What is the best digital technology for nursing intervention in the risk of infection after ICU surgery - sitematized literature review

 

Qual a melhor tecnologia digital para a intervenção de enfermagem no risco de infecção após cirurgia em UTI-revisão sitematizada da literatura

 

Marcela Teixeira de Souza. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Cuidados Intensivos /Universidade Federal Fluminense (UFF). marceelateeixeira@gmail.com

Profa. Dra. Isabel Cruz. Titular da UFF. isabelcruz@id.uff.br

 

Abstract

Introduction: Robotic surgeries are technological innovations that perform minimally invasive approaches that can directly impact minimizing the risk of post-surgical infection. Furthermore, nursing interventions in conjunction with these innovations help to minimize adverse effects on the client. Objective: To evaluate the role of nursing in the use of digital technologies that aim to reduce the risk of infection after surgery, its characteristics and purpose of use, as well as the positive impact on the therapeutic results of highly complex patients. Method: An integrative literature review was carried out by searching the database (Lilacs, Medline, Pubmed and Scielo) from May to November 2021, with a time frame from 2013 to 2020. Results: A total of 10 works published in the time frame used were found, including theses and dissertations. Of these, only 10 were considered relevant to the study. Studies pointed to the use of robotic surgery as the most efficient method to reduce postoperative infections. According to a survey conducted in the United States, the incidence of serious complications in robotic surgery tended to be lower than in laparoscopic surgery (7.01% vs. 10.13%), with a reduction in absolute risk of 31%. It is important to highlight the direct role of nursing in this care provided to the patient, as it is responsible for acting in all periods of the surgical procedure. Conclusion: There is a need for further studies to confirm the benefits of the robotic procedure and the role of nurses in this technology. In addition, the technical and intellectual improvement of the nursing team becomes necessary, as well as greater investments in this technology.

Keywords: Surgical Wound Infection; Nursing; Robotic Surgical Procedures.

 

Resumo

Introdução: As cirurgias robóticas são inovações tecnológicas que realizam abordagens minimamente invasivas que podem impactar diretamente na minimização de risco de infecção pós-cirúrgicas. Além disso, as intervenções de enfermagem em conjuntos com essas inovações corroboram para minimizar os efeitos adversos ao cliente. Objetivo: Avaliar o papel da enfermagem no uso de tecnologias digitais que visam reduzir os riscos de infecção pós cirurgia, suas características e sua finalidade de uso, bem como o impacto positivo sobre os resultados terapêuticos do paciente de alta complexidade. Método: Foi realizada uma revisão integrativa de literatura por meio da busca na base de dados (Lilacs, Medline, Pubmed e Scielo) no período de maio a novembro de 2021, com recorte temporal de 2013 a 2020. Resultados: Foram encontrados um total de 10 trabalhos publicados, incluindo teses e dissertações.  Os estudos apontavam para o uso da cirurgia robótica como o método mais eficiente para a redução de infecções no pós-operatório. Segundo uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, a incidência de complicações graves na cirurgia robótica tendeu a ser menor do que na cirurgia laparoscópica (7,01% vs. 10,13%), com redução do risco absoluto em 31%. É importante destacar que a enfermagem é responsável por atuar em todos os períodos do procedimento cirúrgico. Conclusão: Há a necessidade da realização de mais estudos para ratificar os benefícios do procedimento robótico e a atuação do enfermeiro nessa tecnologia. Além disso, o aprimoramento técnico e intelectual da equipe de enfermagem torna-se necessário, assim como maiores investimentos nessa tecnologia.

Palavras-Chave: Infecção da Ferida Cirúrgica; Enfermagem; Procedimentos Cirúrgicos Robóticos.

 

Introdução

Atualmente, ainda há muitos pacientes que estão em cuidados intensivos com a possibilidade de adquirir infecção após uma cirurgia, fato esse que impacta diretamente na recuperação, morbidade, funcionalidade e custos hospitalares desse cliente. Ao longo dos anos, as inovações tecnológicas estão surgindo e sendo empregadas cada vez mais nos ambientes hospitalares. Desse modo, os setores que prestam cuidados intensivos ao cliente podem empregar uma grande quantidade dessas inovações, como por exemplo, a aplicabilidade das cirurgias robóticas.

