What
is the best technique of neurological examination to identify deficits in
critically ill patients with diagnosis (or risk) of ischemic stroke - Sistematic Literature
Review.
Qual a melhor técnica de exame neurológico
para identificar déficits no paciente crítico com diagnóstico (ou em risco)
de Acidente
Vascular Cerebral Isquemico - Revisão Sistematizada da Literatura.
Valquiria de Abreu Ramos Queiroz. Enfermeira. Aluna do Curso de Especialização em Enfermagem em UTI adulto e idoso 2013/Universidade Federal Fluminense (UFF). valkiriaqueiroz@hotmailcom
Profa.
Dra. Isabel Cruz. Titular da UF. Isabelcruz@uol.com.br
Abstract: An ischemic stroke or other disabling disease with
risk is of paramount importance in the lives of patients and their family. The
nursing assisting quality can eliminate or at least reduce the risk of
iatrogenic diseases .The objective of this work is a literature review based on
published articles, to identify the best technique for identifying neurological
deficits in critically ill patients with or at risk of diagnosis of ischemic
stroke. The research instrument used was a systematic search methods tested and
proven effective to evaluate the risk and / or minimize sequel of a stroke as
well as iatrogenic complications that may arise resulting from this pathology .Search
for these items PICO strategy where necessary and help ful descriptors Key words
for this study was used.The results showed that the best method for this
purpose is the scale NIHSS. The purpose of this is to assess the neurological
deficits in patients with acute stroke to determine treatment and minimize
iatrogenic, was also observed that assistance based on health education covering
the subject and also the family group in a multifactorial is a gain to minimize
sequel and provide comfort to the patient . Conclude the importance of the
nurse's role and his team to achieve noticeable results by developing techniques
to minimize the consequences of a post ischemic stroke. Recommendations:
early diagnosis and adoption of specific protocol in order to facilitate the
development of significant therapeutic approaches to patients with ischemic
stroke is recommended.
Keywords: stroke, Nursing, intensive care unit
Resumo: Um acidente vascular encefálico isquêmico
ou qualquer outra patologia com risco incapacitante é de suma importância na
vida do paciente e seus familiares. Desta forma a atuação da enfermagem
prestando assistência de qualidade pode eliminar ou, ao menos, reduzir o risco
de iatrogenias. O objetivo desse
trabalho é uma revisão de literatura baseado em artigos publicados, para
identificar a melhor técnica de exame neurológico que identifique déficits no
paciente crítico com diagnóstico ou em risco de Acidente Vascular Cerebral
Isquemia. O instrumento de pesquisa utilizado foi uma busca sistemática de métodos
comprovadamente testados e eficazes que avaliam o risco e
ou minimizam as sequelas de um Acidente Vascular Cerebral assim como
iatrogenias que podem surgir decorrentes dessa patologia. Para a busca destes
artigos foi utilizada a estratégia PICO onde se achou os descritores e Key
words necessários para este estudo. Os resultados
demonstraram que o melhor método para esse fim é a escala NIHSS, o objetivo
desta é avaliar os déficits neurológicos em pacientes na fase aguda de AVE
para determinar o tratamento e minimizar iatrogenias, também foi verificado que
a assistência baseada na educação em saúde, abrangendo o sujeito e também o
grupo familiar de forma multifatorial é um ganho no sentido de minimizar seqüelas
e proporcionar conforto ao paciente. Conclusão:
Conclui-se a importância da atuação do enfermeiro e de sua equipe para alcançar
resultados evidentes desenvolvendo técnicas para minimizar as seqüelas de um pós
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Recomendações:
Recomenda-se o diagnóstico precoce e adoção de protocolo especifico a fim de
facilitar a elaboração de abordagens terapêuticas significativas ao paciente
com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico.
PALAVRAS-CHAVE: Acidente vascular cerebral, Enfermagem,
Escala NIHSS.
