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The risk for hospital infection in unit of intensive therapy- systematic literature review

 

O risco para infecção hospitalar em unidade de terapia intensiva- revisão sistematizada da literatura

 

Nilcéia Soares Gouveia. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem / Cuidados Intensivos Adulto/Idoso. Universidade Federal Fluminense (UFF). nilceiasgolveia@hotmail.com .                                            

 

Isabel Cruz. Doutora em Enfermagem. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br

 

Abstract: the present articles deals with a systemize revision of literature for scientific databases, has as objective to identify scientific asticles carried through in the period of 203 the 2008, the boarding on the risk of hospital infection in unit of intensive therapy. In feeling to analyze the factors of risk for infection in the best search of the practical one of nursing to the critically ill customer with the intention to minimize the risks for hospital infection in unit of intensive therapy.

Key-Words: risk, hospital infection, unit of intensive therapy.

 

Resumo: o presente artigo trata de uma revisão sistematizada da literatura por bases de dados científicos, tem como objetivo identificar artigos científicos realizados no período de 2003 a 2008, a abordagem sobre o risco de infecção hospitalar em unidade de terapia intensiva. No sentindo de analisar os fatores de risco para infecção em busca da melhor prática de enfermagem ao cliente criticamente enfermo com a intenção de minimizar os riscos para infecção hospitalar em unidade de terapia intensiva. 

Palavras-chave: risco, infecção hospitalar, UTI.

 

INTRODUÇÃO

 

As doenças infecciosas¹ matam de 17 a 20 milhões de pessoas por ano no mundo, a infecção hospitalar(IH), corresponde a 10 milhões, sendo responsáveis por cerca de 300 mil mortes, enquanto no Brasil encontramos uma taxa de 5% a 20% consideravelmente acima da tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que é de 2% com isso o Ministério da Saúde (MS) em 1983 definiu a portaria 196, obrigando os hospitais a criarem Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e os critérios para identificação e diagnóstico da IH.

    Os microrganismos resistentes associados à IH, elevou consideravelmente a situação de risco em pacientes criticamente enfermos.¹ Essa  resistência  dos microrganismos gerou expectativas preocupantes para o futuro, assim como,  o uso dos recursos diagnósticos e terapêuticos proporcionam aumento significativo do risco de infecção.2,3 A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por se tratar de um ambiente que possui  clientes criticamente enfermos, que necessitam de cuidados de enfermagem em alta complexidade, dos quais a maioria são submetidos freqüentemente ao rompimento da barreira tecidual por procedimentos invasivos; as intervenções traqueal, ventilação mecânica, cateterismo vesical e  cateteres  vasculares por período superior a 48 horas, propiciam um risco elevado para IH.4,5,6,7

Hospitalização por longos períodos, com estimativa superior  a 10 dias, exposição a  antibioticoterapia de largo espectro, utilização de procedimentos invasivos, alta rotatividade de profissionais multidisciplinares, são fatores que contribuem para o risco de IH e conseqüentemente a morbi-mortalidade  em UTI de 5 à 10 vezes, representando 20% do total de IH entre outros setores da instituição.8,9,10

 Essa pesquisa objetivou identificar artigos científicos, produzidos de 2003 a 2008, relacionados à fatores de risco para infecção e suas consequências em cliente criticamente enfermo, considerando o índice elevado de IH em UTI o que demonstra a necessidade de práticas de enfermagem segura, quanto a utilização de medidas preventivas e de controle para minimizar o risco de IH em UTI.

A relevância dessa pesquisa se dá por ressaltar o índice elevado de IH, o que acarreta a morbi-mortalidade do cliente criticamente enfermo em UTI, essa abordagem traz ao profissional/enfermeiro a necessidade de traçar medidas de prevenção e controle de IH , o que contribui para a melhor prática de enfermagem em alta complexidade, minimizando o risco de IH em UTI e as consequências para o cliente/família determinando a melhor evidência disponível, através da produção científica de enfermagem.

 

METODOLOGIA

 

Pesquisa bibliográfica computadorizada onde foram identificados artigos científicos brasileiros e estrangeiros realizados no período de 2003 a 2008, relacionados aos fatores de risco para IH e suas consequências em clientes criticamente enfermos em UTI, foram utilizadas as seguintes palavras- chave: risco, infecção hospitalar, UTI. / Key- Words: risk, hospital infection, unit of intensive therapy, nas seguintes bases de dados: lilacs, medline, scielo, Objn. Dos 70 textos selecionados, foram identificados 10 artigos pertinentes ao assunto, para análise devido às implicações para melhor prática.

