Relatório sobre o evento "Diálogo entre enfermeira, profissionais de saúde e movimento de mulheres negras: direitos sexuais e reprodutivos"
Isabel Cristina Fonseca da Cruz
Maria Antonieta Rubio Tyrrel
Abertura
Profa. Dra. Maria Antonieta Rubio Tyrrel (organizadora), Profa. Dra. Isabel Cruz (organizadora) e Enfermeira Sabrina Seibert (ABENFO-RJ).
Apresentação Musical com homenagens
Enfermeira, compositora e cantora, Marcial Lopes interpreta de sua autoria e de Louise Silva:
Marielle Liberdade
Igualmente recebem homenagens: ministra Luiza Bairros, Dra. Fátima Oliveira, Mãe Beata de Yemanjá e o Ogã Dr. José Marmo
Roda de Conversa: diagnóstico de situação e demandas do movimento negro feminista
Profa. Dra. Rosália Lemos (Rede de Mulheres Negras), Profa. Dra. Carla Araújo (EEAN/UFRJ) e Enfermeira Louise Silva (CTSPN-SMS-RJ) observam a fala de Isabel Cruz (NESEN/UFF)
Práticas Deocoloniais no SUS
Mãe Tânia de Yemanjá (RENAFRO), Camila Estrela (GT Racismo e Formação em Saúde - CTSPN-SES-RJ), Profa. Dra. Tyrrell (ABENFO-RJ), Profa. Dra. Maria Aparecida Patroclo (Criola) assistem a apresentação de Profa. Dra. Rita Costa (SOS Mulher)
Público do evento
Encaminhamento
MOÇÃO DE APOIO AO MOVIMENTO DAS MULHERES NEGRAS PELA SAÚDE
Com base nas discussões realizadas e nos dados apresentados, enfermeiras(os) e demais profissionais e trabalhadores(as) da saúde, bem como gestores(as) reunidas(os) no evento "Diálogo entre enfermeira(o), profissionais de saúde e movimento de mulheres negras: direitos sexuais e reprodutivos " apóiam o Movimento de Mulheres Negras em sua luta pelos Direitos Sexuais e Reprodutivos e reiteram a necessidade de implementação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) para a desconstrução do racismo institucional no ponto do cuidado em constante interação com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM) visando a desconstrução do sexismo e do patriarcalismo institucionais.Igualmente, entendemos que as demandas do Movimento de Mulheres Negras na área da saúde também são as demandas de profissionais, gestores(as) e controle social do SUS.
Neste sentido, temos em comum a seguinte proposta:
- Demolir a discriminação institucional de gênero & raça no SUS, por meio do diálogo da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra-PNSIPN com a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher-PNAISM, estabelecendo o Cuidado de Saúde Centrado na Pessoa
Igualmente, estabelecemos como meta comum:
- Inclusão com equidade étnico-racial & gênero em todas as políticas, programas e ações de saúde, bem como em todos os cargos comissionados e de representação de todas as esferas de governo.
Recomendamos que o planejamento das ações e programas de saúde incluam as seguintes metas:
Estabelecer como indicadores de racismo/sexismo institucionais:
*Experiências de discriminação baseada na raça/cor entre mulheres atendidas no SUS (antes ou durante a gestação)
*Relação pré-natal insuficiente negras (pretas & pardas) x não negras
Reduzir a morbimortalidade materna de mulheres negras em 5 pp/ano
Cessar a violência obstétrica em 99%
Garantir o direito ao aborto e demais direitos sexuais e reprodutivos
Analisar os recortes raça/cor e gênero nas informações sobre a população - divulgadas pelos gestores nas 3 esferas de governo.
Qualificar a coleta do quesito raça/cor nos sistemas de informação em saúde do SUS, até 2020.
Implementar ações para escolarização ou retorno à escola e desenvolvimento profissional das mulheres negras (creches nas escolas e locais de trabalho, acompanhamento escolar, por ex).
Capacitar em Saúde da População Negra (UNA-SUS: online & grátis) e desconstrução das ideologias opressivas no encontro clínico
Criar a instância de gestão da PNSIPN (area técnica, por ex) e demais políticas de equidade
Fortalecer (ou criar) o Comitê Técnico de Saúde da População Negra
Álbum do evento: AQUI
Justificativa
Os dados sociais mostram desigualdades salariais e sociais. Igualmente, os dados epidemiológicos mostram que as mulheres negras têm as mais altas taxas de mortalidade decorrente de condições preveníveis como: pressão alta, câncer, diabetes, distúrbios reprodutivos, entre outras. Os dados epidemiológicos revelam que no ponto do cuidado as mulheres negras vivenciam nas relações interpessoais o racismo na forma de viés implícito, assim como o sexismo e o patriarcalismo, dentre outras ideologias opressivas, vivenciado pelas demais mulheres.
É inaceitável que ideologias opressivas impeçam no SUS a implementação do cuidado centrado na pessoa e sua diversidade com base em evidência científica.
Por isso propormos este evento para discutirmos e compartilharmos estratégias de mudança.
Certificado com carga horária de 8h.
Apoio
Apontamentos
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BNN - ISSN 1676-4893
Boletim do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Atividades de Enfermagem (NEPAE)e do Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra (NESEN).