Guidelines for Evidence-Based Practice on Nursing Prescription Vital Signs Monitoring in ICUs - Systematic review of literature
Diretrizes para a prática baseada em evidência sobre a prescrição de enfermagem monitorização dos sinais vitais em UTI - Revisão sistemática de literatura
Cellis Monique Monteiro Paixão1, Isabel Cristina Fonseca da Cruz1
1Universidade Federal Fluminense
ABSTRACT
Objectives: To analyze the importance attributed, the barriers and benefits perceived by the nursing team, related to the registry of vital signs parameters in hospitalized patients (ITC) with diagnosis of acute pain. Method: Integrative literature review of 26 scientific articles published between the years 2010 to 2016. The following databases were used: Scientific Electronic Library Online (SCIELO), PubMed via PICO, Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS), Nursing Database (BDENF). Results: Identify measures, observations and monitoring useful in the diagnosis and monitoring of the evolution and clinical conditions of the patient. It was observed that acute pain can arise in several ways, thus, it was also verified the importance of the nurse in choosing the best way to maintain pain control in the patient hospitalized in intensive care units. Conclusion: Vital signs are measures valued in clinical practice and evidence the functioning and alterations of the corporal function constituting a fundamental part in the clinical evaluation of the patient in all the health institutions. The nurse is the reference professional of the care team, so it is up to him to ensure that the actions related to the management of pain are applied, and that the patient is properly assisted.
Key-words: Signs vital, Acute pain, Intensive care.
RESUMO
Objetivos: Analisar a importância atribuída, as barreiras e os benefícios percebidos pela equipe de enfermagem, relacionados ao registro dos parâmetros dos sinais vitais em pacientes hospitalizados (CTI) com diagnóstico de dor aguda. Método: Revisão integrativa de literatura de 26 artigos científicos publicados entre os anos de 2010 a 2016. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: Scientific Electronic Library Online (Scielo), PubMed via PICO, Literatura Latino – American e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de dados de Enfermagem (BDENF). Resultado: Identificar medidas, observações e monitorizações úteis no diagnósticos e acompanhamento da evolução e das condições clínicas do paciente. Observou-se que a dor aguda pode surgir de diversas maneiras, assim, verificou-se também a importância do enfermeiro em escolher a melhor conduta para manter o controle da dor no paciente internado em unidades de cuidados intensivos. Conclusão: Os sinais vitais são medidas valorizadas na prática clínica e evidenciam o funcionamento e as alterações da função corporal constituindo uma parte fundamental na avaliação clínica do paciente em todas as instituições de saúde. O enfermeiro é o profissional de referência da equipe assistencial, por isso, cabe a ele garantir que as ações relacionadas ao gerenciamento da dor sejam aplicadas, e que, o paciente esteja devidamente assistido.
Palavras-chave: Sinais vitais, Dor Aguda, Terapia intensiva.
INTRODUÇÃO
As unidades de terapias intensivas (UTI'S) são ambientes destinados a clientes com risco potencial de morte, e, que necessitam de maior tempo de assistência multiprofissional para manter-se vivo. Assim sendo, por não conseguir verbalizar sua dor, seu sofrimento poderá passar sem ser notado pela equipe de enfermagem. Desse modo, a assistência e manutenção da vida têm por base os três pilares: físico, orgânico e biológico(1).
As dores intensas podem influenciar de forma negativa a evolução dos pacientes em estado crítico, com isso, retardando sua recuperação. Vale destacar que, a dor é também considerada como um dos principais estressores que influenciam a qualidade de vida dos pacientes, portanto, o tratamento inadequado da dor, continua sendo um problema crítico em pacientes internados em terapia intensiva(2).
Nesse sentido, o conceito geral de dor; é uma experiência sensitiva e emocional das mais profundas e subjetivas, experimentadas pelo ser humano, de caráter desagradável e associada a uma lesão tecidual real ou potencial. É definido também, como o quinto sinal vital e, por conseguinte, deve ser avaliado logo após aferição da temperatura, pulso, respiração e pressão arterial. A queixa de dor por parte do paciente deve ser sempre considerada e valorizada, visto que, essa é uma experiência individual e intrasferível(3).
