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REVIEW ARTICLES

 

Preventive nursing care of urinary tract infection associated with catheter high customer complexity: systematize literature review

 

Cuidados de enfermagem preventivos a infecção do trato urinário associada a cateter em clientes de alta complexidade: revisão sistematizada da literatura

 

Yasmim Basilio Araujo1, Isabel Cristina Fonseca da Cruz1

1Universidade Federal Fluminense

 


ABSTRACT
The high incidence of urinary tract infections associated with catheter (Cautis) in conjunction consideration that it is a reasonably preventable condition, so it demands preventive measures. This study aimed to seek the best available evidence in the literature on nursing care, which can be performed to prevent the development of CAUTI in the ICU. This is about systematic review of the literature happened in the period from July to November 2015, in the databases LILACS, MEDLINE and COCHRANE. Inclusion criteria: articles published in the period 2010 to 2015, full text available languages
English, Spanish and Portuguese, obtained a sample of 20 articles which were measured for level of evidence and grade of recommendation. Considering the reunited evidences  describe nursing care preventive development of CAUTI: Avoiding inserting urinary catheters; using institutional protocols for insertion; appropriate techniques for the insertion and  catheters maintenance, sterile insertion, closed drainage system, use standard precautions for management the catheter system; early removal of catheters; electronic reminders for tests; Alternative intermittent catheterization, external catheter (condom), portable ultrasonography  system (bladder); training and updating of professionals; It  worth considering two nurses to execute urinary catheterization so that ensures facilitation of the procedure, aseptic thus makes it safer. This study reunites relating evidences to preventive nursing care, the development of CAUTI and that led to the drafting of synthesis of care, which must be practiced in order to provide quality care.
Keywords: Nursing Care; Prevention & Control; Urinary Tract Infections.


RESUMO
A alta incidência das infecções do trato urinário associada a cateter (CAUTIs), conjugado a consideração de que é uma condição razoavelmente evitável, demandam dessa forma medidas preventivas. Objetivo desse estudo foi buscar as melhores evidências disponíveis na literatura sobre os cuidados de enfermagem, que podem ser realizados para prevenir o desenvolvimento de CAUTI, na UTI. Trata-se de uma revisão sistematizada da literatura que foi realizada no período julho a novembro de 2015, nas bases de dados da LILACS, MEDLINE e COCHRANE. Critérios de inclusão: artigos publicados no período de 2010 a 2015, texto completo disponível, idiomas inglês, espanhol e português, obteve-se uma amostra de 20 artigos que foram avaliados em relação ao nível de evidência e grau de recomendação. Considerando as evidências reunidas descreve-se os cuidados de enfermagem preventivos ao desenvolvimento de CAUTI: Evitar inserção de cateteres urinários; utilização de protocolos institucionais para a inserção; técnicas adequadas para a inserção e manutenção de cateteres, inserção estéril, sistema de drenagem fechado, utilize precauções padrão na manipulação do sistema do cateter; remoção precoce de cateteres; lembretes eletrônicos para avaliação; alternativas cateterismo intermitente, cateter externo (preservativo), sistema de ultrassom portátil (bexiga); formação e atualização dos profissionais; é valido considerar dois enfermeiros para executar a cateterização urinária de modo que garante facilitação do procedimento, a assepsia tornando-o assim mais seguro. Reuniu-se nesse estudo, evidências referentes aos cuidados de enfermagem preventivos, ao desenvolvimento da CAUTI e que permitiram a elaboração de uma síntese de cuidados, que devem ser praticados com a finalidade de prestar uma assistência de qualidade.
Palavras-chave: Cuidados de Enfermagem; prevenção & controle; Infecções Urinárias.