Introdução
O
acidente vascular cerebral (AVC) revela-se como a principal causa de mortalidade
no Brasil, tornando-se um grave problema de saúde pública. A taxa de
mortalidade hospitalar é uma medida do resultado do cuidado, utilizada como
indicador da qualidade do cuidado para procedimentos cirúrgicos e condições médicas
específicas, incluindo o AVC. O pressuposto é que melhores processos de
cuidado estão relacionados à redução da mortalidade de curto prazo, o que
fortalece a validade causal entre a medida de resultado (mortalidade hospitalar)
e o processo de cuidado. Muitos autores sinalizam que o cuidado na fase aguda
deve ser oportuno no tempo e efetivo para impedir a morte do tecido cerebral.
Para que o cuidado ao AVC seja efetivo, é necessário um conjunto mínimo de
tecnologias disponíveis no tempo correto.
O
objetivo desse trabalho é uma revisão de literatura baseado em artigos
publicados de 2008 até 2013, para identificar a melhor técnica de exame neurológico
que identifique déficits no paciente crítico com diagnóstico ou em risco de
Acidente Vascular Cerebral Isquemia. O instrumento de pesquisa utilizado foi uma
busca sistemática de métodos comprovadamente testados e eficazes que avaliam o
risco e ou minimizam as seqüelas de um Acidente Vascular Cerebral assim como
iatrogenias que podem surgir decorrentes dessa patologia.
O
Acidente Vascular Cerebral isquêmico (AVCi) se dá através de uma obstrução
da artéria, impedindo a passagem de oxigênio para as células cerebrais
,levando-as a morte. A obstrução da artéria pode ocorrer devido a um trombo,
que é um coágulo que se prende na parede do vaso sanguíneo, ou por um êmbolo
que é quando o trombo se desloca na corrente sanguínea e fica preso em um vaso
de menor calibre1.
Um
Acidente Vascular Cerebral Isquemia ou qualquer outra patologia com risco
incapacitante é de suma importância na vida do paciente e seus familiares.
Desta forma a intervenção da enfermagem prestando assistência de qualidade
pode eliminar ou ,ao menos, reduzir o risco de iatrogenias. Exames físicos e de
capacidade neurológica podem identificar complicações e alterações no nível
de consciência2.
Estudos
demonstraram que o melhor método para esse fim é a escala NIHSS, ao qual tem o
objetivo de avaliar os déficits neurológicos em pacientes na fase aguda de
Acidente Vascular Cerebral Isquemia e determinar o tratamento minimizando risco
de iatrogenias. É através da Sistematização de
Assistência de Enfermagem que se identifica os fatores
de risco que levam a outras patologias pós Acidente Vascular Cerebral
Isquêmico. Essa Sistematização é baseada em
escalas de avaliação neurológica (NIHSS) e medidas de independência
funcional1.
Contudo
verifica-se a importância da atuação do enfermeiro e de sua equipe para alcançar
resultados evidentes através do uso das escalas de avaliação que valorizam o
caráter agudo do Acidente Vascular Cerebral, prevê tamanho e gravidade da lesão.
Assim é possível determinar tratamento, previsão e prognóstico da doença
minimizando sequelas e proporcionando qualidade de vida para o paciente.
Pergunta Clínica
Qual a melhor técnica de exame neurológico
para identificar déficits no paciente crítico com diagnóstico (ou em risco)
de Acidente
Vascular Cerebral Isquêmico?
O
estudo objetiva buscar evidências para garantir uma prática segura para a
enfermeira, enquanto profissional e para o cliente sob seus cuidados baseados em
resultados de pesquisas.
Quadro1: Estratégia PICO. Pós-
Graduação em cuidados intensivos, 2013
Acrônimo |
Definição |
Descrição |
P |
Paciente ou diagnóstico de enfermagem
ou diagnóstico médico |
Paciente
Crítico |
I |
Prescrição |
Realizar exame
neurológico |
C |
Comparação |
Realizar
comparação entre os melhores resultados |
O |
Resultado |
Melhor técnica de
exame neurológico para identificar déficits no paciente com ou em
risco AVCi |
T |
Tempo |
Não se
aplica |
Metodologia
Para
este estudo foi utilizada uma pesquisa bibliográfica computadorizada e manual,
no período de
O
atendimento ao paciente com suspeita ou diagnóstico de Acidente Vascular
Cerebral Isquemia deve ser rápido e eficiente. Para tanto, dentre os vários métodos
para diagnóstico, a escala NIHSS mostrou-se bastante oportuna para classificação
de um possível ou iminente dano. A abordagem diagnóstica ou terapêutica pode
prevenir danos maiores caso o paciente esteja com suspeita ou diagnóstico
confirmado de Acidente Vascular Cerebral Isquemia3.