Sendo assim, a dor aguda é um diagnóstico inegável. Reconhecendo isto, a Associação Norte Americana dos Diagnósticos de Enfermagem (NANDA), através do seu sistema de classificação de diagnósticos, propõe o diagnóstico de Dor Aguda definida como: experiência sensorial e emocional desagradável que surge de lesão tissular potencial real ou potencial ou descrita em termos de tal lesão com início súbito ou lento, de intensidade leve a intensa, com término antecipado ou previsível e duração de menos de seis meses(4).
Sinais vitais são um mecanismo para comunicar universalmente a condição do paciente e a severidade da doença. Esses parâmetros, medidos em série, ajudam enfermeiras para identificar diagnósticos de enfermagem, intervenções de avaliar e tomar decisões relativas a resposta dos pacientes ao tratamento.(5)
Desse modo, esta pesquisa teve por objetivo identificar a produção científica de enfermagem, utilizando a estratégia PICO para determinar melhor evidência disponível para o cuidado do cliente em relação ao diagnóstico de dor aguda e qual intervenção ou protocolo de enfermagem mais eficaz para sua resolução, que será melhor definida no quadro 1.
Para a identificação do tema e seleção da questão do estudo, foi utilizada a estratégia PICO. PICO consiste em um acróstico: P para paciente, I para intervenção, C comparação e O outcomes /desfecho.
Assim sendo, a questão de estudo nesta pesquisa consistiu na construção da seguinte pergunta: “Qual a eficácia da intervenção de enfermagem: ''Monitorização dos sinais vitais'' no tratamento do (a) com diagnóstico/condição médica de dor aguda?
Quadro 1: Estratégia PICO, Niterói, 2017
METODOLOGIA
O estudo utilizou como método a revisão sistematizada da literatura para trazer o que já existe publicado sobre o tema em questão. A revisão sistemática é um estudo secundário baseado em dados retirados de estudos primários, os quais relatam através de artigos, resultados de pesquisas obtidos em primeira mão(6). E para a realização desta revisão seguiu-se os seguintes passos: elaboração da pergunta de pesquisa; busca na literatura; seleção dos artigos; extração dos dados; avaliação da qualidade metodológica; síntese dos dados; avaliação da qualidade das evidências, redação e publicação dos resultados.
A Busca dos artigos deu-se no mês de Maio do presente ano e foi realizada nas bases de dados LILACS, MEDLINE e SCIELO combinando os descritores “sinais vitais”, “dor aguda”, “terapia intensiva”, “adulto e idoso”, através do Portal de Pesquisa da Biblioteca Virtual em saúde (BVS), utilizando os seguintes filtros: texto completo disponível; idiomas português, inglês e espanhol; ano de publicação de 2010 a 2016; tipo de documento: artigo.
Os resumos foram lidos e foram escolhidos para serem lidos na íntegra àqueles que abordavam a temática. Estes foram organizados quanto ao ano de publicação, autores, objetivo da pesquisa, força de evidência, tipo de estudo, principais achados e escala de relevância.
Para detalhar o que foi encontrado acerca do que já existe sobre o tema, foi realizada a análise e síntese dos artigos.
RESULTADOS
No presente estudo foram escolhidos 10 artigos para análise e posterior discussão dos dados obtidos.
Obedecendo aos critérios de inclusão, foram selecionadas publicações completas de artigos na íntegra e por apresentar relevância com o tema proposto, disponíveis na internet ou na biblioteca de estudo, descritos em português e inglês, abordando o tema monitorização dos sinais vitais em pacientes caracterizado por evidências observadas de dor. Critérios de exclusão: Artigos de periódicos que não fossem de enfermagem, gestante, artigos publicados abaixo de 2009, crianças, adolescentes, recém-nascidas.
Quadro 2 – Publicações localizadas nas bases PubMed e BVS – Autor (es), Data e País, Objetivo da pesquisa, Força da evidência, Tipo do estudo e instrumentos, principais achados, Escala de relevância.
Assim, baseado na estratégia PICO conforme estudo descrito acima, foram feitas combinações de palavras extraídas dos descritores MeSh e DECS, realizando busca bibliográfica conduzida através do Portal de Revistas de Enfermagem da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e banco de dados, BDENF, SCIELO, PubMed e LILACS. Realizando leitura e resumo das publicações. Selecionando aquelas que se adequassem ao viés da questão representado no quadro
Para classificação da força de evidência foi utilizado como referência escala de referência Joana Brittes.