 

Situação-problema
A unidade de terapia intensiva (UTI) é uma unidade fechada de alta complexidade, dotada de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos. Oferece suporte e tratamento intensivo, propondo monitorização contínua, vigilância por 24 horas, equipamentos específicos e outras tecnologias destinadas ao diagnóstico e ao terapêutico. Atendimento multiprofissional equipe médica, de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais(1)

Os pacientes internados na UTI são submetidos a diversos procedimentos invasivos que contribuem para o aumento das taxas de infecção, como sonda vesical de demora (SVD), cateter venoso central (CVC) e ventilação mecânica (VM)(2).A sondagem vesical é um procedimento invasivo em que é inserido um cateter uretral até a bexiga com a finalidade de drenagem da urina em pacientes com problema de eliminação urinária. A drenagem urinária pode ser realizada por meio de sistema aberto (intermitente ou alívio) ou fechado (demora) e por via suprapúbica(3).

A cateterização urinária por ser um procedimento invasivo e quanto maior for o período desta, mais propenso a infeção urinária o paciente submetido a tal procedimento estará.  As infecções do trato urinário (ITUs) são responsáveis ​​por até 40% das infecções em hospitais e 23% das infecções na UTI. A grande maioria das ITUs estão relacionadas com cateteres urinários; cerca de 70% de ITUs (e 95% das ITUs que ocorre nas UTIs) desenvolvem em pacientes com cateteres urinários(4).

A infecção do trato urinário associada a cateter urinário (CAUTI) é uma infecção urinária que ocorre em um doente que tinha um SVD no lugar dentro de 48 horas antes do início da ITU5. As CAUTIs, possuem consequências clínicas e econômicas significativas. Nos EUA a infecção urinária tem uma letalidade de 32,8% e além disso, cada episódio de CAUTI é estimado para custar pelo menos $ 600, dólares. Anualmente os custos com CAUTIs giram entorno de $131 milhões de dólares de excessos de custos médicos diretos em todo o país(4).

Em 1 de outubro de 2008, os Centros para Serviços Medicare e Medicaid (CMS) decidiu deixar de reembolsar hospitais, os custos adicionais para cuidar de pacientes que desenvolveram infecções evitáveis ​​durante o período de hospitalização. A primeira condição adquirida escolhida por falta de pagamento foi CAUTI, que é uma das infecções mais comuns dos EUA. O CMS escolheu CAUTI por se considerado "razoavelmente evitável”. Uma premissa fundamental subjacente desta Política de CMS é que existem práticas baseadas em evidências de prevenção multimodal que os hospitais podem tomar para reduzir suas taxas de CAUTI (6).


JUSTIFICATIVA 

Em face a necessidade de garantir qualidade e a segurança da assistência,  que atualmente é sinônimo de prática em saúde baseada em evidências, essa que consiste-se na organização das informações apoiadas em resultados de relevância científica, onde são reconhecidas as condutas mais eficientes e seguras para as disfunções clínicas em clientela específica(7).

Devido à alta incidência das CAUTIs, medidas preventivas devem ser legitimadas para reduzir complicações e custos de tratamento, melhorando a assistência prestada.  É fundamentado nessa concepção que os cuidados preventivos de enfermagem, baseados em evidências clínicas, no que configura a instalação e manutenção da SVD, sejam colocados em prática de modo reduzir os riscos de desenvolvimento das CAUTIs. O que torna-se mais evidente ainda quando consideramos que a cateterização vesical é um procedimento invasivo realizado pelos enfermeiros.

 

Questão Clínica  

No cliente de alta complexidade, submetido à cateterização de demora, quais os cuidados de enfermagem podem ser desenvolvidos de forma a prevenir a infecção do trato urinário?

É mediante os altos números de incidência de CAUTI e por se considerada uma condição razoavelmente evitável, que o objetivo desse estudo foi buscar as melhores evidências disponíveis na literatura sobre os cuidados de enfermagem, que podem ser realizados para prevenir o desenvolvimento de CAUTI, na UTI.

 

METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão sistematizada da literatura que foi realizada através de pesquisa bibliográfica computadorizada. O levantamento das publicações foi efetuado no período de julho a novembro de 2015, nas bases de dados da LILACS, MEDLINE e COCHRANE, por serem bases de acesso gratuito.

Na LILACS foram utilizados os descritores Catheters  Indwelling and Urinary Tract Infections, Urinary Tract Infections  and Intensive Care Units, Urinary Tract Infections  and Nursing Care,Catheter-Related Infections and Urinary Tract Infections.