Utilizou-se
a estratégia PICO (Quadro1) para desenvolver a pergunta clínica e realizar as
devidas combinações dos descritores. Os termos de busca controlados baseados no DeCs/MeSh.
Quadro2:
Descritores e Key words. Pós graduação em Curso de Cuidados Intensivos,
2013.
Paciente |
Intervenção |
Comparação |
Resultado |
Descritor
1: Acidente
Vascular Cerebral |
Descritor
1: testes |
Descritor
1: Lesão
Cerebral |
Descritor
1: Unidade
de Terapia Intensiva |
Descritor
2: Apoplexia
Cerebral |
Descritor
2: Protocolo |
Descritor
2: Tomografia
de Crânio |
Descritor
2: Hemorragia |
Descritor
3: Enfermagem |
Descritor
3: Oximetria |
Descritor
3: Exames
Médicos |
Descritor
3: Isquemia
Cerebral |
Keyword
1: Stroke |
Keyword
1: Tests |
Keyword
1: BrainInjures |
Keyword
1: IntensiveCare
Unit |
Keyword
2: Apoplexia |
Keyword
2: Protocol |
Keyword
2: Cranial
Tomography |
Keyword
2: Cerebral
Hemorrhage |
Keyword
3: Community
Health Nursing |
Keyword
3: Oximetry |
Keyword
3: Medical
Examination |
Keyword
3: BrainIschemia |
Foram
selecionados artigos em inglês e português relacionados especificamente à
acidente vascular cerebral, a partir da combinação dos descritores/key words
nas bases de dados PubMed, Portal de Revistas de Enfermagem e BVS (Quadro 3).
O
quadro a seguir sintetiza a combinação de palavras e número de artigos
encontrados na busca bibliográfica no portal BVS fazendo uso de filtros.
Quadro
3: Combinações dos descritores e key words. Pós Graduação
Palavra-chave |
Artigos encontrados |
Artigos filtrados |
Acidente
vascular cerebral |
267 |
120 |
Apoplexia
cerebral |
152 |
50 |
Enfermagem |
21.088 |
100 |
Testes |
7.132 |
0 |
Protocolo |
1.619 |
0 |
Oximetria |
15 |
1 |
Lesão
cerebral |
169 |
102 |
Tomografia
computadorizada |
616 |
01 |
Exames médicos |
274 |
04 |
Unidade de
Terapia Intensiva |
1.455 |
133 |
Hemorragia |
321 |
49 |
Isquemia
cerebral |
31 |
20 |
Acidente
vascular cerebral + Apoplexia cerebral |
151 |
49 |
Acidente
vascular cerebral + Enfermagem |
45 |
10 |
Acidente
vascular cerebral + Testes |
18 |
03 |
Acidente
vascular cerebral + Protocolo |
08 |
01 |
Acidente
vascular cerebral + Oximetria |
0 |
0 |
Acidente
vascular cerebral + Lesão cerebral |
19 |
07 |
Acidente
vascular cerebral + Tomografia computadorizada |
09 |
05 |
Acidente
vascular cerebral + Exames médicos |
0 |
0 |
Acidente vascular
cerebral + Unidade de Terapia Intensiva |
04 |
03 |
Acidente vascular
cerebral + Hemorragia |
15 |
02 |
Acidente vascular
cerebral + Isquemia cerebral |
15 |
04 |
Principais
pontos abordados nos artigos entre 2008 e 2013 de acordo com o tema acidente
vascular encefálico, métodos de diagnóstico e prevenção de iatrogenias.
