Performance of nurses by the risk factors and measures for the prevention
and control of infections related to the care of hemodialysis catheters – Systematic Literature Review
Atuação de enfermeiros mediante os fatores de risco e de medidas de prevenção e controle de infecções relacionadas ao cuidado com cateteres de hemodiálise - Revisão Sistematizada da Literatura
Fabíola Goulart. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em Métodos Dialíticos /Universidade Federal Fluminense (UFF). fabiolagoulart@yhaoo.com.br
Isabel Cruz. Doutora em Enfermagem. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br
Abstract: This is a bibliographical study, which focuses on infections related to catheters for hemodialysis and the role of nurses. Our goal in this work is to identify the risk factors and to study the facts to prevent and control infections related to catheters for hemodialysis and the care provided to the patients during the sessions of hemodialysis and its complications. To realize the purpose, were investigated scientific articles published in databases BDENF, Pubmed and Medline in the period of 2003 to 2008, examining their applicability in daily practice. The results demonstrated the need to maintain continuing education for medical professionals, aiming at the prevention of infection and improve the assistance provided to the customer of high complexity.
Key-Words: Infections; renal Dialysis e Cathterization.
Resumo: Trata-se de um estudo bibliográfico, que aborda sobre infecções relacionadas a cateteres de hemodiálise e a atuação do enfermeiro. Nosso objetivo neste trabalho é identificar os fatores de risco e analisar as medidas de prevenção e de controle de infecção relacionadas a cateteres de hemodiálise e os cuidado prestados ao paciente durante as sessões de hemodiálise em suas complicações. Para compreender o objetivo proposto foram investigados artigos científicos publicados nas bases de dados BDENF, Pubmed e Medline no período de 2003 a 2008, analisando sua aplicabilidade na prática diária. Os resultados demonstraram a necessidade de manter educação continuada aos profissionais de saúde, visando à prevenção de infecção e a melhoria da assistência prestada ao cliente de alta complexidade.
Palavras-chaves: Infecção; Diálise renal e Cateterismo
Introdução:
A hemodiálise é um tratamento recente na medicina e vem contribuindo muito com o aumento da expectativa de vida dos pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC). Porém, estes pacientes estão sujeitos a diversas complicações durante as sessões de hemodiálise, entre elas complicações infecciosas graves relacionadas ao acesso vascular.
O primeiro rim artificial, aplicado a uma experiência animal, a vividifusão, surgiu em 1913 com Jhon Abel, no departamento de farmacologia da Johns Hopkins Medical Schoo l1, mas somente em 1960, em Seattle, o primeiro doente com IRC começou a realizar um programa de hemodiálise regular 2.
Com os avanços ocorridos na medicina nas últimas décadas, o número de pacientes com IRC tem aumentado de forma considerável, assim como o tempo de permanência destes pacientes em tratamento. No Brasil cerca de 58.000 pessoas estavam em hemodiálise em 2004, com um aumento anual de 8%. Estima-se em nosso país um gasto anual com programa de diálise e transplante renal ao redor de 1,4 bilhões de reais ao ano3.
O Brasil possui a quarta casuística de pacientes mantidos em terapia renal substitutiva do mundo, superada somente pelos Estados Unidos, Japão e Alemanha, porém há uma prevalência de pacientes em tratamento muito menor que em países desenvolvidos, e mesmo que países vizinhos menores da América Latina, o que sugere que um número significativo de portadores de IRC não têm acesso ao sistema de saúde 4.
Nos dias atuais, o predomínio da atenção em saúde permanece centrado na doença já instalada, fato que sobrecarrega os níveis de alta complexidade de atenção em saúde e caracteriza a abordagem do doente renal crônico com um problema de relevância para o campo da saúde coletiva5.
Situação – problema:
Se analisarmos que são pacientes encaminhados na maioria das vezes tardiamente para o nefrologista, desnutridos, sem um acesso vascular previamente confeccionado, admitidos muitas vezes em caráter de urgência para início do tratamento dialítico, podemos inferir que são pacientes em que um evento infeccioso terá conseqüências catastróficas e poderá apresentar maior números de intercorrências durante as sessões de Hemodiálise.
