JSNCARE

Parents in the Neonatal Intensive Care Unit – evidenced based nursing practice.

A participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido internado na unidade de terapia intensiva neonatal para favorecer a formação do vínculo pais-bebê – prática de enfermagem baseada em evidência.

 

Andréa Figueiredo de Andrade. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Cuidados Intensivos Neonatal / Universidade Federal Fluminense (UFF). deiapage@gmail.com  

Isabel Cruz. Doutora em Enfermagem. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com

 

Abstract: Parents are key players in the process of recovering the newborn hospitalized in NICU and the presence of the same favors the formation of the bond with the child, which provides great benefits to it.The goal of the present study aims to identify the scientific production of nursing on the participation of parents in the care of newborn hospitalized in NICU to encourage the formation of parent-child bond, in the period of the last five years (2002 to 2007), examining their applicability to practice in the context of NICU. This is a bibliographic research computerized and manual, formalized in the literature relevant held on the following data bases: BDENF, CAPES, SCIELO and OBJN, and selected 10 texts for review because the implications for a better practice. It was found that the involvement of parents in the care of newborn is a strategy and despite the recent benefits provided, this is not yet a reality experienced by NICU. It follows that the paradigm of the biomedical model is being replaced by the limited holistic model, which is focused on the needs of the child and his family, and that the process of construction of this new assistance is getting considerable achievements.

Key-words: newborn; family; neonatal nursing.

 

Resumo: Os pais são protagonistas importantes no processo de recuperação do recém-nascido internado na UTIN e a presença dos mesmos favorece a formação do vínculo com o filho, o que proporciona grandes benefícios a ele. O objetivo do presente estudo visa identificar a produção científica de enfermagem sobre a participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido internado na UTIN para favorecer a formação do vínculo pais-bebê, no período dos últimos cinco anos (2002 a 2007), analisando sua aplicabilidade à prática no contexto da UTIN. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica computadorizada e manual, consubstanciada na literatura pertinente. Realizada nas seguintes bases de dados: BDENF, CAPES, SCIELO e OBJN, sendo selecionado 10 textos para análise devido as implicações para uma melhor prática. Verificou-se que a participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido é uma estratégia recente e apesar dos benefícios proporcionados, esta ainda não é uma realidade vivenciada pelas UTIN. Conclui-se que o paradigma do modelo biomédico está sendo aos poucos substituído pelo modelo holístico, ou seja, centrado nas necessidades da criança e sua família, e que o processo de construção dessa nova assistência vem obtendo consideráveis conquistas.

Palavras-chave: Recém-nascido; família; enfermagem neonatal. 

 

INTRODUÇÃO

 

Durante toda a gestação os pais idealizam um filho saudável, sonham com um bebê perfeito e sem qualquer anormalidade. Expectativas acerca do nascimento, acontecimento único e muito especial, geram gamas de sentimentos não só aos pais, mas em toda família.

Quando o bebê nasce e por algum motivo necessita ficar internado na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), as expectativas desses pais não são alcançadas, e o sonho do nascimento de uma criança saudável vai de encontro à realidade. Esse acontecimento, para eles tão indesejado e inesperado, causa uma descontinuidade na idealização do nascimento do filho esperado, gerando transtornos a eles, que precisarão de acompanhamento e apoio para conseguir enfrentar esse momento delicado de suas vidas.

A prematuridade, o baixo peso ao nascer(1) e as anormalidades congênitas, constituem as principais causas responsáveis pela necessidade de internação do recém-nascido. Quanto menor a idade gestacional e o peso do nascimento maior o risco de morbimortalidade, gerando prejuízos na adaptação à vida extra-uterina relacionado à imaturidade do recém-nascido, além de poder ocorrer também prejuízo em seu processo de crescimento e desenvolvimento(1).

Nos primeiros segundos logo após o nascimento, quando o recém-nascido é colocado sobre o ventre materno para que o cordão umbilical seja clampeado e seccionado, a formação do vínculo afetivo entre eles inicia sua formação a partir desse primeiro contato pele a pele entre eles. A formação do vínculo depende do contato estabelecido entre a criança e os pais após o nascimento(1-2).

O progresso tecnológico na área da saúde e a capacitação e especialização dos recursos humanos atuantes na área da neonatologia vem contribuindo para a redução da mortalidade da população neonatal(1-2-3).

