação do conceito risco de débito cardíaco diminuído. Rev. Latino-Am. Enfermagem [online]. 2013, vol.21, n.spe, pp.97-104. Acesso em: 25/10/2016. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v21nspe/pt_13.pdf

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