 

RESULTADOS

 

Tabela 1- publicações localizadas, segundo o tema O risco para infecção hospitalar em unidade de terapia intensiva mencionados nas bases de dados. Niterói, 2008.

 

 

Autor (es), Data & País

Objetivo        da Pesquisa

Tamanho da amostra

Tipo do Estudo & Instrumentos

Principais achados

Conclusões do(s) autor (es)

Andrade D, Leopoldo1 VC, Haas VJ.

2004. Brasil

Avaliar a ocorrência de bactérias multirresistentes em pacientes hospitalizados em UTI.

68 pacientes

Retrospectivo

 

Software statistical (spss)

Todos pacientes foram submetidos  à intubação endotraqueal e a punção venosa central.

Orientar as ações educativas e favorecer  as intervenções de prevenção e controle de situações-problemas

Lima ME, Andrade D,2 Haas VJ.

2006. Brasil.

Avaliar os riscos para infecção em pacientes críticos

66,2% dos pacientes

Prospectivo

40,8% foram a óbito

A infecção hospitalar é agravada se associada ao aumento da resistência dos microrganismos aos antibióticos.

Moura MEB, Campelo3 SMA, Brito FCP,  Batista OMA, Araújo TME,  Oliveira ADS.

2006. Brasil    

Determinar a prevalência de IH em UTI

 

 

 

 

 

 

394 pacientes

Prevalência Software spss

60,8% de IH em UTI ultrapassando 45,3% do geral

Aumento da morbi-mortalidade causado por IH

Oliveira AC, Horta B,4  Marinho GH, Dantas LV,  Ribeiro MM.

 2006. Brasil

Determinar a incidência de IH em UTI

572 pacientes

Descritivo

 

Análise de prontuários

58,1% dos pacientes com mais de 10 dias de internação em UTI desenvolveu IH

Reafirmaram a necessidade da prevenção da IH

e adoção das medidas de controle .

Santos EF, Pires LL,5  Pereira MG,  Silva AE,  Rodrigues IP, Maia MO. 2004. Brasil

Estabelecer medidas apropriadas para o controle do uso de drogas antibacterianas na UTI

283 pacientes

Sistema Nosocomial nacional da fiscalização das infecções (NNIS)

O uso elevado de antimicrobianos

Higienização das mãos e adoção de técnicas de barreira.

Alvarez C, Cortes J,6 Arango A, Correa C,   Grebo LA.

2003. Colômbia

Determinar as resistências antimicrobianas em UTI

27.301 pacientes em 14 hospitais

Programa Whonet 5. 3

 Resultados do programa de vigilância Grebo.

Taxa de resistência superior as amostras de outras cidades da América Latina.

Beltran C.7

 

2003. Chile

Propor a  redução do processo seletivo bacteriano com o uso adequado de antibióticos.

3.864 pacientes

-------------------

A eficácia do uso de antibióticos empírico em relação  mortalidade em UTI.

Aumento da mortalidade de 56% a 78% com o uso inadequado de antibióticos.

 Perez CC 8

.2003.Chile.

Demonstrar que o uso de antibiótico empírico aumenta número de mortalidade em pacientes críticos.

339 pacientes

-------------------

As infecções são causa importante de mortalidade em UTI.

Tratamento empírico com base na epidemiologia local.

Pilonetto M, Rosa EAR,9  Brofman PRS, Baggio D, Calvário F, Schep C, Messias ANL

.2004.Brasil

Analisar os tipos de bactérias encontradas nos uniformes de profissionais que atuam em UTI.

31 profissionais

Cultura microbiológica através de SWAB.

A região abdominal  foi a mais contaminada.

Programa de

 

CCIH e educação continuada.

Arantes A,Carvalho ES Medeiros EAS,  Kairalla C, Miranda OC. 10

2003. Brasil

Monitorizar a tendência de ocorrência e identificar surtos de IH

460 pacientes

Diagramas segundo NNIS e CDC

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A utilização de diagramas possibilitou identificar e distinguir as variações de IH.