Na base de dados MEDLINE foi aplicado os seguintes descritores: Catheters  Indwelling and Urinary Tract Infections, Urinary Tract Infections  and Nursing Care, prevention & control and Nursing Care and Urinary Tract Infections and Catheters  Indwelling and Intensive Care Units , prevention & control and Nursing Care and Urinary Tract Infections and Catheters  Indwelling, prevention & control and Urinary Tract Infections and Intensive Care Units, prevention & control and Urinary Tract Infections  and Nursing Care.

E na COCHRANE, foram empregado os descritores: Catheters  Indwelling and Urinary Tract Infections, Urinary Tract Infections  and Intensive Care Units, Urinary Tract Infections  and Nursing Care, prevention & control and Urinary Tract Infections and Intensive Care Units, prevention & control and Urinary Tract Infections  and Nursing Care, prevention & control and Urinary Tract Infections.

Os artigos foram selecionados a partir dos seguintes critérios: artigos publicados no período de 2010 a 2015, com texto completo disponível, idiomas inglês, espanhol e português, e que abordassem os temas cateterismo urinário e infecção do trato urinário, assim foram excluídos os artigos que tratavam do uso de antibiótico profilático para prevenção de ITU e cateterismo suprapúbico. Foram selecionados 20 artigos a partir da leitura integral, sendo na LILACS 4 artigos, na MEDLINE 16 artigos, na COCHRANE foram encontrados apenas artigos já capturados por outras bases anteriormente.

Os artigos selecionados foram avaliados em relação ao nível de evidência e grau de recomendação, sugeridos pela Oxford Centre for Evidence-Based Medicine (Phillips 2001, Nobre M, Bernardo W 2006) no qual os melhores estudos recebem classificação A (grau de recomendação) e 1a (nível de evidência), decrescendo até D (grau de recomendação) e 5 (nível de evidência) para estudos de menor consistência. Os resultados encontram-se expostos abaixo através de um quadro que sintetiza as principais intimações dos estudos associados a sua força de evidência (8,9).

 

RESULTADOS

Figura 1 – Fluxograma

 

Síntese das evidências científicas

Quadro 1- Publicações localizadas nas bases de dados computadorizada Medline, Lilacs e Cochrane

 

Autor (es), Data e País

Objetivo da pesquisa

Força da evidência

Tipo do estudo e instrumentos

Principais achados

Conclusões do autor(es)

Chenoweth C, Saint S.  2013,EUA.

 

Rever a patogênese
e epidemiologia da infecção do trato urinário associada a cateter (CAUTI), com foco em medidas preventivas para CAUTI no doente crítico.

1a

Revisão Sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados

Fatores de riscos relacionados à CAUTI. As principais estratégias para a prevenção da CAUTI.
Indicações apropriadas para a colocação de cateteres urinários.
O "ABCDE" da prevenção de CAUTI.

Medidas preventivas: limitar a colocação e remoção precoce de cateteres urinários; Práticas de assepsia adequadas para a inserção do cateter e
manutenção de um sistema fechado  têm
um impacto significativo na diminuição CAUTI.

Chen YY, Chi MM, Chen YC, Chan YJ, Chou SS, Wang FD.2013, EUA.

Determinar se uma abordagem de lembrete reduz a utilização de cateteres urinários e a incidência de CAUTI.

1b

Ensaio Clínico Controlado e Randomizado com intervalo de confiança estreito

Taxa de utilização de cateteres urinários foi diminuída em 22% no grupo de intervenção em comparação com o grupo controle, e a de  intervenção lembrete reduziu a incidência de CAUTI em 48%.

Lembrete baseado em critérios para remover cateteres urinários, podem diminuir o uso de cateterização urinária e reduzir a probabilidade de infecções urinárias associadas a cateter.