O sistema cirúrgico robótico possui como um dos seus benefícios a possibilidade de proporcionar uma visão tridimensional no qual amplia o campo para a visualização e a minimização de manipulações que poderiam ocasionar traumas físicos, permitindo assim realizar incisões menores. Além disso, fornece opções de ampliação e variedade de vários graus de liberdade, os quais podem promover uma anastomose mais precisa.1

Paralelo a isso, esta tecnologia pode estar relacionada a diminuição de complicações, sendo uma destas a minimização do risco de infecção do sítio cirúrgico (ISC). Dessa forma, cada vez mais estudos estão sendo realizados para demostrar a eficácia das cirurgias robóticas comparadas a outros tipos de cirurgias. Dessa maneira, foi realizada uma análise a pacientes submetidos a transplante renal convencional comparado a assistido por robô, comparado as cirurgias abertas, tendo como resultado um maior risco de complicações da ferida nas cirurgias abertas, como também, ser causa de incisões relativamente maiores o que pode contribuir para de ISC após cirurgia.1

A aplicabilidade dos robôs oferece a vantagem dos instrumentos flexíveis de pulso endodôntico, ergonomia aprimorada e uma plataforma de câmera estável. Tais vantagens impactam diretamente na possibilidade de conversão do procedimento, na quantidade de perda sanguínea estimada, permanência hospitalar e resultados funcionais.2

Ademais, a cirurgia robótica, com a plataforma Da Vinci quando comparada a convencional laparoscopia, possibilita analisar a contribuição com a ergonomia, a estabilidade da câmera e os instrumentos articulados, facilitando assim a dissecção cirúrgica sob condições anatômicas restritas espacialmente. Dessa forma, desapertou o interesse de um centro de referência para tratamento de câncer no Brasil a realizar uma pesquisa que abordasse o procedimento robótico no câncer colorretal. Tal estudo demonstrou uma recuperação mais rápida nas cirurgias robóticas devido ao procedimento minimamente invasivo sem todas as limitações técnicas da cirurgia convencional. Além disso, possibilita menos trauma cirúrgico, uma visualização estendida e uma associação tecnológica para melhor identificação vascular e de estruturas nervosas.3

Devido a isso, a cirurgia robótica pode estar relacionada como primeira escolha para vários procedimentos cirúrgicos. Sendo tal relato evidenciado também no tratamento de prostatectomia radical laparoscópica assistida por robô, adotada nos Estados Unidos, para o tratamento primário do câncer de próstata.4

Correspondente a isso, a atuação da enfermagem frente ao avanço da tecnologia possibilita um cuidado abrangente que amplie as formas de assistência, como também empregar intervenções de enfermagem atualizadas para prestar uma assistência qualificada e empregar seu papel de líder perante a equipe de enfermagem.

Entretanto, mesmo com essas vantagens ainda é escassa a quantidade de estudos que abordem esta temática e exemplifique seus efeitos com a prática de enfermagem, no qual a quantidade de estudos realizados são relacionados a área médica.5

 Devido a isso, são necessárias pesquisas em busca de uma assistência humanizada e de qualidade cujo objetivo seja a minimização de erros, assim como uma melhor recuperação ao assistido.

 

Pergunta clínica: As cirurgias robóticas podem otimizar o risco de infecção após cirurgia em conjunto com a equipe de enfermagem promovendo o impacto positivo no cuidado ao paciente de alta complexidade?

 

Objetivo: Avaliar o uso de tecnologias digitais juntamente com a assistência de enfermagem, suas características e sua finalidade de uso quais podem otimizar o risco de infecção após cirurgia, bem como o impacto positivo sobre os resultados terapêuticos do paciente de alta complexidade.

