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Pressure`s Ulcer: The Advanced Age an Predisponent Factor and Prevention- Sistematic Literature Review

 Úlcera de Pressão: A Idade Avançada como Fator Predisponente e Prevenção – Revisão Sistematizada da Literatura

 

Samantha Carolina Andreoli Sartes. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem Adulto/ Idoso.Universidade Federal Fluminense (UFF). sacaroli@ibest.com.br.  Isabel Cruz. Doutora em Enfermagem. Titular da UFF. isabelcruz@uol.com.br 

 

Abstract: Whit the level of knowledge that the health professionals has today, to be aware of the pressure ulcer are avoidable in a high percentual of the cases. The best way of avoid them is use a scale that indicate the factors of risk linked with its development , in order to their effective ways of prevention are estabilished and, if note the installation of UP, to check what stage is founded, in order to the early treatment is installed. The research had as an objective review of articles posted in nacional and internacional cientific magazines around the use of scales of risk factors and match the old age as a predisposing factor for the up to show up. It’s about a systematic literature review, using databases Scielo, Bdenf and Lilacs, using as time limitation the periods from 2003 to 2008. Ten articles were selected for this research. According to the authors, advanced age is related to the development of ups and a risk assessment scale is used to detect the risks that a customer can present to develop UP. The scale is the most widely used of Braden. The conclusion is: critical patients are in high risk to develop pressure ulcer and educational programs are highly relevant to the health professionals. By detecting the risk factors that elderly people shows up, preventive programs can be prepared for a quality assistance.

Key- Words: pressure ulcer, aged, intensive care units

Resumo: Com o nível de conhecimento que os profissionais de saúde tem hoje, sabe-se que as úlceras de pressão (UP) são evitáveis em grande porcentagem dos casos. A melhor forma de evitá-las é usar uma escala que indique os fatores de risco relacionados com seu desenvolvimento, para que medidas preventivas eficazes sejam estabelecidas e se constatar a instalação da UP, verificar em que estágio se encontra, para que o tratamento precoce seja instaurado.O estudo teve como objetivo analisar artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, acerca do uso de escalas de fatores de risco e relacionar a idade avançada como fator predisponente para aparição de UP. Trata-se de uma revisão sistematizada da literatura, usando as bases de dados, Scielo, Bdenf e Lilacs, utilizando como limitação temporal os períodos de 2003-2008. No estudo dez artigos foram selecionados. De acordo com os autores, a idade avançada está relacionada com o desenvolvimento de UPs e uma escala de avaliação de risco é usada  para detectar os riscos que o cliente possa apresentar para desenvolver UP. A escala mais utilizada é a de Braden. Conclui-se que pacientes críticos estão em alto risco para desenvolver úlcera de pressão e que programas educacionais são altamente relevantes para os profissionais de saúde. Ao detectar os fatores de risco que apresentam a pessoa idosa, programas preventivos podem ser elaborados para uma assistência de qualidade.

Palavras-chave: úlcera de pressão, idoso, unidades de terapia intensiva

Introdução:

A pele “é o maior sistema orgânico do corpo, indispensável para a vida humana.”(1)  Desempenha quatro funções - de proteção, formando uma barreira entre os meios internos e externos; sensação -dor, toque, calor, frio e função de regulação da temperatura. A pele apresenta três camadas: a epiderme, mais externa, com grande quantidade de queratina ( proteína que forma barreira  e evita perda hídrica excessiva pelo corpo), os melanócitos (responsável pela produção de melanina); uma média, a derme, que  constitui a maior porção da pele, esta apresenta duas subcamadas - a reticular e papilar, com função de estrutura e o terceiro e último, o tecido subcutâneo ou hipoderme - por ser composto basicamente de tecido adiposo, promove mobilidade e isolamento térmico.Com o avanço da idade, o tecido tegumentar sofre transformações fisiológicas tais como:

fragilidade cutânea, menor capacidade de atuar como barreira contra fatores externos, termorregulação diminuída , decorrente da diminuição do número de glândulas sudoríparas, pele mais seca e rugosa por causa do menor número de glândulas sebáceas, resultando em pequena produção de óleo, menor estímulo sensitivo, diminuição da elasticidade, flacidez, alterações da resposta imunológica celular e diminuição da estrutura da derme e epiderme.(2)

Além da ocorrência de todos esses fatores, há ainda a dificuldade de perceber estímulos traumáticos, devido à diminuição dos receptores sensoriais.

O paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva, encontra-se restrito ao leito, devido a sua condição atual, a aparelhos de monitoramento, respiratório, etc; em algumas situações encontram-se sedados, mantidos numa mesma posição por longo período ou incapacitados de movimentar-se por estarem “ligados” a esses aparelhos. Esse perfil de paciente, dentre outros fatores, está suscetível a desenvolver úlcera de pressão (UP).

A UP acontece quando o tecido é comprimido sobre uma proeminência mole e uma superfície dura, por longo período de tempo. A UP tem graduação em quatro estágios.

O estágio I: com presença de eritema e a pele não volta a ficar esbranquiçada após descompressão; estágio II: há de epiderme e derme, a úlcera é superficial, aparecem bolhas, ou “buraco raso”; estágio III: perda em espessura, ocorre necrose do tecido subcutâneo, mas sem atingir a fáscia muscular; estágio IV: perda da pele em espessura, necrose ou dano de ossos, músculos, tendões.(3)

 “Os índices de úlcera de pressão em pacientes de terapia intensiva são mais elevados do que em pacientes em outras unidades hospitalares, devido aos fatores acima mencionados dentre outros.”(3)

Situação problema:

 “Envelhecer é um processo natural que caracteriza uma etapa da vida do homem e dá-se por mudanças físicas, psicológicas e sociais que acometem de forma particular cada indivíduo com sobrevida prolongada.” (4) Existem duas formas de envelhecimento, o intrínseco, referente ao envelhecimento normal do indivíduo(genético) e o extrínseco, decorrentes de influências externas( poluições de todos os tipos, doenças,etc). As alterações celulares e extracelulares do envelhecimento, provocam mudanças na aparência física e na função.Tais alterações diminui a capacidade do idoso em manter a homeostase, tornando a pessoa com idade avançada mais suscetível a doenças, incapacidades e hospitalizações.

Á medida que se complica o estado de saúde do indivíduo, a internação em um Centro de Terapia Intensiva se faz necessário. E vários fatores ditos como estressores, afetam o bem estar desse paciente. O estresse relacionado com a ansiedade, insegurança, a falta de informação sobre seu estado de saúde-doença, medo da morte, a separação da família, além dos estressantes “sons” que são provocados pelos aparelhos que monitoram pacientes, deixa o paciente e família apreensivos e incapazes, perante o estado de saúde do paciente.

Alguns sentimentos como “solidão, pela ausência do familiar, abandono, medo, choro, agitação” (5) fazem parte das manifestações emocionais dos pacientes.

Os pacientes que tinham uma vida normal, independente, agora se encontram dependentes, restritos ao leito, com diminuição da mobilidade e acoplados a aparelhos que os impeçam de movimentar.

            A fragilidade do envelhecimento,” associada a condições mórbidas, alterações do estado neurológico, mobilidade, alteração nutricional, caracterizam pessoas propensas a desenvolver úlcera de pressão.”(6)

Contudo, a prevenção e detecção precoce da UP são as medidas mais eficazes para evolução do estágio da úlcera, prevenção de complicações e sofrimento para o cliente/família, diminuição do tempo de internação e gastos de matérias, etc.

A Integridade da Pele Prejudica é um diagnóstico real de enfermagem, de acordo com os critérios da NANDA (North American Nursing Diagnosis Association) e um dos fatores relacionados é a idade, sendo um fator externo e fatores internos são: “circulação alterada, alterações no turgor, sensibilidade alterada, dentre outras.” (7) Todos esses tem relação com a idade avançada.

A escala de Braden, avalia o risco de o paciente desenvolver úlcera de pressão. Pacientes com escore baixos

(-11), tem maior risco de desenvolver UP. Suas variáveis são: sensório, umidade, atividade, mobilidade, nutrição e fricção/cisalhamento.Seu uso implica em avaliar esse paciente desde a admissão até a alta hospitalar. A escala de Waterlow atribui pontuação para 10 fatores de risco: peso corporal, continência, dermatose, idade, estado nutricional, sexo, mobilidade, cirurgia recente, perfusão tecidual, estado neurológico. A pontuação mínima é de 2 pontos e máxima de 90 pontos.