Contudo, todo esse grande avanço tecnológico está diretamente relacionado ao modelo biomédico, ou seja, à patologia da criança, sendo deixado de lado outros fatores também importantes, como a assistência aos pais desse recém-nascido internado e a participação dos mesmos nos cuidados hospitalares para que desta forma não se tenha um prejuízo no estabelecimento do vínculo afetivo entre eles pela privação de contato(2).

A assistência aos pais do recém-nascido internado é uma questão muito importante a ser considerada pela equipe de saúde, pois normalmente esse novo ambiente em que seu filho encontra-se, a UTIN, é assustadora e gera medo a eles.

Ver seu filho cercado de aparelhos, equipamentos, monitores, entre outros dispositivos, muitas vezes contribui para que de início eles não consigam se aproximar desse pequeno ser que tanto necessita do contato com eles, por medo, insegurança, temor e até mesmo negação ou outros sentimentos que os cercam nesse momento.

Muitos pais consideram-se incapazes para cuidar de seu filho internado e até julgam-se desnecessários nesse cenário. Tais fatos favorecem o afastamento dos pais, eles passam a ficar menos tempo com a criança, o que irá interferir diretamente na perpetuação do vínculo entre eles.

Assim sendo, torna-se fundamental que a equipe de saúde proporcione um ambiente receptivo e acolhedor a esses pais, visando esclarecer todas as questões a cerca da UTIN, que na maioria das vezes gera todos esses sentimentos citados anteriormente, para que assim minimize-se a separação entre pais e bebê e favoreça os laços afetivos entre eles ainda na unidade de tratamento.

O incentivo a participação dos pais nos cuidados ao filho internado na UTIN é muito importante, pois serão esses pequenos contatos que irão garantir a continuidade do vínculo que inicia-se desde os primeiros momentos pós-parto. Vínculo este que poderá ser prejudicado pela falta de oportunidade dos pais interagirem com a criança, gerando prejuízos futuros no relacionamento dos mesmos(1-2). Além de proporcionar segurança a esses pais para que cuidem adequadamente do filho após a alta hospitalar.

“É essencial que a família acompanhe o filho durante essa fase, participando dos cuidados, para que possa ser capaz de cuidar dele após a alta hospitalar e todos se sentirem seguros quanto a esse aspecto”(4).

A partir de 13 de Julho de 1990, após a promulgação da Lei nº 8.069, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), fica assegurado o direito da presença de um acompanhante durante a hospitalização da criança. Mas para que isso ocorra, os estabelecimentos de saúde deveriam proporcionar condições para a permanência desse acompanhante como consta no artigo 12 do ECA: “os estabelecimentos de atendimento à saúde, deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral, de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente”(5).

A promulgação desta lei que favorece ao responsável permanecer em tempo integral com a criança, foi uma grande conquista social. Porém, o que fica explícito é que as instituições de saúde pouco investiram na infra-estrutura das unidades para melhorar as condições de acomodações para os acompanhantes.

A escolha do tema surgiu de minhas indagações ao realizar visitas técnicas, ainda na época da graduação em enfermagem, à unidade de terapia intensiva neonatal e constatar a presença dos pais como meros expectadores, sem interagir ou ter algum contato pele a pele com seu próprio filho, somente pelo fato do recém-nascido está internado.

E também considerando que o tema vínculo vem sendo muito abordado em estudos nos últimos tempos, por sua grande importância na recuperação do recém-nascido e no desenvolvimento do elo afetivo entre pais e bebê.

Contudo, o objetivo do presente estudo visa identificar a produção científica de enfermagem sobre a participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido internado na UTIN para favorecer a formação do vínculo pais-bebê, no período dos últimos cinco anos (2002 a 2007), analisando sua aplicabilidade à prática no contexto da UTIN. 

 

DESENVOLVIMENTO 

METODOLOGIA

            Trata-se de uma pesquisa bibliográfica computadorizada e manual, consubstanciada na literatura pertinente que aborda a temática da participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido internado na UTIN para favorecer a formação do vínculo pais-bebê. A pesquisa foi realizada no período de Março a Dezembro de 2007, nas seguintes bases de dados: BDENF (Base de Dados de Enfermagem), CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior), SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e OBJN (Online Brazilian Journal of Nursing). Utilizando as palavras-chave/key-words: recém-nascido prematuro, participação da família, newborn e family-centered. A consulta foi realizada através dos sites da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), da Biblioteca Regional de Medicina (BIREME), da CAPES através do Portal de periódicos e do OBJN. A consulta abrangeu o período dos últimos cinco anos (2002 a 2007). Dos 84 textos identificados nas bases de dados utilizadas, foram selecionados 10 para análise, devido às implicações para uma melhor prática. 