 

Metodologia

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que visa reunir e analisar informações sobre os cuidados de enfermagem nas principais tecnologias digitais que podem reduzir o risco de infecções pós cirúrgicas, bem como o impacto positivo sobre os resultados terapêuticos do paciente de alta complexidade.

O levantamento bibliográfico foi realizado por meio de busca em base de dados online no período de maio a novembro do ano de 2021. Para elaborar essa revisão foram observados: período de publicação, tema, discussão e conclusão de cada artigo.

As bases utilizadas para a busca foram:  Lilacs, Medline, Pubmed e Scielo. Os critérios de busca utilizados foram: Infecção da Ferida Cirúrgica AND Enfermagem de Centro Cirúrgico AND Procedimentos Cirúrgicos Robóticos. O anacrônimo PICOT (Quadro 1) foi utilizado para auxiliar no que de fato a pergunta de pesquisa deve especificar: (P) Pacientes adultos em pós-operatório internados em unidades de terapia intensiva, (I) Cirurgia robótica, (C) Não há, (O) Infecção do sítio cirúrgico e (T) 7 dias. No qual foram selecionados 10 estudos publicados entre os anos de 2013 e 2020 que se enquadraram nos critérios de inclusão deste estudo.

 

Foram incluídos no estudo somente os artigos no idioma português, inglês e espanhol publicados entre os anos de 2013 e 2020, na íntegra e de forma gratuita.  Foram excluídos do estudo os artigos que não se enquadram na temática e estão foram do período de publicação.

 

 

 

 

 

 

Quadro 1: Estratégia PICO.

Acrônimo

Descrição

Componente da Questão Prática

P

Pacientes

Pacientes adultos em pós-operatório internados em unidades de terapia intensiva

I

Intervenção

Cirurgia robótica

C

Não há

Não há

O

Desfechos

Infecção do sítio cirúrgico

T

Máximo de 7 dias

7 dias

Fonte: Elaborado pelas autoras.

 

Resultado

 

De acordo com a busca realizada, foram encontrados um total de 810 publicações dentro do período estudado com a combinação dos descritores citados anteriormente. Destes, apenas 10 foram considerados relevantes para o estudo. A relação encontra-se no quadro 2, juntamente com a classificação do nível de evidência científica dos estudos, que foi baseada na escala de Oxford Centre for Evidence-based medicine.

 

QUADRO 2:  Publicações localizadas nas bases virtuais. Niterói, 2021.

 

Autor (es), data e País

Objetivo da pesquisa

População/ amostra

Tipo de estudo

Principal (s) recomendação (ões)

Nível de evidência

Liu G, Deng Y, Zhang S, Lin T, Guo H.2020.China.

Comparar a segurança e eficácia de Transplante renal aberto assistido por robô versus transplante de rim aberto convencional.

 

Pacientes que receberam transplante renal assistido por robô e submetidos a transplante renal aberto convencional.

Meta-análise de estudos randomizados ou não randomizados controlados.

Cirurgias de transplante renal assistido por robô estão associado a um menor risco de ISC e eficácia clínica e funcional de médio prazo semelhante em comparação a cirurgias convencionais.

1A

Wang Y, Liu Y, Han G, Yi B, Zhu S. 2020.China.

Comparar as complicações pós-operatórias em 30 dias após cirurgia robótica em relação à cirurgia laparoscópia de acordo com a classificação de Clavien-Dindo.

Pacientes que realizaram ressecção do câncer retal comparado os submetidos as cirurgias robóticas e a cirurgia laparoscópia.  

Pesquisa bibliográfica sistematizada.

A cirurgia robótica apresentava complicações de curto prazo semelhantes à cirurgia laparoscópica, exceto complicações graves, DC grau IV e vazamento anastomótico. Além disso, pode ser um tratamento alternativo para superar as dificuldades na cavidade pélvica estreita.

1A

Valadão M, Zarco da Câmara ER, Mifont Fong J, Araujo RO, Linhares E, Jesus JP, et al. 2019. Brasil.

Relatar

a experiência institucional única com o uso da Plataforma Da Vinci em cirurgias robóticas

colorretais realizados em um centro de referência em cirurgia oncológica no Brasil.