Perante estes fatos o enfermeiro deverá possibilitar aos indivíduos portadores de insuficiência renal crônica (DRC) um acompanhamento que transmita segurança e esclarecimento de todas as mudanças e procedimentos que irão ocorrer.
Cabe ao enfermeiro que trabalha em hemodiálise realizar as funções administrativas, assistenciais, educativas e de pesquisa. Dentre as funções assistenciais destaca-se: orientar pacientes renais e seus familiares quanto ao auto-cuidado e o tratamento dialítico; assistir o paciente em tratamento dialítico mediante elaboração do processo de enfermagem; prevenir, identificar e tratar complicações intradialíticas em conjunto com a equipe médica; estabelecer normas e rotinas para prevenção e controle de infecções hospitalares na unidade de diálise, entre outras inúmeras funções6
Diante de tantas atividades desenvolvidas pelos enfermeiros iremos pesquisar sobre quais são os reais fatores de risco para o desenvolvimento de infecção relacionada a cateteres de hemodiálise? Quais as complicações durante a hemodiálise? Quais são as medidas efetivas na prevenção de infecção relacionada ao cateter?
Devido aos potenciais efeitos devastadores que as infecções originadas em cateteres implantados para hemodiálise podem causar nesta população de pacientes, e na assustadora taxa de mortalidade associada a estas infecções, é que decidimos por realizar um levantamento bibliográfico sobre infecções relacionadas a cateteres de hemodiálise e a atuação do enfermeiro.
Objetivo:
São identificar os fatores de risco, analisar as medidas de prevenção e de controle de infecção relacionadas a cateteres de hemodiálise e os cuidado prestados ao paciente durante as sessões de hemodiálise em suas complicações.
Metodologia
Foram realizadas buscas exploratórias por meio de levantamento bibliográfico computadorizados e/ou manual, junto ao banco de dados eletrônicos do PubMed e BDENF utilizando as palavras-chaves infecção, diálise renal e cateterisno, MedLine com os seguintes termos: infections, renal dialysis e catheterization. Foram determinados os seguintes limites de busca: artigos publicados nos últimos seis anos, visando selecionar o que de mais atual está sendo publicado pelas revistas de enfermagem; estudos em humanos; pacientes adultos; nas línguas inglesa e portuguesa, e sem deixar de verificar o que de fato está sedimentado na literatura.
No total localizamos 68 artigos, sendo que após a leitura exploratória dos títulos foram excluídos 48 por não tratarem de infecção em cateter, infecção em hemodiálise e insuficiência renal crônica, restando 20 artigos.
Após a leitura exploratória dos resumos, e quando necessário a leitura exploratória já de algumas publicações, foram excluídos 10 artigos que não tratavam do tema infecção, medidas de prevenção e fatores de risco para infecção em cateteres de hemodiálise, restando 10 artigos que foram utilizados neste trabalho.
Resultados
Tabela 1 – Publicações localizadas, segundo o tema: Atuação de enfermeiros mediante os fatores de risco e de medidas de prevenção e controle de infecções relacionadas ao cuidado com cateteres de hemodiálise, mencionadas nas bases de dados. Niterói, 2008.
Autor(es), Data & País |
Objetivo da pesquisa |
Tamanho da amostra |
Tipo de estudo e instru-mentos |
Principais achados |
Conclusões do autor(es) |
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Fava SMCL Oliveira AA Vitor EM Damasceno DD Libânio SIC8 2006, Brasil.
Paula DHG Cruz I9 2004, Brasil.
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Analisar as complicações que ocorrem durante as sessões de hemodiálise e a assistência de enfermagem prestada a pessoas portadoras de Insuficiência Renal Crônica (IRC)
Identificar as intervenções de enfermagem para redução dos índices de infecção relacionado ao cateter venoso central (CVC) para diálise.
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125 prontuários de portadores de IRC.
Periódicos sobre o tema nos anos de 1999 a 2003.
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Pesquisa documental transversal pelo método descritivo.
Levanta-mento bibliográfico.