                                                  Fonte:UFF-Especialização em Cuidados Intensivos Adulto/Idoso

 

DISCUSSÃO

 

 Avaliação crítica dos artigos selecionados para a prática de enfermagem para o cliente de alta complexidade.

Diante do exposto, destacamos a necessidade da adoção de medidas de controle e prevenção de IH em ITU por ser esse um setor para o tratamento de cliente de alta complexidade, vulneráveis a infecção, onde há também a proliferação de microrganismos e o uso irracional de antibióticos, tornou-se uma problemática para as instituições hospitalares por elevar o risco para IH. A incidência de IH em UTI acarreta o risco de lesão para o cliente criticamente enfermo, prolongando o período de hospitalização, gerando gastos para as instituições.

Os cuidados de enfermagem ao cliente de alta complexidade de forma segura é o que se espera, no sentido de diagnosticar, avaliar, monitorar e implementar medidas cabíveis para  minimizar o risco de IH em UTI, através das práticas de enfermagem utilizando as técnicas assépticas, higienização correta das mãos, adoção das técnicas de barreira, orientação educativa de toda a equipe, utilizando medidas de controle e prevenção, colaborando com o programa da CCIH e da educação continuada.  

 

CONCLUSÃO

 

Alto índice de IH, nas instituições públicas, de ensino e privadas, evidenciou o risco para IH em UTI, uma preocupação crescente por se tratar da morbi- mortalidade elevada e a dificuldade em que as equipes multiprofissionais encontram para contribuírem com a redução das taxas de infecção. Nesse sentido o que se propõe com essa pesquisa é uma contribuição nessa área, estimulando o enfermeiro a atuar de forma pertinente com uma visão de ensino, pesquisa e assistência, voltada para a reflexão sobre a problematização da IH em UTI, gerando a construção do pensamento critico no enfermeiro, em busca de um cuidado aperfeiçoado, contribuindo para um ambiente mais seguro para o cliente/família, assim como para toda a comunidade hospitalar.

  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

1-Andrade D, Leopoldo VC, Haas VJ. Ocorrência de bactérias multiresistentes em um centro de Terapia Intensiva de Hospital brasileiro de emergências. Rev Bras Terapia Intensiva 2006; 18 (1):78-80

 

2- Lima ME, Andrade D, Haas VJ. Avaliação prospectiva de ocorrência de infecção em pacientes críticos de unidade de terapia intensiva. Rev Bras Terapia Intensiva 2007; 19 (3):35-9.

 

3- Moura MEB, Campelo SMA, Brito FCP, Batista OMA, Araújo TME, Oliveira ADS. Infecção hospitalar: estudo de prevalência em um hospital público de ensino. Rev Bras Enferm 2007; 60 (4):28-31

 

4- Oliveira AC, Horta B, Marinho GH, Dantas LV, Ribeiro MM. Infecção hospitalar e resistência bacteriana em pacientes de um Centro de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário. Online Braz J Nurs 2007; 6 (2):Disponível em: http:www.uff.br/objnursing. Acesso em 20 jan 2009.

 

5- Santos EF, Pires LL, Pereira MG, Silva AE, Rodrigues IP, Maia MO. Use of antibacterial agents in an intensive care unit in a hospital in Brazil. Braz J Infectious Diseases 2007; 11 (3):45-8.

 

6- Alvarez C, Cortes J, Arango A, Correa C, Grego LA. Resistência antimicrobiana en unidades de cuidado intensivo de Bogotá, Colômbia. Rev  Salud Pública 2006; 8 (1)23-8.

 

7- Beltran C. Antimicrobianos en unidades de cuidados intensivos: formas de administración. Rev Chilena Infectologia 2003; 20 (1)56-9.

 

8- Perez CC. Antimicrobianos en unidades de cuidados intensivos: uso empírico. Rev Chilena  Infectologia  2003; 20 (1)78-9

 

9- Pilonetto M, Rosa EAR, Brofman PRS, Baggio D, Calvário F, Schep C, Messias ANL. Hospital gowns as a vehicle for bacterial dissemination in an intensive care unit. Braz J Infectious Diseases; 2004; 8 (3)65-7.

 

10- Arantes A, Carvalho ES, Medeiros EAS, Kairalla C, Miranda OC. Uso de diagramas de controle na vigilância de epidemiológica das infecções hospitalares. Rev  Saúde Pública 2003; 37 (6):32-5.

 

 

 

 





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