Saint S, Greene MT, Kowalski CP, Watson SR, Hofer TP, Krein SL. 2013, EUA

Identificar práticas atualmente utilizadas para prevenir CAUTI e comparar a taxa de infecção padronizada especifica entre uma amostra de hospitais dos Estados Unidos (HEU)e hospitais no Estado de Michigan (HEM), que lançou uma iniciativa de prevenção em CAUTI 2007

 1b

Ensaio Clínico Controlado e randomizado com intervalo de confiança estreito

HEM em comparação com HEU, scanners de bexiga (53% vs 39%); lembretes de cateteres ordens de suspensão iniciado pelo enfermeiro (44% vs 23%). Maior utilização de práticas preventivas coincidiu com uma redução de 25% nas taxas de Cauti no HEM, redução significativamente maior do que nos HEU.

Observamos mais frequente uso de práticas básicas de prevenção e uma taxa mais baixa de CAUTI nos Hospitais Michigan em relação aos não-Hospitais Michigan.

 

 

Marra ARSampaio CTZGonçalves PSogayar AMMoura DFGuastelli LR, et al. 2011, Brasil.

 

 

Examinar o efeito de uma série de intervenções implementadas em uma UTI para reduzir a incidência de CAUTIs

1b

Ensaio Clínico Controlado e Randomizado com intervalo de confiança estreito

Redução estatisticamente significativa na taxa de CAUTI na UTI, de 7,6 por 1000 cateteres-dia antes da intervenção, a 5,0 por 1000 cateteres-dia após a intervenção.

A redução das taxas CAUTI no ambiente da UTI é um processo complexo que envolve o desenvolvimento de múltiplas medidas e intervenções, derivadas de diretrizes publicadas e outras literaturas relevantes.

Purvis SGion TKennedy G, Rees SSafdar NVanDenBergh S, et al.2014, EUA.

Reduzir o número duração do cateter vesical de demora e as CAUTIs.

2b

Estudo de Coorte

Em 2011, a taxa de CAUTIs foi de 4,7 por 1000 dias de cateter.  Após abordagens com estratégias multifacetadas, a taxa CAUTI diminuiu e foi anotado em fevereiro 2013 para 2,4. Além disso, houve uma linha de tendência de queda para dias de cateter.

Trabalho em equipe interdisciplinar foi fundamental para o sucesso desta iniciativa de prevenção CAUTI. Este esforço de colaboração resultou em abordagem multifacetada para a redução da CAUTI e dias de cateter.

Wald HLBandle BRichard AAMin SJCapezuti E. 2014, EUA.

Implementar uma estratégia  de vigilância eletrônica da conduta de utilização cateteres urinários (IUC) e as ocorrências CAUTI em vários hospitais que estavam participando de uma pesquisa colaborativa de prevenção CAUTI.

2b

Estudo de Coorte

Desafios da vigilância eletrônica incluem (registros eletrônicos de saúde) EHR formatos de elementos de dados e documentação IUC. A média da duração de nível de unidade IUC foi de 3,2 ± 2,6 dias, com média proporção de doentes com IUC duração <3 dias foi de 52,4% ± 50%, média e CAUTI foi de 0,14 ± 0.31.

A estratégia de vigilância eletrônica centralizada para CAUTI é viável e sustentável. Linha de base e desempenho dos sites participantes foi exemplar, com baixas taxas de infecção padronizada especifica no início do estudo.

Ercole FF, Macieira TGR, Wenceslau LCC, Martins AR, Campos CC, Chianca TCM. 2013, Brasil.

Buscar as melhores evidências disponíveis na literatura sobre o conhecimento produzido e relacionado à técnica de cateterismo urinário intermitente e de demora de forma a prevenir infecção do trato urinário.

1a

Revisão Sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados

A taxa de infecção do trato urinário não altera com a higienização do períneo com água estéril ou não, com o uso de solução de iodo-povidine ou clorexidine, ou aplicando técnica limpa ou estéril. O uso do cateter intermitente com técnica limpa implica em menores taxas de complicações e infecções em comparação com a de demora. A remoção do cateter em até 24 horas após cirurgia e o uso do cateter impregnado com antimicrobiano e de revestimento hidrofílico reduz a incidência de infecção do trato urinário (ITU).