Pacientes diagnosticados com à cirurgia robótica

Para tratamento de câncer colorretal.

Estudo de coorte retrospectiva, baseado na base de

dados prospectivos de pacientes da instituição que foram diagnosticados à cirurgia robótica

para tratamento de câncer colorretal, de julho de 2012 a setembro de 2017.

A cirurgia robótica é viável para abordagens de cirurgias de câncer colorretal possibilitando resultados favoráveis relacionados a redução de complicações.

3B

Kenney PA, Nawaf CB, Mustafa M, Wen S, Wszolek MF, Pettaway CA, et al. 2016. Estados Unidos.

Avaliar a segurança e a adequação cirúrgica da prostatectomia robótica de resgate em relação à prostatectomia radical aberta contemporânea.

Pacientes foram submetidos à prostatectomia radical de resgate com linfadenectomia pélvica.

Análise retrospectiva entre 2007 e 2011 de pacientes que realizaram prostatectomias abertas e robóticas.

Realizar mais estudos de prostatectomia robótica de resgate com um comparador aberto contemporâneo para demonstrar diferenças mais significativas em comparação a essas abordagens.

2A

Martins RC,Trevilato DD, Jost MT, Caregnato RCA. 2019. Estados Unidos.

Conhecer a produção científica sobre a atuação da equipe de enfermagem em cirurgias robóticas, identificando-se papel do enfermeiro nos três períodos do perioperatório.

Enfermeiros que atuam em cirurgias robóticas.

Revisão integrativa, busca nas bases de dados National Library of Medicine National Institutes of Health, Scientific Electronic Library Online e Biblioteca Virtual em Saúde, realizada entre julho a setembro de 2017; 17 artigos selecionados atendiam aos critérios de inclusão.

O enfermeiro que atua em cirurgias robóticas deve adquirir conhecimento específico e científico sobre o procedimento.

5D

Girgis MD, Zenati MS, Steve J, Bartlett DL, Zureikat A, Zeh HJ, et al. 2017. Estados Unidos.

Avaliar o impacto da obesidade nos resultados perioperatórios em pacientes submetidos à pancreaticoduodenectomia robótica em comparação com a pancreaticoduodenectomia aberta.

Pacientes submetidos à pancreaticoduodenectomia (PD) de qualquer patologia entre setembro de 2011 e abril de 2015.

Revisão retrospectiva de todas as pancreaticoduodenectomias de 9/2011 a 4/2015.

A abordagem robótica atenua parte do aumento da taxa de complicações pós-operatórias, ao mesmo tempo que preserva outros resultados perioperatórios.

3A

Catanzarite T, Saha S, Pilecki MA, Kim JYS, Milad MP. 2015. Estados Unidos.

Determinar o impacto do tempo operatório nas complicações perioperatórias de 30 dias após a histerectomia laparoscópica e robótica.

Pacientes submetidos à histerectomia laparoscópica e robótica para doença benigna de 2006 a 2011 no banco de dados do Programa Nacional de Melhoria da Qualidade Cirúrgica (NSQIP).

Os foram recuperados retrospectivamente para pacientes submetidos a histerectomia laparoscopia subtotal ou total de 2006 a 2011.  Considerou que a revisão formal não era necessária.

Redução do tempo operatório mais em histerectomia laparoscópica e robótica devido ao seu impacto direto nas complicações perioperatórias de 30 dias.

3B

Osmonov DK, Faddan AA, Aksenov AV, Naumann CM, Rapoport LM, Bezrukov EA, et al. 2018. Estados Unidos.

Relatar e comparar a incidência e o manejo de ISC após a prostatectomia radical laparoscópica assistida por robô (RALP) e a prostatectomia radical retro púbica (RRP).

Pacientes submetidos a prostatectomia radical laparoscópica assistida por robô e a prostatectomia radical retro púbica.

Revisão de registros médicos institucionais e a correspondência com o paciente ou seu médico de referência, sendo um total de 285 pacientes.