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO 

            Após a obtenção dos dados, os mesmos foram lidos, analisados, discutidos e posteriormente agrupados em tabela, apresentada a seguir.

Tabela 1 – Publicações localizadas, segundo o tema participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido na UTIN para favorecer a formação do vínculo pais-bebê, mencionadas nas bases de dados. Niterói, 2007.

 

Autor (es), Data & país

Objetivo da pesquisa

Tamanho da amostra

Tipo do estudo & instrumentos

Principais achados

Conclusões do autor (es)

Scochi CGS, Kokuday MLP, Riul MJS, Rossanez LSS, Fonseca LMM, Leite AM. Jul-Ago 2003/ Brasil.

Descrever as ações da enfer-magem realiza-das nas UTINs para favorecer o vinculo e apego mãe-filho.

UTIN de hos-pital-escola de Ribeirão Preto -USP

Relato de expe-riência

A enfermeira acompanha a 1ª visita, incentiva o contato pele-a-pele, toque e fala. O acesso e per-manência dos pais são liberados.

Suas experiências têm favorecido o estabelecimento do vínculo e apego mãe-filho e família, observando-se maior interação com o Rn.

Ramalhão AB, Dupas G. Jul-Set 2003/ Brasil.

Caracterizar na perspectiva dos pais, a vivência que mantém com seus filhos no momento da visi-ta.

9 pais.

Pesquisa qualitativa/ aná-lise de docu-mentos, obser-vação não parti-cipante e entre-vista aberta.

A relevância de estabelecer e manter o contato dos bebês inter-nados junto aos seus pais.

Cuidar dos pais é um caminho para avançar nos cui-dados prestados à criança.

Martinez JG, Fonseca LMM, Scochi CGS. Mar-Abr 2007/ Brasil.

Identificar e ana-lisar significados atribuídos pela e-quipe acerca da participação da mãe/pais no cui-dado ao filho na UTIN.

23 profissionais da equipe de saúde.

Estudo descri-tivo de natureza qualitativa/ Entrevista semi-estruturada e gravada.

A importância da participação ma-terna e dos pais no cuidado ao filho prematuro na UTIN é apontada por todos os entre-vistados.

A participação das mães/pais ainda é incipiente na UTIN, mas há interesse da equi-pe de saúde em implementá-la.

Gaíva MAM, Scochi CGS. Jul-Ago 2005/ Brasil.

Analisar a parti-cipação da família na assistência ao prematuro na UTIN de um hos-pital universitário.

Pais dos pre-maturos inter-nados na UTIN.

Pesquisa quali-tativa/ observa-ção participante e análise de documentos.

A família não está inserida no pro-cesso de trabalho, apesar de alguns profissionais per-ceberem essa ne-cessidade.

A mãe e a família do prematuro são pouco acolhidas e não existe relação de parceria entre equipe e família.

Carmona EV, Lopes MHBM. Shimo AKK. 2006/ Brasil.

Revisar bibliogra-fia sobre o de-sempenho mater-no na UTIN e verificar como a atuação da equi-pe tem influen-ciado tal experi-ência.

Período de 10 anos (1993 a 2003).

Revisão bibliográfica.

A internação do Rn apresenta par-ticularidades que dificultam o de-sempenho do pa-pel materno.

A maior implicação para a assistência de enfermagem é a de que é neces-sário dar poder as mães.

Rossato-Abéde LM, Ângelo M. Jan-Fev 2002/ Brasil.

Descrever cren-ças, atitudes e normas sociais determinantes da intenção da enfª. em possibilitar a presença dos pais em UTIN

11 Enfermeiras.

Estudo descritivo/ Entrevista semi-estruturada.

As crenças do profissional podem ajudar ou preju-dicar a presença dos pais na UTIN.

A intenção da enfª. foi determinada pelo fator social, ou seja,  a moti-vação em garantir o cumprimento das normas da instituição.