Quadro
4: Síntese das evidências científicas. Pós
Graduação
Autores,
data e país |
Objetivos
da pesquisa |
Força
de Evidência |
Tamanho
da amostra |
Tipos
de estudo |
Conclusão
do autore(s) |
|
Gomes
SR,Senna M.2008. Brasil |
Identificar os fatores
intervenientes na adesão ao tratamento anti-hipertensivo que contribuíram
para surgimento do acidente vascular encefálico (AVE) |
IV |
75 pacientes com diagnóstico de
Hipertensão Arterial Sistêmica acometidos por um AVE |
Estudo descritivo realizado |
Talvez a experiência
de um AVE seja um fator determinante para a maior adesão do paciente ao
tratamento antihipertensivo. É necessário que os enfermeiros realizem
acompanhamento ao hipertenso periodicamente, informando-o acerca da doença
e do tratamento, visando evitar complicações. |
|
Harrison
JK,Mc Arthur KS ,Quinn TJ .2013.Reino Unido |
Avaliar
a eficácia de intervenções, para descrever
a recuperação daqueles que sobreviveram ao AVC |
I |
Descrição
de escalas de avaliação funcional ( Stroke Scale National Institute
sof Health , Escala de Rankin modificada e Índice de Barthel ) |
Revisão
de literatura e discussão dos pontos fortes, limitações e aplicação
destas escalas |
Um tema recorrente quando se considera a avaliação funcional é que
nenhuma ferramenta combina com todas as situações. Os médicos e os
pesquisadores devem escolher o seu instrumento de avaliação com base
na pergunta de interesse e a base de evidências em torno de
propriedades clinimétricas. |
|
Song
SS; Latour LL; Ritter CH; Wu O; Tighiouart M; Hernandez DA; Ku KD; Luby
M; Warach S. 2012. USA |
Projetar
um ensaio clínico utilizando parâmetros de imagem para o tratamento de
pacientes com AVC de início
desconhecido, investigando o momento de mudanças na ressonância magnética
em pacientes com AVC |
II |
Composta
de análise de imagens hipotéticas
de AVC ( 85 casos) e de confirmação (111) |
Estudo
de caso por análise de imagens |
O SIR no DOM fornece uma ferramenta
quantitativa para identificar acidentes vasculares cerebrais isquêmicos
iniciais. No desenvolvimento de limiares senhor, lesão do hemisfério
direito pode confundir a estimativa precisa do curso latência. Imagem
co-inscrição para a matrícula julgamento trombolítica não é necessário.
A SIR <1,15 em FLAIR produz uma estimativa prática de AVC dentro de
4,5 horas. |
|
Undén
J; Strandberg K; Malm J; Campbell E; Rosengren L; Stenflo J; Norrving B;
Romner B; Lindgren A; Andsberg G.J Neurol;
2009. Sweden |
Mostrar
importância de métodos simples e preciso que diferenciam hemorragia
intracerebral e AVCi facilitando
o manejo terapêutico na fase aguda |
II |
97
pacientes com acidente vascular cerebral,sendo que 86% deles
tiveram acidente vascular cerebral isquêmico |
Estudo
de caso |
Este estudo exploratório indicou que os níveis sanguíneos de GFAP
biomarcadores e APC-PCI, antes de neuroimagem, podem descartar ICH em
uma população mista derrame. |
|
Santos,
Nilce Maria de Freitas; Tavares, Darlene Mara dos Santos.2009.
Brasil |
Descrição
das características sociodemográficas e qualidade de vida dos
pacientes com história de acidente vascular cerebral correlacionando o
número de morbidades com o escore de qualidade de vida |
II |
Entrevista
com cuidadores utilizando
instrumentos: semi-estruturado; (World Health OrganizationQualityof Life)
, Multidimensional (FunctionalAssessmentQuestionnaire
) e análise
descritiva com correlação de Pearson (p<0,05). Resultado: sexo
feminino (93,5%), idade média de 55,4 anos, casados com 4| - 8 anos de
estudo (28,3%) e renda de 1 salário mínimo (34,8%). O maior escore de
qualidade de vida foi no domínio relações sociais (67,57) e, menor no
meio ambiente (54,82). |
Estudo
de caso |
Estes dados fornecem
subsídios à equipe de saúde para a proposição de estratégias em saúde
que visem a melhoria da qualidade de vida do cuidador e, por conseqüência,
qualificar o cuidado oferecido aos idosos acometidos por acidente
vascular encefálico |
|
Marin
Caballos, A. J; Murillo-Cabezas, F; Domínguez-Roldan, J. M; Leal Noval,
S. R; Rincón-FM. D; Muñoz-Sánchez, M. A. mar.2007. Espanha |
Mostrar a importância de
monitoramento respiratório (oximetria ) para evitar lesões secundárias
pós AVCi |
II |
Análise de técnicas de monitorização,
sua eficácia, propondo um protocolo para a interpretação dos
resultados obtidos |
Estudo de caso |
Este algoritmo se destina a facilitar a identificação dos diferentes
tipos de hipóxia cerebral e escolha terapêutica correta no complexo
processo de tomada de decisão em pacientes neurológicos críticos em
risco de hipóxia cerebral. |
|
Rolim,
Cristina Lúcia Rocha Cubas; Martins, Monica. 2012. Brasil |
Avaliar
o uso de exames de tomografia computadorizada em pacientes com Acidente
Vascular Cerebral |
IV |
Pacientes
internados pelo Sistema Único de Saúde dentro do período 2006 a
2007.Das 328.087 internações por AVC, 73,5% não foi realizado exame.