 

Existem controvérsias em relação à técnica de higienização periuretral, tipo de material do cateter e alguns procedimentos para a manutenção e remoção do cateter. Os resultados desta revisão representam atualização das condutas e tomada de decisão do enfermeiro para a prevenção de infecção do trato urinário no cateterismo urinário.

Cunha M, Santos E, Andrade A, Jesus R, Aguiar C, Marques F, et al. 2013, Portugal.

Determinar a eficácia da limpeza do
meato urinário com água ou soro fisiológico
comparativamente à sua assepsia por meio
de uma revisão sistemática com metanálise.

1a

Revisão Sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados

De acordo com a melhor evidência disponível, a utilização de soluções antisséticas e anti-microbianas na desinfeção do meato urinário não reduz o risco de adquirir ITU. A limpeza do meato com água é suficiente para
manter a área limpa. Água, soro fisiológico ou antisséptico são
igualmente eficazes na limpeza ou desinfeção do meato.

Existe, alguma evidência de que a utilização de
água/soro fisiológico, na
limpeza do meato reduz as taxas de ITU, comparativamente à desinfecção com antisséptico também reduz
embora não atinja
significância estatística.

Menegueti MG, Martins MA, Canini SRMS, Basile Filho A, Laus AM. 2012. Brasil.

 

Avaliar os fatores predisponentes para ocorrência de Infecção do Trato Urinário em pacientes críticos internados em uma unidade de terapia intensiva.

2c

Estudo Observacional de resultado terapêutico

Das 471 observações realizadas o componente posicionamento da bolsa coletora obteve 100% de adequação, sistema de drenagem fechado 99%, fluxo urinário desobstruído 96%, volume de urina abaixo de dois terços do nível da bolsa coletora 96% e fixação da sonda vesical foi atendida em apenas 7% comprometendo o indicador avaliado.

A conformidade do indicador foi prejudicada devido à falta de adequação da fixação da sonda vesical de demora, uma vez que a inadequação de apenas um componente é suficiente para que o evento de infecção ocorra.

Barros, SKSA; Kerbauy, G; Dessunti, EM.2013, Brasil

 

Analisar a prevalência de microrganismos e perfil de sensibilidade aos antimicrobianos em uroculturas de pacientes com CAUTI.

2b

Ensaio Clínico Randomizado de Menor Qualidade

Os microrganismos mais isolados nas uroculturas: Candida sp (44,4%), Acinetobacter baumannii (9,7%) e Pseudomonas aeruginosa (9,2%). Esta última apresentou 86,7% de resistência às cefalosporinas de terceira geração e o Acinetobacter baumannii 83,3% aos carbapenêmicos. A Klebsiella pneumoniae apresentou 87,5% de resistência às cefalosporinas de terceira e quarta geração e 75,0% aos carbapenêmicos.

 

A resistência bacteriana é frequente nas CAUTIs e medidas de controle devem ser ressaltadas.

Vacca M, Angelos D.2013, EUA.

Desenvolver uma nova abordagem pró-ativa de prevenção a CAUTI incorporando um processo formalizado completo

4

Relato de casos

Uma ferramenta de arredondamento para avaliar todos os cuidados e elementos de prevenção de CAUTI.

Eliminação de CAUTIs na UTI Neurológica nos últimos 10 meses (taxa zero de infecção), através de uma abordagem pró-ativa para prevenção CAUTIs.

 

Seckel, MA. 2013, EUA

Explorar estratégias que ajudam a evitar CAUTI.

1a

Revisão sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados

A melhor prática em relação ao cateter urinário é sempre remover quando não é necessário. Para cateteres que não pode ser removido, os enfermeiros precisam seguir recomendações baseadas em evidências para a manutenção de cateteres urinários.

Manter a segurança dos pacientes, fornecendo um cuidado baseado em evidência é o objetivo de cada enfermeiro provedor de saúde e expectativa de cada paciente e dos membros da família.

 

Belizario SM.2015, EUA

Discutir como enfermeiros e outros clínicos diminuíram significativamente a taxa CAUTI em uma unidade de pós-operatório, iniciando um período de duas pessoas no protocolo de inserção do cateter urinário.