Schroeder M, Pridham MS. Mai-Jun 2006/ EUA

Explorar os efei-tos da partici-pação materna sobre o desenvol-vimento do pre-maturo na UTIN.

16 mães/ 2 grupos de 8.

Estudo clínico randomizado.

Mães do grupo es-tudo tinham ex-pectativas e inten-ções que foram adaptadas às ne-cessidades do filho.

As mães podem efetivamente de-senvolver ativida-des de atenção ao filho na UTIN.

Anderson GC, Chiu S, Dombrowiski A, Swinth JY, Albert JM, Wada N. Set-Out 2003/ EUA

Examinar a dispo-nibilidade de re-cursos para ga-rantir o cuidado centrado na famí-lia.

Mães latinas bilíngües.

Estudo de caso.

O modelo de assistência que inclui a família facilita o acesso ao bebê, infor-mação e apoio emocional.

Recursos para ga-rantir o cuidado centrado na famí-lia é altamente re-levante para o atendimento de to-das às famílias.

Petersen MF, Cohen J, Parsons V. Jul-Ago 2004/ EUA.

Determinar per-cepções e práti-cas dos Enfºs quanto ao cuida-do centrado na família.

62 enfermeiros licenciados.

Estudo descritivo/ questionário.

Os índices da prática do cuidado centrado na famí-lia foram mais bai-xos do que os que representam à ne-cessidade.

Embora os Enfºs concordem que o cuidado centrado na família é impo-rtante, isso não se aplica na sua pra-tica.

Nyström K, Axelsson K. Mai-Jun 2002/ EUA

Elucidar experiên-cias das mães relacionada a se-paração do Rn in-ternado na UTIN na 1ª semana de vida.

8 mulheres cujo os Rns tinham sido tratados na UTIN

Estudo descritivo/ entrevista gravada.

A experiência cau-sou nas mulheres tensão e ansie-dade emocional.

Separar a mãe do Rn durante a 1ª semana de vida envolve muita tem-são emocional pa-ra mãe, mesmo que seu filho não esteja seriamente doente.

Fonte: UFF – Especialização Enfermagem em Cuidados Intensivos Neonatal.

 

            A assistência ao recém-nascido em UTIN vem sofrendo vastas mudanças e o modelo centrado na criança está cedendo espaço para um novo modelo que incorpora os pais e família no cuidado ao recém-nascido(1-6).

            Este novo modelo de assistência centrado na família envolve um conjunto de filosofias, princípios e práticas, que coloca a família no centro da assistência e a compreende como um recurso importante para a tomada de decisões. Tal modelo está fundamentado na compreensão de que a família é para a criança a primeira força e suporte e traz benefícios em vários sentidos, familiar e institucionalmente(3).

            Ver seu filho tão pequeno e inseguro internado é algo inesperado para os pais. Esse desconhecido ambiente, na maioria das vezes não é agradável para eles (1-2-6). Não saber o que vai acontecer com seu filho também é um elemento surpresa, que abala profundamente as estruturas desses pais (6). Não poder pegar seu filho no colo, sentí-lo entre os braços, ter contato pele a pele, é bastante frustrante para eles (1-7).

            A insegurança por não se sentirem capazes para cuidar do filho faz-se muito presente entre os pais durante a hospitalização(1-2-3). Com isso, mesmo quando o recém-nascido se apresenta mais estável, o que permite mais contato com os pais, alguns deles não conseguem corresponder a essa evolução do filho, mantendo-se afastados(1). Tal situação é determinada devido a mistura de sentimentos que os acometem durante o processo de hospitalização do recém-nascido, pela separação do filho e pelo ambiente da UTIN, que faz com que os pais sintam-se incapazes de cuidar e possivelmente proteger e aconchegar seu pequeno filho(1-2-7).

Daí a importância da formação do vínculo entre pais e bebê, pois esse vínculo é de fato um facilitador para o desempenho do papel de cuidador dos pais, pois gera um compromisso emocional com o bebê, compromisso este que estimula os pais a cuidarem de seu filho(1-7).

As mães sentem-se supervisionadas pela equipe de saúde, que faz questão que elas fiquem cientes quanto às regras da unidade e espera que elas as cumpram rigorosamente. As mães percebem também a necessidade de obter permissão para cuidar e tocar seu filho, o que as fazem sentir não estar sendo uma “mãe normal” (7).