DISCUSSÕES
O Setor de Terapia Intensiva (UTI) é o local da Unidade Hospitalar que recebe pacientes graves e recuperáveis, mas de alto risco, onde a vigilância contínua é fundamental além de requerer pessoal exclusivamente qualificado e com características próprias(7), devido à gravidade do quadro clínico dos pacientes, que torna necessário que os mesmos tenham seus sinais vitais constantemente monitorizado.
Os sinais vitais refletem o estado geral do paciente e qualquer anormalidade refletirá nas suas funções básicas(3-4-5). Assim, a monitorização é de suma importância para a qualidade do cuidado em Terapia Intensiva na UTI tendo em vista que dela parte toda a orientação para o manuseio do paciente internado. As medidas mais frequentes incluem a temperatura, o pulso, a variação pressórica, a frequência respiratória e a saturação de oxigênio, embora na Terapia Intensiva também seja comum a monitorização da variação da glicemia, da pressão intracraniana e da pressão venosa central; cujas medidas caracterizam o quadro de saúde do indivíduo, indicando a eficiência das funções circulatória, respiratória, neural e endócrina do corpo pela importante e relevância destas medidas, as mesmas são consideradas sinais vitais(5-6-7).
Sua verificação de rotina possibilita o desenvolvimento e a aplicação das intervenções médicas e de enfermagem imediatas; a cada variação significativa(7).É importante não somente registrar os parâmetros sinalizados, mas também saber compreender e interpretar os achados, para comunicá-los de uma forma apropriada, no momento apropriado para que haja intervenção sempre que necessário; por isso a equipe de enfermagem precisa estar familiarizada com a faixa usual dos sinais vitais de cada paciente para poder identificar possíveis complicações(9). Explicitamente, a monitorização dos parâmetros cardiovasculares e respiratórios é imprescindível e fundamental nesses pacientes, pois caso haja qualquer variação nos parâmetros será possível intervir precocemente, evitando consequências clínicas possam piorar o quadro do paciente(10).
CONCLUSÕES
Diante do exposto, conclui-se que o enfermeiro, dado o seu trabalho essencial no cuidado em saúde, deve estar comprometido com a promoção, proteção, prevenção e recuperação da saúde, seja nos processos de assistência, gerenciamento, ensino e investigação. Dessa forma, a assistência prática baseada em evidência é a principal aliada na tomada de decisão, assim como a escolha da melhor conduta do enfermeiro, para melhor assistir o paciente com dor aguda. Contudo, esta pesquisa contribuiu para auxiliar a equipe de enfermagem na prestação de um melhor cuidado ao paciente hospitalizado, isto porque, muitas das vezes não consegue verbalizar a sua dor.
Nesse seguimento, as pesquisas realizadas mostraram força de evidência moderadas. Contudo, as recomendações descritas possuem positiva indicação na prática de enfermagem. Cumpre destacar que, a estratégia PICO foi de grande valia para conhecimento científico, facilitando a busca para a prática assistencial. Assim, por intermédio da técnica, foi possível responder a situação problema buscando as recomendações de melhores evidências no meio cientifico, favorecendo o aperfeiçoamento profissional e a atualização frente à demanda da assistência. Não esquecendo, ainda, que há necessidade de algumas referências científicas terem mais estudos realizados acerca do assunto em questão, sem deixar de serem aplicadas na pratica assistencial.
Portanto, a medição dos sinais vitais é um indicador importante de fornecimento de cuidados de segurança(20). Os sinais vitais constituem uma parte fundamental na avaliação clínica do paciente em todas as instituições de saúde(7). A avaliação clínica por intermédio dos valores obtidos com os sinais vitais possibilita aos profissionais da saúde identificar/detectar de forma precoce a ocorrência de alguma ou outra alteração do quadro clínico do indivíduo e terá condições de atuar, junto ao paciente, de forma imediata e diferencial, prestando uma assistência direta, específica e individualizada(11-12). Conclui que a monitorização visualizada de parâmetros cardiovasculares e respiratórios é fundamental em pacientes internados, especialmente em Unidades de Terapia Intensiva(5-6-7), e deve ser mantida sempre, mesmo durante o procedimento de higiene corporal, pois possibilita a intervenção precoce no caso de complicações; neste sentido, sugere-se que os pacientes permaneçam monitorizados todo o período que estiverem sob cuidados da terapia intensiva, mesmo durante os procedimentos técnicos como o banho terapêutico(10).
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