4

Relato de Casos

Estratégia inovadora, dois enfermeiros presentes durante a inserção de cateteres urinários para garantir que o procedimento foi mantido todo estéril e realizado corretamente.

CAUTIs foram reduzidas em 39% seis meses após o início das duas pessoas, no procedimento de inserção do cateter urinário.

Dumont CWakeman J.2010, EUA.

Analisar os resultados da pesquisa, discutir
melhores práticas e fornecer justificativas baseadas em evidências.

2b

Estudo de Coorte

A maioria dos enfermeiros escolheu a resposta correta, ou
pelo menos uma resposta parcialmente correta para
muitas outras.

Prevenção da CAUTI é verdadeiramente um indicador sensível da enfermeira.

Mays R, McIntyre A, Mehta S, Hill D, Wolfe D,  Teasell R. 2014. Canadá.

Avaliar a eficácia dos programas educacionais na redução de ITU em indivíduos com lesão medular (LM).

1a

Revisão Sistemática

Um estudo de nível 2 e outro de nível 4 mostraram evidências de que a educação é uma intervençãoque reduz ITUs, enquanto outro nível 4, mostrou que a contagem de colônias significativas diminuiu.

Há evidências positivas e limitadas que os programas de educação
reduzem a incidência de ITUs.

Guanche GHRequejo PO, Rosenthal VDMorales PCDelgado GO,  Fernández GD. 2011, Cuba.

Determinar a taxa de infecção associada ao dispositivo de assistência médica (DA-HAI).

2b

Estudo de Coorte

De 1982 pacientes, 444 adquiriram DA-HAIs, uma taxa global de 22,4% ou 30,6 DA-HAIs por 1000 UTI-dia. A taxa de CAUTI foi de 8,1 por 1000 cateteres-dias.

A DA-HAIs representar uma séria e grande ameaça para a segurança do paciente e o Consórcio Internacional de Controle de Infecção mostra que melhorias podem ocorrer através de estratégias preventivas simples, baratas e eficazes.

Kanj SSZahreddine NRosenthal VDAlamuddin LKanafani ZMolaeb B. 2013, Líbano.

Avaliar o impacto do controle de infecção através de uma abordagem multidimensional para a redução de CAUTI em uma UTI.

1b

Estudo clínico controlado e randomizado com intervalo de confiança estreito

A taxa de CAUTI foi de 13,07 por 1000 cateteres-dia urinários na fase 1, e foi diminuída em 83% na fase 2 para 2.21 por 1000 cateteres urinários-dias.

A abordagem multidimensional foi associada a uma redução significativa nas taxas de CAUTI.

Márquez RPAAlvarez PIMárquez A. 2012, Espanha.

Elaborar um protocolo de cuidados aos Cateteres Urinários baseado em evidências. 

1a

Revisão sistemática de ensaios clínicos controlados e randomizados

Reuniram-se as evidências mais fortes entorno da técnica de inserção, eleição do cateter, sistema de drenagem, manutenção do cateter urinário, gestão da obstrução, a extração de amostra de urina, retirada do cateter urinário.

Aprática desse protocolo nos permitirá avaliar sua repercussão na incidência da CAUTI, avaliar e comparar com outras (infecções nosocomiais) a qualidade de nosso estudo é percebida através de indicadores de qualidade estabelecidos por estudos da base de dados ENVIN-HELICS.

Titsworth WLHester JCorreia TReed R, Williams MGuin P, et al.2012.EUA.

Investigar a implementação de um pacote de prevenções de ITU e a redução da taxa CAUTI.

1b

Ensaio Clínico Controlado e Randomizado com intervalo de confiança estreito

A taxa de utilização do cateter urinário diminuiu de 100% para 73,3%. A taxa de CAUTI foi reduzida de 13,3 para 4,0 infecções por 1000 dias de cateter.

Um pacote de prevenção de ITU, juntamente com o programa de melhoria continua de qualidade significativa pode reduzir a duração da cateterização urinária e da taxa de CAUTI em uma UTI neuro.