Além de subutilizado, o exame de tomografia computadorizada, quando
realizado, não trouxe melhora na codificação adequada do subgrupo da
doença. |
Análise
descritiva para o grupo de
Acidente Vascular Cerebral e para cada subgrupo separadamente. |
O Acidente Vascular
Cerebral é um dos principais motivos de internação no Sistema Único
de Saúde. O exame de tomografia computadoriza tem sido indicado como o
principal método diagnóstico de imagem para a definição do
tratamento do Acidente Vascular Cerebral. |
|
Zöller
B; Li X; Sundquist J; Sundquist K. 2012. |
Verificar
se existe associação entre 32 doenças mediada por imunidade
e a primeira
hospitalização por acidente vascular cerebral isquêmico ou hemorrágico |
II |
Pesquisa
com os moradores da cidade utilizando um questionário pré-estabelecido
onde verificou- se gênero e faixa etária de prevalência dessa
patologia |
Estudo
de caso |
Hospitalização por muitos IMDS é
associado com aumento do risco de acidente vascular cerebral isquêmico
ou hemorrágico. Os resultados sugerem que várias IMDS estão ligados
à doença cerebrovascular. |
|
Hoffmeister L; Lavados PM; Comas M;
Vidal C; Cabello R; Castells X. 2013.Chile |
Descrever cuidados intensivos para
pacientes com AVCi, adesão às medidas de desempenho e resultados
desses eventos , em uma amostra de pacientes atendidos em hospitais públicos
no Chile |
II |
Análise
de prontuários de pacientes com AVCi de uma amostra de 07
hospitais públicos Foi
analisado prontuários de 677 pacientes , dos quais 52,3% eram homens. A
média de idade foi de 69,8 anos nas mulheres e 66,3 anos nos homens. |
Estudo
de caso |
Para melhorar o atendimento ao AVC agudo, no Chile, a mudança
organizacional no serviço de saúde é uma necessidade urgente. |
|
Westphal,
Glauco Adrieno; Costa, Gerson; Gouvêa, Sérgio; Kaefer, Keitiane
Michele; Silva, Rodrigo Soares da; Caldeira Filho, Milton.jul.-set.
2010. Brasil |
Associar
um caso de hemorragia subaracnóidea com disfunção miocárdica e
choque cardiogênico |
II |
01
mulher de 45 anos internada
com quadro de coma secundário a hemorragia subaracnóidea. Apresentou
Glasgow = 7, Hunt-Hess = 5 e classificação tomográfica de Fisher = 3.
O diagnóstico e a otimização hemodinâmica são essenciais para
minimizar os riscos de vasoespasmo e isquemia cerebral. |
Estudo
de caso |
O diagnóstico e a otimização hemodinâmica
são essenciais para minimizar os riscos de vasoespasmo e isquemia
cerebral. |
|
Discussão
Acidente
vascular cerebral isquêmico (AVCi) ou Derrame Cerebral Isquêmico são termos
usados para definir uma situação em que uma isquemia cerebral, ou seja, a redução
do fornecimento de sangue a uma parte do cérebro, acarreta uma “perda” de
seu funcionamento5. O derrame isquêmico pode ser do tipo trombótico
(causado por um coágulo sanguíneo – trombo – formado no interior das artérias
cerebrais) ou embólico (onde o coágulo – êmbolo – é formado em outra
parte do corpo, se desgruda e vai em direção ao cérebro pela corrente sanguínea)
e causam um entupimento de uma artéria cerebral, já estreitada por placas de
gordura (aterosclerose), bloqueando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro3.