Mediante a consulta on-line e manual a cada revista recomendada e leitura do sumário de artigos, selecionei 15 artigos que pelo título tratavam do tema estudado. Os textos foram lidos na íntegra. Foram excluídos 5 artigos.

Os artigos tratam da incidência, prevalência, práticas de enfermeiros em hospital na prevenção de úlcera de pressão, da relevância de uma escala que avalia o fator de risco para desenvolver UP e como medida profilática e preparo dos cuidados de enfermagem e citam a condição demográfica- idade, como sendo relevante ao desenvolvimento de úlcera de pressão.

 Justifica-se essa revisão sistematizada da literatura, devido aos números expressivos de UP em pacientes críticos, encontrados nos artigos selecionados e aos fatores de risco que apresentam associação com a idade. Mas existem poucos estudos no Brasil que geram informações precisas sobre a incidência e prevalência na população em idade avançada. Considerando esses fatores, foi ressaltada a prevenção como maneira eficaz para diminuição das complicações impostas pelo desenvolvimento da úlcera de pressão.  

Objetivo: Identificar a produção científica de enfermagem, determinando a melhor evidência disponível para o cuidado do cliente/família portador de Úlcera de Pressão e idade avançada como fator predisponente.

 Metodologia:

 Pesquisa bibliográfica computadorizada, no período de 2003 a 2008, utilizando palavras-chave( úlcera de pressão, idoso, unidades terapia intensiva) key-word(pressure ulcer, aged, intensive care units), as bases de dados( Bdenf, Lilacs, Scielo). Quinze artigos foram pré-selecionados, que a princípio apresentavam relevância sobre o tema. Desses quinze artigos, foram selecionados dez, que se tratava diretamente do tema proposto. Os artigos foram analisados de acordo com a relevância da proposta do estudo: Cliente em UTI com Úlcera de Pressão e idade avançada como um fator predisponente. A coleta de dados da pesquisa foi realizada no período de maio a novembro de 2008. 

Resultado:

 Tabela 1- Publicações localizadas, segundo o tema Úlcera de Pressão: A idade Avançada como Fator Predisponente e Prevenção, mencionada nas bases de dados(Bdenf, Lilacs, Scielo), Niterói, 2008. 

 

Autor(es), Data

& País

 

Objetivo da

pesquisa

 

Tamanho da

amostra

Tipo do estudo

& instrumentos

 

Principais achados

 

Conclusões do

autor(es)

Costa IG, Caliri MH,(3) 2005

 Brasil

Identificar a incidência de UP,  características dos pacientes e fator de risco

 

 Avaliação nas 24 hs e  com até 48 hs de internação no CTI

 Descritivo exploratório e de caráter longitudinal

 

O tempo de internação em CTI foi maior para os pacientes com UP( 14,6 dias) para pacientes sem UP( 3,5 dias).Usou-se a escala de Braden para identificar fatores de risco. A UP foi de 41,0% em CTI, os pacientes eram mais idosos e tinham menores escores na sub-escala de Braden,percepção sensorial.

 Pacientes com UP tinham menor escore na escala de Braden, confirmando que    esse instrumento pode contribuir para avaliar e nortear o uso de medidas preventivas que considerem cada fator de risco.

 

 

 

Souza DMST,

Santos VLCG,(6)

2007

 Brasil

 

Analisar os fatores de risco para o desenvolvimento de UP e verificar esses fatores em idosos.

 

Noventa e quatro idosos compuseram a amostra, tinha idade acima de 60 anos.

 

 

 Coorte prospectivo, com abordagem quantitativa

 

A idade variou de 60 a 103 anos. Fatores de risco presentes nos  idosos com UP, verificou que 55% apresentaram escore ( muito molhado) na sub-escala umidade, nutrição(pobre e inadequada) e fricção e cisalhamento.

 

 

Ao detectar os fatores de risco  na gênese de UP em idosos e sua influência na percepção sensorial, mobilidade, atividade, umidade, nutrição, fricção e cisalhamento é possível elaborar ações profiláticas de enfermagem.

 

Cardoso MCS, Caliri MHL, Hass VJ,(8)

 2004

 Brasil

Determinar a prevalência de UP nos pacientes críticos, a associação entre algumas variáveis demográficas e clínicas e a presença da UP.

 

Foram sorteados 250 prontuários, foram localizados 234, os quais compuseram o estudo. Sessenta pacientes apresentavam UP, sendo que 33 (55%) apresentaram UP durante internação em CTI

 

 Retrospectivo, descritivo-exploratório de natureza quantitativa.