A empregabilidade de prostatectomia radical laparoscópica assistida por robô devido a menor taxe de ISC e menor tempo de tratamento.

2A

Hernández-Romero L, Romero-Quechol GA, Zamudio-Costeño L, Olea-Martínez M. 2019. México.

Avaliar a competência clínica da equipe de enfermagem na prevenção de infecções de sítio cirúrgico.

 

Enfermeiros.

Estudo descritivo transversal, o qual foi composto pela equipe de enfermagem de

Serviços de cirurgia geral e centro cirúrgico de um hospital geral.

Os enfermeiros devem se aprimorar periodicamente com habilidades técnicas e intelectuais para prestar um cuidado eficiente.

2A

Steyer NH, Oliveira MC, Gouvêa MRF, Echer IC, Lucena AF. 2016. Brasil.

Analisar o perfil clínico, os diagnósticos de enfermagem e os cuidados de enfermagem estabelecidos para os pacientes em pós-operatório de cirurgia bariátrica, com a finalidade de contribuir com o conhecimento do procedimento e qualificar a assistência de enfermagem para essa população.

Pacientes, que realizaram cirurgia bariátrica

Estudo transversal realizado em um hospital universitário do sul do país, com amostra de 143 pacientes, que realizaram cirurgia bariátrica entre novembro/2008 e agosto/2011.

Deve-se aprimorar os estudos sobre a atuação da enfermagem em cirurgias bariátricas para o incremento da prática clínica, do ensino e da pesquisa.

2A

Fonte: Elaborado pelos autores.

 

 

Discussão

As descobertas tecnológicas têm como finalidade auxiliar na redução de eventos adversos ao cliente, como por exemplo as cirurgias minimamente invasivas empregadas por robôs.

Um estudo chines foi realizado com cirurgias de transplante renal assistido por robô cujo resultado foi a incidência reduzida de infecção do sítio cirúrgico em comparação com transplante de rim aberto convencional. Tal dado proporciona um avanço representativo a pacientes que tinham seu procedimento adiados ou ficavam restritos à sua realização devido a uma maior incidência de infecção da ferida e ao mau prognóstico geral, como por exemplo, os pacientes obesos. Este avanço possibilita uma maior cobertura cirúrgica, sendo uma forma de ampliação de tratamento para variados tipos de pacientes de acordo com suas respectivas patologias. Além do mais, a diferença anatômica incisional em ambas as cirurgias, viabiliza a substituição de uma área altamente colonizada, a supra inguinal, proporcionada pelas cirurgias convencionais, comparado a uma região periumbilical nas cirurgias robóticas. 1

Mantendo a linha de pensamento, outro estudo afirma que o risco de infecção da ferida em pacientes com câncer colorretal e com câncer gástrico submetidos a um procedimento minimamente invasivo é a metade do que quando realizado de forma aberta. Assim como, destaca que um determinado grupo de pessoas obesas podem apresentar no pós-operatório de uma cirurgia robótica uma incidência reduzida de infecção da ferida (19% vs 44%) comparando a uma cirurgia aberta, respectivamente. Desse modo, pode se relacionar o método robótico como procedimento que protege contra infecção de ferida nestes tipos de pacientes. Sendo esse dado um fator importante devido ao aumento da taxa de obesidade que dobra nos últimos 25 anos.6

Paralelo a isso, outra análise demonstra que o percentual de complicações gerais no grupo de cirurgias robóticas foi de 31,08%, e 33,62% no grupo de cirurgia laparoscopia, incluindo desordens vazamento anastomótico, sangramento, complicações de feridas, íleo pós-operatório, retenção urinária e abcesso abdominal, sendo assim prevalece o menor índice de complicações para as realizadas por robores. Além disso, a incidência de complicações graves na cirurgia robótica tendeu a ser menor do que na cirurgia laparoscópica (7,01% vs. 10,13%), com redução do risco absoluto de 31%. Mediante a isso, esses números podem estar relacionados a quantidade de readmissões hospitalares com taxa de 7,56% para cirurgia robóticas e 9,32% para cirurgias por laparoscopia, o que impacta diretamente no retardo a vida funcional do paciente e no aumento dos custos hospitalares.2