Sem o suprimento de sangue adequado, as células naquela área do cérebro
deixam de funcionar e podem morrer rapidamente. O AVCi pode afetar artérias
grandes ou pequenas no cérebro. Quando ele acontece em artérias pequenas, eles
são chamados derrames lacunares5.
Como
as diferentes áreas do cérebro são responsáveis por diferentes funções
(como a movimentação, visão, fala, equilíbrio e coordenação), os sintomas
de um derrame cerebral variam dependendo da área do cérebro afetada. De acordo
a leitura o acidente vascular cerebral é a primeira causa de incapacitação
funcional no mundo ocidental e constitui a terceira causa de morte, atrás
somente das cardiopatias em geral e do câncer6. Nesse sentido o
profissional de enfermagem assume importância vital em situações de emergência
no diagnóstico de pacientes com risco de AVCi e pode agir de a minimizar
sequelas e eliminar possíveis iatrogenias7. A reabilitação desses
pacientes já acometidos por um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico minimiza o
impacto causado por alterações nas funções motora e sensorial deixadas pelo
AVCi. Assim, é de suma importância a observação dos resultados obtidos na
recuperação desses pacientes. O atendimento do paciente com AVCi deve ser rápido
para um melhor prognóstico, assim a consulta de enfermagem é capaz de
identificar medidas que podem contribuir para promoção, proteção ou
reabilitação do paciente com AVCi.
A
assistência de enfermagem deve ter ações preventivas de cuidados com
monitoramento de funções e testes neurológicos. Nesse sentido, o profissional
especialista deve ser capaz de reconhecer os sintomas neurológicos que indicam
um possível AVCi e correlacioná-los com o início dos sintomas8.A
imperícia na interpretação de sinais e sintomas de um possível AVCi impede o
diagnóstico preciso e pode acarretar danos permanentes no paciente9.
No
sentido de minimizar riscos, o método utilizado que tem sido utilizado com êxito
são as escalas de comprometimento neurológico, estas quando bem utilizadas são
úteis no acompanhamento da evolução do AVCi e mostra a melhor decisão terapêutica.
Dentre as escalas estudadas, três delas apresentaram bastante confiabilidade:
Escala de Rankin (ER), Índice de Barthel (IB) e a National Instituteof Health
Stroke Scale (NIHSS).Estas escalas dimensionam o comprometimento e acompanham a
evolução do quadro clínico do paciente e assim antecipam um prognóstico. Uma
escala é capaz de mensurar o dano neurológico, perda ou anormalidade de uma
função, podendo indicar uma incapacidade10.
A
National Instituteof Health Stroke Scale (NIHSS) é uma escala padrão e segura
que quantifica a severidade e magnitude do déficit neurológico após o
Acidente Vascular Cerebral (AVC).Ela é baseada em
11 itens do exame neurológico que são comumente afetados pelo AVCi,
sendo eles: nível de consciência, desvio ocular, paresia facial, linguagem,
fala, negligência/extinção, função motora e sensitiva dos membros e ataxia.
A NIHSS varia com pontuação de 0 (sem
evidência de déficit neurológico pela esfera testada na escala) a 42
(paciente em coma e irresponsivo)10. Ela é capaz de detectar piora
ou melhora neurológica em resposta a certa terapia e também está associada ao
prognóstico pós-AVC. A desvantagem da escala é que não é muito sensível
para os Acidentes Vasculares Cerebrais da circulação posterior11.