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Complicações mais comuns: hipertensão e hipotensão arterial. Quanto à assistência de enfermagem durante o processo desse tratamento, constatou-se que eram priorizadas a monitoração dos sinais vitais (SV), administração de medicamentos e orientações quanto ao peso corporal.
A infecção é uma das principais complicações, podendo levar à morte. As intervenções de enfermagem para estes clientes devem se concentrar em minimizar a introdução de microorganismos e em aumentar a resistência à infecção.
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A assistência de enfermagem prioriza o monitoramento dos SV, administração de medicações e orientação quanto ao peso. A assistência prestada através de aporte emocional, avaliação do nível de consciência e sensibilidade dolorosa, são freqüentes, porém, não são registrados nos prontuários.
Para que se possa melhorar a prática profissional, é necessário investir na capacitação profissional; incentivar o uso dos equipamento proteção individual e dos mecanismos de proteção; além de orientar pacientes e familiares quanto à sua condição. E que este estudo poderá servir de suporte aos profissionais da área, para prevenção e os cuidados relativos ao cateter venoso.
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Lima TC Cruz I10 2008, Brasil.
Pinto PS Cruz I11 2008, Brasil.
Nascimen-to CD Marques IR12 2005, Brasil.
Barbosa DA Gunji CK Bittencourt ARC Belasco AGS Diccini S Valttimo F13 ET al2 2006, Brasil.
Higgins MRN ,David S14, jun.2008 EUA
Young EJ, Contreras G, Robert NE, Vogt NJ, Courtney Tm15. 2005 EUA
Feely T, Copley A, Bleyer AJ16, 2007. EUA
Shirley A17. 2007,
EUA.
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Identificar através da produção científica de enfermagem, a frequência e os fatores de riscos que predispõem a complicações em pacientes com insuficiência renal crônica.
O estudo objetivou identificar a produção científica de enfermagem, analisando sua aplicabilidade à pratica.
Descrever as complicações mais freqüentes relacionadas à hemodiálise e as intervenções de enfermagem elas relacionadas.
Identificar a co-morbidade e causas de mortalidade dos pacientes em início de diálise e analisar se as variáveis pessoas são fatores de risco para mortalidade.
Investigar enfermeiros com conhecimentos e práticas de acesso vascular e controle de infecção nos adultos doentes em hemodiálise na república da Irlanda.
A incidência e influência do a agentes de infecção na inserção do cateter duplo lúmen e triplo lúmen.
Detectar a colonização em cateter e estabelecer uma terapia preventiva e prevenir desenvolvimento de infecções sanguíneas
Prevenir perigosas complicações no uso de cateter hemodiálise e suas conexões. |
Periódicos sobre o tema nos anos de 2003 a 2007.
Periódicos sobre o tema nos anos de 2002 a 2007.
Periódicos sobre tema nos anos de 1993 a 2004.
102 pacientes portadores de insuficiência renal crônica.
190 enfermeiros
473 pacientes em uso de cateter duplo lúmen ou triplo lúmen.
Paciente com cateter durante 24 ,meses.
Não aplicável.
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Levanta-mento bibliográfico.
Levanta-mento bibliográfico.
Levanta-mento bibliográfico.
Levanta-mento bibliográfico.
Estudo qualitativo. Questionário confidencial.
Estudo prospectivo e randomi- zado.
Estudo qualitativo
Estudo descritivo |
Foi possível verificar a importância do profissional de enfermagem na prevenção ao risco de infecções aos pacientes em diálise peritoneal, através de cuidados básicos em relação a estes, além de ser essencial no repasse de informações ao paciente e familiares, evitando, com isso, diversas intercorrências ao longo do tratamento
Que o enfermeiro deva atuar e realizar intervenções educativas junto ao portador de doença renal crônica na fase pré dialítica e nas terapias renais substitutivas e processo de transplante renal.
Que as complicações que ocorrem com maior freqüência são: hipotensão, hipertensão, cãibra musculares, náusea e vômito, cefaléia, dor torácica e lombar, prurido, febre e calafrios. A diferença entre pirogênia e infecção de cateter.