            Quando os pais possuem dificuldades financeiras e isto os impedem de visitar e estar com o filho, eles são encaminhados ao Serviço Social que providencia recursos como alimentação e auxílio transporte para que os pais permaneçam ao lado do filho(3-6).

Com a presença dos pais na UTIN o contato físico com o bebê, que é imprescindível para o desenvolvimento do vínculo entre eles, pode ser mais trabalhado e incentivado para que não se tenha um prejuízo nesse processo(1-2). De acordo com enfermeiras, um maior contato físico e afetivo entre pais e recém-nascido é fundamental para fortalecer o vínculo em formação(8). As trocas de olhares, os toques sutis, as expressões faciais e a vocalização são formas de manter contato e sua ausência pode causar sérios riscos para o desenvolvimento psicossocial da criança(2) .

A presença dos pais na UTIN também contribui para que possam interagir melhor com a equipe de saúde e assim obter mais informações sobre as condições do recém-nascido, sobre os cuidados e previsão de alta(3-8), que representa para eles um maior conhecimento sobre seu filho(7), favorecendo assim o processo de aproximação entre eles. Os pais dirigem-se aos enfermeiros para obter informações sobre o recém-nascido, mas é o médico que dá informações sobre o diagnóstico e prognóstico do bebê(3). Eles ficam ansiosos aguardando informações, quando o bebê melhora a tensão vai sendo aliviada, mas quando as notícias não correspondem ao que eles desejam ou seja, a melhora de seu filho, o desânimo e o desespero surgem como conseqüência à notícia(2).

Conforme os pais freqüentam a unidade eles passam a confiar mais na equipe de saúde, o que resulta numa diminuição da ansiedade transmitida pelo ambiente. Visando diminuir essa ansiedade e estimular a presença dos pais junto ao filho algumas enfermeiras, embora não tão freqüente, procuram oferecer apoio emocional e estabelecer contato com os pais(1-8).

            Os pais são protagonistas importantes na recuperação do recém-nascido internado na UTIN, conhecer o impacto que a internação causa sobre o vinculo entre eles é importante para o direcionamento das ações voltadas a ambos(1-2).

            É importante que os pais sintam-se acolhidos na UTIN, para que desta forma possam contribuir de fato com a recuperação do filho internado(2), pois quando esses pais são bem recebidos na unidade e sentem-se à vontade no ambiente perto de seu filho, o processo de formação do vínculo é atenuado, e desta forma eles mantêm contato com o bebê promovendo a formação do vínculo.

A enfermeira desempenha um papel singular no cuidado aos pais no contexto da UTIN quando valoriza a presença da família durante o tratamento da criança, no entanto o que se observa na prática clínica é que o desempenho do papel da enfermeira junto aos pais nem sempre revela ações de apoio à interação pais-bebê(7-8).

            Em um primeiro momento durante a hospitalização do recém-nascido, os pais mostram-se resistentes a criança, o que torna um começo de relacionamento difícil entre eles(6-7). As condições em que seu filho se encontra não são aquelas desejadas durante a gestação(2). Esse impacto com a figura real do bebê gera uma resistência inicial(2-7), porém essa resistência vai modificando-se conforme eles se aproximam do bebê e a aceitação do filho torna-se total.

“Através de gestos ou mesmo ações os pais tomam para si os filhos, beijam, tocam, e acariciam seus bebês, demonstram satisfação através de palavras e expressões faciais e corporais”(2).

            É importante ressaltar que a individualidade dos pais deve ser respeitada. Não se deve forçar seu contato com o filho, mas sim estimular esse contato entre eles. Cada pai / mãe determinará seu momento de aproximar-se do filho(2-6-7).

            Alguns pais nas primeiras visitas ao filho internado não conseguem permanecer ao lado do bebê mais que 2 a 3 minutos. Situação esta que se mantém até que o recém-nascido mostrasse sinais de melhora clínica(6).

            A equipe de saúde deve estar atenta quanto a este afastamento dos pais e atuar com o intuito de minimizar esse quadro, que geralmente ocorre por insegurança, medo, ansiedade, entre tantos outros sentimentos que afloram durante todo processo de hospitalização.