Conway LJ, Pogorzelska MLarson E, Stone PW. 2012. EUA.

Descrever a presença e a adesão de políticas de prevenção de CAUTI em UTIs.

2c

Estudo Observacional

Uma pequena proporção de UTIs pesquisadas tiveram adesão às políticas de prevenção

Atualmente pouca atenção é dada à prevenção de CAUTI em UTIs, nos Estados Unidos.

DISCUSSÃO

Baseando-se em evidências, reuniu-se neste estudo os cuidados de enfermagem preventivos ao desenvolvimento de infecções do trato urinário associadas a cateter (CAUTI) aplicados aos clientes que necessitam de cuidados intensivos.

As principais estratégias para a prevenção da CAUTI resumem-se (4,10,11)em: Evitar inserção de cateteres urinários (colocação somente para indicações apropriadas (5), protocolos institucionais para a inserção6 incluindo configuração perioperatória). Remoção precoce de cateteres12 (checklist ou plano diário, intervenções de base da enfermeira, lembretes eletrônicos). Alternativas a cateterismo habitação (cateterismo intermitente(7) cateter externo (preservativo), sistema de ultrassom portátil (bexiga)(6,13). Técnicas adequadas para a inserção e manutenção de cateteres (inserção estéril, (6,13,14) sistema de drenagem fechado12, evitar a irrigação de rotina da bexiga, considere cateteres antimicrobianos em algumas configurações)(4).

O "ABCDE" para a prevenção da CAUTI: Adesão aos princípios de controle de infecção geral (por exemplo, a higiene das mãos, vigilância e feedback, inserção asséptica, a manutenção adequada(14),  educação- intervenção simples e barata (15); ultrassom da Bexiga pode evitar cateterismo de demora; Cateteres externos (preservativo) ou outras alternativas como cateterização intermitente deve ser considerada em pacientes apropriados; Não use o cateter permanente, a menos que você Deva!; Enfermeiros garantem a remoção precoce do cateter utilizando um lembrete ou protocolo (4,5). A utilização de uma folha lembrete com indicações apropriadas para a remoção de cateteres urinários, minimiza o uso inadequado e permite o monitoramento contínuo, por meio desta avaliação, enfermeiros recordam médicos para remover o cateter, outra opção é capacitar enfermeiros para determinar quando a remoção do cateter é apropriada (6,10).

No tocante à higienização da área periuretral, utilizando antissépticos, água estéril ou comum, tipo de material do cateter, não há um consenso em diversos aspectos da técnica de cateterismo urinário (7,16).

Acrescenta-se de forma relevante as medidas de intervenções supracitadas: a conduta de realizar apenas uma tentativa de inserção permitida para cada cateter (isto é, um novo cateter utilizados para cada tentativa); insuflação do balão CU adequada; pacientes com um dispositivo de habitação (p.ex. cateter) recebem um banho de clorexidina diário, antes de colocar em prática quaisquer protocolos ou diretrizes é fundamental um processo de formação profissional (13).

Dois estudos validam essa estratégias multifacetadas (17,18) como: protocolos baseados de inserção e manutenção da SVD (19), a educação do pessoal e a comunicação dos dados através de um ícone no registro eletrônico de saúde (EHR), metodologia centrada na vigilância eletrônica possibilita a geração de dados clinicamente importantes, a conjuntura explicitada acima vem a ser fundamental para redução das taxas de CAUTIs (18,20).

Uma ferramenta que avalia os indicadores do processo (posicionamento da bolsa coletora sempre abaixo do nível da bexiga, sistema de drenagem fechado, fluxo urinário desobstruído, volume de urina abaixo de 2/3 da bolsa coletora12, fixação da sonda) configura-se como ferramenta útil para a prevenção de controle de infecção, uma vez que permite avaliações sistemáticas das intervenções e consequentemente proposições de estratégias educativas direcionadas e melhor estruturadas. A inadequação de um indicador é suficiente para que o evento de infecção ocorra (21,22).