 

A localização frequente foi sacro, calcâneo, glúteo, trocânter.A média de pacientes com UP foi de 60,78 anos.Tendo encontrado associação UP com o ser idoso. Os resultados encontrados indagam sobre a qualidade da assistência durante a internação no que se refere a prevenção e tratamento precoce. Recomenda-se o uso da escala de Braden para avaliação do risco

Pacientes críticos são mais vulneráveis ao desenvolvimento de UP. Observou-se que estratégias precisam ser adotadas na instituição para que as recomendações internacionais sejam implementadas para garantir uma assistência de qualidade.

 

Rogenski NMB, Santos VLCG(9) 2005

 Brasil

Identificar a incidência de UP nas diversas unidades de atendimento HU-USP.

 

Duzentos e onze pacientes considerados de risco para desenvolvimento de UP, foram acompanhados

 

 Prospectivo, exploratório, com abordagem quantitativa.

 

 Dos 221 pacientes, 84 desenvolveram um total de 134 UP, com incidência de 39,8%. A idade variou de 22 a 95 anos, com predomínio de pacientes com idade acima de 60 anos. Houve diferença estatística entre a idade média dos pacientes, sendo superior para os pacientes com UP. A idade é apontada como fator envolvido na fisiopatogênese da UP quando associado a fatores como umidade.

 

Ao comprovar a hipótese assumida, aponta para uma urgente prioridade de se estabelecer um programa de prevenção e tratamento.Protocolos de avaliação de risco devem ser implementados.

 

Rangel EML, Caliri MHL (10) 2006

 Brasil

 

Investigar o uso de recomendações para prevenção da UP

 A amostra foi composta de 25 enfermeiros.

Pesquisa transversal de caráter descritivo

A escala de Braden é recomendada como instrumentos de avaliação do risco para UP. UP de estágios I e II, muitas vezes não eram documentados e não havia padronização para prevenção e tratamento. Os profissionais foram educados para fazer avaliação usando escala de Braden.

 

A prevenção é a melhor forma de evitar UP.Porém requer conhecimento atualizado.Tais condições envolvem RH com programas de educação permanente, incentivo para cursar pós- graduação.

 

Sousa LCA, Santos I, Silva LD (11)

2004

 Brasil

 Adotar um método para prevenir a UP, contribuindo para diminuição de sua incidência no cliente internado em UTI.

 

 Escolheu-se a escala de Braden para implementá-la nos diagnósticos, prescrição de enfermagem, e avaliação dos cuidados realizados.

 

Foram selecionados alguns pressupostos da teoria de Betty Neuman

Analisando as escalas observou-se que a de Braden é a melhor definida operacionalmente. O que espera com esse resultado é a diminuição da incidência da úlcera de pressão no cliente através da efetividade do cuidado de enfermagem, visando reduzir os fatores estressores e desencadeadores da úlcera de pressão

 Avaliar constantemente a integridade cutânea do cliente e da intervenção eficaz de enfermagem. Quanto a escala preditiva de risco, ressalta-se que elas são úteis pois trazem benefícios a avaliação sistemática do cliente e da intervenção eficaz de enfermagem

Leblebici BMD,  Turhan NMD,(12)                        

 2007

 Turquia

Procurou-se medir a incidência e desenvolvimento das UPs em um centro universitário na Turquia

Foi analisado dados de 22.834 pacientes. Destes, 360 desenvolveu UP. A maioria internado em terapia intensiva

 Prospectivo. Foi realizada coleta de dados de pacientes hospitalizados

 Durante o estudo, 4.485 pacientes foram internados em terapia intensiva e 213 desenvolveram UP. A média de idade foi 15,5 a 64 anos. A incidência de UP em terapia intensiva foi maior que a global. A escala usada para avaliação de risco foi de Waterlow.

Pacientes com pontuação acima de 20, foram significamente mais propensos a terem úlceras.A escala não deve ser a única base para tomada de decisões sobre prevenção de úlcera de pressão.

 

Shukla VK, Singh A, Tripathi AK, Jaiswal S, Basu S (13) 2008, Índia

Identificar pacientes hospitalizados em risco de desenvolver UP

Dos 100 pacientes estudados, 20% estavam em risco, 10% foram avaliados como de risco elevado e 7% foram classificados como de alto risco de desenvolver UP.