Da mesma forma, ocorre nos modos laparoscópicos de histerectomia comparado com a histerectomia abdominal que fornece benefícios relacionados a redução da perda de sangue intraoperatória, diminuição do risco de infecção, hospitalização pós-operatória mais curta e retorno mais precoce à atividade, logo obtendo maior satisfação do paciente. Ademais, devido o tempo do procedimento robótico, na maioria das vezes, ser menor do que uma cirurgia aberta pode estar associado com a minimização de eventos adversos pós-operatórios. Outro resultado de um estudo realizado destaca que o aumento no tempo da cirurgia pode ocasionar infecções de sítio cirúrgico superficiais, profundas e do espaço do órgão, rompimento da ferida e retorno à sala de cirurgia. Entretanto, esse período operatório maior também pode ser comparado a comorbidades, como pacientes obesos, sendo também a atuação robótica nesses casos relevantes quanto a minimização de agravos.1,7

              Nessa mesma perspectiva, um estudo realizado no Brasil sobre a cirurgia minimamente invasiva demostra o impacto positivo em infecções de ferida cirúrgica, como também a implicação em fornecer resultados oncológicos adequados quando comparada à abordagem convencional, relacionado a possível redução de lesão iatrogênica devido a posições desconfortáveis ​em comparação com uma cirurgia laparoscópica e no menor tempo de internação hospitalar com uma mediana de 4 dias para cirurgia robótica e 7 dias para laparoscopia. Além disso, a referida pesquisa menciona uma meta-análise que demostra taxas de cerca de 2% de infecção da ferida cirúrgica tanto na abordagem convencional quanto na robótica. Dessa maneira, esse dado demostra que mesmo que não haja superioridade nos resultados de abordagem robótica também não há regressão no resultado.3

Outra comparativa está na pesquisa norte-americana que analisa a taxa de infecção da ferida cirúrgica aberta versus robótica após a submissão de prostatectomia, sendo observado o percentual de 15,7% versus 0%, p = 0,212), respectivamente, sendo equivalente associar essa abordagem a uma diferença notável que a tecnologia poderá possibilitar a segurança e a qualidade cirúrgica.4

Igualmente, sua atuação na área oncológica possui também muitos resultados enfoque se relaciona ao tratamento de câncer de próstata, por exemplo, sendo comparado a taxa de infecção do sítio cirúrgico de 29 pacientes no qual se obteve um número mais baixo em pacientes que realizaram a prostatectomia radical laparoscópica assistida por robô comparado a prostatectomia radical retro púbica (2% vs 14,4%). E desenvolveu-se ISC incisionais superficiais em 5,3% de clientes que realizaram prostatectomia radical retropúbica.8

         O enfermeiro possui atuação direta nesse processo, sendo responsável pela manutenção e montagem da sala de operação. No qual esse profissional deverá preparar a sala de operação conforme a cirurgia a ser realizada, preparando o sistema robótico, de maneira asséptica sendo tal fator contribuinte para a minimização de infecção relacionada após cirurgia e para o progresso adequado para cada tipo de cirurgia. 5

Além disso, verificar a colocação e a função dos dispositivos de compressão pneumática,  o equipamento para uma função adequada, realiza o processo de condução do robô de forma segura, calibra o insuflador de CO2 na pressão correta, confirma que todas as partes conectadas do robô estejam seguras antes da cirurgia, encaixa os braços robóticos, compreender as relações anatômicas, memorizar os passos da operação e o posicionamento cirúrgico, assim como promover o conhecimento da equipe frente ao procedimento e a previsão e atuação em possíveis intercorrências .5

Ademais, este profissional é responsável por garantir instrumentais disponíveis que serão utilizados no procedimento e a organização da equipe, como também ser atua no posicionamento do cliente a mesa cirúrgica e a colocação de coxins para evitar lesões. Sendo a detecção de possíveis falhas nos equipamentos extremamente importante para minimizar erros decorrentes de problemas mecânicos e a promoção do fornecimento de materiais necessários competências exclusivas da equipe de enfermagem durante a cirurgia.5

Logo, observa-se que a equipe de enfermagem representa um contingente expressivo do setor. Desse modo, deve desenvolver competência técnica e assistencial para exercer essa atividade, assim como, se atualizar sobre o surgimento de novas tecnologias.