A hipertensão e as infecções foram as principais causas de co- morbidade (58,8%). O sítio mais freqüente de infecção foi corrente sanguínea em 30 (50%).
Que 92% dos entrevistados relatam que tinham sido desenvolvidas treinamento e que 47% tinham recebido educação continuada em controle de infecção no ano anterior.
Que as infecções no sitio de inserção do cateter não apresentou diferença significativas.
A incidência de infecção de cateter relacionada a corrente sanguínea foi de 0,78 episódios por cateter 1000 pacientes dias.
Que o paciente que utiliza cateter pode sofrer uma embolia gasosa ou perde cerca de 200 a 250 ml de sangue em um curto tempo. E pode apresentar infecções, vazamentos, rachado e mal funcionamento. |
O profissional de enfermagem se familiarize com as metodologias de melhoria da qualidade e as incorpore em suas atividades diárias, para a obtenção dos melhores resultados possíveis em suas intervenções. E atuar também como um educador, esclarecendo, procedimentos e cuidados básicos que pode representar uma diminuição considerável dos riscos de infecção nestes pacientes.
Possibilitou constatar a atuação educacional do enfermeiro junto a esta clientela e o papel da educação em saúde de favorecer a manutenção e promoção da saúde, além de buscar um melhor bem-estar desta clientela. e a melhoria da qualidade de vida dos mesmos.
O papel do enfermeiro é essencial para a monitorização, detecção e intervenção em tais complicações e que este é um diferencial para a obtenção de segurança e qualidade no procedimento hemodialítico. .
Infecção mais freqüente corrente sanguínea; o sexo: masculino a raça: branca uremia e as morbidade: hipertensão arterial e infecção, foram as que mais contribuíram o aumento do risco de mortalidade.
Recomenda a elaboração de diretrizes e padrão regulador de opiniões e atualizações. Os sistemas também devem ser desenvolvidos para garantir um elevado nível de cumprimento.
A severidade do cuidado realizado por pessoas especialmente treinadas contribuíram para baixa incidência de infecções no sitio de inserção dos cateteres.
Demonstra a utilidade do cateter com cultura leucocitária detecção precoce da colonização em cateter de hemodiálise. Que a erradicação do biofilme é possível sem remoção do cateter.
Que os eventos adversos devam ser relatados. Se as falhas dos equipamentos deva ser enviadas a engenharia biomédica. |
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Fonte: UFF – Especialização Enfermagem em Métodos Dialíticos.
Discussão
Avaliação crítica dos artigos selecionados e implicações para a prática de enfermagem para o cliente de alta complexidade
A insuficiência Renal Crônica é um síndrome provocada por uma variedade de nefropatias que, devido a sua evolução progressiva, determinam de modo gradativo e quase sempre inexorável em uma redução global das múltiplas funções renais8.
O tratamento da IRC é realizado através da terapia renal substitutiva seja ela diálise peritoneal, hemodiálise ou transplante renal. Entretanto, apesar dos avanços tecnológicos e maior esclarecimento destas terapias, os pacientes ainda podem apresentar complicações durante o tratamento8. Como estudo ressalta que, são cerca de 3,5 vezes maior a taxa de mortalidade devido as intercorrências e complicações em paciente em tratamento dialíticos. Cabe aos enfermeiros orientar os pacientes e seus familiares quanto ao auto-cuidado e tratamento dialítico; assistir o paciente em tratamento, mediante elaboração do processo de enfermagem; prevenir, identificar e tratar complicações intradialíticas junto aos médicos; estabelecer normas e rotinas para prevenção e controle de infecções hospitalares.
Este estudo ressalta a importância do enfermeiro em atuar nas complicações durante o tratamento dialítico e destaca as principais complicações que são: hipotensão, hipertensão, cefaléia, câimbra, calafrio, dispnéia, náuseas e dores e que o ganho de peso interdialítico pode ter sido o responsável por algumas destas complicações.
A importância do acesso venoso para pacientes que necessitam de diálise, sendo que este procedimento possui alto risco para adquirir infecção, porque o processo dialítico requer um acesso vascular por um período prolongado. Desta forma, as intervenções de enfermagem para estes clientes concentram-se em minimizar a introdução de microorganismos e em aumentar a resistência à infecção, sendo o enfermeiro o profissional responsável pela prevenção e controle de infecções relacionadas ao CVC.9.