 

 Prospectivo observacional.

As UPs desenvolveram em 20% dos pacientes avaliados em risco muito elevado. Uma das unidades de maior risco para desenvolvimento de UPs foi a terapia intensiva.Todas localizadas na região sacra.Num estudo neerlandês a idade média foi de 79 anos e a incidência de UP foi de 25%.

 

A identificação precoce dos pacientes em risco, usando uma das ferramentas de avaliação dos riscos, é necessário para garantir a realização oportuna de intervenções precoces.

 

Groeneveld A, Anderson M, Allen S, Bressmer S, Golberg M, Magaee B,,(14) 2004

 Canadá

 

Descrever a prevalência de UP e características demográficas de pacientes

 

Dos 513 pacientes internados, foram coletados dados de 416 pacientes

 

Estudo piloto de coleta de dados dos pacientes.

 

A prevalência de UP foi de 29,2%.As localizações mais comuns são, sacral, calcanhares, orelhas, cotovelos e nádegas. Neste estudo relatou que a idade avançada e longa permanência no hospital é alto risco para desenvolvimento de UP.

A prevalência de UP nos mesmos locais do corpo, foram comuns. Pacientes com extremo de idade tinham um risco aumentado para úlcera de pressão.          

 

 

Elliot R, Mckinley FV,(15)

2008

Australia

 Redução da prevalência de UP e adotar  estratégias para prevenção em uma UTI

 

Número de pacientes “vistoriados” foi de 563. Os inquéritos foram analisados em 22 auditorias. A escala usada pra avaliar risco foi  Waterlow.

Quase-experimental . Foi realizada “vistoria” cutânea.

 

 A média  de idade foi 58 anos. Um total de 75% das UPs foram adquiridas na UTI. As enfermeiras que adotaram corretamente medidas preventivas, tiveram diminuição de UP de 50% para 8%.

 

Esse programa enfatiza o valor da qualidade usando abordagens para a melhoria da assistência. As enfermeiras tem valorizado a responsabilidade de assegurar os aspectos essenciais do atendimento prioritário.

    Fonte : UFF Especialização em Enfermagem em terapia intensiva Adulto/Idoso. 

 Discussão:

O risco de pacientes críticos apresentarem úlcera de pressão durante a internação em Unidade de Terapia Intensiva é documentado na literatura nacional e internacional.

A UP “é considerada um problema sério tanto para os pacientes quanto para os hospitais”(8), pois aumenta os gastos com tratamento e causa morbidades para o cliente, sendo de extrema relevância os cuidados para manter a integridade da pele.

No levantamento sistematizado de literatura foi constatada a importância do uso de uma escala que avalia os riscos que o cliente apresenta para desenvolver úlcera de pressão, bem como o tempo de permanência em terapia intensiva e a idade avançada tendo relação com o aumento da predisposição para UP. Não foram encontrados artigos somente com a temática “idade avançada e UP”. Mas, os artigos selecionados, a idade avançada apresenta relação com o aparecimento de úlcera de pressão e na sub-escala de Braden os clientes idosos apresentam maiores riscos para o desenvolvimento de UPs devido ao seu estado alterado da pele, nutrição, etc. A manutenção da saúde do idoso é dificultada devido ao declínio do sistema orgânico, inclusive da pele- decorrente do processo natural de envelhecimento associado à ocorrência de doenças crônico- degenerativas que causam as mais diversas alterações, tornando-os debilitados e vulneráveis. Essa gama de fragilidades, desencadeia no idoso a necessidade de cuidados menos ou mais intensos da família. As necessidades de cuidados extrapolam, muitas vezes, a capacidade das famílias. Cresce, portanto, a necessidade de cuidadores formais com capacitação profissional para o cuidado ao idoso. A política nacional aponta para a necessidade da formação de profissionais capacitados para lidar com o universo da geriatria. Estudos a respeito da incidência e prevalência de UP constataram que, clientes com idade acima de 60 anos, apresentaram UP e o tempo de permanência em UTI tem relação com o risco de desenvolver UP.(3,8,9,13).

A avaliação de riscos para UP deve ser feita rotineiramente, uma vez que clientes com menor mobilidade apresenta risco para desenvolver UP.