            A equipe de enfermagem tem um papel fundamental no incentivo à participação dos pais no cuidado ao recém-nascido, pois são os profissionais mais próximos ao cliente e sua família(1-7), desta forma esses profissionais devem estar preparados para que atuem de forma efetiva no contexto de incentivar a participação dos pais e assim favorecer não só a formação do vínculo, mas a melhora da evolução clínica do recém-nascido, entre outros benefícios que esta aproximação pais-bebê proporciona(2).

A equipe deve considerar a família como capaz de cuidar do seu filho, compartilhar conhecimentos e práticas(7), pois a parceria entre equipe e família é fundamental na capacitação e potencialização da família para o cuidado ao bebê(6) e oferecer suporte e uma assistência de qualidade baseada no respeito, responsabilidade e necessidades da família(3-7). Tal parceria é vista como uma relação gradativa e os profissionais devem ter uma filosofia que contemple essa questão para que de fato essa relação ocorra com êxito(6). Os pais que participam dos cuidados na unidade, sentem-se mais seguros para assumir o papel de cuidadores após a alta hospitalar da criança(1).

Contudo, apesar do advento da legislação que garante os direitos da criança e dos avanços discutidos na literatura sobre a presença dos pais junto à criança internada, muitas unidades considerando exclusivamente suas necessidades, ainda insistem em estabelecer horários de visitas para que os pais possam estar junto ao filho, restringindo sua entrada fora do horário determinado pela rotina da unidade, desconsiderando as necessidades do bebê e família, interferindo diretamente na promoção do vínculo afetivo e recuperação do recém-nascido(2-6-8).

            O ideal seria que as unidades proporcionassem acesso livre e sem limites ou permissão aos pais, pois a presença deles é um elemento essencial para a recuperação do bebê internado na UTIN(2-6-8).

            Apesar das enfermeiras trabalharem em instituições que normatizam a presença dos pais na UTIN, tal situação pode ser alterada por essas profissionais em determinadas circunstâncias, sobretudo aquelas relacionadas com a gravidade do estado da criança, a necessidade de amamentação e ao isolamento do recém-nascido. De acordo com a vivência das enfermeiras, essa alteração na rotina quanto à presença dos pais na unidade não depende apenas da situação em que a criança se encontra, mas das condições da família que também é avaliada por elas. Desta forma os pais também devem apresentar condições favoráveis à sua presença na unidade como: capacidade de compreensão, obedecer as regras da instituição e se preocupar exclusivamente com sua criança(8).

            A liberação da entrada dos pais na UTIN gera em alguns profissionais a preocupação com as infecções, porém tal fato carece de maior embasamento científico para que seja considerado uma restrição à presença dos pais na unidade(3).

            Os profissionais de saúde consideram importante a participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido(3-6-8). O estímulo que os pais proporcionam contribui de forma efetiva para a melhora da estabilidade, tratamento e recuperação do recém-nascido(2), com o ganho ponderal que favorece o crescimento e desenvolvimento, redução do tempo de internação, nas condutas comportamentais e cognitivas do bebê, na modelagem da arquitetura do cérebro e diminuição das reinternações da criança(3).

            Pesquisa(3) aponta resultados de estudos que demonstram efeitos clínicos ao recém-nascido com a participação dos pais, tais como a redução da dependência do ventilador, melhora do ganho ponderal, inicio da sucção não nutritiva mais precocemente, auto-regulação, melhora neurocomportamental, redução do tempo de hospitalização e dos custos do cuidado.

Os pais somente são inseridos nos cuidados quando o recém-nascido sai da UTIN e vai para a unidade de cuidados intermediários (UCI), quando o recém-nascido apresenta-se mais estável e em melhores condições clínicas e mesmo assim a participação no cuidado ainda é limitado. Nessa etapa os pais participam dos cuidados para que em domicílio, após a alta do recém-nascido, eles sejam capazes de assumir planamente os cuidados ao filho(3-6).

            Os pais devem ser inseridos nos cuidados ao filho desde a admissão, iniciando sua participação já na UTIN e perpassando os outros setores, para que sejam capazes de dar continuidade ao cuidado do filho no domicílio(1-3-6).

A escolaridade dos pais repercute na relação com a equipe de enfermagem, pois os profissionais sentem-se intimidados com aqueles pais mais preparados e entendidos, chegando a impedirem a entrada destes na unidade; e também há dificuldades de comunicação com os pais com menos escolaridade, pois eles possuem mais dificuldades para entender as orientações(3).