Um profissional eficiente nas realizações de suas atividades é comparado a um enfermeiro competente, sendo necessário para possuir essa qualidade um embasamento teórico e específico a fim de proporcionar uma assistência com a diminuição de danos. No qual o nível acadêmico de um profissional, assim como sua especialização, pode atuar diretamente na prestação de um cuidado baseado em evidências.9

Dessa maneira, o enfermeiro tem papel principal na promoção de um plano de cuidados fundado neste acompanhamento ao paciente, como também a promoção dos cuidados necessários para prevenir complicações com aplicabilidade na tecnologia robótica. Logo, esse profissional deve se atualizar quanto as inovações surgidas ao logo dos anos, para assim prestar uma assistência com de acordo com as tecnologias modernas.10

Ademais, constatou-se também a atuação da tecnologia robótica em várias clínicas cirúrgica, assim como seu resultado positivo em diferentes tipos de patologias.  No que tange ao âmbito da assistência, é possível relacionar que a minimização de infecção impacta diretamente na redução de eventos adversos e consequentemente um impacto positivo no pós-operatório deste cliente.

Portanto, com a análise dos estudos foi possível observar que a implementação das cirurgias robóticas em conjunto com as práticas da enfermagem pode trazer benefícios ao cliente assistido, assim como, a atuação direta do enfermeiro na manutenção dessa nova tecnologia.

Conclusão

 

Diante do exposto, é notório perceber todos os resultados positivos dos avanços tecnológicos na atualidade. A equipe de enfermagem deve possuir conhecimento sobre a cirurgia abordada e as necessidades do cliente nesse pós-operatório, além disso, fornecer e esclarecer qualquer dúvida que possa surgir com relação ao cuidado da ferida cirúrgica e as especificidades da recuperação devido ao procedimento robótico.

Embora ainda escasso, e com poucas publicações até então, as cirurgias robóticas vem crescendo gradativamente e cada vez mais sendo praticada nas mais diversas áreas cirúrgicas. Isso se deve ao fato dos inúmeros benefícios que trazem para os pacientes, entre elas a redução dos riscos de infecções pós-operatórias.

Foi possível observar que todas as ações do enfermeiro quando implementadas na inovação robótica são capazes de promover resultados positivos relacionados a infecção do sítio cirúrgico. Sendo a equipe de enfermagem um dos principais protagonistas que atuam diretamente na manutenção e minimização de efeitos adversos, como também, implementar planos de cuidados eficazes para o cliente assistido por robô. Além disso, cabe ao enfermeiro, além dos cuidados com o paciente, realizar uma educação continuada da equipe de enfermagem para promover a capacitação e atualização deles perante a tecnologia.

Também, com a pesquisa, foi possível observar redução de efeitos adversos, diminuição de custos hospitalares e oportunidade de aprimoramento intelectual para os profissionais, porém novos estudos devem ser realizados para maior exemplificação dos efeitos contribuintes da cirurgia robótica com as práticas de intervenção de enfermagem e consequentemente seus impactos na minimização de infecção após cirurgias. Ademais, novos estudos poderão demonstrar que mesmo com o custo da robótica sendo superior a outros procedimentos convencionais, ao final do processo irá se obter melhores resultados quando comparado com a minimização de danos, recuperação do paciente, morbidade e mortalidade.

Sendo assim, com novas pesquisas será possível despertar interesse para arrecadar maiores investimentos para implementar na qualificar de mão de obra e empregar esta tecnologia nos hospitais brasileiros.

 

REFERÊNCIAS

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