É indispensável considerar também que os múltiplos procedimentos invasivos realizados em ambiente de terapia intensiva e o uso de antimicrobianos de amplo espectro, tornam os pacientes internados nessas unidades mais vulneráveis às infecções e seleção de cepas multirresistentes. Assim, os profissionais que prestam cuidado aos pacientes com SVD devem seguir as recomendações, supracitadas (23).

Vale agregar mais algumas diretrizes baseadas em evidências para a manutenção do cateter urinário: Se ocorrer interrupções na técnica estéril, desconexão, ou fugas, substituir o sistema de cateter e coleta; Considere o uso de sistemas de cateter com uma junção pré-ligado, selado cateter-drenagem; Ao esvaziar o saco de coleta evite espirrar e o contato da ponta de drenagem com o recipiente não estéril; Utilize precauções padrão, incluindo luvas e vestido como apropriado, durante qualquer manipulação do sistema de cateter ou recolha; Não use agentes antimicrobianos sistémicos rotineiramente para prevenir Cautis; Higiene rotina (limpeza do meato durante o banho diário) é apropriado; Rotina de irrigação com antimicrobianos não é recomendado (12).Constata-se que a adesão das políticas de prevenção são baixas, principalmente no que refere-se a prevenção de CAUTIs em UTI nos EUA (24).

Destaca-se a estratégia inovadora, onde dois enfermeiros estão presentes durante a inserção de cateteres urinários para garantir que o procedimento foi mantido todo estéril e realizado corretamente. O procedimento tornou-se mais fácil e mais rápido porque o observador (Enfermeira 2) não foi apenas observando a inserção (Enfermeira 1) garantir a assepsia, mas também estava ajudando para posicionar e manter o paciente. Estratégia está que apresenta-se uma clara vantagem, melhora a qualidade da assistência ao paciente, tornar os hospitais mais seguros, e evitar encargos financeiros desnecessários (25).

 

Sugestões para a prática da enfermeira

Considerando as evidências reunidas descreve-se os cuidados de enfermagem preventivos ao desenvolvimento de CAUTI: Evitar inserção de cateteres urinários; inserção de cateter somente com  indicações apropriadas; utilização de protocolos institucionais para a inserção; técnicas adequadas para a inserção e manutenção de cateteres, inserção estéril, sistema de drenagem fechado, evitar a irrigação de rotina da bexiga, considere cateteres antimicrobianos em algumas configurações, utilize precauções padrão, incluindo luvas e vestido na manipulação do sistema do cateter; remoção precoce de cateteres; check list, plano diário ou lembretes eletrônicos para avaliação e intervenções de base da enfermeira; alternativas cateterismo intermitente, cateter externo (preservativo), sistema de ultrassom portátil (bexiga) com finalidade de avaliação se a inserção do cateter realmente faz-se necessária. Faz-se indispensável investir na formação e atualização dos profissionais de forma a conscientizar que medidas preventivas baseadas em evidencias são fundamentais para reduzir os riscos de desenvolvimento de CAUTI. É valido considerar dois enfermeiros para executar a cateterização urinária de modo que garante facilitação do procedimento, a assepsia tornando-o assim mais seguro. 

 

CONCLUSÕES

O fato de encontra-se em uma unidade de terapia intensiva onde o quadro clínico crítico exige diversas abordagens invasivas, tornam o organismo vulnerável e propiciam o desenvolvimento de infecções. Desta forma é incontestável que os pacientes submetidos á cateterização urinária encontram-se mais suscetíveis ao desenvolvimento da infecção do trato urinário.

Reuniu-se nesse estudo, evidências referentes aos cuidados de enfermagem preventivos, ao desenvolvimento da infecção do trato urinário associada ao cateter e que permitiram a elaboração de uma síntese de cuidados, que devem ser praticados com a finalidade de prestar uma assistência de qualidade reduzindo os riscos para o desenvolvimento de ITU e possíveis complicações.

Diante do explicitado é fundamental que o enfermeiro junto a equipe médica avalie criteriosamente a inserção de um cateter urinário de demora e instale-o somente com indicações apropriadas, onde os benefícios tendem ser maiores que os risco que esse venha oferecer.

 

REFERÊNCIAS

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