            Apesar deste novo modelo de assistência centrado na participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido, o que se percebe é que na maioria das vezes somente a mãe assume esse papel de cuidadora, o pai normalmente exerce menos a paternidade, tal fato é considerado compreensível, pois historicamente a mulher tem assumido o papel social de responsável pelo cuidado da família(3-7). O pai é pouco estimulado a cuidar do filho e normas institucionais estipulam horário de visita para eles, horário este que geralmente os pais estão trabalhando o que dificulta sua presença no hospital e interfere na manutenção do núcleo e vínculo familiar(6).

A equipe de enfermagem deve estabelecer uma assistência centrada na família e incentivar a participação dos pais nos cuidados básicos ao bebê como: executar medidas que proporcionem conforto ao recém-nascido, dar banho, trocar as fraldas e roupas, mudar de decúbito, verificar a temperatura, alimentá-lo, pesá-lo e atender as necessidades afetivas do bebê(1-2-6-7).

            As enfermeiras acreditam que a presença sobretudo da mãe, na UTIN possibilita que a criança receba atenção, seja amamentada e fique mais tranqüila(8-9-10). A mãe inicia sua participação nos cuidados ao filho com a produção do leite que é utilizado na lactação do bebê(6-7).

Algumas enfermeiras percebem a participação, principalmente da mãe, como uma ajuda que reduz a sobrecarga de trabalho(3). A equipe, principalmente a enfermagem, ainda não tem muito claro o papel da família dentro da unidade e muitas vezes o profissional tem uma visão distorcida acerca da finalidade da família na unidade como mão-de-obra para ajudá-los(6).

Há ambivalência na relação da equipe com a família, pois ao mesmo tempo em que os profissionais reconhecem a importância e consideram indispensável à participação dos pais no cuidado ao filho, em outro momento eles consideram que a presença dos pais na unidade atrapalha o desenvolvimento das atividades da equipe(3-6-8). A enfermeira acredita que a presença dos pais na UTIN é uma situação benéfica para a criança e para os pais e prejudicial ao serviço(8). O prejuízo atribuído à presença dos pais está relacionado ao tempo que deve ser ocupado com eles além do tempo utilizado para cuidar do recém-nascido(8). Embora o enfermeiro concorde com o modelo de assistência centrado na família, isto não se aplica na sua prática cotidiana(11).

Muitos profissionais consideram a presença dos pais na UTIN como uma fiscalização, algo que modifica o ambiente, interfere na dinâmica do trabalho, gera insegurança na equipe(3-6) e mesmo reconhecendo a importância dos pais junto ao bebê esses profissionais resistem à entrada dos pais na unidade, valendo-se de argumentos como falta de espaço e infra-estrutura para acomodá-los(6). Os profissionais sentem-se inseguros para realizar os procedimentos diante dos pais e ficam com medo de possíveis questionamentos, ou mesmo denúncias por parte destes(3).

            As enfermeiras consideram que os pais atrapalham quando se manifestam contrariamente a rotina do serviço e atendimento à criança(7-8).

Profissionais afirmam que a presença dos pais interfere no andamento dos cuidados(7), já que em virtude da proximidade com o filho, alguns procedimentos precisam ser realizados novamente, como a punção venosa, por exemplo(8).

            A presença dos familiares pode tornar-se causa de estresse psicológico da enfermeira, pelo fato de haver exigências e críticas dos pais a elas, sobretudo porque os pais se incomodam com a idéia de que a hospitalização implica na incapacidade de resolver o problema de seu filho(8).

A enfermagem pode ser uma das principais barreiras para a permanência dos pais na UTIN(2-7), pois as enfermeiras percebem os pais como uma fonte de estresse e consumo de seu tempo(3-12).  

 

CONCLUSÃO

 

            A participação dos pais no cuidado ao recém-nascido é uma estratégia recente e apesar dos benefícios proporcionados, esta ainda não é uma realidade vivenciada pelas UTINs.

            Ao observar os resultados obtidos com o término da pesquisa, fica bastante claro que ainda existe uma ambivalência na opinião dos profissionais, sobretudo, os de enfermagem, quanto à presença e participação dos pais nos cuidados ao recém-nascido na UTIN, pois ao mesmo tempo em que reconhecem a importância da presença dos pais e afirmam ser indispensável ao recém-nascido, eles consideram essa presença como prejudicial a eles. Acreditam que a presença dos pais na unidade muda a rotina de serviço, a dinâmica das atividades, gera insegurança e que há um aumento do gasto de tempo devido às orientações e explicações que devem ser transmitidas aos pais.