A
escala de Rankin (ERm) é um instrumento de mensuração da incapacidade , que
tem sido amplamente utilizado na avaliação da recuperação neurológica e
como prognóstico em estudos clínicos para o tratamento do AVCi. Existem evidências
de sua confiabilidade e sensibilidade. A versão atual da escala modificada de
Rankin publicada em 1988 consiste de 6 categorias que vão do
O
Índice de Barthel é uma escala de incapacidade que mensura 10 aspectos básicos
da atividade diária relacionados a mobilidade e aos cuidados pessoais: alimentação,
higiene pessoal, controle dos esfíncteres vesical e intestinal, independência
no banheiro ,transferência da cadeira, marcha e capacidade para subir escadas.
Tem sido bastante utilizada como medida de prognóstico pós-AVC, porém também
é utilizada para avaliação de outras desordens neurológicas. O escore normal
é de100 (máximo), com pontuações indicando o grau de dependência. Possui a
capacidade de predizer o tempo de internação, custo (tanto direto como
indireto) como a capacidade de viver independente, porém sua limitação está
em não incluir a avaliação de muitos aspectos da independência funcional,
domiciliar e social tais como: cognição, linguagem, função visual,
incapacidade emocional e dor10.
Nesse
sentido, alguns autores relatam que o escore final encontrado no NIHSS na data
da admissão do paciente a terapia pode ajudar no planejamento da recuperação
do doente, indicando a necessidade de cuidados a longo prazo que esse paciente
necessitará. De acordo com estes autores, mais de 80% dos pacientes com pontuação
inferior a 5 pontos no momento da admissão receberão alta rapidamente sem
maiores intercorrências. Já aqueles com pontuação entre 6-13 pontos costumam
exigir um programa de reabilitação mais elaborado e, por fim, os demais
pacientes com pontuação de 14 ou superior frequentemente precisam de cuidados
reabilitativos mais intensivos e por um período de tempo mais prolongado10.
Diante de pacientes com tais níveis de comprometimento neurológico, a questão
cognitiva se evidencia, pois a gravidade do Acidente Vascular Cerebral parece
relacionar-se com a tendência a disfunções cognitivas e, reconhecendo a
necessidade da integridade cognitiva para o sucesso terapêutico, tal problema
se evidencia2.
O
diagnóstico precoce juntamente com o prognóstico do potencial de recuperação
cognitiva, podem ser de grande importância para determinar a melhor conduta a
ser realizada nesses pacientes, uma vez que intervenções objetivando restaurar
e/ou compensar os comprometimentos cognitivos poderiam ter início na fase aguda
do AVCi, que seria importante para efetividade do tratamento7,1.
Resposta baseada em
evidência científica
Diante do estudo realizado, pode-se
afirmar que o enfermeiro pode mudar esta realidade que não é tarefa fácil,
mas o seu reconhecimento fornece subsídios para os profissionais de saúde
elaborar estratégias visando superar as dificuldades encontradas. A equipe de
enfermagem pode auxiliar o cuidador, acompanhando suas atividades, identificando
suas necessidades de aprendizagem, desenvolvendo educação em saúde e ajudando
na prevenção de erros.
Conclusão
A estratégia
PICO é importante para que possamos consultar artigos científicos com rapidez
e eficácia quando surgir uma dúvida no dia-a-dia. A combinação dos
descritores e key words facilitaram o estudo, tornando-o mais eficaz.
De
acordo com os achados encontrados neste estudo, pode-se concluir que o nível de
severidade neurológica encontrado na avaliação inicial dos pacientes é de
suma importância na prevenção de iatrogenias e avaliação de extensão da
lesão facilitando a escolha da melhor terapêutica. O protocolo NIHSS, e outras
escalas estudadas facilitam essa ação de forma rápida e precisa. Portanto,
esperamos que os resultados encontrados possam contribuir para estudos futuros
que contemplem o nível cognitivo, sensitivo e motor de paciente pós AVCi,
visando a elaboração de abordagens terapêuticas condizentes com este aspecto
clínico.
Esse
trabalho também demonstrou que a prática assistencial da enfermagem contribui
de forma eficaz na reabilitação. No sentido de incentivar o autocuidado e
melhoria da qualidade de vida das pessoas com AVCi. A enfermagem tem atuação
multifatorial levando a uma troca de saberes entre as demais profissões do
setor saúde. Disso resulta uma assistência integral e de qualidade. A
compreensão da patogenicidade e patogenia de um AVCi, proporcionam aos
profissionais de saúde técnicas para atuar no indivíduo acometido,
proporcionando maiores oportunidades de redução dos danos e incapacidades,
promovendo uma melhor qualidade de vida.