Um estudo feito em um hospital geral sobre prevenção de úlcera de pressão constatou que “92% dos enfermeiros não possuíam nenhum tipo de especialização, mas com relação ao cuidado da pele e tratamento precoce 80% utilizavam produtos de hidratação, 35% para umidade e 56% faziam avaliação nutricional.”(10) A

maior parte dos enfermeiros dessa pesquisa relataram fazer mudança de decúbito e utilizar os colchões especiais. 

Em todos os artigos selecionados para a revisão de literatura, foram relatados a importância de uma avaliação criteriosa para fatores de risco. Escores baixos na escala de Braden estavam associados ao aumento do risco para desenvolver UP e o aumento do escore na escala de Waterlow significa alto risco para desenvolver UP. Os fatores de risco compostos nas sub-escalas de Braden e Waterlow apresentam associação no desenvolvimento de UP e o ser idoso, são elas: idade, acima de 60 anos, umidade, mobilidade, cisalhamento e fricção, são as mais relacionadas com aparição de úlcera de pressão nos idosos.

As diferenças significativas entre os escores das escalas, ratificam a importância da avaliação sistematizada do risco para implementação de medidas preventivas.

Ao conhecer os fatores de risco predominantes para o desenvolvimento de UP em idosos acamados, um planejamento de enfermagem preciso e de qualidade pode ser elaborado, visando prevenir e tratar precocemente.

Apesar de toda tecnologia e serviços especializados nos cuidados com o paciente em terapia intensiva, as UPs ainda apresenta índices significativos. Estas não são de responsabilidade única e exclusiva da enfermagem e sim da equipe multidisciplinar. Mas o profissional que está sempre em contato direto com o cliente é a equipe de enfermagem.Esta por sua vez realiza e/ou colabora nos banhos no leito, cuidado com curativo, mudança de decúbito, tendo contato direto e com dever de fazer uma avaliação minuciosa da integridade da pele.

O idoso “apresenta declínio do sistema orgânico, inclusive da pele devido ao processo do envelhecimento, associado a doenças crônico-degenerativas, tornando-os debilitados e vulneráveis.”(6)As incontinências urinárias, deficiências motoras e músculo-esqueléticas, interferem na percepção sensorial, mobilidade, atividade, nutrição, umidade, sendo estes um fator de risco para desenvolver UP. Os dados obtidos na revisão de literatura mostram o índice de pacientes idosos acamados desenvolvendo UPs, aumentando o tempo de internação, gastos, morbidade e mortalidade dos idosos.

Devido a esses fatores, a forma de cuidado na avaliação do paciente da sua admissão até a alta é imprescindível para uma assistência de qualidade que visa reduzir danos ao cliente/família em todos os aspectos.

Quanto às escalas de risco, elas são úteis pois trazem benefícios a avaliação sistemática do cliente, devendo a enfermagem aplicar as medidas preventivas diante do risco detectado.

“Todos os pacientes de UTI devem ser considerados de risco para UP devido aos estados hemodinâmicos alterados, medicamentos, etc.”(2)Estratégias precisam ser adotadas nas instituições para que as escalas de avaliação de risco sejam utilizadas desde a admissão até a alta do paciente na UTI. Algumas intervenções feitas pelos enfermeiros para reduzir o desenvolvimento de úlcera de pressão são realizadas nas instituições como, implementar programas de prevenção para cliente/família, elaborar e implementar programas de melhoria de qualidade na assistência prestada, realizar estudos de prevalência e incidência para avaliar a eficácia dos programas de prevenção, implementar protocolo para usar uma das escalas de fatores de risco, capacitar os profissionais no programa de educação continuada para detectar e documentar os estágios das úlceras, fornecer materiais para prevenção da UP e ter enfermeiros especialistas em ferida. A participação do enfermeiro no tratamento da úlcera por pressão é essencial para que a participação do cliente seja efetiva. 