            Observo que apesar da vasta literatura que contempla os benefícios da presença dos pais na UTIN, está não é uma realidade presente nas instituições. Mesmo com o advento da legislação (ECA), que assegura à criança a presença dos pais ou responsável junto a ela em período integral, as unidades e os próprios profissionais que nela atuam nada fazem para mudar essa realidade retrógrada que vivemos.

            Os artigos analisados e discutidos no presente estudo concordam que a assistência na área da neonatologia vem sofrendo vastas mudanças, e que um novo paradigma de assistência centrado na família vem sendo contemplado ultimamente. Mas deve haver um empenho dos profissionais para que de fato ocorra uma mudança para o novo modelo contemplado na literatura.

            Acredito que o paradigma do modelo biomédico está sendo aos poucos substituído pelo modelo holístico, ou seja, centrado nas necessidades da criança e sua família, e que o processo de construção dessa nova assistência vem obtendo consideráveis conquistas.

            Para que haja realmente uma mudança no modelo de assistência para o modelo centrado na família, faz-se necessário implementar nas instituições, um projeto de educação permanente que contemple conteúdos sobre a inserção da família no cuidado ao recém-nascido, cuidado centrado na família, vínculo afetivo pais-bebê, humanização da assistência, acolhimento dos pais na unidade e preparação dos pais para a alta hospitalar e cuidado em domicílio. Para que desta forma os profissionais que atuam nesta área sejam sensibilizados quanto a essa questão temática e que a participação dos pais deixe de ser uma realidade distante da nossa.

            É necessário repensarmos a questão da presença dos pais junto ao filho na UTIN, pois se desejamos que o vínculo afetivo seja formado e que os pais se aproximem e cuidem de seu filho ainda na unidade, precisamos apoiar essa questão, que se faz um ponto central da assistência holística ao recém-nascido.

            Percebo que os resultados apresentados neste artigo, indicam a relevância da presença dos pais junto ao filho durante o período de internação do mesmo.

            Espero que estudos acerca da temática em questão continuem sendo desenvolvidos posteriormente, de maneira que este conhecimento possa ser introduzido na educação e prática profissional, direcionando a uma assistência mais humana e holística.

            Por fim, ao término dessa pesquisa, realço os resultados positivos que a mesma me proporcionou, por ter ampliado meus conhecimentos acerca da temática em questão e me possibilitado refletir sobre a importância de apoiar a presença dos pais junto ao filho internado na UTIN para que não se tenha um prejuízo futuro na relação entre eles. 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

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LEITURAS ADICIONAIS

 

Belli MAJ, Silva IA. A constatação do filho real: representações maternas sobre o filho internado na UTI neonatal. Rev Enferm UERJ 2002 set/dez; 10 (3): 165-70.

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Camargo CL, La Torre MPS, Oliveira AFVR, Quirino MD. Sentimentos maternos na visita ao recém-nascido internado em unidade de terapia intensiva. Ciênc cuid saúde 2004 set/dez; 3 (3): 267-75.

 

Collet N, Rocha SMM. Participação e autonomia da mãe no cuidado ao filho hospitalizado. Rev Bras Enferm 2003 maio/jun; 56 (3): 260-64. 

Dokken D, Ahmann E. The many roles of family members in [quot] family-centered care [quot] – part I. Pediatr Nurs 2006 Nov/Dec; 32 (6): 562-5.

 

Griffin T, Abraham M. Transition to home from the newborn intensive care unit: applying the principles of family-centered care to the discharge process. J Perinat Neonatal Nurs 2006 July/Sept; 20 (3): 243-9.

 

Monteiro TMT, Silva LMS, Silva MVS. Reações de mães diante do nascimento de um filho prematuro. Cogitare Enferm 2002 jan/jun; 7 (1): 36-42.

 

Simms R, Cole FS. The many roles of family members in [quot] family-centered care [quot] – part II. Pediatr Nurs 2007 Jan/Feb; 33 (1): 51-2. 

Tronchin DMR, Tsunechiro MA. Cuidar e o conviver com o filho prematuro: a experiência do pai. Rev Latinoam Enferm 2006 jan/fev; 14 (1): 93-101.

 





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