O estudo bibliográfico revisado nos trás os riscos de infecções relacionados ao uso de cateter venoso central em hemodiálise, e nos indica três medidas para que possamos melhorar a prática profissional e diminuir a infecção no CVC, são eles: investir na capacitação profissional; incentivar o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI’s )e dos mecanismos de proteção; e orientar pacientes e familiares quanto à sua condição. Relata que para investir na capacitação profissional é necessário programas de educação continuada para a equipe; e também atualização com novas técnicas e procedimentos. Incentivar o uso de EPI’s. É preciso estabelecer normas e rotinas, demonstrando o uso correto, além de enfatizar a necessidade da limpeza dos equipamentos, do ambiente e principalmente das mãos.
Foi possível verificar a importância do profissional de enfermagem na prevenção ao risco de infecções aos pacientes em diálise peritoneal, através de cuidados básicos em relação a estes, além de ser essencial no repasse de informações ao paciente e familiares, evitando, com isso diversas intercorrências ao longo do tratamento.10.
O estudo nos mostra que o enfermeiro deve estar qualificado e capacitado conforme as novas tecnologias, pois assim proporcionará uma assistência de qualidade e com menor risco de co-morbidades e mortalidades aos pacientes renais submetidos a diálise. Também deve atuar como educador, esclarecendo as dúvidas do cliente e dos cuidadores, oferecendo de forma humanizada assistência do durante o tratamento escolhido e enfatizando a importância dos cuidados básicos para diminuir os riscos de infecção.
A equipe de saúde e em particular, o enfermeiro, não deve medir esforços para possibilitar que indivíduos portadores de doença renal crônica transformem os momentos de medo, insegurança e tristeza em momentos de encontro e crescimento, evitando a verticalidade nas suas ações. Esta postura demonstra preocupação com o outro e exige comportamento solidário e comprometido com a mudança, tão presente e necessária na vida da pessoa portadora de IRC e de sua família11.
O estudo explicita de forma detalhada as intervenções educativas do enfermeiro junto ao portador de IRC na fase pré-dialítica, durante as terapias renais substitutivas e processo de transplante renal. Enfatiza a importância o enfermeiro em utilizar processos para investigar, diagnosticar, planejar, implementar e avaliar estratégias educacionais individualizadas para os clientes portadores de IRC.
A principal complicação que ocorre durante a hemodiálise envolve as alterações hemodinâmicas decorrentes do processo de circulação extracorpórea e a remoção de um grande volume de líquidos em um espaço de tempo muito curto. A atuação do enfermeiro diante desta complicação, desde a monitorização do paciente, a detecção de anormalidades e a rápida intervenção é essencial para a garantia de um procedimento seguro e eficiente para o paciente12. As infecções bacterianas nos pacientes imunodeprimidos parece progredir de maneira rápida e a cura parece ser mais lenta, sendo a inserção do cateter fonte de 50% a 80% das bacteremias.
O estudo nos mostra que temos poucas publicações de enfermagem direcionada ao assunto complicações durante a hemodiálise, porém detalha a diferença entre a pirogênia e infecção. No caso de uma presumível infecção em um paciente portador de cateter temporário, caso não exista outro foco deverá colher hemocultura e remover o cateter, pois um atraso na remoção do cateter pode causar complicações sépticas.
Durante o tratamento dialítico, a co-morbidade dos pacientes é elevada e está relacionada às doenças cardiovasculares, hipertensão arterial sistêmica, anemia, suscetibilidade à infecção, elevada prevalência de infecção pelo vírus da hepatite tipo B e C, doenças ósseas, desnutrição, e outras causas menos definidas13.