Conclusão:

Os clientes críticos são vulneráveis a desenvolver UP, um momento no qual “a monitorização do risco e da integridade da pele competem com as atividades para avaliação de mudanças no estado dos sistemas cardiológico neurológico, renal, etc.”(8) Programas educacionais para a prevenção da UP devem ser organizados e dirigidos para todos os níveis de profissionais de saúde, clientes e familiares. Vislumbrando a crescente necessidade de atender uma clientela cada vez mais idosa, a inserção de curso de extensão universitária em geriatria ou especialização em gerontologia, certamente levarão a formação de profissionais muito mais qualificados e devem ser encorajadas. Cabe também aos outros cursos da área da saúde, partilhar dessas iniciativas. Ao conhecer e detectar os fatores de risco predominantes na população idosa e influência na percepção sensorial, atividade, mobilidade, nutrição, umidade, fricção e cisalhamento é possível elaborar e sistematizar ações profiláticas de enfermagem como, avaliação e inspeção da pele desde a entrada do cliente na UTI, mudança de decúbito, protocolo na instituição visando cuidados com a pele e utilização da escala de Braden para avaliar os fatores de risco que o cliente apresenta e se constatada a UP, instaurar o tratamento precoce, minimizando os agravos e custos para o cliente/família e para a instituição.

Se o número de idosos cresce a cada dia e há novas demandas de cuidado nessa área, teremos em um futuro próximo uma necessidade que não poderá ser suprida pelos profissionais atualmente disponíveis.  Apesar dos grandes esforços para obter uma assistência qualificada, pesquisas futuras devem ser realizadas acerca da importância da formação especializada em geriatria e feridas, visando um tratamento especializado, com profissionais altamente qualificados, diminuindo a morbidade do cliente e uma eficaz orientação para o cuidador.    

 Referências Bibliográficas: 

1-       Brunner e Suddarth. Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica. 10ª edição. U.S.A.Guanabara Koogan; 2005; 1733-1737.

2-       Resende DM, Bachion MM, Araújo LAO. integridade da pele prejudicada em idosos: estudo de uma ocorrência numa comunidade atendida pelo programa de saúde da família. Acta Paul Enferm 2006 dez; 19(2):168-73.

3-       Costa IG, Caliri MH. Incidência de úlcera de pressão em centro de terapia intensiva de um hospital universitário e fatores de risco relacionados. Rev Paul Enferm 2005; 23(3/4):202-7.

4-       Mendes MRSSB, Gusmão JL, Faro ACM, Leite RCBO. A situação do idoso no Brasil:uma breve consideração. Acta Paul Enferm 2005 fev; 18(4):422-6.

5-       Ribeiro CG, Silva CVNS, Miranda MM. O paciente crítico em uma unidade de terapia intensiva:uma revisão da literatura. REME -Rev Min Enferm 2005 out/dez; 9(4):371-7.

6-       Souza DMST, Santos VLCG. Fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras de pressão em idosos institucionalizados. Rev Latinoam Enferm 2007 set-out; 15(5):958-964.

7-        Nanda International. diagnósticos de enfermagem da nanda: definições e classificações 2003-2004. Porto Alegre: Artmed; 2005.

8-       Cardoso MCS, Caliri MHL, Hass VJ. Prevalência de úlcera de presão em pacientes críticos internados em um hospital universitário. REME –Rev Min Enfermf 2004 abr/jun; 8(2):316-320.

9-       Rogenski NMB, Santos VLCG. Estudo sobre incidência de úlceras por pressão em um hospital universitário. Rev Latinoam Enferm 2005 jul-ago; 13(4):474-80

10-   Rangel EML, Caliri MHL. práticas de enfermeiros de um hospital geral sobre a prevenção da úlcera de pressão. Rev Paul Enferm 2006 25(2):96-101.

11-   Sousa CAC, Santos I, Silva LD. apropriação de concepções de neuman e braden na prevenção de úlceras de pressão. Rev  Enferm UERJ  2004; 12:280-5.

12-   Leblebici BMD, Turhan NMD, Adam MMD, Akman MNMD. clinical and epidemiologic evaluation of pressure ulcers in pacients at a university hospital in turkey. J Wound Ostomy Continence Nurs  2007 July/Aug; 34(4):407-11.

13-   Shukla VK, Singh A, Tripathi AK, Jaiswal S, Basu S. estimation of the risk for ulcer from pressure: one study from basic hospitalize. J Wound Ostomy Continence Nurs 2008 July/Aug; 35(4):407-11.

14-   Groeneveld A, Anderson M, Allen S, Bressmer S, Golberg M, Magee B. The advantage from ulcer from pressure in one clinic infant e adult. J  Wound Ostomy Continence Nurs 2004 May/Jun; 31(3):108-20.

15-   Elliott R, Mckinley FV. Advance from quality from program para reduce the advantage from ulcer from pressure in one uti. Am J Critical Care 2008; 17:328-34.





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