Referências Bibliográficas
1.
Santos NMF, Tavares DMS. Correlação entre qualidade de vida e morbidade do
cuidador de idoso com acidente vascular encefálico.RevEscEnferm USP. 2012.
46(4): 960-966. São Paulo. [Acesso em 14 junho 2013]. Disponível em: http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?script=sciarttext&pid=S0080-6234201200040002
2. Zöller BLX, Sundquist J,Sundquist K. Risk of
subsequent ischemic and hemorrhagic stroke in patients hospitalized for
immune-mediated diseases: a nationwide follow-up study from
3.
Westphal GA, CostaG, GouvêaS,KaeferKM, SilvaRS, Caldeira FM. Choque cardiogênico
associado à hemorragia subaracnóidea Rev. bras. ter. intensiva;
22(3):310-314,jul.-set.2010. [Acesso em 09 agosto 2013]. Disponível em:http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-562996
4.Cruz
I. Pirâmide de Evidência Científica. [Acessado em 12 novembro 2013]. Disponível
em: http://www.nursingatshandsjax.com/images/EBPSelf-StudyModule%20FINAL.ppt,
2013
5. Gomes SR, Senna M. Assistência
de enfermagem à pessoa com acidente vascular cerebral.Cogitare enferm.2008:13(2):220-226.Brasil.
[Acesso em 02 junho 2013]. Disponívelem:
http://www.scielo.br/ scielo.php?script=sci_arttext HYPERLINK "http://www.scielo.br/
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452012000200019.
6.
Marín-Caballos AJ, Murillo-Cabezas F, Domínguez-Roldan JM, Leal-Noval SR, Rincón-Ferrari
MD, Muñoz-Sánchez MA. Monitorización de lapresióntisular de oxígeno (PtiO2)
enlahipoxia cerebral: aproximación diagnóstica y terapéutica Med. intensiva
(Madrid.,Ed. impr.); 2007. 32(2): 81-90, mar..Espanha. [Acesso em 28 junho
2013]. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/ibc-63850.
7.
Rolim CLRC, Martins M. O uso de tomografia computadorizada nas internações por
Acidente Vascular Cerebral no Sistema Único de Saúde no Brasil. Rev. bras.
Epidemiol. 2012. 15(1): 179-187,mar. [Acesso em 17 setembro 2013]. Disponível
em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext
HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2012000100016"& HYPERLINK
"http://www.scielo.
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-790X2012000100016"pid=S1415-790X2012000
100016
8.Undén J, Strandberg K, Malm J, Campbell E, Rosengren
L, Stenflo J, et al. investigation of biomarkers of brain damage and coagulation
system activation in clinical stroke differentiation. J
Neurol. 2009. 256(1): 72-7, Jan. Sweden. [Acesso em 01 outubro 2013]. Disponível
em : http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs00415-009-0054-8
9.Song SS, Latour LL,
Ritter CH, Wu O, Tighiouart M, Hernandez DA, et al. A pragmatic approach using
magnetic resonance imaging to treat ischemic strokes of unknown onset time in a
thrombolytic trial.Stroke. 2012. 43(9):
2331-5, Sep.USA. [Acesso em 07 julho 2013]. Disponível em :http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3464959/
?tool=pubmed
10.Harrison JK, Mc Arthur KS,
Quinn TJ. Assessment scales in stroke:clinimetric and clinical consideratios. ClinicalInterventions in Aging.2013:(citado 20 set 2013 );8:201-11.Reino
Unido. [Acesso em 17 junho 2013]. Disponível em :http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/
articles/PMC3578502/pdf/cia-8-201.pdf
11.
Hoffmeister L, Lavados PM, Comas M, Vidal C, Cabello R, Castells X. Performance
measures for in-hospital care of acute ischemic stroke in public hospitals in
Chile.BMC Neurol. 2013. 13: 23,.Chile. [Acesso em 20 setembro 2013]. Disponível em: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-23496941
JSNCARE