O estudo explicita detalhadamente que as causas de óbitos de pacientes com insuficiência renal crônica estão relacionadas principalmente às infecções. Dentre estas, o sítio mais freqüente foi a corrente sanguínea em 50%, geralmente relacionados ao cateter venoso central para hemodiálise. Vários fatores têm sido responsáveis pele elevada incidência de infecções: obtenção de acesso vascular e peritoneal, às múltiplas transfusões e as más condições de higiene dos pacientes, além da imunossupressão associada à uremia. Que deveria ser implantada educação continuada para os profissionais da área de saúde quanto a prevenção de infecções e com esta prática deverá ocorrer a redução da morbi-mortalidade, e os pacientes que entrarem no programa de diálise tenha um acesso definitivo.
A higiene do acesso vascular é um componente integrante dos cuidados em hemodiálise o qual o enfermeiro possui conhecimento .suficiente e utiliza recomendações sobre controle da infecção14.
O estudo relata que 190 enfermeiros que foram questionados sobre o controle de infecção que 47% havia sido treinados no ano anterior e 92% estava ciente sobre o tema de controle de infecção pois tinham recebido treinamentos, Ressalta a importância de formar diretrizes e cumpri-las.
A severidade do cuidado com a inserção do cateter em hemodiálise realizado por profissionais treinados e um período curto de tempo do mesmo contribuíram para a baixa incidência de infecção15.
No presente estudo está descrito que não há diferença significativa entre o uso de cateter de duplo lúmen para o três lumens com relação à infecção, e a principal forma de diminuir as infecções é termos profissionais treinados e capacitados em manipular os cateteres e o tempo curto que o paciente permanece com o cateter temporário.
O problema relacionado ao uso de cateter em hemodiálise é o encapsulado bactérias O objetivo foi estabelecer uma terapia preventiva com base em um cateter que possua antibiótico bloqueio, a fim de prevenir desenvolvimento de infecções no cateter e na corrente sanguínea16.
Segundo o estudo o microrganismo mais comum que foi isolado são de coagulase negativa. Uma terapia preventiva com teicoplanina por 21 dias Foi capaz de erradicar a colonização do cateter em 89% dos casos que foram isolados.
O cateter de hemodiálise pode ser utilizado até que a fistulo artéria venosa fique boa para ser utilizada. O paciente que utilizar cateter de hemodiálise pode ser embolia , taquicardia, infecção e pode perder grande quantidade de sangue no curto espaço de tempo17 .
O estudo orienta que devemos seguir todos os cuidados ao manipular o cateter, pois este paciente pode vir apresentar intercorrências graves, e quando detectar problemas relacionados aos matérias utilizados que deva ser emitido um relatório para o departamento de engenharia biomédica. fabricante.
Conclusão
Os estudos demonstraram a importância dos enfermeiros nos centros de hemodiálise, atuando na prevenção ao risco de infecções relacionadas ao cateter venoso central e atuando nas complicações durante as sessões. Dentre eles relata que 50% das mortalidades estão relacionadas a infecção do cateter venoso central. Orienta que quando depararmos com um paciente portador de cateter temporário caso não exista fonte óbvia de infecção devem ser realizados hemoculturas e retirado do cateter.
Que os enfermeiros devem atuar de forma educativa junto aos portadores de doença renal crônica na fase pré–dialítica, na terapia renal substitutiva e no processo de transplante renal, oferecendo assistência com embasamento científico, para desenvolver uma melhor qualidade de vida ao clientes evitando agravos à saúde.
A partir dos artigos estudados foi possível traçarmos algumas condutas que devam fazer parte da rotinas dos enfermeiros que prestam assistência a pacientes imunodeprimidos e suscetíveis à infecções. Incentivar a capacitação profissional, incentivar o uso de equipamentos de proteção individual e do mecanismo de proteção, e orientar os pacientes e familiares quanto à sua condição. Fornecer aos pacientes e seus familiares educação continuada para esclarecimento do auto–cuidado com o cateter.
Em todos os artigos selecionados é citado a necessidade de manter educação continuada aos profissionais de saúde, visando à prevenção de infecção e a melhoria da assistência prestada ao cliente de alta complexidade.
Diante do que foi exposto neste trabalho percebe-se que existe a necessidade de realizar mais pesquisas sobre fatores de risco e medidas de prevenção no controle de infecção no cateter em hemodiálise nos bancos de dados de enfermagem.
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